Em jantares na companhia de políticos, Ricardo Saud, conhecido como o ‘homem da mala’ gostava de repetir que era dono da maior bancada do Congresso Nacional. Segundo informações da ‘Folha de S. Paulo’, o lobista da J&F (controladora da JBS) dizia que a maior bancada da Câmara e Senado não era do PMDB, PSDB ou PT, mas dele.
O que chama a atenção no referido delator, segundo nota da coluna Expresso do site de ‘Época’, é que Ricardo Saud considera a possibilidade de disputar uma eleição. Filiou-se ao Solidariedade, partido do deputado federal Paulinho da Força (SP), em abril do ano passado. Conhecido como ‘Ricardinho’, ele sonha em ser prefeito de Uberaba (MG). Ricardinho diz ser amigo de Paulinho.
Detalhes da delação
Diante de tanta responsabilidade para acertar pagamentos ilícitos com políticos, Ricardinho tornou-se organizador de eventos para parlamentares regados a vinhos caros e carne Friboi, marca da JBS.
De acordo com a publicação da ‘Folha de S. Paulo’, um desses encontros, ainda em 2014, ocorreu na casa do então presidente do Senado, Renan Calheiros.
Naquele ano, de eleições majoritárias, Ricardo Saud tinha o papel de operacionalizar os pagamentos da JBS a políticos.
Ricardinho também tinha a função de levar recados dos irmãos Joesley e Wesley Batista à cúpula dos partidos. Em uma dessas ‘missões’, também em 2014, ele foi tentar convencer o presidente do PP, Ciro Nogueira, a mudar de lado, abandonando Dilma Rousseff (PT) para apoiar a candidatura de Aécio Neves (PSDB) para a Presidência.
No encontro, Saud teria entregue a Ciro um papel em branco para que o senador indicasse o valor desejado da JBS para mudar de lado. Segundo a ‘Folha’, Ciro, que nega a história, recusou a proposta.
Fonte: Época e Notícias ao Minuto
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