13 de agosto de 2020

Lição 07: Miqueias, o Defensor dos Pobres - Central Gospel

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TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Miqueias 1.6,7
6 - Por isso, farei de Samaria um montão de pedras do campo, uma terra de plantar vinhas, e farei rebolar as suas pedras no vale, e descobrirei os seus fundamentos.
7 - E todas as suas imagens de escultura serão despedaçadas, e todos os seus salários serão queimados pelo fogo, e de todos os seus ídolos eu farei uma assolação, porque do preço de sua prostituição os ajuntou, e em recompensa de prostituta se volverão.


Miqueias 2.1,2,10
1- Ai daqueles que, nas suas camas, intentam a iniquidade e maquinam o mal; à luz da alva o praticam, porque está no poder da sua mão!
2 - E cobiçam campos, e os arrebatam, e casas, e as tomam; assim fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança.
10 - Levantai-vos e andai, porque não será aqui o vosso descanso; por causa da corrupção que destrói, sim, que destrói grandemente. Miqueias 3.1-3 1- (...) não é a vós que pertence saber o direito?
2 - A vós que aborreceis o bem e amais o mal, que arrancais a pele de cima deles e a sua carne de cima dos seus ossos,
3 - e que comais a carne do meu povo, e lhes arrancais a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como para a panela e como carne do meio do caldeirão.
Miqueias 6.6
6 - Com que me apresentarei ao SENHOR e me inclinarei ante o Deus Altíssimo? Virei perante ele com holocaustos, com bezerros de um ano?




TEXTO ÁUREO
Ele te declarou, ó homem, o que bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus? Miqueias 6.8
Bíblia online
Bíblia sagrada online




OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
• Entender que a tônica da mensagem de Miqueias encontra-se na ira do Senhor em relação ao pecado dos dois reinos: Norte e Sul;
• Saber que o castigo de Deus era certo, tanto para Israel quanto para Judá;
• Compreender que haverá um tempo de paz em que todos aprenderão com o Messias no monte do Senhor.



ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Prezado professor,
Para melhor compreendermos a mensagem apresentada por um profeta, precisamos conhecer o pano de fundo histórico em que este desenvolveu seu ministério.

A lista dos reis de Judá, nos livros de Isaías e de Miqueias, por exemplo, é a mesma
— à exceção de Uzias, citado por Isaías, o qual provavelmente havia morrido quando Miqueias iniciou seu ministério profético (Mq 1.1; Is 1.1). Apesar de Miqueias não ter citado o nome de nenhum rei de Israel (Reino do Norte), onde também profetizou (Mq 6.2), há bons indicativos que favorecem a compreensão da sua mensagem, como o fato de ele ter vivido na mesma época em que viveu Oseias, Amós e Isaías; e o fato de o Livro de Jeremias confirmar sua profecia (Mq 3.12; Jr 26.12-18).

Um provável episódio que teria marcado o vaticínio de Miqueias ocorreu nos tempos do rei Acaz, o qual se havia envolvido de tal maneira com a idolatria, que chegou a sacrificar ao deus Moloque — o culto a Moloque era caracterizado pela prática da feitiçaria e consistia na adoração às estrelas e aos planetas e em ofertas que incluíam os sacrifícios de crianças (2 Cr 28.22-25; 2 Rs 21.6).

Ao final da aula, incentive os alunos a fazerem a leitura do Livro de Naum para uma melhor compreensão do tema da próxima lição. Que o Senhor o abençoe.
Boa aula!




COMENTÁRIO
Palavra introdutória
Nascido na pequena cidade de Moresete-Gate, distante 32Km a Sudoeste de Jerusalém, Miqueias endereçou sua mensagem tanto ao Reino do Norte (Israel, Mq 6.2), quanto ao Reino do Sul &dá, Mq 1.5), onde vivia. Seu nome, no hebraico, significa "Quem é semelhante a Jeová?"; e corresponde à pergunta que ele fez no último capítulo do seu livro: Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade? (Mq 7.18).

Miqueias resumiu e apelou para as mensagens de três profetas que foram seus contemporâneos, a saber: Amós, que tratou da justiça; Oseias, que abordou a misericórdia de Deus; e Isaías, que convocou o povo a ter comunhão com o Senhor.

Miqueias era um profeta de avivamento, convicto da presença do Espírito de Deus em sua vida (Mq 3.8). Ele era um homem sensível tanto à sua época quanto à revelação divina sobre eventos futuros. Ao mesmo tempo em que protestou contra os desmandos espirituais e morais da sua época, transmitiu uma mensagem sobre o reino messiânico e falou do tempo quando a nação, como um todo, viveria um tempo de paz. O profeta acreditava na restauração completa do povo, mediante a ação poderosa do Messias (Mq 4.7).




INTRODUÇÃO
Biblicamente, um profeta é levantado por Deus para, em nome de Deus, transmitir a mensagem. A mensagem transmitida objetiva a edificação, a exortação e a consolação (1 Co 14.3).

A edificação segura só pode ocorrer com alicerce inamovível (1 Co 3.11) e sobre ele materiais trabalhados pela ação do Espírito Santo. Quando há rejeição a esta única maneira segura de edificação espiritual, as consequências são trágicas.

A mensagem de edificar pode tornar-se em mensagem anunciadora de juízo sobre a desobediência. A exortação faz com que os ouvintes criem esperança, ou melhor, tenham a certeza de que Deus é por eles se a vontade de Deus for obedecida. Em sendo assim, a vitória é certa, deixou de ser uma possibilidade.

A consolação é o socorro bem presente na angústia (Sl 46), momento no qual o declive emocional não pode ser óbice à consecução daquilo que foi traçado por Deus aos seus filhos: seguir adiante a carreira que nos está proposta (Hb 12.1).

Devemos ter a sensibilidade de discernir a voz e a vontade de Deus em um mundo insensível ao que importa e com muitas vozes soando aos nossos ouvidos para nos tirar da presença de Deus. Jesus disse que suas ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz (Jo 10.4).




MIQUÉIAS E O SEU TEMPO
O profeta Miquéias exerceu seu ministério profético nos dias de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá (Mq 1.1).

Nesse tempo, existiam muitas corrupções. Então, esse tempo é em 2020? Também em 2020, o ano no qual vivemos, ao que parece, não difere nesse aspecto de corrupção, ou seja, degradação da vontade e da ação humanas.

Quando há a equação conhecer a Deus e lhe obedecer, tudo vai bem. Não importam as circunstâncias. Vai dar tudo certo. Porém, em existindo a inequação conhecer a Deus e lhe desobedecer, vai dar tudo errado, mesmo que pareça que está tudo bem.

Miquéias viveu em um tempo no qual a classe dominante, a quem pertencia saber o direito (Mq 3.1), deveria dele se valer para aborrecer o mal e amar o bem. Contudo, o contrário era o que praticava-se (Mq 3.2). O povo era oprimido, pois os seus dominantes eram algozes, pessoas que não exerciam a autoridade da maneira correta.

Sabemos que toda autoridade humana é delegada (Rm 13.1). Não existe autoridade que não seja delegada por Deus. O exercício deturpado da autoridade gera opressão e todos os males dela advindos. O correto exercício da autoridade leva os submetidos a ela ao crescimento, à proteção, ao provisionamento etc.

O que Deus requer do homem? Diz o texto bíblico no livro Miquéias 6. 7 e 8:

“7 Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros? De dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu primogênito pela minha transgressão? O fruto do meu ventre, pelo pecado da minha alma?

8 Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente com o teu Deus?” (ARC)

Não adianta fazer grandes coisas aos nossos olhos se essas coisas não estiverem em conformidade com a vontade de Deus. Obedecer, sem invenções, ao que está na Palavra de Deus é a única opção que agradará ao Senhor. Por isso, o teor do texto bíblico em 1 Sm 15.22:

“22 Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros.” (ARC)




POBREZA ESPIRITUAL
Podemos afirmar que o ser humano distanciado da obediência ao Criador é uma pessoa pobre espiritualmente (Lc 12.21), pois, pelo pecado, está separado de Deus (Is 59.2). A proximidade do pecado (desobediência) nos distancia de Deus, enquanto que a proximidade a Deus nos distancia do pecado.

Ser rico para com Deus é o que deveria ser a primazia de cada pessoa. Mas muitos relegam essa realidade a fim de alcançarem seus objetivos terrenos. Não há contradição em ser bem-sucedido nessa vida e ter uma vida espiritual saudável em Cristo. Ocorre que o problema é desprezar a prioridade do Reino de Deus e ter em primeiro lugar os objetivos pessoais dissociados da vontade divina.

Neste livro bíblico em comento, intitulado MIQUÉIAS, vemos que a elite dominante era muito pobre espiritualmente. Quando isso acontece, o resultado é ruim aos que estão submetidos a essa elite, pois haverá, como o texto de MIQUÉIAS nos diz que houve, exploração aos subordinados e a não promoção do bem estar individual e coletivo




POBREZA MATERIAL
A escassez ou apenas ter o básico à subsistência humana pode ser entendida como a pobreza material. Tal fato decorre de múltiplas causas. Não se pode traçar apenas uma origem humana para justificar a existência da pobreza.

Através do trabalho (Gn 3.19) o homem obtém o seu sustento. Porém, nem todas as pessoas estão dispostas a suarem para conquistarem seu sustento diário e granjearem para além de seu sustento.

Também, na lista das causas para a pobreza, encontra-se a malversação na administração pública, que faz com que os recursos dos cofres públicos, oriundos de todos os contribuintes compulsórios (pagamos “imposto”), não cheguem à educação, à saúde, à segurança, ao saneamento básico etc.

Por não terem uma boa qualificação, em razão da inexistência da oportunidade de estudarem em uma boa escola com ensino de qualidade, muitos não têm a oportunidade de bons empregos. São capazes, mas, sem lapidarem essa capacidade com um ensino de qualidade, não alcançam patamares profissionais mais valorizados financeiramente.

A pobreza material não é sinal de obediência a Deus. Da mesma forma, não se pode dizer que a pobreza material é sinal de desobediência a Deus. De uma forma geral, o pecado original de Adão e Eva trouxe a existência toda pobreza que hoje conhecemos, quer seja física, quer seja espiritual.

A elite dominante relatada no livro de MIQUÉIAS causou pobreza material no povo (Mq 3.1-3). Ter no governo líderes que não obedecem a Deus é prejuízo para todos.

O Novo Testamento afirma que Deus escolheu os pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino prometido aos que amam a Deus (Tg 2.5).




RIQUEZA ESPIRITUAL
Considerar em primeiro lugar o Reino de Deus é ser uma pessoa rica espiritualmente, significa dizer que todo aquele que objetiva em sua vida fazer a vontade de Deus acima de qualquer outra coisa é um bem aventurado, é uma pessoa rica para com Deus. Vejamos a diretriz de Jesus registrada em Mt 6.33:

“33 Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.” (ARC)

Ao buscarmos em primeiro lugar o Reino de Deus nos é garantida toda a suficiência em todas as áreas de nossas vidas. Teremos nossas necessidades biológicas, psicológicas, sociológicas e espirituais supridas.

Na época do profeta Miquéias, os sacerdotes ensinavam por interesse (Mq 3.11) e os profetas faziam o povo errar (Mq 3.5). Contudo, Miquéias asseverou que era cheio da força do Espírito do SENHOR e cheio de juízo e de ânimo, para anunciar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado (Mq 3.8).

A riqueza espiritual só acontece quando há anunciação da Palavra de Deus e obediência ao conhecimento de Deus. Para isso, é necessário que as verdades exaradas nas Escrituras Sagradas tornem-se conhecidas.

A capacitação já nos foi oferecida quando Jesus disse que está conosco todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt 28.20), o que pode ser evidenciado com os sinais que se seguiram após a pregação da Palavra de Deus (Mc 16.20).




RIQUEZA MATERIAL
Ter muito além do necessário à satisfação das necessidades básicas é o desejo de muitos. Quem não gostaria de ter riqueza material? Em Lc 12.15, Jesus advertiu os ouvintes sobre não mensurar a vida pelas conquistas terrenas:

“15 E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.” (ARC)

As riquezas materiais corrompem os sentidos humanos e fazem com que o ser humano fique em segundo plano na corrida para se tornar rico. Dessa forma, para muitos, a expressão os fins justificam os meios é válida na sua prática de vida, ou seja, se para ser rico for preciso prejudicar pessoas, isso será feito.

São muitos os textos bíblicos que discorrem sobre o perigo de ser ou querer ser rico. Vejamos alguns: “

7 Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.
8 Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.

9 Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.

10 Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” 1 Tm 6.7-10 (ARC)

“19 Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.

20 Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam. 21 Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Mt 6.19-21 (ARC)

“24 Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” Mt 6.24 (ARC)

A opressão da elite dominante descrita por Miquéias aconteceu tendo em vista a ganância das riquezas materiais. Pensavam e diziam eles que mal nenhum lhes sucederiam, pois o SENHOR estava com eles (Mq 3.11). Mergulhados no pecado e ainda assim crédulos que Deus estava concordando com suas atitudes.

Deus não age conforme o pensar ou o querer de qualquer grupo que seja. A sentença divina para aqueles pecados foi dada (Mq 3.12). No Livro do Apocalipse está escrito:

“17 Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta (e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu),

18 aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças, e vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os olhos com colírio, para que vejas.” Ap. 3. 17 e 18 (ARC)




CONCLUSÃO
O culpado Deus não o tem como inocente. Situações permitidas por Deus não necessariamente significam que tem a sua aprovação, isto é, nem sempre permissão é aprovação. Às vezes, os desobedientes a Deus estão em posição de destaque e até oprimem quem obedece a Deus. Uma coisa é certa: o juízo chegará!




RESPOSTAS PARA PERGUNTAS DIFÍCEIS
1. Como um livro como Miqueias é usado no Novo Testamento? Duas vezes no Evangelho de Mateus passagens de Miqueias desempenham um papel significativo em acontecimentos. Em Mateus 2:6, os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei citam 5:2 em resposta à pergunta de Herodes acerca de nascimento do Messias. Mais adiante, em Mateus 10:35-36, Jesus cita 7:6 na comissão de seus discípulos. As pessoas no Novo Testamento eram bastante familiarizadas com os profetas do Antigo Testamento, e seus escritos e pensamentos estavam permeados com as frases e as predições que Deus havia dado àqueles mensageiros do passado.
Manual bíblico MacArthur:
Uma meticulosa pesquisa da Bíblia, livro a livro, elaborada por um dos maiores teólogos da atualidade.

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