26 de janeiro de 2021

Aula Bíblica Adultos Cpad – Lição 05: Fruto do Espírito: o Eu Crucificado

A paz do Senhor.
Vejam estas sugestões:
Apresentem o título da lição: 
Fruto do Espírito: o Eu Crucificado.
Iniciem a aula perguntando:
O que é mais importante? Ser batizado no Espírito Santo ou viver o fruto do Espírito? Após ouvir as respostas, de acordo com as Escrituras, diga que essa pergunta não faz sentido algum para o crente. Em nenhum lugar da Bíblia se ensina essa “escolha”, pois tanto um quanto o outro são igualmente importantes na vida do crente e da igreja. Tanto o Batismo no Espírito Santo, e a realidade dos dons espirituais, quanto o fruto do Espírito são realidade de uma única fonte: o Espírito Santo. Ao expor o conteúdo desse primeiro tópico, deixe claro que para vencer a Carne é preciso “andar no Espírito”; e só “anda no Espírito” quem manifesta o fruto do Espírito. Logo, só há um jeito de crucificar a carne: o fruto do Espírito.
Em seguida utilize a: 
Dinâmica: O Fruto Desejado
Objetivos:
Estudar sobre o Fruto do Espírito.
Destacar a importância da manifestação das 09 virtudes do Fruto do Espírito na vida cristã.
Material:
01 laranja sem casca(deixem apenas 09 gomos)
Nomes das 09 virtudes digitadas
01 quadro ou cartolina
01 rolo de fita adesiva

Procedimento:
– Apresentem a laranja e falem: o Fruto do Espírito pode ser comparado a esta tangerina, para efeito didático. Vejamos a razão: é um todo composto por 09 partes, como uma laranja e seus gomos. Cada parte, uma virtude.

– Falem, também: Agora vamos conhecer o nome de cada virtude. À medida que um aluno estiver lendo, de forma pausada, Gálatas 5. 22 e 23, coloquem os nomes digitados no quadro ou cartolina, formando um círculo.

– Afirmem: Estudar sobre o propósito do fruto do Espírito é o tema da nossa aula.

– Então, comecem o estudo do tema, enfatizando a importância da manifestação das 09 virtudes do Fruto do Espírito na vida cristã.


Lição
Em seguida, apresentem os pontos levantados na lição. 

TEXTO ÁUREO
  Ora, o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo. Romanos 15.13. 


VERDADE PRÁTICA
O fruto do Espírito é um dos temas mais vibrantes da ética cristã, pois mostra para o mundo o que Espírito Santo colocou dentro de cada um de nós.


LEITURA DIÁRIA
  Segunda 
– Rm 7.15-19 O apóstolo mostra o conflito interior do religioso formal

Terça
 – Rm 8.5 Existe uma diferença visível entre os incrédulos e os crentes em Jesus

Quarta 
– Rm 8.8,9 Quem tem o Espírito de Cristo, este pertence a ele

Quinta 
– 2 Co 4.16 Os que estão em Cristo se renovam a cada dia no ser interior

Sexta 
– Gl 2.20 O Senhor Jesus vive naquele que está crucificado com Ele

Sábado 
– Cl 3.5 A carne deve ser subjugada pelo Espírito Santo 


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
  Gálatas 5.16-26
16 – Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.

17 – Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis.

18 – Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.

19 – Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia,

20 – idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias,

21 – invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus.

22 – Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.

23 – Contra essas coisas não há lei.

24 – E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.

25 – Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.

26 – Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. 

Bíblia online
Bíblia sagrada online


HINOS SUGERIDOS
Harpa Cristã: 178



Harpa Cristã: 315



Harpa Cristã: 541



OBJETIVO GERAL
Demonstrar que o Fruto do Espírito é um dos temas mais vibrantes da vida cristã. 


OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. 
Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
* Conceituar o fruto do Espírito;
* Distinguir e relacionar fruto do Espírito e dons espirituais;
* Conscientizar que o Espírito se opõe à Carne.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Fruto do Espírito e dons espirituais não deveriam ser exclusivistas, mas duas realidades complementares que revelam todo o conselho de Deus. Quem é cheio do Espírito deve desejar o Fruto do Espírito na mesma intensidade que deseja os dons espirituais. Se os dons são sinais poderosos para a evangelização e edificação da igreja, o fruto do Espírito é o testemunho poderoso de uma natureza purificada em meio à geração corrompida.

Ora, no meio das trevas quem é luz é como quem segura uma tocha iluminada a meia-noite. Assim, o fruto do Espírito é o testemunho do “eu crucificado” com Cristo. Esse “eu” não é mais regido pelos instintos primitivos e animalescos da Carne, mas pela direção harmoniosa, calma e serena do Espírito Santo. 


INTRODUÇÃO
O fruto do Espírito é o resultado de uma vida cristã abundante e manifestada no relacionamento entre os irmãos e irmãs na igreja e no lar, na convivência com os descrentes no trabalho e na sociedade. Por isso, devemos entender o conflito entre a carne e o Espírito e a função do fruto do Espírito. 


PONTO CENTRAL
O Fruto do Espírito tem como fonte o próprio Espírito Santo.


I – O FRUTO DO ESPÍRITO NA VIDA DO CRENTE
O crente em Jesus é alguém que vive sob os domínios do Espírito; ele é liberto da lei e dos rudimentos deste mundo, mas isso não significa uma vida passiva. O fruto do Espírito é a expressão do Espírito na vida do crente. 


1. Definição. 
Jesus nos salva e nos dá o Espírito Santo, nos renova e coloca em nós o desejo de fazer o que é bom e agradável a Deus. O fruto do Espírito é o resultado natural de um processo de amadurecimento e a consequência de um processo natural de crescimento espiritual.

Ele surge gradativamente dentro de nós como resultado da regeneração do Espírito Santo de forma instantânea e também gradativa por meio do crescimento na graça de nosso Senhor Jesus Cristo, como acontece com a santificação. O apóstolo apresenta nove modalidades do fruto (v.22).


2. “O fruto”, no singular. 
Alguns expositores estranham o fato de Paulo contrapor “as obras da carne” (v.19) com o “fruto do Espírito” (v. 22), no singular, quando era de se esperar “frutos”. O missionário Eurico Bergstén explica esse singular ilustrando esse fruto como uma laranja e seus gomos.

O “fruto” que aparece logo em seguida é o amor (“caridade”, na Versão Almeida Corrigida – 1969), diz o missionário, as oito virtudes seguintes são os reflexos do amor: “gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (v. 22).Donald Gee chama o fruto do Espírito de nove modalidades do fruto.

A forma singular sugere que nelas se produz a unidade de caráter de Cristo, as nove graças mencionadas, todas elas em contraste com as confusões das obras da carne.


3. Andar no Espírito (v.16)
Ser guiado pelo Espírito significa, na linguagem paulina, vitória sobre os desejos e impulsos carnais. “Andar no Espírito” é uma expressão que indica viver corretamente em humildade, submissão e santidade.

O apóstolo Paulo usa termos similares para se referir a esse estilo de vida dos crentes: “para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus” (Cl 1.10); “andar e agradar a Deus” (1 Ts 4.1); “andai em amor” (Ef 5.2); “andai como filhos da luz” (Ef 5.8); “andai nele” (Cl 2.6). O apóstolo Pedro nos ensina: “andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação” (1 Pe 1.17). 


SÍNTESE DO TÓPICO I
O fruto do Espírito revela o crente que vive sob os domínios do Espírito. 


II – DIFERENÇA E RELAÇÃO ENTRE O FRUTO E OS DONS DO ESPÍRITO
Os dons espirituais e o fruto do Espírito têm a sua origem numa mesma fonte e ambos glorificam a Cristo, mas se trata de coisas distintas. O amor, por exemplo, não é um dom (1 Co 14.1).

1. Diferença. 
O que há em comum entre essas duas fases abençoadas da nossa redenção é a fonte de origem. A primeira e a maior modalidade do fruto do Espírito é o amor, as demais modalidades são reflexos do amor. O apóstolo Paulo usa o amor como representante do fruto do Espírito ao comparar o fruto com os dons do Espírito. O amor é superior aos dons, é o “caminho ainda mais excelente” (1 Co 12.31).

Por essa razão, o amor encabeça essa lista (Gl 5.22); e em outras passagens prevalece a supremacia do amor (1 Co 13.13; Gl 5.13; 6.1,2). Paulo afirma ainda que os dons sem o amor não são “nada” (1 Co 13.1-3) e são passageiros (1 Co 13.8-10), mas o amor é eterno.


2. Os dons na igreja.
 
Convém relembrar que os dons são importantes. Isso não significa que devemos desprezá-los. É a vontade de Deus que os irmãos e as irmãs não ignorem os dons espirituais (1 Co 12.1), que busquemos os melhores (12.31) e “não desprezeis as profecias” (1 Ts 5.20). Os dons são comparados a um andaime numa construção; a igreja, a um edifício (1 Co 3.10-12; Ef 2.20-22).

Não é possível uma construção prosseguir sem o andaime, mas uma vez concluída a obra, o andaime é dispensado. No céu não haverá necessidade dos dons, mas eles são uma necessidade imperiosa na vida da igreja hoje, pois ela precisa do poder do alto para combater o reino espiritual das trevas (Ef 6.10-12). Segundo Apocalipse 21 e 22, no mundo vindouro não há necessidade desses recursos do Espírito. 


SÍNTESE DO TÓPICO II
Os dons espirituais e o fruto do Espírito têm a sua origem numa mesma fonte: o Espírito Santo. Ambos glorificam a Cristo. 


SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
“A Palavra de Deus fala claramente da recompensa que o crente tem ao dar liberdade ao Espírito Santo para que produza as características de Cristo no seu interior. Em 2 Pedro 1, a Bíblia nos fala da necessidade de o crente desenvolver as dimensões espirituais de sua nova vida em Cristo. Com este desenvolvimento vem a maturidade, a firmeza e a perseverança, que permitem ao crente viver vitoriosamente no tocante à velha e pecaminosa natureza adâmica. No versículo 10, a Palavra de Deus diz: ‘Porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo’ (2 Pe 1.10,11).

O fruto é uma coisa viva. Se você entregou o controle de sua vida ao Espírito Santo, Ele infalivelmente produzirá em você o fruto do Espírito em uma colheita contínua e abundante. Ele é chamado ‘o Espírito de vida’ (Rm 8.2; Ap 11.11). Portanto, o seu fruto espiritual deverá ser crescente, nutrido e completo, reluzente, vistoso e sadio” (GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito: A Plenitude de Cristo na Vida do Crente. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2019, p.22).


III – O ESPÍRITO SE OPÕE À CARNE
O que levou o apóstolo ao assunto foi o contexto das igrejas da Galácia. O abuso da liberdade cristã, a antinomia, de um lado, e o legalismo, de outro estavam dando ocasião à carne, levando à falta de amor e à desunião (Gl 5.13-15).


1. O legalismo. 
Há um acentuado contraste entre estar na carne e andar no Espírito. O apóstolo mostra que para ser legalista, viver de acordo com a lei, depende da carne, mas para viver no Espírito, depende da graça de Deus (Gl 5.16-18). O sistema legalista que os opositores de Paulo, os judaizantes (Gl 2.14), ensinavam nas igrejas da Galácia, é egocêntrico, motivado pela carne e gera competição espiritual que resulta em desavença (Gl 5.15).


2. A Carne e o Espírito.
 
A palavra grega sarx, “carne”, tem muitos significados na Bíblia, principalmente nos escritos paulinos. Pode significar fraqueza física (Gl 4.13), o corpo (Gl.4.13), o ser humano (Rm 1.3), o pecado (v.24), os desejos pecaminosos (Rm 8.8). O contexto determina o significado dela. No contexto das “obras da carne” significa o conjunto de impulsos pecaminosos que dominam o ser humano.

Da mesma maneira a palavra grega pneuma, “espírito”, que se aplica ao Espírito Santo, ao espírito humano, aos anjos e aos espíritos imundos. É só prestar atenção ao contexto para saber a que espírito o escritor sagrado está se referindo. A oposição do Espírito contra a carne na vida cristã mostra que “os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências” (v.24). É isso que acontece conosco diariamente: a morte do “eu”.


3. Os vícios (vv.19-21). 
O apóstolo apresenta uma lista com 15 vícios, que ele chama de “obras da carne” (vv.19-21). Outras listas aparecem em outras epístolas paulinas (Rm 1.29-31; 1 Co 6.9,10; 1 Tm 1.9,10). Paulo não pretende ser exaustivo; essas listas são representativas em Gálatas, pois ele acrescenta: “e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (v.21).

Podemos classificar esses vícios em três categorias: a) sexo ilícito: prostituição, impureza e lascívia; b) pecados de ordem religiosa: idolatria e feitiçaria; c) pecados de ordem social: inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices e glutonaria. 


SÍNTESE DO TÓPICO III
O abuso da liberdade cristã e o legalismo revelam a oposição entre a Carne e o Espírito, pois ambos levam à falta de amor e desunião. 


SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A maturidade espiritual ajuda-nos a ter bons relacionamentos com as pessoas. Passamos a compreendê-las melhor e a reconhecer a melhor maneira de ministrar a elas. Devemos esforçar-nos para alcançar a união. As pessoas, ao observarem o nosso caráter e conduta, passarão a ter confiança em nós.[…] O fruto é a maneira de se exercer os dons. Cada fruto vem acondicionado no amor, e qualquer dom, mesmo na sua mais plena manifestação, nada é sem o amor.

‘Por outro lado, a plenitude genuína do Espírito Santo forçosamente produzirá também frutos, por causa da vida renovada e enriquecida da comunhão com Cristo’. Conhecer o amor, poder e graça de Deus, inspiradores de reverente temor, deve fazer de nós vasos de bênçãos cheios de ternura. Não merecemos os dons. Nem por isso Deus se nega a nos revestir de poder.

E passamos a ser obreiros do Reino, prontos para trazer a colheita. Subimos a um novo domínio” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.493).


CONCLUSÃO
Cabe a cada crente fazer uma análise introspectiva para verificar se suas inclinações são carnais ou espirituais. Salomão disse que o homem é aquilo que imagina a sua alma (Pv 23.7). Jesus disse que o homem fala aquilo do que seu coração está cheio (Lc 6.45). O pensamento de cada ser humano norteia seu comportamento. Se a mente é carnal, seu comportamento é carnal, que resulta em morte; se a mente é espiritual, seu comportamento é espiritual, que resulta em vida e paz.

PARA REFLETIR
A respeito de “Fruto do Espírito: o Eu Crucificado”, responda:

1• Defina “fruto do Espírito”. 
O fruto do Espírito é o resultado natural de um processo de amadurecimento e a consequência de um processo natural de crescimento espiritual.



2• O que significa “andar no Espírito”? 
“Andar no Espírito” é uma expressão que indica viver corretamente em humildade, submissão e santidade.



3• Quais são as modalidades do fruto do Espírito? 
A primeira e a maior modalidade do fruto do Espírito é o amor, as demais modalidades são reflexos do amor.



4• O que o apóstolo Paulo fala dos dons espirituais sem o amor? Paulo afirma ainda que os dons sem o amor não são “nada” 
(1 Co 13.1-3) e são passageiros (1 Co 13.8-10), mas o amor é eterno



5• Quais são os vícios denominados “obras da carne” (Gl 5.19-21)? 
Podemos classificar esses vícios em três categorias: a) sexo ilícito: prostituição, impureza e lascívia; b) pecados de ordem religiosa: idolatria e feitiçaria; c) pecados de ordem social: inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices e glutonaria.



Vídeos aulas:
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Subsidio - 01
Fruto do Espírito Santo
Fruto do Espírito é uma seleção de virtudes produzidas pelo Espírito Santo na vida daqueles que foram feitos novas criaturas. Esse fruto resulta em uma conduta de vida integra e de acordo com a vontade de Deus. O fruto do Espírito Santo é descrito pelo apóstolo Paulo em Gálatas 5:22,23.

Neste estudo bíblico, entenderemos melhor o que é o fruto do Espírito e qual o seu significado e implicação na vida dos seguidores de Cristo.

O que é fruto do Espírito?
Antes de falarmos sobre  fruto do Espírito, precisamos saber que nos versículos anteriores (Gálatas 5:19-21) o apóstolo Paulo falou sobre os perigos das obras da carne. Essas obras são uma seleção de práticas pecaminosas decorrentes da natureza decaída do homem.

Fruto do Espírito é mencionado dentro de um capítulo onde Paulo faz uma exposição acerca da liberdade que há em Cristo. Ele fornece uma contraposição com as restrições impostas pelo legalismo que estava sendo pregado na comunidade cristã da Galácia. Além disso, o apóstolo enfatizou que o julgo da Lei não é capaz de fazer com que alguém viva de acordo com a vontade de Deus, mas que somente através do Espírito Santo o homem é capacitado a viver uma vida que agrada ao Senhor.

O pano de fundo dos ensinos desse capítulo é a intensa luta entre a carne e o Espírito. O Espírito abomina os desejos da carne, e a carne, por sua vez, rejeita as coisas em que o Espírito nos conduz. Assim, Fruto do Espírito é o bem que nos faz vencer o mal. É o resultado natural de uma nova vida, uma vida regenerada, uma vida que reflete o novo nascimento, a vida no Espírito.

Também é importante não confundir Fruto do Espírito com os dons especiais que o Espírito Santo concede a algumas pessoas e que devem ser utilizados a serviço da Igreja de Cristo. Fruto do Espírito é um conjunto de capacitações que todos os redimidos recebem.

Por que “fruto do Espírito” e não “frutos do Espírito”?
É interessante notar que quando o apóstolo fala dessas capacitações ele utiliza o singular, “fruto do Espírito”, ao invés do plural, “frutos do espírito”. Já quando ele escreve sobre as práticas pecaminosas, ele utiliza o plural, “as obras da carne”.

Muitas especulações já foram feitas na tentativa de explicar o porquê disto. A melhor de todas elas defende que isso acontece porque, diferentemente das obras da carne, Fruto do Espírito é uma unidade. Isso significa que todas as capacitações pertencem a um único fruto.

Não somos nós que produzimos esse fruto, mas o Espírito Santo que o produz em nós. Ele assim o faz de um modo em que uma virtude está diretamente ligada a outra. Por tanto, essas virtudes são indivisíveis e juntas formam “o fruto”. Pense em cada virtude como sendo gomos de um mesmo fruto.

Também facilita o nosso entendimento quando conseguimos entender que o amor é à base de todas as outras virtudes citadas. Se não houver amor, é impossível que se tenha verdadeira alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Podemos dizer que o fruto do Espírito é o amor seguido necessariamente pelas outras oito preciosas virtudes citadas.

Essa não foi a única vez em que o apóstolo utilizou uma metáfora relacionada à produção agrícola para se referir a conduta esperada dos verdadeiros cristãos (Romanos 6:22; Efésios 5:9; Filipenses 1:11). Encontramos também em outras passagens bíblicas o mesmo princípio. Um exemplo disto é a pregação de João Batista que enfatizava que o arrependimento verdadeiro produz fruto visível de mudança de comportamento (Mateus 3:8; Lucas 3:8).

A descrição do fruto do Espírito
Como já dissemos, imediatamente após descrever as obras da carne, o apóstolo Paulo descreveu Fruto do Espírito. O apóstolo apresentou a seguinte relação representativa como sendo Fruto do Espírito:

Amor
O amor é a base para todas as outras virtudes (cf. 1 Coríntios 13; Efésios 5:2; Colossenses 3:14). No mesmo capítulo 5 de Gálatas, Paulo já havia enfatizado a importância e necessidade do amor na vida dos verdadeiros cristãos (Gálatas 5:6,13).

Paulo não foi o único a enfatizar a prioridade do amor na vida dos santos. O apóstolo João escreveu que “aquele que não ama não conhece a Deus” (1 João 4:8; cf. 3:14; 4:19). O apóstolo Pedro também ressaltou esse princípio em sua primeira epístola (1 Pedro 4:8). Claro que tudo isto reflete o ensino do próprio Jesus, onde Ele pessoalmente ensinou que seus discípulos seriam conhecidos pelo amor demonstrado (João 13:34,35).

Alegria
A alegria é uma consequência direta do amor. Essa não é uma alegria superficial, nem mesmo significa a ausência de aflições e dificuldades. Essa alegria é aquela que o apóstolo Pedro escreveu dizendo que é “inefável e gloriosa” (1 Pedro 1:8).

Essa alegria também é a mesma que o apóstolo Paulo sentia ao dizer: “entristecidos, mas sempre alegres” (2 Coríntios 6:10). A alegria produzida pelo Espírito Santo em nós, faz com que nos alegremos mesmo diante da dor, pois somos capazes de compreender que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Romanos 8:28).

Paz
No livro de Salmos aprendemos que aquele que ama a Lei de Deus possui grande paz (Salmos 119:165; cf. 29:11; 37:11; 85:8). Resultante do amor, essa paz é a marca de um coração sereno. ela é uma tranquilidade experimentada verdadeiramente apenas por aqueles que são justificados mediante a fé (Romanos 5:1).
Quando alcançamos essa paz, inevitavelmente desejamos compartilhá-la, para que outros também a tenham (Mateus 5:9). Pela cruz de Cristo é que hoje temos a genuína paz.

Longanimidade
A longanimidade é a paciência característica de quem foi regenerado, que nos preserva das típicas explosões de ira tão comuns nas obras da carne (Gálatas 5:20). A paciência como fruto do Espírito Santo é fundamentada na confiança de que Deus cumprirá suas promessas. Essa certeza não nos deixa cair em desespero (2 Timóteo 4:2,8; Hebreus 6:12).

Benignidade
Sabemos que nosso Deus manifesta a benignidade (Romanos 2:4; 11:22; cf. Salmos 136:1). No ministério do Senhor Jesus narrado nos Evangelhos, podemos claramente perceber tamanha benignidade demonstrada por Ele para com os pecadores (Marcos 10:13-16; Lucas 7:11-17,36-50; 8:40-56; 13:10-17; 18:15-17; 23:24; João 8:1-11; 19:25-27).

Diretamente resultante do amor, somos aconselhados a demonstrar benignidade. Isso significa que não devemos causar dor a ninguém (Mateus 5:43-48; Lucas 6:27-38).

Bondade
A bondade pode ser traduzida como a generosidade presente no coração e expressa nas ações daqueles que são guiados pelo Espírito. É a excelência moral e espiritual produzida pelo Espírito Santo em nós que nos capacita a zelar pela verdade e pelo que é correto. Essa bondade no leva a rejeitar tudo o que é mal e perverso.

Fidelidade
A fidelidade em algumas traduções aparece traduzida como “fé”. Essa também é uma tradução correta do termo grego utilizado. Porém, devido à clara relação com a bondade e a benignidade citadas anteriormente, a tradução que mais se encaixa ao contexto é “fidelidade” ou “lealdade”.

Analisando a própria Epístola aos Gálatas, podemos perceber que faltava lealdade a muitos membros daquela comunidade cristã, não só para com Paulo (Gálatas 4:16), mas para com o próprio Evangelho (Gálatas 1:6-9; 3:1; 5:7). Assim, fidelidade como fruto do Espírito não apenas se resume à lealdade para com os homens, mas principalmente para com Deus e à sua vontade.

Mansidão

A Mansidão é o oposto da agressividade, da raiva, da violência. Sermos gentis uns para com os outros revela o fruto do Espírito em nós, e nos faz ser imitador do nosso Senhor (Mateus 11:29; 2 Coríntios 10:1).

Domínio próprio

O fruto do Espírito pode ser visto na relação que alguém tem consigo mesmo. O domínio próprio também pode ser traduzido como “temperança”. No sentido original, o termo grego descreve a capacidade de uma pessoa conter-se a si mesma. Exercendo o domínio próprio, submetemos todas as nossas vontades à obediência a Cristo.

A importância do fruto do Espírito
É evidente o contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito. Diante da depravação da natureza humana, sabemos que seria impossível ao homem exercer tais virtudes. É por isso que o Espírito Santo é quem nos capacita a exercê-las. Portanto, demonstrar o fruto do Espírito em nossas vidas não é uma questão de autojustiça ou mérito próprio, mas de submissão à direção e domínio do Espírito Santo.

Em sua exposição sobre o fruto do Espírito, Paulo continua dizendo que “contra tais coisas não existe Lei” (Gálatas 5:23). Com isto ele quer dizer que não há qualquer restrição a esse modo de vida santo caracterizado pelo fruto do Espírito Santo. Além disso, é vivendo assim que desfrutamos da verdadeira liberdade em Cristo.

Paulo também deixou claro que a única maneira de vivermos o fruto do Espírito em nossas vidas é através da nossa união com Cristo. Essa união reflete nossa completa dependência d’Ele. Nós não somos capazes de exibir por nossa própria força, essas virtudes que fundamentam o caráter cristão.

Assim, o apóstolo nos ensina que “os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com suas paixões e concupiscências” (Gálatas 5:24). Jesus levou consigo na cruz a nossa natureza carnal. Portanto, nossa carne e os desejos provenientes dela que nos escravizavam, foram crucificados com Cristo. O golpe fatal já foi dado! Deus já providenciou tudo o que precisamos para vivermos em novidade de vida de uma forma que o agrada.
O fruto do Espírito na vida cristã

No entanto, cabe a nós agora vivermos na prática o que somos em princípio. Se nossa carne foi crucificada com Cristo, então agora vivemos no Espírito. Se o Espírito é a fonte de nossas vidas, se é Ele quem nos capacita a vivermos em retidão, então devemos entregar completamente nossos passos a Ele. Por isso o apóstolo escreve: “se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo Espírito” (Gálatas 5:25).

Se somos verdadeiramente seguidores de Cristo, necessariamente devemos viver de uma maneira compatível à nossa fé. A vida cristã deve ser completamente dependente do poder que o Espírito Santo nos concede de mortificar as paixões e desejos carnais, revelando em nossa conduta os efeitos da cruz de Cristo.

Como servos do Senhor, a primeira coisa que deve ser notado em nosso modo de viver é o fruto do Espírito. Se olharmos para nossa própria vida e não enxergarmos o fruto do Espírito nela, então pode ser que nossas raízes não estejam no Calvário.
Fonte: Subsidio///estiloadoraçao.com
Fonte da dinamica//atitudedeaprendiz.blogspot.com
Credito, Lições Bíblicas
Cpad
Adultos
1º Trimestre de 2021
Comentarista: Pastor Esequias Soares


Subsidio - 02
Os Nove Aspectos do Fruto do Espírito
Há referência ao fruto do Espírito Santo como frutos do Espírito. No entanto, no texto bíblico o termo em questão não está no singular. Na verdade, trata-se de um fruto com nove gomos.

Fruto esse que se divide em três partes.
Primeira: De acordo com o nosso relacionamento com Deus (amor, alegria e paz).


Segunda: Em conformidade com a nossa convivência com outras pessoas (longanimidade, benignidade e bondade).


Terceira: Segundo o nosso trato com nós mesmos (mansidão, fidelidade e domínio próprio).


Veja, a seguir:
Amor - O dom maior de Deus.
A expressão amor procede do termo grego αγάπη (agapē), que quer dizer amor, afeição e estima.

O Apóstolo Paulo escreveu acerca da natureza do amor na Primeira Carta aos Coríntios 13. É o capítulo do amor.

“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Co 13.4-7).


Alegria - A força do amor.
O termo alegria vem do vocábulo grego χαρά (chara), o qual significa alegria, gozo e regozijo.

Segundo o autor do livro de Provérbios, o coração alegre aformoseia o rosto (Pv 15.13); o coração alegre é bom remédio (Pv 17.22).

Com alegria do Espírito Santo, a Igreja em Tessalônica recebeu a palavra em meio de muita tribulação (1 Ts 1.6).

“Tribulação não pode amortecer a verdadeira alegria do Espírito.” É a afirmação de Moody.


Paz - A segurança do amor.
O termo paz, em hebraico, שָׁלֹ֣ום (shalom), significa segurança, completude, perfeição, bem-estar, saúde e prosperidade.

Em grego, a palavra paz, εἰρήνη (eirēnē), quer dizer harmonia e tranquilidade.

Deus é de paz (1 Co 14.33). Jesus Cristo concede paz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jo 14.27).


Longanimidade - A perseverança do amor.
O termo longanimidade vem do grego μακροθυμία (makrothumia), que significa paciência, clemência, indulgência, resignação e longanimidade.

Makrothumia é a junção de makros, longo, e de thumia, temperamento.

“A longanimidade é a qualidade de autodomínio em face da provocação que não retalia impetuosamente ou castiga prontamente; é o oposto da raiva, e está associado com a misericórdia, e é usado acerca de Deus (Êx 34.6, na Septuaginta; Rm 2.4; 1 Pe 3.20). A paciência é a qualidade que não se rende às circunstâncias ou sucumbe sob às provas: é o oposto do desalento e está associado com a esperança (1 Ts 1.3); não é usado acerca de Deus¹."


Benignidade - A conduta do amor.
A expressão benignidade procede do grego χρηστότης (chrēstotēs), que significa bondade e retidão: (a) no sentido do que é direito, reto (Rm 3.12, “bem”); (b) no sentido de generosidade de coração ou ato, dito acerca de Deus (Rm 2.4 ) e dito acerca dos crentes (2 Co 6.6).

“O crente que expressa este fruto espiritual é verdadeiramente um cavalheiro ou uma dama. Ele é naturalmente bom, honesto, de temperamento doce, ajudador e terno de sentimentos. Ele sempre procura ver os outros na melhor das intenções. Ao manifestar benignidade, o crente trata seus amigos da mesma maneira que Deus o tem tratado (Ef 4.32)².”


Bondade - O caráter do amor.

O vocábulo bondade vem da expressão grega άγαθωσύνη (agathōsunē). Significa bondade, retidão de coração e vida.

“O gomo do fruto do Espírito que denominamos bondade guarda estreita ligação com outra virtude: a benignidade, tornando-se, às vezes, dificultoso distinguir uma da outra. Mas, em geral, admite-se que a benignidade esteja mais ligada ao ser, enquanto a bondade se relaciona ao fazer. Assim, a bondade consiste na prática da benignidade. Por meio dela praticamos os atos altruístas e generosos a favor do próximo, o serviço que vai além da obrigação³.”


“A bondade de Deus é a raiz de toda bondade; e a nossa bondade, se temos alguma, origina-se em sua bondade” (William Tyndale).


Fidelidade - A confiança do amor.
A palavra fidelidade procede do grego πίστις (pistis), que quer dizer fé, confiança e compromisso. Como característica ou qualidade significa fidelidade, confiabilidade, lealdade e comprometido.

O Apóstolo Paulo disse na carta a Tito: “Quanto aos servos, que sejam, em tudo obedientes ao seu senhor dando-lhe motivo de satisfação; não sejam respondões, não furtem; pelo contrário, deem prova de toda fidelidade, a fim de ornarem, em todas as coisas, a doutrina de Deus, nosso Salvador” (Tt 2.9,10).


Mansidão - A humildade do amor.
O termo mansidão vem do grego πραΰτης (prautēs), que significa gentileza, humildade, cortesia, consideração e amabilidade.

“Mansidão é a marca registrada do homem dominado por Deus.” Citação de Geoffrey B. Wilson.

Jesus Cristo era manso. Ele mesmo disse o que segue: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.28).


Domínio próprio - A vitória do amor.
A expressão domínio próprio procede do grego εγκράτεια (egkrateia). Quer dizer autodomínio, autocontrole e autocontenção. Egkrateia resulta da união de dois termos gregos: en (no âmbito da) e kratos (domínio, força, poder). Ou seja: autocontrole - que sai de dentro de si mesmo, mas não por si mesmo.

Depois de saber disso, no que se segue, dois provérbios bíblicos.

“Melhor é o longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade” (Pv 16.32).

“Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não tem domínio próprio” (Pv 25.28).

Pedro, o Grande, um dos maiores imperadores da Rússia, num acesso de cólera, golpeou o seu jardineiro, causando a morte dele alguns dias depois. "Que desgraça!", disse o imperador. "Conquistei outras nações, mas não consegui conquistar a mim mesmo."

Considerações finais
Diante dessas nove virtudes do Espírito Santo, faz-se a pergunta que vale um milhão de reais: Como é gerado o fruto do Espírito de Deus? “O fruto do espírito é produzido pelo Espírito com a cooperação do crente, entregue a ação de Deus. Isso não acontece por um processo mecânico, automático nem rápido; é um processo lento, gradual e progressivo. A árvore precisa estar viva para produzir fruto."
Fontes e crédito.
Por Juliano Machado de Matos
¹VINE, W.F.; UNGER, Merril F.; JÚNIOR, Willian White. Dicionário Vine. Tradução: Luís Aron de Macedo. Rio de Janeiro: Cpad, 2002. p 759.
²Diversos autores. 11ª Escola Bíblica de Obreiros de Passo Fundo: Avivamento. Passo Fundo: IEADPF/Ministério de Ensino, 2011. pp. 54.Apostila.
³GOMES, Geziel. Dicionário do Espírito Santo. Rio de Janeiro: Ed. Central Gospel, 2010. p. 56.
⁴Ibidem. p. 143.


Adultos - Lições Bíblicas: 1° Trimestre de 2021: Cpad - Tema: O Verdadeiro Pentecostalismo - A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo







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Se é ensinar, haja dedicação ao ensino". Rm12 : 7b. 

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