O Financial Times diz, em editorial, que país precisa de “mãos limpas” na política, e que crise política ameaça apostas de investidores
O jornal britânico ‘Financial Times’ publicou editorial neste domingo (28) dizendo que o país precisa de “mãos limpas” na política para implementar as reformas necessárias para retomar o crescimento econômico. No texto, o jornal afirma que nunca se acreditou que o presidente Michel Temer fosse santo, mas esperava-se que ele tivesse mais competência que Dilma Rousseff na condução da economia.
“Mesmo que seu governo não fosse menos corrupto que o de Rousseff, era mais competente e desfrutava de apoio no Congresso”, diz o ‘Financial Times’.
O jornal considera que a posição de Temer é menos frágil que de Dilma Rousseff e que as provas apresentadas contra ele não são conclusivas. No entanto, o jornal afirma que o presidente está perdendo apoio rapidamente e a que coalizão que o sustenta ainda não se desfez por falta de substitutos claros para o lugar de Temer. “Rousseff pelo menos tinha um vice-presidente ávido por ocupar seu lugar”, diz o editorial.
Na avaliação do jornal, os mercados ainda não mudaram suas apostas e o ambiente econômico é de relativa calma. A expectativa dos investidores é de que, quem quer que seja o sucessor, ele “não terá escolha” a não ser seguir com as reformas. Outro fator de estabilidade no momento é que país não está à beira de nenhuma crise fiscal, diz o Financial Times.
Mas a remoção de dois presidentes em dois anos seria “notável”, e a percepção da população é que os governantes estão mais preocupados em escapar das grades que governar, o que é preocupante. “Isso é um caminho perigoso que pode dar abertura para oportunistas e populistas em 2018. Qualquer calma nos mercados pode ser breve”, avalia.
Fonte: Veja
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