25 de fevereiro de 2022

Aula Bíblica Adultos Betel – Lição 09: A Visão do Vale de Ossos Secos

 ✋ A paz do Senhor Jesus Cristo a todos que amam a palavra de Deus, sejam muito bem vindos.

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TEXTOS DE REFERÊNCIA
   Ezequiel 37.3
E me disse: Filho do homem, poderão viver estes ossos? E eu disse: Senhor Jeová, tu o sabes.


VERDADE APLICADA
A genuína restauração espiritual produz fidelidade e comprometimento com a Palavra de Deus e um viver para a glória de Deus.


TEXTOS DE REFERÊNCIA
  Ezequiel 37. 1-2,4-5,10
1- Veio sobre mim a mão do Senhor; e o Senhor me levou em espírito, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos,

2- E me fez andar ao redor deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale e estavam sequíssimos.

4- Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor.

5- Assim diz o Senhor Jeová a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis.

10- E profetizei como ele me deu ordem; então o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército grande em extremo.



OBJETIVOS DA LIÇÃO
- Explicar que o plano divino inclui restauração.
- Ressaltar que Deus pode fazer mais do que pensamos.
- Mostrar os resultados da restauração divina.



  LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Jó 42.2
Deus é poderoso para cumprir Sua Palavra.

TERÇA / Mt 7.24-27
É preciso ouvir e praticar as palavras de Jesus.

QUARTA / Lc 1.37
Para Deus nada é impossível.

QUINTA / Gl 4.4
A plenitude dos tempos.

SEXTA / Ef 1.6, 12
Salvos para louvor e glória da graça de Deus

SÁBADO / Ef 2.11-19
Em Cristo, fazemos parte do povo de Deus.

   
Momento do louvor
Harpa Cristã: 212



Harpa Cristã: 340


Harpa Cristã: 526


🙏
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore por cura emocional e graça do Senhor.


ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1– O plano divino inclui restauração
2– O poder de Deus para fazer mais do que pensamos
3– Resultados da restauração
Conclusão


INTRODUÇÃO
Essa visão revela que Deus é poderoso para levar adiante Seu propósito de ter um povo que viva de acordo com a Sua vontade, para testemunho a todas as nações e a glória do Seu Nome.


PONTO DE PARTIDA
O plano de Deus inclui a restauração do homem.


1- O PLANO DIVINO INCLUI RESTAURAÇÃO
É provável que Ezequiel 37 seja um dos mais lidos e usados em pregações, dentre os quarenta e oito capítulos desse livro profético. Além de tantas mensagens denunciando o pecado do povo e o juízo divino, agora o profeta recebe uma mensagem que aponta para o plano divino de restauração. Assim tem sido desde o início da história da humanidade e sua relação com Deus: pecado, juízo, chamada ao arrependimento e promessa de restauração.


1.1. Ações divinas para restauração.
Como visto nas lições anteriores, Deus revelava o Seu propósito em restaurar o povo de Israel, enquanto anunciava Seu descontentamento com os pecados cometidos e as consequências de o povo ter se afastado dEle [Ez 11.16-20; 14.11; 16.60-63; 17.22-24]. Assim, o estudo de Ezequiel 37 é importante que seja realizado dentro deste contexto, principalmente da mensagem expressa no capítulo 36.16-38, que enfatiza maiores detalhes das diversas ações divinas visando a restauração do Seu povo, dentre outras: trará de volta o povo das nações para a sua terra; purificará das imundícias; dará um coração novo; dará o Seu Espírito.

* Alguns comentaristas consideram os capítulos 33-39 como “profecias de restauração” ou “a esperança de restauração”. Lawrence Richards: “Somente treze anos após a destruição de Jerusalém foi que Ezequiel assumiu seu ministério de profeta da esperança. O cativeiro não era definitivo. O remanescente certamente retornaria para sua terra. A seu tempo e à sua maneira, Deus cumpriria as promessas que fizera a Abraão e a Davi.”


1.2. Uma visão da situação espiritual.
Mais uma vez Deus revela ao profeta a situação espiritual do povo (ao longo do livro, isto foi feito por intermédio de várias mensagens metafóricas), agora por intermédio de uma visão de grande impacto: numerosos ossos “sequíssimos” espalhados em um vale [Ez 37.1-2]. Esta visão, como outros textos bíblicos, desperta a nossa mente quanto à relevância da Palavra de Deus para termos uma consciência mais ampla e profunda acerca da gravidade da situação humana, quando permanece afastada do relacionamento com Deus, de acordo com a vontade do Senhor – Gênesis 3.9-24 (o desenvolvimento do texto revela a gravidade do pecado de Adão e Eva); Isaías 1.5-6 (uma forte figura de linguagem para retratar a depravação); Apocalipse 3.17 (notar a diferença entre a percepção da igreja e a avaliação divina).

* Comentário Histórico-Cultural da Bíblia:
“A grande quantidade de ossos descrita aqui implica que era o cenário de uma grande catástrofe. A descrição de um grande número de cadáveres que haviam sido privados de um enterro digno remete a muitas cenas de batalha encontradas nos primeiros períodos da história mesopotâmica e egípcia. (…) Uma maldição típica do antigo Oriente Próximo era que o cadáver da vítima amaldiçoada ficasse exposto às intempéries e aos elementos da natureza.”


1.3. Profeta – instrumento de Deus.
Desde o início o plano de Deus inclui o ser humano, não apenas como alvo de Seu amor e graça salvadora, como, também, sendo instrumento do Senhor para levar adiante Seu propósito de formar um povo para a Sua glória [At 13.14]. Logo no texto de Gênesis 3.15, que contém a primeira promessa que aponta para a vinda do Messias [Gl 4.4], encontramos Deus revelando que seria através de um ser humano que o Verbo viria e habitaria entre nós [Jo 1.14]. Assim, vemos Ezequiel sendo colocado “no meio de um vale que estava cheio de ossos” e andando ao redor dos mesmos [Ez 37.1-2]. Podemos imaginar o profeta pensando naquela experiência, considerando que era sacerdote e estava proibido de ter contato com “alguma coisa imunda de cadáver” [Lv 22.4]. Porém, foi o Senhor quem o levou, assim como Pedro à casa de Cornélio [At 10]. Os mesmos que são alcançados pela salvação também, vocacionados para anunciá-la [1Pe 2.9-10].

* Comentário Bíblico Shedd: “O objetivo do ato de profetizar é, invariavelmente, fazer alguém escutar a palavra de Deus [Ez 37.4]. “A fé vem pela pregação, e a pregação pela palavra de Cristo” [Rm 10.17]. A palavra traduzida por “pregação” é “ouvir”, no original. Fazer alguém ouvir a palavra produz a fé que justifica para a vida eterna [Rm 5.1], e também põe o ouvinte em contato com o Espírito Santo, com Sua obra tríplice de inspirar as palavras da Bíblia, converter o homem a Cristo e santificar o convertido, inculcando-lhe no íntimo o pleno sentido da palavra.”

* O plano de Deus inclui a restauração do ser humano, e, também, Seu propósito de formar um povo para a Sua glória.


2- O PODER DE DEUS PARA FAZER MAIS DO QUE PENSAMOS
Quantas vezes na história humana a manifestação do poder de Deus e o resultado produzido surpreenderam e superaram as maiores expectativas? Deus falou a Jeremias: “seria qualquer coisa maravilhosa para mim?” [Jr 32.27]. O anjo disse a Maria que “para Deus nada é impossível” [Lc 1.37]. Agora, Deus estava revelando a Ezequiel que o Seu poder é suficiente para cumprir a Sua Palavra e levar adiante o Seu plano [Jó 42.2].


2.1. Há esperança?
Após Deus ter revelado a Ezequiel o real estado espiritual do povo, como abordado nos tópicos 1.2 e 1.3, agora pergunta: “poderão viver estes ossos?” [Ez 37.3]. O próprio povo exilado dizia que os seus ossos estavam secos, sem esperança e aniquilados [Ez 37.11]. Porém, a manifestação do poder de Deus surpreende tanto aqueles que não têm esperança, como aqueles que têm esperança, porém somente para um futuro distante, como Marta [Jo 11.24]. Ele “é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos” [Ef 3.20]. Dentre tantas lições a serem extraídas de Ezequiel 37.3, uma pode ser: não permitamos que situações que estejam além do controle humano, ou de sua capacidade de compreender, abafem a fé no poder de Deus e na Sua Palavra.

* Bíblia Vida Nova – Ezequiel 37.11: “Aqui vem a aplicação imediata da mensagem: os prisioneiros israelitas, sem nenhuma força política, haveriam de formar uma nação; sem nenhuma força moral, iam vencer a idolatria e formar uma religião pura. Isto se faria não por força, nem por poder, porém pelo Espírito do próprio Deus [Zc 4.6].”


2.2. O anúncio da Palavra de Deus.
A ordem de Deus para Ezequiel foi: “dize-lhes: …ouvi a palavra do Senhor” [Ez 37.4]. F. F. Bruce comentou: “A congregação menos promissora a que qualquer pregador já tenha pregado; mas a ideia encontra eco nas palavras do nosso Senhor em João 5.25: “os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e aqueles que a ouvirem, viverão””. Em nosso tempo tão repleto de desafios, a ordem é a mesma: “Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo” e “faze a obra de um evangelista” [2Tm 4.2, 5]. Prossigamos no poder do Espírito Santo.

* Ênio Mueller sobre 1 Pedro 1.23: “Este poder e o novo nascimento que ele opera são mediados pela palavra de Deus. Isaías 55.10-11 fala da eficácia da palavra divina, que, enviada à terra, cumpre o propósito que lhe foi destinado. Este “envio” da Palavra é comparado ao envio da chuva que rega a terra, fazendo nela brotar a semente. (…) A Palavra de Deus tem tal poder porque também ela é “de fora”, não limitada pelas limitações normais deste mundo”. Vide Tiago 1.18 – “nos gerou pela palavra da verdade”.


2.3. Ação do Espírito Santo.
Muito significativo o fato de Ezequiel 37 apresentar um cenário tão desolador – ossos sequíssimos e, a seguir, descrever uma tremenda mudança a partir da ação conjunta da Palavra de Deus e do Espírito Santo. Tal descrição lembra outro momento na história: “terra sem forma e vazia…trevas…abismo”, mas o “Espírito de Deus se movia”. Após este cenário, vem a Palavra de Deus: “E disse Deus” [Gn 1.2-3]. Ou seja, o Espírito estava em movimento, pronto para proporcionar vida a partir da Palavra pronunciada, operando assim, junto com ela.

* Wilf Hildebrandt, em sua obra “Teologia do Espírito de Deus no Antigo Testamento”, aborda o fato de ser nítido que em todo o AT a ação do Espírito nos diversos momentos da história de Israel é bem presente. Um dos livros proféticos onde há ênfase na obra do Espírito é Ezequiel. Israel estava no cativeiro, pois não tinha conseguido guardar e observar a Palavra de Deus. Então, Deus promete operar uma mudança tal que o povo receberá um novo coração, um novo espírito e, ainda, porá sobre eles o Seu Espírito [Ez 36.26-27], não apenas aos profetas, sacerdotes e líderes, mas sobre todo o povo. Esta promessa é reforçada em Ezequiel 37 com a visão do vale de ossos. A restauração virá pela participação conjunta da Palavra pronunciada e do Espírito de Deus.

* O poder de Deus é suficiente para cumprir a Sua Palavra e levar adiante o Seu plano.


3- RESULTADOS DA RESTAURAÇÃO
A obra de restauração inclui vivificação para um novo viver. Deus disse que abriria as sepulturas e faria o Seu povo sair delas para passar a vivenciar um novo tempo que incluía uma nova vida. Esta nova vida inclui o aspecto da comunidade (viver como povo de Deus); um viver de acordo com a vontade de Deus; “concerto perpétuo”; testemunho a todas as nações.


3.1. Um viver como povo de Deus.
Em vários versículos há expressões indicando “povo de Deus” em Ezequiel 36 e 37 [Ez 36.28; 37.12-13, 23, 27]. Deus não desistiu de ter “um povo para o seu nome” [At 15.14; Êx 6.7]. Não apenas os judeus, mas Deus está chamando pessoas de todas as nações para fazer parte do Seu povo. Outros textos do Novo Testamento revelam este propósito de Deus [1Pe 2.9-10; Ap 21.3]. Em Cristo Jesus, passamos a fazer parte do povo de Deus [Ef 2.11-19]. Tal verdade – ser povo de Deus – envolve algumas verdades, como: exclusividade, comprometimento e propósito.

* Simon Kistemaker – Apocalipse 21.3: “A voz chama a atenção para a união de Deus e seu povo, expressa na imagem do tabernáculo no Antigo Testamento. João alude a uma conhecida passagem em que Deus, falando sobre uma aliança eterna com o seu povo, diz: “porei o meu santuário no meio deles para sempre. O meu tabernáculo estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” [Ez 37.26-27]. Essa passagem é um fio de ouro que está entretecido na Escritura do início ao fim [Gn 17.7; Êx 6.7; Lv 26.12; Ez 11.20; Zc 2.10-11; 2Co 6.16; Ap 21.3, 7]. É o fio do eterno amor de Deus pelo povo da aliança.”


3.2. Um viver de acordo com a Palavra de Deus.
O profeta anunciou que o povo restaurado seria fiel às leis e aos princípios divinos e zeloso em praticar os Seus estatutos [Ez 37.24]. Não se trata de uma nova revelação quanto à vontade de Deus para o Seu povo. Após a libertação do Egito e antes de entrar na Terra Prometida, o povo foi exortado a viver de acordo com a Palavra de Deus [Lv 18.1-5]. Jesus também falou sobre a relevância de ouvir e praticar as Suas palavras [Mt 7.24-27; 12.50]. Por isso a restauração envolvia um novo coração e a habitação do Espírito Santo [Ez 36.26-27].

* Taylor sobre Ezequiel 36.26-27: “A implantação do Espírito de Deus dentro deles transformará seus motivos e lhes capacitará a viver de acordo com os estatutos e os juízos de Deus (27). Jeremias, em passagem semelhante da sua profecia, sobre a qual Ezequiel parece estar baseado [Jr 31.31-34], não faz referência ao dom do Espírito, mas sua referência a imprimir “as minhas leis” na sua mente, e a inscrevê-las “no coração” claramente produz os mesmos resultados”. Afinal, a Palavra de Deus é o padrão de conduta do Seu povo.


3.3. Um viver para a glória de Deus.
A restauração também aponta para testemunho a todas as nações acerca de Deus [Ez 36.21-23; 37.28]. Bíblia Missionária de Estudo: “Assim como a escolha de Israel foi por amor [Dt 7.6-11] e pela honra de seu nome, a restauração também se dá por zelo ao seu santo nome [Ez 36.16-21]. A missão da Igreja visa acima de tudo a proclamação e a manifestação da glória de Deus”. Nosso testemunho perante esta geração passa por sermos “sal da terra” e “luz do mundo” para que o Pai seja glorificado [Mt 7.13-16]. Devemos ser frutíferos para que o Pai seja glorificado [Jo 15.8]. Fomos salvos para “louvor e glória da sua graça” [Ef 1.6, 12].

* David F. Payne sobre Isaías 60.21: “O v. 21 revela a razão de as promessas do capítulo terem esperado tanto pelo cumprimento; as bênçãos materiais precisam ser acompanhadas de retidão interior, para que haja a manifestação da glória de Deus”. Também os que são recebidos como filhos de Deus por meio de Cristo Jesus [Ef 1.5-6], “devem demonstrar a natureza da graça do Pai e, dessa maneira, glorifica-lo [Ef 5.1; Mt 5.45; Lc 6.35]”, como escreveu Francis Foulkes.

* Os resultados da restauração são: um viver como povo de Deus; um viver de acordo com a Palavra de Deus; e um viver para a glória de Deus.


CONCLUSÃO
Deus cumpre Seu plano por intermédio da proclamação do Evangelho e da ação do Espírito Santo, restaurando vidas e capacitando-as a viver de acordo com a vontade de Deus e testemunhar acerca da salvação, para que o Senhor seja glorificado.


 
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