Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Mateus 24:9
Antes da guerra na Síria, havia uma população de mais de 100 mil sírios de origem armênia no país. Essa comunidade consiste de pessoas cujos bisavós foram exilados de sua histórica terra-natal durante o genocídio armênio pelo Império Otomano em 1915 – do qual a Síria fazia parte. Os que conseguiram escapar ou sobreviveram aos campos de refugiados fizeram da Síria seu lar. Estabelecida na Síria, essa minoria cristã construiu dezenas de igrejas, escolas e centros culturais. No entanto, o embaixador da Armênia na Síria, Arshak Poladian, afirmou que em 2017, 70% deles deixou o país.
Neres Kevo, dono de uma cafeteria em Yerevan, a capital da Armênia, é um dos 70 mil sírios armênios que fugiram durante a guerra. Ele tinha uma fábrica de filtros de ar para veículos em Aleppo. Um dia tudo foi destruído por um ataque aéreo. “Vendo o resultado de anos de trabalho duro se perder do dia para a noite e temendo por nossa vida, minha família e eu decidimos deixar a Síria”, conta Kevo.
De acordo com o Ministério da Diáspora da Armênia, cerca de 25 mil sírios-armênios mudaram para lá desde o começo da guerra, em 2011. Desses, 3 mil seguiram para outros destinos ou voltaram para a Síria. A Armênia e outras organizações têm dado ajuda financeira e humanitária a sírios-armênios. Os que se estabeleceram na Armênia em breve receberão uma ajuda financeira da União Europeia no valor de 3 milhões de euros (cerca de 13, 4 milhões de reais), conforme divulgado pela Armenpress, agência de notícias da Armênia. A ajuda será destinada a casas, negócios e treinamento.
Kevo é o líder da União de Sírios-Armênios na Armênia e acredita que a diminuição da comunidade cristã na Síria é irreversível, pois pouquíssimos refugiados voltaram. “De agora em diante, o Oriente Médio será uma zona perigosa para cristãos, porque um novo conflito pode surgir a qualquer momento. Os filhos daqueles que estão na Armênia há quatro, cinco anos, já estão estabelecidos em escolas e universidades e não falam árabe. Além disso, muitos deles já abriram o próprio negócio aqui. E alguns estão só esperando o momento certo para voltar e vender suas propriedades na Síria e se mudar definitivamente para cá”, afirma.
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Fonte: Portas Abertas
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