Segundo estudo publicado na revista Nature Geoscience, exceder o volume de emissões de gases do efeito estufa poderia causar inevitavelmente uma catástrofe climática.
O orçamento de emissões de dióxido de carbono é a quantidade permitida de CO2 que pode ser liberada dentro de um período de tempo para não exceder o nível de aquecimento global estabelecido até o final desse período.
De acordo com o Acordo de Paris, assinado em 2015, para que cenário catastrófico de mudança climática seja evitado, o aumento da temperatura média deveria ser limitado a 1,5°C, enquanto que a emissão não deve ultrapassar 550 gigatons de dióxido de carbono.
Cientistas analisaram a influência da emissão de CO2 e metano (causado pelo derretimento do permafrost) sobre o orçamento de emissões. Os resultados mostraram que a liberação de 2.320 gigatons de CO2 chegaria ao limite do aumento de temperatura, ou seja, 1,5°C, enquanto que 3.230 gigatons ultrapassaria o limite em 2°C.
Tendo em conta o derretimento do permafrost, esses indicadores são reduzidos em 30 e 60 gigatons, respectivamente. Ao mesmo tempo em que o orçamento de emissão permissível é reduzido ainda mais — em 60 e 100 gigatons, respectivamente.
Às vezes, permite-se um aumento temporário nos valores definidos, mas que deve ser seguido por uma diminuição. No entanto, no cenário em questão, o derretimento do permafrost levará a uma redução no orçamento de emissões em 16%. Se o limite for excedido em 1°C, o orçamento de emissão diminuirá em 25%, enquanto que para um limite de 1,5°C, o orçamento de emissões é reduzido de 10 a 100%.
Desse modo, a ultrapassagem dos limites é a estratégia mais arriscada da atualidade, além de estar quase completamente esgotada. Hoje em dia está sendo realizado o cenário de ultrapassagem do limite, portanto, os cientistas concluem que a humanidade deve ir se acostumando, pois é impossível voltar atrás, ou seja, a um nível seguro de aquecimento.
Fonte: Sputniknews.com
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