11 de setembro de 2018

Noticia: Fome aumenta no mundo pelo 3º ano seguido e atinge 821 milhões de pessoas

 
A fome aumentou em todo o mundo pelo terceiro ano consecutivo, estimulada por conflitos e pela mudança climática, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta terça-feira, colocando em risco a meta global de acabar com a fome até 2030.
A fome parece estar aumentando em quase toda a África e na América do Sul, com 821 milhões de pessoas –uma em cada nove– passando fome em 2017, de acordo com o relatório Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo de 2018.

Ao mesmo tempo, 672 milhões de adultos –mais de um em oito– estão obesos, um aumento em relação aos 600 milhões de 2014.

“Sem esforços maiores, existe o risco de não se atingir a meta dos ODM de erradicar a fome até 2030”, disse o relatório, em referência aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU adotados por países-membros em 2015.

Esse foi o terceiro ano consecutivo no qual os níveis mundiais da fome aumentaram, após uma década de reduções.

A editora do relatório, Cindy Holleman, disse que a variação crescente de temperaturas, as chuvas inconstantes e as mudança nas estações estão afetando a disponibilidade e a qualidade dos alimentos.

“É por isso que estamos dizendo que precisamos agir agora”, disse Cindy, economista-sênior de segurança alimentar e nutrição da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

“Porque estamos preocupados de que não irá melhorar, que só irá piorar”, disse à Thomson Reuters Foundation.

No ano passado, quase 124 milhões de pessoas em 51 países enfrentaram níveis críticos de fome causados por conflitos e desastres climáticos, segundo a ONU.

Muitas nações que passam por conflitos prolongados, como Iêmen, Somália, Sudão do Sul e Afeganistão, também sofreram um ou mais choques climáticos, como secas e enchentes, informou o relatório.

Na segunda-feira, a instituição de caridade Save the Children disse que 600 mil crianças localizadas em zonas de guerra podem morrer de fome extrema até o final deste ano, à medida que a redução de fundos entra em vigor e partes em conflito impedem a chegada de suprimentos a pessoas necessitadas.

A ONU disse que a deterioração do quadro da fome na América do Sul pode se dever aos preços baixos das principais commodities de exportação da região –especialmente o petróleo.

Até junho, a falta de alimentos já havia levado estimadas 2,3 milhões de pessoas a fugirem da Venezuela, segundo a ONU.

O acesso incerto ou insuficiente à comida também contribui para a obesidade, porque pessoas com recursos financeiros limitados podem optar por alimentos mais baratos e energéticos que são ricos em gorduras, sal e açúcar, acrescentou o relatório.
Fonte: Reuters




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