Há muito tempo que não ouvia essa expressão, mas a circunstância em que a escutei novamente fez com que eu escrevesse este artigo. Estava numa casa e as pessoas falava sobre sexualidade no Avalanche, começou uma reflexão a partir desta frase: “Temos que ter cuidado para não jogar a criança fora em vez da fralda suja”. Parece que a expressão não tem nenhuma relação com sexualidade, mas ao ler todo o texto você entenderá que tem tudo a ver.
A definição sexual humana é dada pelo código genético e esse código só pode gerar dois gêneros, masculino ou feminino. Esta verdade é confirmada pela ciência que, a cada dia, está mais avançada em seus estudos. Eu digo verdade porque, para aquelas pessoas que creem em Deus e na sua Palavra, há uma convicção dessa realidade expressa em Gênesis 1.27. Mesmo sendo um bom estudioso cristão e, estando atento aos estudos genéticos recentes, você poderia me perguntar sobre anomalias e, talvez, sobre a indefinição do sexo como nos casos de hermafroditismo. Para alguns cristãos, essas anomalias são frutos da queda de Adão, a qual afetou tanto a ele mesmo quanto à natureza. Porém, devemos estar prepararados para ajudar e demonstrar amor às pessoas que passam por essa terrível situação, que requer ajuda de todas as áreas, principalmente espiritual. Não só a pessoa hermafrodita, mas também sua família que precisa de orientação e ajuda.
Todavia, o tema da sexualidade não se trata só de definição sexual ou de órgãos genitais. Trata-se de relacionamento, contexto cultural e familiar. Sendo assim, entro na parte central do assunto. Os pais estão preocupados ou assustados, cada vez mais cedo, com o comportamento de seus filhos. Alguns pais se assuntam quando acontece alguma coisa com seu filho ou filha e ficam desesperados e atônitos diante de práticas sexuais antes do casamento e com pessoas do mesmo sexo. A tendência é que os pais percam a cabeça e comecem a atacar os filhos em vez de fazerem uma autoavaliação sincera e profunda da família, desde a gestação. É claro que nem tudo é culpa dos pais. Há, sim, a escolha do próprio filho, seja por influências ou por algum trauma ou, ainda, por desajustes emocionais. É evidente que a participaçao da família é marcante na formação do indivíduo, principalmente, o papel de pai e mãe bem definidos e atuantes.
Muitas coisas estão acontecendo com nossas crianças e adolescentes por tudo aquilo que os pais ou a ausência deles têm gerado em seus filhos. Muitos abusos e violências são cometidos contra crianças e adolescentes todos os dias. Muitos filhos são rejeitados, indesejados, abandonados, vivem sem amor, sem relacionamento, sem limites, sem disciplina, sem correção, sem diálogo, sem educação, sem um referencial de família e, até mesmo, sem uma referência do que é ser homem ou ser mulher segundo o coração de Deus. Digo ser homem, porque é o pai ou um responsável homem é quem vai estimular e ensinar a masculinidade para o filho, assim como a mãe passará a essência do que é ser mulher para a filha. Os dois juntos reforçarão estes papéis, apoiando a atuação um do outro.
As distorções de papéis de pai e mãe ou a falta deles poderão gerar muitas dificuldades para os filhos. E o que estamos vendo hoje é uma ausência de pai, que tem influência tanto na formação das garotas quanto na dos garotos. Isso pode ser um desastre na formação e na vida de milhares de filhos. Nas palavras dePaula, uma geração de “mamaezeados” e com “overdose de mãe”, dosagem excessiva de mães controladoras e dominadoras. Ao mesmo tempo, de pais ausentes que não vivem e não participam da vida dos filhos. A masculinidade e a feminilidade precisam ser trabalhadas pelo pai e pela mãe, juntos!
Alguns pais estão jogando seus filhos no lixo ao invés de jogar a fralda suja. Não se trata de algo literal. O que essa expressão quer dizer é que alguns pais estão entregando seus filhos para a destruição total. Várias crianças, adolescentes e jovens estão com suas vidas acabadas. Outros pais não querem ter filhos, e quando os têm não lhes dão o devido tratamento como seres humanos. Eu recebo mães desesperadas, pedindo ajuda em relação aos filhos. Quando começamos a conversar e a buscar o histórico da família, percebo que em 80% dos casos, há falhas na criação dos filhos e nos papéis dos pais.
Alguns pais querem ter filhos, mas não querem educá-los da maneira certa. Não investiram tudo o que deviam na vida deles e, ainda assim, querem um resultado positivo. Investir não é só dar comida, roupa, escola, presentes, tecnologia. Vai muito além! Educação se dá pelo exemplo, sendo um modelo para os filhos, falando e vivendo a verdade. Pai e mãe não nascem sabendo ser pai e mãe, mas podem se preparar.
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