29 de janeiro de 2020

Lição 05: O Espírito Santo na Nova Aliança - Central Gospel

TEXTO BÍBLICO BASE
Atos 13:2-6 , 9-12

2 E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.

3 Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.

4 E assim estes, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.

5 E, chegados a Salamina, anunciavam a palavra de Deus nas sinagogas dos judeus; e tinham também a João como cooperador.

6 E, havendo atravessado a ilha até Pafos, acharam um certo judeu mágico, falso profeta, chamado Barjesus,

9 Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, e fixando os olhos nele,

10 Disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor?

11 Eis aí, pois, agora contra ti a mão do Senhor, e ficarás cego, sem ver o sol por algum tempo. E no mesmo instante a escuridão e as trevas caíram sobre ele e, andando à roda, buscava a quem o guiasse pela mão.

12 Então o procônsul, vendo o que havia acontecido, creu, maravilhado da doutrina do Senhor.



TEXTO ÁUREO

Lucas 24.49
E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.



OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
• Compreender como o Espírito Santo age no Novo Testamento de forma mais clara do que no Antigo Testamento;
• Entender que o Espírito Santo trabalha diretamente na Igreja do Senhor a fim de edificá-la em Cristo;
• Perceber que o Espírito Santo teve um papel fundamental na execução dos planos de Deus.


ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor, a palavra aprendizagem provém do latim apreendere e significa apreender, tomar posse, reter. Ela nos transmite a ideia de algo que incorporamos ao nosso patrimônio pessoal ou ao nosso comportamento ao longo da vida. O ato de aprender, invariavelmente, trará mudanças significativas na vida de quem aprende. Neste sentido, aprendizagem é o processo de modificação sistemática do comportamento. A eficiência do ensino é confirmada na aprendizagem. Quando há aprendizagem, há também mudanças substanciais na conduta, no comportamento, no modo de pensar a si e aos outros, na visão de mundo (cosmovisão), e nas habilidades para realizar determinadas tarefas. Como disse o salmista, a aprendi-zagem dos retos juízos do Senhor o levaria à sincera atitude de ação de graças com integridade de coração (SI 119.7) (Extraído de: CHAVES, G. V. Educação Cristã - Uma Jornada Para Toda Vida. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2012, p. 51,52).


Palavra introdutória
A Bíblia Sagrada foi integralmente redigida sob a inspiração do Espírito Santo. Em ambos os Testamentos, Sua presença é efetiva e real, mas, no Novo Testamento, ela é apresentada com maior clareza. A participação e a presença do Espírito Santo na Bíblia são notadas do primeiro ao último de seus capítulos (Gn 1.2; Ap 22.17).

A revelação das verdades divinas é progressiva nas Escrituras Sagradas. No Antigo Testamento, a expressão Espírito do Senhor ocorre 25 vezes; Espírito de Deus, 14 vezes; e Espírito Santo, duas vezes. O Novo Testamento contém 261 referências ao Espírito Santo em 24 de seus livros. Existem 57 passagens com referências diretas ao Espírito em Atos dos Apóstolos, não é por menos que ele também é chamado por alguns de Atos do Espírito Santo.
Vejamos, então, um pouco dessa revelação tão sublime que as Escrituras nos têm dado sobre a terceira pessoa da Trindade.


1 1 . ESPÍRITO SANTO NOS EVANGELHOS
Os três Evangelhos sinópticos 
— Mateus, Marcos e Lucas — veem Cristo de maneira semelhante e têm muitas correspondências verbais, não porque copiaram um do outro, mas porque essa era a forma pela qual a vida de Cristo era contada regularmente na Igreja primitiva. Mateus, outra testemunha ocular, acrescenta detalhes próprios que apresentam Cristo como o Rei dos judeus em cumprimento à profecia do Antigo Testamento. Lucas retrata Cristo como o perfeito Filho do Homem e inclui fatos colhidos de muitos seguidores primitivos de Cristo e aparentemente de outros episódios abreviadamente escritos (Lc 1.1). O propósito teológico de Marcos era explicar a vida mais significante de toda a história humana. Quem era Jesus? Ele era o Filho de Deus (Mc 1.1,11; 14.61; 15.39), o Filho do Homem (Mc 2.10; 8.31; 13.26), o Messias (Mc 8.29) e o Senhor (Mc 1.3; 7.28). João provavelmente foi escrito depois dos Evangelhos sinópticos e antes de 1, 2 e 3 João e Apocalipse. Isso coloca a escrita do quarto Evangelho em algum tempo depois de 70 e antes de 90 d.C.
João deixa claro o seu propósito em escrever: ele espera que, ao contar aos seus leitores sobre os sinais de Jesus, que foram realizados na presença de Seus discípulos, eles pudessem crer que Jesus era o Messias, o Filho de Deus, e, crendo, tivessem vida em Seu nome (Jo 20.30,31) (HINDSON; YA-TES, Central Gospel, 2014, p. 59,80).

Existe uma abundância de referências ao Espírito Santo nos Evangelhos, como: os quatro relatam que o Espírito desceu sobre Jesus após o Seu batismo (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32). Além disso, Ele atuou na vida de João Batista (Lc 1.15), gerou Jesus (Lc 1.35), ungiu o Mestre (Lc 4.18,19), guiou o Filho de Deus (Mt 4.1), conduziu o Cordeiro de Deus ao sacrifício por nós (Hb 9.14) e ressuscitou-o depois de tudo (Rm 8.11). O Espírito Santo é o prometido Consolador (Jo 14.16) profetizado pelo profeta Joel no AT (II 2.28), o qual foi enviado por Jesus (Jo 16.7).



2 2 . O ESPÍRITO SANTO NO LIVRO DE ATOS
Atos dos Apóstolos é o segundo volume de urna série de duas partes. O Evangelho de Lucas foi a primeira parte. O escritor Lucas começou contando a história da vida, do ministério, da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Ele continuou sua história em Atos, dizendo como a mensagem de Jesus foi pregada ao mundo após a ascensão de Cristo ao céu. A Igreja começou uma comunidade predominantemente judaica em Jerusalém, e Lucas conta como ela tornou-se predominantemente gentia, chegando até Roma. Lucas enfatiza dois pregadores do evangelho, Pedro e Paulo, como personagens importantes na disseminação do evangelho. Jesus é o personagem principal no Evangelho de Lucas, e o Espírito Santo é enfatizado como aquele que continua o ministério de Jesus no Livro de Atos dos Apóstolos (HINDSON; YATES, Central Gospel, 2014, p. 91).

Logo em Atos 1.2, somos informados de que Jesus deu mandamentos por intermédio do Espírito Santo aos apóstolos. Ele é mencionado novamente durante a escolha de um apóstolo que substituiria Judas (At 1.16). Atos 2 é um marco sublime, pois narra a descida do Espírito Santo sobre os cristãos reuni-dos, no cenáculo, no dia de Pentecostes. Nos relatos seguintes desse livro, temos a operação sobrenatural do Espírito Santo na vida dos apóstolos (At 2.43) e Sua capacitação aos cristãos para a expansão e a edificação da Igreja (At 6.10).



3. O ESPÍRITO SANTO EM ALGUMAS CARTAS PAULINAS

3.1. Aos Romanos
Na rica epístola aos Romanos, Paulo nos apresenta ao Espírito de santificação, que nos libertou do cativeiro do pecado por meio do sacrifício de Cristo, o qual ressuscitou dos mortos (Rm 1.4). O apóstolo nos informa que o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo e que a lei do Espírito de vida é o que nos livra da lei do pecado e da morte (Rm 5.5; 8.2). Assim, o verdadeiro cristão não é aquele que anda segundo a carne, mas segundo o Espírito (Rm 8.4-9). Não pode haver verdadeira vida sem Ele.

O Espírito que nos habita também nos identifica como pertencentes a Cristo e como filhos de Deus (Rm 8.9,14,16) e garante a nossa futura ressurreição (Rm 8.11). Ele é intercessor (Rm 8.26,27) e é quem nos santifica (Rm 15.16). É vivendo no Espírito Santo que o cristão encontra justiça, paz e alegria verdadeiras (Rm 14.17).



3.2. Aos Gálatas
Gálatas guarda semelhança com Romanos. Em ambas as cartas, Paulo procura mostrar o contraste entre a vida no Espírito e a vida carnal. As perguntas do apóstolo expressam sua preocupação com uma igreja que estava trocando a liberdade no Espírito pelas amarras legalistas (G1 3.2,3,5). O Espírito também alcançou os gentios e permitiu que participassem das promessas de Deus a Abraão pela morte de Jesus (G13.14). Nesse livro, Paulo fala sobre manter a liberdade cristã (GI 5.1-12), andar no Espírito (GI 5.13-26) e sobre levar as cargas uns dos outros (GI 6.1-10).


3.3. Aos Tessalonicenses
Os cristãos em Tessalônica experimentaram uma miraculosa transformação de vida quando se converteram da idolatria. Paulo passou apenas um curto tempo com eles, mas quando o apóstolo escreveu para os tessalonicenses alguns meses depois, eles já haviam se unido em uma dinâmica comunhão cristã. Essa epístola é uma das cartas mais pessoais. Nela, Paulo falou que, apesar da tribulação, os tessalonicenses desfrutavam a alegria que provém do Espírito Santo (1 Ts 1.6) e ele também admoestou a igreja a ser zelosa, a fim de que o Espírito não fosse extinto com o envolvimento em imoralidades (1 Ts 5.14-22).


3.4. A Timóteo e a Tito
As duas cartas de Paulo a Timóteo são classificadas como pastorais. Na primeira, Paulo adverte sobre a apostasia nos últimos tempos, como alertou o Espírito Santo (1 Tm 4.1). Na segunda, o apóstolo aconselha Timóteo sobre o seu dom (2 Tm 1.6), o qual, sem dúvida, é a capacitação concedida pelo Espírito Santo a fim de que o jovem exercesse o seu ministério. O apóstolo também lembra o jovem Timóteo de que Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação (2 Tm 1.7).

Em Tito, também uma das cartas pastorais de Paulo, o apóstolo menciona o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tt 3.5). Encontramos no texto uma referência à regeneração (ou novo nascimento) operada pelo Espírito Santo no momento da conversão.



3 4 . O ESPÍRITO SANTO EM OUTRAS CARTAS

4.1. Aos Hebreus
A carta aos Hebreus, que destaca a superioridade de Cristo sobre o sistema sacrificai judaico, afirma que o evangelho foi confirmado por Deus mediante sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade (Hb 2.4). Aliás, o testemunho do Espírito Santo é bem patente nessa epístola (111) 3.7; 9.8; 10.15).

Em Hebreus 9.14, lemos que Cristo se ofereceu em sacrificio pelo Espirito eterno, por certo uma indicação de que o Seu ministério terreno estava na dependência do Espírito Santo. Essa declaração também situa o Espírito Santo como agente executor da redenção. Mais adiante, o autor adverte da culpa que trará sobre si aquele que pisar o Filho de Deus [...] e fizer agravo ao Espírito da graça (Hb 10.29).



4.2. Nas epístolas de Pedro
Em Pedro, também há referência à ação do Espírito Santo na ressurreição de Cristo (1 Pe 3.18), de cujas aflições par-ticipamos. Todavia, o sofrimento pela causa de Crista deve ser motivo de alegria para o cristão, pois significa que sobre este repousa o Espírito da glória de Deus (1 Pe 4.14), ou seja, a Sua presença é manifestada de forma especial em sua vida, proporcionando uma prévia da glória que ele desfrutará no futuro com Cristo.


4.3. Na epístola de Tiago
A carta de Tiago tem como tema a fé manifestada pelas boas obras. Para o autor, a vida espiritual tem de ser produtiva. Ao mesmo tempo, é uma vida que deve manter-se separada do mundo e antagônica ao pecado, pois qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes (Tg 4.4,5)? A verdadeira vida no Espírito não comporta parceria com o mundo (Mt 6.24; Is 42.8).


4 5 . O ESPÍRITO SANTO NO APOCALIPSE

Por fim, o Espirito Santo aparece de maneira multiforme no Livro do Apocalipse. Ele está diante do trono de Deus e, no céu, representado pelo fogo e pelo número sete, identificado como os sete Espíritos de Deus (Ap 4.5). A frase "Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas", repetida sete vezes no livro (Ap 2.7,11,17,29; Ap 3.6,13,22), demonstra a Sua participação ativa na vida do povo de Deus.

Em Apocalipse, o Espírito Santo é o responsável por proclamar a bem-aventurança acerca dos que morrem em Cristo (Ap 14.13). Com a esposa do Cordeiro, Ele faz o generoso convite: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida (Ap 22.17). A palavra Espírito aparece nove vezes em Apocalipse (2.7,11,17,29; 3.6,13,22; 14.13; 22.17).
É maravilhoso saber que o Espírito está pronto para prestar assistência ao cristão em momentos de aflição, angústia e perseguições ou quando ele precisar de ajuda para a defesa de sua fé. Essa assistência foi prometida literalmente por Jesus (Mc 13.11).



CONCLUSÃO
A apresentação do Espírito Santo nas páginas do Novo Testamento, ainda que de modo resumido, dadas as inúmeras ocorrências no texto sagrado, devem nos convencer do imenso privilégio que a Igreja possui por tê-lo atuando em sua expansão e edificação. 


ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Cite quatro exemplos da ação do Espírito Santo nos Evangelhos.
R: O Espírito desceu sobre Jesus após o Seu batismo (Jo 1.32). Além disso, Ele atuou na vida de João Batista (Lc 1.15); gerou Jesus (Lc 1.35); guiou o Filho de Deus (Mt 4.1).
 

Vídeo aula: 
Endereço na descrição dos vídeos
 
Revista Jovens e Adultos: Lições da Palavra de Deus - nº 61 - 1º Trimestre de 2020 - Tema: O Espírito Santo: Divino Companheiro, Consolador e Mestre - Central Gospel
Comentarista: Geziel Gomes

Lição 05: Enfrentando as tensões no casamento: Vídeos - aulas, Slides, Betel: Adultos

Texto Áureo
Filipenses 4.8
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. 

Verdade Aplicada
É muito importante que os cônjuges tenham a consciência de que saber lidar com os conflitos no casamento é fundamental para se construir um relacionamento sólido.


Objetivos da Lição
- Falar acerca das descobertas da vida a dois e como contornar os conflitos com sabedoria.
- Ensinar de onde surgem os conflitos e identificá-los como oportunidades de mudanças.
- Mostrar quais ferramentas são poderosas para o sucesso familiar.


TEXTOS DE REFERÊNCIA
Eclesiastes 4.9-12
9 - Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho.

10 - Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá

11 - Também se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará?

12 - E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.



Esboço da lição
1 - A realidade das tensões
2 - De onde surge os conflitos
3 - Vencendo os conflitos


Introdução
De acordo com Jaime Kemp: 
"Não existe casamento perfeito. É preciso reconhecer que relacionamentos profundos não surgem por acaso; eles são frutos do aprendizado de se viver juntos e de colocar em prática os princípios bíblicos [Tg 1.23-24]".


Ponto de partida
Não existe casamento perfeito.


Hinos Sugeridos

Harpa Cristã: 18



Harpa Cristã: 186



Harpa Cristã: 459


Motivo de oração
Ore pela mulheres vitimas de violência reencontre a autoestima em Cristo.

1. A realidade das tensões
Já vimos na lição passada que o casal precisa precisa lidar com as diferenças. Na presente lição o foco é a realidade dos conflitos familiares, os quais podem surgir a partir das diferenças, como, também das imperfeições e limitações de cada membro da família ou, ainda, das dificuldades do dia a dia da vida neste mundo. A grande questão não é tanto as tensões, mas como enfrentar e resolver tais tensões.
1.1. As primeiras dificuldades familiares
O dicionário indica que "tensão", figuradamente, expressa o sentido de "estado que ameaça romper-se". Desde o início da humanidade, com a entrada do pecado, convive-se com o estado de tensão em todos os níveis de relacionamento. Independente do ambiente, a realidade das tensões tem sua origem no próprio ser humano, como revelado em Gênesis 3.7 - em pleno jardim do Éden, o primeiro casal experimentou desconforto, embaraço, vergonha, medo e dificuldade em lidar com sua "nova consciência do bem e do mal", a partir de sua decisão em desobedecer a Deus. Contudo, o Senhor Deus não está indiferente, mas interessado em continuar agindo para socorrer e restaurar as famílias [Gn 3.8-9,21].
1.2. Tudo começa depois do sim
Segundo Estevão Souto, não existe um casal que nunca tenha enfrentado conflitos em sua jornada conjugal. O grande problemas é de ter embates, pois todos os casais, invariavelmente, enfrentam situações conflituosas. No dia a dia, saber lidar com eles de forma sábia é o que determina o sucesso ou o fracasso do relacionamento [Pv 24.3-4]. Afinal, trata-se de duas pessoas oriundas de ambientes diversos, com personalidades diferentes e cada uma com sua "bagagem hereditária", que envolve vários aspectos da formação humana - físico, emocional, espiritual e educacional; e que, a partir do casamento, passam a vivenciar a mais íntima das relações humanas.
1.3. Sinais que antecedem o sim.
O Dr. Jaime Kemp, conselheiro familiar e conjugal, afirma: "Ainda que os investimentos durante o casamento sejam necessários e fundamentais, não há dúvidas de que um bom casamento se constrói durante o período que o antecede, o tempo de amizade, namoro e noivado". Portanto, a preparação para assumir o compromisso matrimonial deve anteceder a preparação para o casamento - cerimônia, festa, lua de mel, lista de convidados etc. Deve anteceder o namoro. As igrejas locais muito podem contribuir, procurando conscientizar as famílias quanto ao seu papel em preparar os filhos também para a vida conjugal, através do exemplo e do ensino.
2. D e ondem surgem os conflitos?
Nenhum médico pode conter o avanço de uma doença sem antes diagnosticá-la. Assim também, jamais poderemos resolver um conflito, se não soubermos de onde ele se origina. Entender a origem dos conflitos é essencial para gerar uma transformação verdadeira [Tg 4.1-4].
2.1. Identificar a raiz dos problemas.
Para Estêvão Souto, quando estamos envolvidos em um conflito, nossa tendência é sempre focar no que o outro fez de errado e no que ele deve fazer para corrigir aquilo. Porém, a Palavra de Deus nos instrui a sondar o nosso coração [Tg 4.1-4; Mt 15.19]. Para praticar este "exercício" de sondar o próprio coração, precisamos da luz da Palavra de Deus, de ajuda do Espírito Santo e separar momentos de reflexão sobre a situação que estamos vivenciando, pois tais providências muito nos auxiliarão a vencermos a tendência de sermos precipitados no diagnóstico ou reducionistas na resolução dos conflitos.
2.2. Conflitos são oportunidades de crescimento.
Nossa maior missão nesse mundo é glorificar a Deus com nossas vidas. Quando visamos isto, compreendemos que os conflitos são oportunidades para colocarmos em prática vários princípios bíblicos. Se devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos, ainda que ele nos desaponte e nos maltrate, o que não fazer com nossos cônjuges? [Lc 6.27-28]. Um casamento feliz não é aquele isento de brigas e decepções, mas aquele que as pessoas aprendem a vivenciá-los e enfrentar os conflitos decorrentes com maturidade e bom senso na presença do Senhor [1 Pe 5.7;Fp 2.5].
2.3. O egoísmo causa problemas
"O egoísta sempre causa problemas..." [Pv 28.25a - NTLH]. O discípulo de Cristo não deve ser dominado pelo egoísmo, pois gera contendas e é característica de quem anda na carne [1Co 3.3]. O casal cristão deve andar no Espírito [Gl 5.16,25]. Afinal, o amor "não busca os seus interesses" [1Co 13.5]. Portanto, cada cônjuge precisa sempre trazer à memória os princípios bíblicos que devem nortear o dia a dia no lar, pois evitarão ou auxiliarão na resolução dos conflitos dos conflitos [Mt 6.12; Ef 4.32].
3. Vencendo conflitos
O enfrentamento vitorioso dos conflitos familiares começa pelo reconhecimento da realidade dos mesmos, pois, enquanto não se percebe ou a decisão for negá-los, como uma fuga, não é possível enfrentá-los. Após reconhecer, é preciso agir com reflexão, oração e perseverança, tendo em vista que, conforme estudado nas lições anteriores, há um propósito divino na constituição da família, então não podemos considerá-la como algo sem importância ou descartável.
3.1. Problemas devem ser confrontados
A primeira coisa que devemos ter em mente, no que diz respeito aos conflitos na vida cotidiana, é que eles sempre irão existir, nunca estraremos livres deles. Assim, encará-los é a melhor solução. Em vez de confrontar a si mesmos e brigar por suas diferenças, o casal sábio procura ser um agente pacificador no enfrentamento dos conflitos familiares [Mt 5.9]. Casais não são inimigos, não lutam entre si. A luta do casal deverá sempre se voltar contra a natureza pecaminosa, o sistema mundano contrário a Deus e os seres espirituais da maldade [Ef 6.10-12].
3.2. Unidade e diálogo como prevenção
A unidade da família sempre dependerá do relacionamento que é mantido pelos cônjuges. O casamento se torna uma bênção quando um dos cônjuges toma a iniciativa de colocar o Senhor em primeiro lugar em todas as suas atitudes. O amor deve nortear a vida do casal [Tt 2.4; Cl 3.19; 1 Ts 3.12. O casal que anda unido resiste com maior facilidade e mais firmeza aos momentos difíceis da vida [Ec 4.9-10]. A falta de comunicação desencadeia sérios problemas para a vida familiar. Existem assuntos que não podem ser deixados para depois.
3.3. Perseverar sem nunca desistir
Casamentos estão sendo dissolvidos por casais simples (o que demonstra urgência do povo de Deus resgatar o entendimento bíblico acerca do casamento - exposto nas lições 1 e 2), que poderia não acontecer se agíssemos com mais sobriedade, disciplina e responsabilidade. O cristão é chamado para agir diferente, também no casamento, pois é preciso ser perseverante [Mc 19.9]. Desistir apenas comprova que não nos esforçamos o suficiente para fazer dar certo. Não é possível ter um casamento perfeito, mas é possível ser saudável, restaurado e fortalecido. Para tanto, é fundamental que, com a ajuda do Espírito Santo, procuraremos aplicar em nosso lar os diversos princípios expostos na Bíblia [Rm 13.8].


CONCLUSÃO
As tensões fazem parte do casamento. Ao discernirmos esta realidade, busquemos no Senhor sabedoria e habilidade no enfrentamento dos conflitos, pois, assim, resultarão em crescimento e maturidade do casal.