4 de julho de 2020

Lição 01: Introdução aos Livros Proféticos - Central Gospel


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PROFECIA, PROFETAS E O DOM DA PROFECIA
Termos e Definições
A palavra hebraica para «profeta» é nabi, que vem da raiz verbal naba. Essa palavra significa «anunciador», «declarador», e, por extensão, aquele que anuncia as mensagens de Deus, frequentemente recebidas por alguma revelação ou discernimento intuitivo. Ademais, os profetas usavam vários meios de adivinhação e envolviam-se em oráculos. Os termos hebraicos roeh e hozeh também são usados. Ambos significam «aquele que vê», ou seja, «vidente». Todas as três palavras aparecem em I Crô. 29:29. Os eruditos procuram estabelecer distinções entre elas, mas talvez sejam meros sinônimos, usados para emprestar variedade literária às composições escritas. Nabi é termo usado por mais de trezentas vezes no Antigo Testamento. Alguns poucos exemplos são Gên. 20:7; Êxo, 7:1; Núm. 12:6; Deu. 13:1; Jui. 6:8; I Sam. 3:20; II Sam. 7:2; I Reis 1:8; II Reis 3:11; Esd.5:1; Sal. 74:9; Jer. 1:5; Eze. 2:5; Miq. 2:11. É possível que essa palavra também fosse usada para designar a missão profética. Um título comumente aplicado aos profetas era «homem de Deus», que ocorre por cerca de setenta e seis vezes no Antigo Testamento. Cerca de metade dessas ocorrências é usada em referência a Eliseu, e outras quinze dizem respeito a um profeta cujo nome não é dado (I Reis 13). Além disso, a expressão é usada para designar Moisés, Elias, Samuel, Davi e Semaías. Por sua vez, roeh figura por doze vezes no Antigo Testamento: I Sam. 9:11,18,19; II Sam. 15:27; I Crô. 9:22; 26:28; 29:29; II Crô 16:7,10; Isa. 30:10. Sete dessas ocorrências aplicam-se a Samuel. Hozeh figura por dezenove vezes: I Crô. 21:9; 25:5; 29:29; II Crô. 9:29; 12:2,15; 19:2;
29:25,30; 33:18,19; 35:15: II Sam. 24:11; II Reis 17:13; Isa, 29:10;
Amós 7:12; Miq. 3:7. Ainda outros títulos dados aos profetas são: Atalaia (no hebraico, sophim): Jer. 6:16; e Eze, 3:17; e pastor (no hebraico, raah): Zac. 11:5,16.

No Novo Testamento, a palavra comumente usada é prophétes, que, aparece por cento e quarenta e nove vezes, que exemplificamos com
Mat. 1:22; 2:5,16; Mar. 8:28; Luc. 1:70,76; 7:16; João 1:21,23; 3:18,21; Rom. 1:2; 11:3; I Cor. 12:28,29; 14:29,32,37; Efé. 2:20; Tia. 5:10; I Ped. 1:10; II Ped. 2:16; 3:2; Apo. 10:7; 11:10. O substantivo propheteia, «profecia», é usado por dezenove vezes no Novo Testamento: Mat. 13:14; Rom. 12:6; I Cor. 12:10; 13:2,8; 14:6,22; I Tes. 5:20; I Tim. 1:18; 4:14; II Ped. 1:20,21; Apo. 1:3; 11:6; 19:10; 22:7.10,18,19. Essas palavras derivam-se do grego pro, «antes», «em favor de», e phemi; «falar», ou seja, «alguém que fala por outrem», e, por extensão, «intérprete» especialmente da vontade de Deus. Tais palavras gregas, naturalmente, estão por detrás do termo português «profeta».

Apesar da ideia de predição do futuro fazer parte inerente do ofício profético, incluindo acontecimentos nacionais, comunais e individuais, o oficio profético envolvia as atividades de exortação, ensino, pastoreio e liderança espiritual em geral. Os profetas eram tidos como representantes de Deus, libertadores e intérpretes da mensagem divina. Eles serviam de elo vital na questão das revelações, bem como veículos do conhecimento espiritual. As revelações por eles recebidas, por ordem do Senhor em alguns casos tomaram-se concretas nos livros que escreveram. Esses livros, por sua vez, foram canonizados, com a passagem do tempo, sendo então aceitos como Escrituras Sagradas. Isso põe-nos frente a frente com o conhecimento através do misticismo (vide), do qual a profecia é uma subcategoria. Ver o artigo geral sobre o
Conhecimento e a Fé Religiosa.


II. No Antigo Testamento
1. No trecho de Núm. 11:29, encontramos a declaração de Moisés em favor da liberdade que deve ser outorgada aos profetas. 

Ele desejava que todo o povo de Deus se compusesse de profetas. Ele não aprovou a tentativa de censura aos profetas. Com base nisso, podemos deduzir a ideia de que havia muitos que receberam o dom profético, embora somente os nomes de certos profetas nacionais tenham chegado a tomar se familiares para nós. Podemos apenas supor que declarações extáticas eram comuns desde a história inicial do povo de Israel. Também houve videntes individuais que não eram figuras públicas de nota, mas que eram procurados para solução de problemas pessoais, sendo essa uma das funções secundárias dos profetas. O simples fato de que a palavra «profeta» ocorre por mais de trezentas vezes no Antigo Testamento mostra-nos a importância da função naquele contexto.


2. Abraão foi a primeira pessoa a ser chamada de «profeta» na Bíblia(ver Gên. 20:7). 
E Moisés foi o primeiro profeta nacional de Israel (verDeu. 18:15-19). Então Moisés tomou-se uma espécie de modelo dos profetas de todos os tempos. Muitos rabinos chegaram a pensar que
Jeremias fosse Moisés reencarnado. De acordo com tal tradição, os principais profetas voltariam para cumprir novas missões proféticas.
Essa tradição também é exemplificada na doutrina acerca de Elias-
João Batista. Observando esses fatos, podemos perceber a grande importância atribuída aos profetas, dentro da cultura hebreia.


3. Deus é quem prepara os profetas, conforme aprendemos em Exo. 3:1-4:17; Isa. 6; Jer. 1:4-19; Eze, 1-3; Osé. 1:2; Amós 7:14,15; Jon. 
1:1. Porém, um profeta falso pode ter a ousadia de autonomear-se (ver Jer. 14:14; 23:21).


4. A profecia provê uma espécie de consciência quanto à natureza da história. A noção hebreia da história era teísta. Yahweh era o poder que atuava por detrás da história de Israel, a força ativa de suas realizações. E os profetas desempenhavam um importante papel nesse processo. Ver Isa. 45:20-22; Exo. 2:11 ss; Deu. 24:19-22. A própria lei mosaica foi dada por inspiração profética, cuja legislação governava toda a sociedade israelita, e serviu-lhe de guia na história.


5. Os Profetas-Estadistas. Descobrimos que alguns dos principais profetas da história de Israel aconselharam, ajudaram ou mesmo opuseram-se a reis. Com frequência eram perseguidos e foram martirizados, segundo Cristo frisou (ver Mat. 23:37). Jeremias foi um exemplo conspícuo de profeta perseguido e banido, caluniado de traição, como se fosse partidário da Babilônia opressora.


6. Os Sumos Sacerdotes como Profetas. Esperava-se que os sumos sacerdotes de Israel fossem capazes de profetizar. Ver sobre Sumo
Sacerdote. Eles usavam o Urim e o Tumim (vide), que talvez fossem sortes ou pedras preciosas, mediante o que eles entravam em transe, sendo assim capazes de profetizar.


7. A Ordem Profética. Esta não foi abandonada à sua própria sorte.
Havia toda uma instituição profética. Os profetas e os sacerdotes eram ambos líderes civis e religiosos na cultura dos hebreus. Isso foi oficializado nas posições ocupadas por Moisés e Aarão, e o ideal foi levado avante durante toda a história subsequente de Israel. Foi feita a Moisés a promessa da perpetuidade do ofício profético em Israel
(ver Deu. 18:9,15), que culminaria na pessoa do Messias, o maior de todos os profetas. Houve Moisés; então a sucessão dos profetas; então a fruição do ofício profético na pessoa de Jesus Cristo. Entre os dias de Josué e de Eli «as visões não eram frequentes» (I Sam 3:1), o que significa que o ofício profético esteve em baixo nível. Mas esse ofício ressurgiu com os reis-profetas e com o aparecimento das escolas de profetas. Samuel, um levita da família de Coate (ver I Crô, 6:28), produziu um novo irrompimento da função profética e de reformas sociais (I Sam. 9:22). Não foi Samuel quem criou essa ordem. mas foi o instrumento de renovação do seu poder. Quanto às raízes da ordem profética, ver Deu. 13:1; 17:18; 18:20.


8. As Escolas dos Profetas. Essas surgiram nos dias de Samuel, e devido ao encorajamento que ele lhes deu. Ver I Sam. 19:18,20; 11 Reis 2:3,5; 4:38; 6:1. Essas escolas deram ao ofício profético um novo poder e perpetuidade.


9. A Inspiração Profética. 
A Bíblia ensina-nos que o Espírito Santo é o inspirador dos profetas (ver Núm. 11:17,25; I Sam, 10:6; 19:20; II Ped, 1:21). Os falsos profetas, por sua vez, falavam por iniciativa própria, de seu próprio coração, de acordo com sua imaginação (ver Jer. 23:16; Eze. 13:3). Os modos de inspiração incluíam certas formas de adivinhação, conforme já foi mencionado. Ver o artigo intitulado Adivinhação. Mas também estavam envolvidos sonhos e visões (ver Núm. 12:6). Além disso, encontramos exemplos bíblicos de comunicação direta, mediante a voz divina, a Presença divina. Os profetas adaptavam as suas mentes a condições favoráveis à recepção de revelações, como o transe (ver II Reis 3:15; I Sam, 10:5; I Crô, 25:1). Mas esse estado podia sobrevir subitamente, como nos casos de Paulo e de Pedro, no Novo Testamento. Algumas vezes. foram outorgadas visões das dimensões celestes, como nos casos de Isaias (ver Isa 6:1) quanto Ezequiel (ver Eze. 1:1) «viram».
Também havia o «assim diz o Senhor», a palavra de autoridade divina (ver Jer. 1:8,19; 2:19; 30:11; Amós 2:11; 4:5; 7:3). A palavra do Senhor «vinha» a homens impulsionados pelo Espírito (ver Isa. 7:3,4), inclusive pela voz exterior (ver I Sam. 3:3-9). Eram passiveis de receber revelações súbitas, algumas vezes de maneiras deveras estranhas (ver Núm. 22:31; II Reis 6:15-17).


10. Funções Proféticas. 
Vários itens do material exposto acima indicam essas funções. Oferecemos aqui um sumário: a. O recebimento de oráculos, privados ou particulares; b. o ofício didático acerca do pecado e da retidão (Isa. 58:1; Eze. 22:2; 43:10; Miq. 3:8), como também as atividades de pastoreio, consolação, aviso de juízo divino, chamada ao arrependimento (lsa. 40:1,2); c. o trabalho dos atalaias (Eze. 3:17; 33:7 9), como também a obra de um embaixador, dentro e fora de Israel (a mensagem geral do livro de Jonas), o que incluía o evangelismo; d. apesar dos profetas não serem sacerdotes no sentido pleno da palavra, o caso de Samuel mostra que eles também podiam desempenhar funções sacerdotais (ver I Sam. 16:6-13); e o trabalho de conselheiros de reis e outros oficiais civis (II Sam. 7:3-16), o que dava aos profetas uma função própria de estadistas; f. os profetas derivavam de Moisés as suas funções, dando continuidade ao oficio profético, conferindo assim ao povo de
Israel a consciência de ser um povo ímpar, preservando a identidade nacional (controlada pelas instituições santas e pelas leis escritas: - Isa. 45:20-22; 60:3; 65:25; Êxo. 2:11ss; Deu. 24:19-22; Miq. 5:4). Ver o décimo-primeiro ponto, abaixo, no que concerne à
importância da função profética quanto à literatura.


11. Os Profetas e as Escrituras. 
Os profetas foram os principais instrumentos usados por Deus para a redução das revelações divinas à forma escrita – as Sagradas Escrituras. Essa era uma função especial revestida de importância capital, porquanto dava ao ofício profético uma função que ultrapassava em muito aos limites da nação de Israel, tendo produzido um dos mais notáveis documentos espirituais do mundo, o Antigo Testamento. Costuma-se falar em profetas maiores e profetas menores, sobre cujo assunto damos artigos separados nesta enciclopédia. O Pentateuco (os primeiros cinco livros da Bíblia) foram produzidos por Moisés, o primeiro dos grandes profetas, talvez chegado às nossas mãos pela instrumentalidade de vários editores, redatores e outras pessoas que adicionaram certas porções. Muitos dos salmos de Davi têm natureza
profética.


PROFETAS MAIORES
Alguns estudiosos têm objetado a chamarem-se os profetas de
«maiores» e «menores», como se exaltasse a alguns e aviltasse a outros. No entanto, esses adjetivos tencionam indicar somente o volume de suas produções literárias. Tradicionalmente, os profetas maiores são Isaías, Jeremias e Ezequiel. A expressão não diz respeito à qualidade de suas obras, como se maiores significasse «melhores», e menores significasse «piores». Os estudiosos liberais salientam que esses termos são artificiais, porquanto o livro de Isaías (segundo pensam) seria uma obra composta, de vários autores, enquanto que a qualidade do livro de Ezequiel não pode comparar- se com a daqueles outros profetas. Ver também sobre os Profetas Menores.


PROFETAS MENORES
Essa classificação cabe aos doze livros proféticos relativamente pequenos, que fazem parte do volume do Antigo Testamento. O fato de que eles são chamados «menores» não significa que os seus autores foram homens de importância secundária – mas apenas que os rolos que eles deixaram escritos não são muito volumosos, quando confrontados com os chamados Profetas Maiores: Isaias; Jeremias; Ezequiel e Daniel. Os doze livros dos Profetas Menores são: Amós; Oséias; Miquéias; Sofonias; Naum; Habacuque; Ageu; Zacarias: Obadias: Malaquias: Joel e Jonas. Os estudiosos judeus deram um título alternativo a essa coletânea: Livro dos Doze. E, na forma de rolos, geralmente eles eram escritos em um único volume.
Fonte: CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e
Filosofia. Vol. 5. São Paulo: Hagnos, 2002, p.423-425;438.
Organizado por: Evandro Paulo de Oliveira

INTRODUÇÃO AOS PROFETAS MENORES
I. Nomes dos Profetas Menores
A. SIGNIFICADO DA EXPRESSÃO “PROFETAS MENORES”. As designações “Profeta Maior” e “Profeta Menor” foram cunhadas por Agostinho no princípio do século IV d.C. “Menor” refere-se à brevidade do segundo grupo, certamente não à sua importância relativa. Os hebreus chamavam-nos de “O Livro dos Doze”.
Foram provavelmente agrupados dessa maneira por Esdras e a “Grande Sinagoga”, mais ou menos em 425 a.C., talvez a fim de acomodá-los em um rolo. O grupo todo é mais curto do que apenas Isaías, Jeremias ou Ezequiel.


B. SIGNIFICADO DO NOME DE CADA PROFETA. 
Quase invariavelmente o nome de cada profeta tem um significado que se harmoniza de maneira extraordinária com a sua mensagem.
Essa “coincidência” providencial tinha um significado genuíno na opinião dos hebreus antigos, para quem os nomes eram muito importantes. Com muita freqüência, Deus usou nomes para transmitir mensagens.


II. Disposição dos Profetas Menores
A. DISPOSIÇÃO DE ACORDO COM A CRONOLOGIA. Embora os
Profetas Maiores estejam dispostos em ordem cronológica, os Menores não têm essa disposição. Não há acordo entre os comentadores (talmúdicos ou modernos) quanto ao verdadeiro objetivo da ordem canônica. Os primeiros seis são cronologicamente anteriores aos últimos seis, e estes últimos estão em ordem cronológica. Mas a ordem dos primeiros seis é um enigma, exceto pelo fato de que todos eles tratam do período anterior ao cativeiro do norte. Oséias pode ter sido posto em primeiro lugar devido ao seu comprimento, mas a disposição dos outros nada tem que ver com tamanho.


B. DISPOSIÇÃO DE ACORDO COM TEMA FUNDAMENTAL.
Entre cronologia e estilo, este último tem geralmente primazia (por exemplo, Epístolas do Novo Testamento), especialmente para os hebreus que tinham um conhecimento profundo da sua história pelos Livros Históricos. Era o povo da aliança e o tema aliança aparecia em larga escala em toda a sua literatura. Poderemos deduzir que a ordem dos livros seja motivada pela ênfase do caráter divino e pelo tema da aliança. Esses livros podem ser agrupados em três períodos de crise à medida que a nação avança em direção ao julgamento.

Fonte: ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento.

O Grande Profeta. Os Falsos Profetas
[Deuteronômio 18.15-22]

Aqui temos:


I. A promessa do grande Profeta, com a recomendação de recebê-lo, e dar ouvidos a Ele. Bem:
1. Alguns pensam que a promessa trata de uma sequência em Israel. 
Além dos sacerdotes e levitas, seus ministros regulares, cuja função era ensinar a lei do Deus de Jacó, eles teriam profetas, ministros extraordinários, que os censurariam pelos seus erros, os lembrariam de seu dever, e prediriam coisas futuras, julgamentos para advertência e livramentos, para seu consolo. Tendo estes profetas: (1) Eles não precisariam usar adivinhações, nem consultar espíritos malignos, pois poderiam perguntar aos profetas de Deus até mesmo a respeito de seus assuntos particulares, como fez Saul, quando estava procurando as jumentas de seu pai, 1 Samuel 9.6. (2) Eles não deixariam o caminho do seu dever, por ignorância ou engano, nem teriam opiniões divergentes sobre ele, tendo profetas entre eles, aos quais, em cada caso duvidoso ou difícil, poderiam consultar e apelar. Estes profetas seriam como Moisés em alguns aspectos, embora muito inferiores a ele, cap. 34.10.


2. Se uma sequência de profetas está incluída nesta promessa, ou não, nós temos certeza de que o seu significado é, antes de tudo, uma promessa de Cristo, e é a mais clara promessa de Cristo que há em toda a lei de Moisés. Ela está expressamente aplicada ao nosso Senhor Jesus como o Messias prometido (At 3.22; 7.37), e o povo visava esta promessa quando disse, a respeito dele: “Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo”, João 6.14. E foi o seu Espírito que falou por intermédio de todos os outros profetas, 1 Pedro 1.11.
Observe:


(1) O que é prometido aqui, a respeito de Cristo. 
O que Deus tinha prometido a Moisés no Monte Sinai (e que Ele relata, v. 18), Moisés prometeu ao povo (v. 15), em nome de Deus. [1] Que viria um profeta, maior que todos os profetas, por cujo intermédio Deus se daria a conhecer e à sua vontade aos filhos dos homens, mais plenamente e mais claramente do que já tinha feito antes. Ele é a luz do mundo, como a profecia era a luz da igreja judaica, João 8.12. Ele é o Verbo, por cujo intermédio Deus nos fala, João 1.1; Hebreus 1.2. [2] Que Deus o suscitaria do meio deles. No seu nascimento, Ele seria alguém daquela nação, viveria entre eles e seria enviado a eles. Na sua ressurreição, Ele seria ressuscitado em Jerusalém, e dali a sua doutrina seria transmitida a todo o mundo: assim Deus, tendo suscitado seu Filho Cristo Jesus, o enviou para nos abençoar. [3] Que Ele seria como Moisés, e estaria tão acima de Moisés quanto os outros profetas estavam abaixo dele. Moisés era o profeta que foi o legislador de Israel e foi o seu libertador do Egito. E assim também foi o Cristo. Ele não somente ensina como também governa e salva. Moisés foi o fundador de uma nova revelação, através de sinais, milagres e obras poderosas, e assim foi o Cristo, e com isto Ele provou ser um Mestre vindo de Deus. Moisés foi fiel? Cristo também o foi; Moisés era fiel, como servo. Mas Cristo, na condição de Filho. [4] Que Deus poria suas palavras na sua boca, v. 18. As mensagens que Deus tinha a enviar aos filhos dos homens, as enviaria por intermédio dele, e lhe daria instruções completas sobre o que dizer e fazer como profeta. Por isto, diz o nosso Salvador: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou”, João 7.16. De modo que esta grande promessa é cumprida. Este Profeta veio, é Jesus. Ele é aquele que viria, e não devemos procurar nenhum outro.


(2) A concordância com esta dispensação, conforme a manifesta escolha e vontade do povo no monte Sinai, vv. 16,17. Ali Deus tinha falado com eles, em trovões e relâmpagos, do meio do fogo e da escuridão espessa. Cada palavra tinha feito seus ouvidos latejarem e seus corações estremecerem, de modo que toda a congregação estava pronta para morrer de medo. No seu temor, imploraram que Deus não falasse mais com eles desta maneira (eles não podiam suportar, isto os esmagava e perturbava), mas que falasse com eles por meio de homens como eles mesmos, por Moisés, agora, e futuramente, por outros profetas, como ele. “Bem”, tinha dito Deus, “que assim seja. Ele lhes falaria por meio de homens, cujos terrores não os amedrontariam”. E, para coroar o favor, além do que eram capazes de pedir ou pensar, na plenitude dos tempos, o próprio Verbo se fez carne, e eles viram a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, não como no monte Sinai, cheio de majestade e terror, mas “cheio de graça e de verdade”, João 1.14. Assim, em resposta ao pedido daqueles que se impressionaram, com surpresa, pela lei, Deus prometeu a encarnação de seu Filho, embora possamos supor que isto estava longe dos pensamentos daqueles que tinham feito o pedido.


(3) Uma ordem dada a todo o povo, de que ouvissem e cressem, ouvissem e obedecessem, a este grande profeta aqui prometido: “A ele ouvireis”, v. 15. E quem não ouvir a Ele certamente será severamente julgado pelo seu desprezo (v. 19): “Eu o requererei dele”. O próprio Deus aplicou isto ao nosso Senhor Jesus, na voz que saiu da “magnífica glória”, Mateus 17.5: “Escutai-o”, isto é, Este é aquele de quem foi dito, por Moisés: “a Ele ouvireis”. E mesmo não estando ali, Moisés e Elias concordariam com isto. A sentença proferida contra aqueles que não ouvissem este profeta é repetida e ratificada no Novo Testamento. “Aquele que não crê no Filho... a ira de Deus sobre ele permanece”, João 3.36. E como poderemos escapar, se nos desviarmos daquele que é dos céus? Hebreus 12.25. A paráfrase dos caldeus aqui é: A minha Palavra o requererá dele, o que não pode ser nada além de uma pessoa divina, Cristo, a Palavra eterna, a quem o Pai entregou todo o juízo, e por quem, no último dia, Ele julgará o mundo. Quem quer que se faça de surdo para Jesus Cristo descobrirá que corre grandes riscos; aquele que é o profeta será o seu juiz, João 12.48.


II. Aqui está uma advertência contra os falsos profetas:
1. Sob forma de ameaça, contra os próprios impostores, v. 20. Quem quer que trabalhe como profeta e apresente uma comissão do Deus verdadeiro, será condenado e julgado culpado de alta traição contra a coroa e a dignidade do Rei dos reis, e este traidor será levado à morte (v. 20), especificamente, pelo julgamento do grande Sinédrio, que, no decorrer do tempo, se estabeleceria em Jerusalém. Portanto, o nosso Salvador diz que um profeta não perecerá fora de Jerusalém, e coloca o sangue dos profetas à porta de Jerusalém (Lc 13.33,34), a cidade que o próprio Deus iria punir. Mas ainda assim, aqueles homens abandonavam os verdadeiros profetas, estando dispostos a oferecer algum tipo de apoio aos falsos profetas. 2. Sob forma de orientação ao povo, para que não fossem enganados pelos impostores, dos quais havia muitos, como parece, em Jeremias 23.25; Ezequiel 13.6; 1 Reis 22.6. Eles devem fazer uma pergunta que é muito adequada, v. 21. Uma vez que é um dever tão grande dar ouvidos aos verdadeiros profetas, e uma vez que existe tamanho perigo de sermos mal orientados por falsos profetas: “Como conheceremos a palavra que o Senhor não falou?” Por quais sinais podemos descobrir um enganador? Observe que é de nosso extremo interesse ter um critério correto pelo qual possamos testar a palavra que ouvirmos, para que possamos saber qual é a palavra que o Senhor não nos falou. O que quer que seja diretamente repugnante aos sentidos, à luz e lei da natureza, e ao claro significado da palavra escrita, podemos ter certeza de que não é algo que o Senhor tenha falado. Nem aquilo que incentiva e encoraja o pecado, ou tem uma tendência evidente à destruição da piedade ou da caridade: Longe de Deus que Ele se contradissesse. A regra dada aqui em resposta a esta pergunta foi ajustada principalmente à condição mencionada no versículo 22. Se houvesse alguma causa para suspeitar da sinceridade de um profeta, eles deveriam observar que, se ele lhes deu algum sinal, ou predisse alguma coisa futura, e o evento não aconteceu de acordo com a sua predição, poderiam ter a certeza de que ele não foi enviado por Deus. Isto não se refere tanto à predição de graças e juízos (embora, quanto a estes, e à diferença entre as predições de graças e juízos, exista uma regra de distinção entre a verdade e a falsidade exposta pelo profeta, Jeremias 28.8,9), mas à apresentação de sinais com o propósito de confirmar a sua missão. Embora o sinal viesse a acontecer, ainda assim isto não serviria para provar a sua missão, se ele o apresentasse para servir a outros deuses. Este ponto já tinha sido definido, cap. 13.1-3. Mas, se o sinal não acontecesse, isto serviria para refutar a sua missão. “Quando Moisés atirou sua vara ao chão” (é a explicação do bispo Patrick) “e disse que se transformasse em uma serpente, se a vara não tivesse se transformado em serpente, Moisés teria sido um falso profeta. Se, quando Elias pediu fogo do céu para consumir o sacrifício, não tivesse vindo nenhum fogo, ele não teria sido melhor que os profetas de Baal”.

A missão de Samuel foi provada por causa disto, e Deus não permitiu que nenhuma das suas palavras caísse em terra, 1 Samuel 3.19,20. E, pelos milagres que Cristo realizou, especialmente por aquele grande sinal que Ele deu da sua ressurreição no terceiro dia, que aconteceu como Ele tinha predito, ficou claro que Ele era um Mestre vindo de Deus. Finalmente, eles são instruídos a não temer nenhum falso profeta. Isto é, não temer os juízos que um falso profeta pudesse denunciar para divertir e aterrorizar as pessoas. Nem temer executar a lei sobre aquele que, depois de um escrutínio rígido e imparcial, fosse confirmado como um falso profeta. Este mandamento de não temer um falso profeta implica que um verdadeiro profeta, que provasse a sua comissão com provas claras e inegáveis, devia ser temido, e se alguém lhe fizesse qualquer violência ou lhe dedicasse qualquer desprezo, estaria correndo perigo.
Fonte: HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento:
Organizado por: Evandro Paulo de Oliveira

Os doze últimos livros do nosso Antigo Testamento foram agrupados e percebidos como uma unidade coletiva durante milênios. “Em Eclesiástico (um livro apócrifo, escrito aproximadamente em 190 a.C.), Jesus Ben Sirac falou dos ‘doze profetas’ como uma unidade paralela a Isaías, Jeremias e Ezequiel. Ele indicou, dessa maneira, que essas 12 profecias eram consideradas, naquela época, como uma unidade, e provavelmente estavam escritas juntas, num único pergaminho, como é o caso, em ocasiões posteriores. Josefo também estava ciente desse agrupamento. Agostinho os chamou de “os Profetas Menores”, referindo-se ao tamanho pequeno desses livros, em comparação com os livros proféticos maiores, e de maneira alguma sugerindo que eles tinham menor importância”.1


“Todos os assim chamados profetas menores do Antigo Testamento têm suas características distintas, de modo que não há um sentimento de monotonia quando passamos de um deles ao seguinte”.2


“Os seus autores viveram e trabalharam como profetas em períodos diferentes, desde o século IX a.C. até o século V; de modo que, nesses livros proféticos, não somente temos o primeiro e o último dos testemunhos proféticos, a respeito da história futura de Israel e do Reino de Deus, mas também a evolução progressiva de tal testemunho. Portanto, quando interpretados em conexão com os textos dos profetas maiores, esses livros abrangem todos os fundamentos daquela palavra profética, por cujo intermédio o Senhor equipou o seu povo para a luz e o poder do seu precioso Espírito”.3


“Os Profetas Menores parecem ter se preocupado com nações e eventos que têm pouca importância para o mundo de hoje. Quão diferentes do Novo Testamento eles são! No entanto, um estudo cuidadoso desses profetas revela que muitos dos temas que eles abordam transcendem
aos Testamentos. Eles falam do amor de Deus e também da sua justiça.
As suas profecias não são todas de destruição, mas frequentemente são ricas em esperança [...].


“Quem quer que termine de ler os Profetas Menores tendo ouvido apenas palavras de recriminação e juízo, não os leu com a devida atenção.
Nos eventos funestos que esses profetas descrevem, oculta-se a mão de
Deus e, além desses eventos, está a brilhante perspectiva de um reino inaugurado por aquEle a quem Zacarias retrata como sofrendo traição,
perfuração no corpo e, por fim, a morte. Os Profetas Menores não são
tão limitados no tempo como poderíamos pensar”.4


Cronologia
A data de alguns dos livros dos Profetas Menores é relativamente incerta, mas a lista a seguir é uma cronologia sugerida.
Obadias (no reinado de Jeorão, rei de Judá) — entre 889 e 884 a.C.
Joel (no reinado de Joás, de Judá) — entre 875 e 848 a.C.
Jonas (no reinado de Jeroboão II, de Israel) — entre 824 e 783 a.C.
Amós (nos reinados de Jeroboão II, de Israel, e Uzias, de Judá) —
entre 810 e 783 a.C.
Oseias (nos reinados de Jeroboão II, de Israel, e Uzias, Jotão, Acaz,
e Ezequias de Judá) — entre 790 e 725 a.C.
Miqueias (nos reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, de Judá) — entre
758 e 710 a.C.
Naum (no reinado de Ezequias, de Judá) — entre 710 e 699 a.C.
Habacuque (no reinado de Manasses ou Josias, de Judá) — entre
650 e 628 a.C.
Sofonias no reinado de Josias, de Judá) — entre 628 e 623 a.C.
Ageu (no reinado de Dario, da Pérsia) — em 520 a.C.
Zacarias (no reinado de Dario, da Pérsia) — entre 520 e 480 a.C.
Malaquias (no reinado de Artaxerxes, da Pérsia) — entre 433 e
424 a.C. 5


Profetas Menores

PROFETAS NA DISPENSAÇÃO
DA LEI X PROFETAS NA DISPENSAÇÃO DA GRAÇA
Atualmente, uma exorbitante parte dos cristãos encontram dificuldades na correta compreensão das escrituras sagradas e da vontade de Deus para com o homem e a problemática da remissão de nossos pecados, isso considerando as diferentes formas de Deus tratar com o homem ao longo da história, reservadas à cada época, o que denomina-se “dispensações”.


Neste contexto, fica muito visível que, no decurso do tempo, os cristãos foram acrescentando – ou permitindo que se acrescentasse – à igreja, vozes estranhas àquela determinada pelo próprio Senhor Jesus Cristo como a única divinamente inspirada e apta à instruí-los na justiça, afim de torná-los “perfeitamente instruídos para toda a boa obra”, conforme dispõe a Sua Palavra em II Timóteo 3:16-17:


“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.”


Daí, podemos responder alguns porquês do surgimento de tantas dificuldades entre os homens na compreensão da “voz de Deus” ao longo da história e também nos dias atuais, uma vez que os cristãos abdicam de estudar e conhecer a própria Palavra de Deus, representada pela Bíblia Sagrada, ignorando sua PERFEITA capacidade de instruir em toda a justiça, como vimos, para dar ouvidos à vozes estranhas, geralmente suscitadas por homens que usurpam a função bíblica de instrução e aplicam suas práticas e ensinos, logicamente viciados de suas próprias tradições e interesses.
É o gritante caso dos chamados “profetas” da atualidade, distribuídos entre as mais variadas instituições denominacionais, com predominância naquelas intituladas pentecostais, onde, em uma reunião de cristãos, tudo (ou quase tudo) acontece na esfera da “revelação”, inclusive o ensino bíblico – que deveras, deve ocorrer somente por meio de um dom outorgado pelo Próprio Senhor Jesus Cristo aos homens, segundo a Sua soberana vontade (confira-se a carta aos Efésios 4:11 – onde consta a existências de homens DADOS para pastores e doutores).


Ora, nota-se que ali a referência é feita a homens que seriam “dados para” determinada função, com propósito de“aperfeiçoar os santos, para a obra do ministério e para a edificação do corpo de Cristo” (V. 12), mas jamais encontramos nas escrituras tal atribuição como sendo fruto da competência de uma imposição de mãos pelo presbitério, de uma conclusão de curso acadêmico teológico, ou ainda da preferência do próprio grupo ao qual tal cristão pertença, seja ele oriundo de quaisquer correntes denominacionais.


É partindo da inobservância desta premissa (de que o ensino bíblico deve ser exercido por aqueles a quem o próprio Jesus escolheu – e tem escolhido – concedendo livre acesso para que o Espírito Santo manifeste suas mais variadas formas de operar como lhe apraz – II Cor. 12:11) é que atualmente, amontoam-se “doutores segundo as suas próprias concupiscências” (II Timóteo 4:3), como é o caso dos intitulados “profetas” de que trataremos nesse artigo, já que não são poucas as vezes que nos deparamos com algum cristão (e também incrédulos) desiludidos da vida, em razão de terem sido alvo de uma profecia ou “profetada”, como chamam alguns, originada em “visões” e “revelações” emanadas de algum destes videntes (adivinhadores do futuro), em alguma reunião denominacional que tenham frequentado e – pasmem – tudo em nome de Deus.


Com o descaso e abandono das verdades bíblicas no decurso do tempo, atrelado às divisões denominacionais que perduram até os dias atuais, temos que os cristãos perderam a responsabilidade de leitura e compromisso com a Palavra de Deus, passando a necessitar da busca incessante por novas revelações e profecias, que tragam imediato alento ao sofrimento porventura sofrido em suas realidades de vida.


Por outro lado, o que não falta são homens “amantes de si mesmos”, ávidos por suprir tal necessidade com a implantação de reuniões e cultos carregados de supostas profecias e revelações, tudo perceptivelmente feito às cegas, sem a autorização ou sequer amparo da Palavra de Deus, mas com um interesse próprio de cada um (seja ele político, financeiro, de influência, egocêntrico…) como se verá adiante. Estas práticas estão muito mais ligadas ao ego do homem que as executa, do que propriamente à operação do Espírito Santo, como se tenta fazer entender por eles – na verdade, nenhuma ligação há entre o Espírito Santo e tais práticas – se não é sobre o que bem advertiu o apóstolo Paulo à assembleia/igreja que estava reunida em Colosso (Colossenses 2:18):


“Ninguém vos domine a seu bel-prazer com pretexto de humildade e culto dos anjos, envolvendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão.”


Se parássemos por aqui, já estaria suficientemente comprovado que a bíblia foi compilada por inspiração do Espírito Santo, com conteúdo suficientemente apto à redarguir, corrigir e instruir todo o cristão em toda a justiça, tornando desnecessário ao mesmo qualquer outra revelação ou profecia (no sentido de vidência) pós-testamentária, isto é, proferida após a compilação do Novo testamento.


Contudo, ainda mais profundamente vai as escrituras sagradas, ao demonstrar a ilegitimidade destes chamados “profetas” e denunciar suas práticas, e mais, na diferenciação entre os profetas atuantes e elencados no VELHO TESTAMENTO, em contraste ao dom da profecia e a referência aos profetas atuantes e elencados ao NOVO TESTAMENTO, como se verifica facilmente da análise do conteúdo bíblico e este respeito.


No antigo testamento, o termo “profeta” deriva do substantivo hebraico “nabi”, que significa “Proclamar” ou “Aquele que proclama”. Nesse sentido, nem precisamos de muito esforço para perceber que esta foi a exata função daqueles que profetizaram durante a antiga dispensação (Lei de Moisés). Estes vieram profetizando (proclamando) as verdades que seriam materializadas no corpo e obra de Jesus Cristo ATÉ JOÃO BATISTA (que foi o último e o MAIOR dos profetas), conforme explicação deixada pelo Próprio Senhor Jesus Cristo em sua Palavra de que nele (João Batista) encerrou-se toda a atuação profética da lei e dos próprios profetas suscitados em razão dela. Para tanto, segue-se Mateus 11:11-15:


“Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.


E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir.


Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”


Desta forma, não há o que contestar sobre o fato de que TODOS os profetas e a LEI somente atuaram até João Batista, tendo ainda como advertência bíblica que, se temos ouvidos para ouvir esta verdade, que OUÇAMOS! (V. 15)


Entretanto, a maior das dúvidas surge quando encontramos disposições bíblicas com relação ao dom da profecia e citações do termo “profeta” ao longo dos evangelhos e das cartas apostólicas, dando ensejo à interpretações – errôneas – de que se trata dos mesmos profetas que profetizaram durante a dispensação da Lei de Moisés. Pois é, não se trata!


No novo testamento, sempre que encontrado, o termo “profeta” deriva da palavra GREGA “prophetes” ou “prophemis” que significa “Aquele que diz no lugar de outrem” (PRO=DIZER / PHEMIS=NO LUGAR DE ALGUÉM). O sentido da palavra remete a ideia de alguém que falará por Deus, ensinando as suas verdades, aquelas já reveladas no Corpo e Obra do Senhor Jesus Cristo e que deveriam ser, não só ensinadas, mas também registradas em sua Palavra em complemento ao que fora revelado durante toda a compilação do Velho Testamento – que eram sombras das coisas futuras e se materializariam na pessoa e Obra do Senhor Jesus Cristo, Nosso Salvador, deixando sua razão de ser após a consumação de Seu sacrifício, o que ocorreu apenas UMA VEZ. (Col. 2:16-17 e Hb 10:1-10).


Foi neste sentido que Jesus, tendo subido ao céu, levou cativo o cativeiro (o pecado) dos homens e os distribuiu DONS, “uns para apóstolos, outros profetas, evangelistas, pastores e doutores…” (Efésios 4:11), ou seja, no sentido de que os profetas ali descritos, seriam portadores DAS VERDADES bíblicas, já consumadas em seu sacrifício, para ensinar aos demais. Tanto o é, que encontraremos o apóstolo Paulo correlacionando os termos “profeta” e “profecia” à responsabilidade de ensinar as verdades da sã doutrina, afim de que TODOS APRENDAM e sejam CONSOLADOS (1 Cor. 14:26-33):


“E falem dois ou três profetas, e os outros julguem.


Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.


Em contrapartida, não há como negar que, para a igreja (assembleia de cristãos), encontraremos a profecia como uma das diversas formas de manifestação do Espírito Santo no homem, contudo, “apenas para o que for útil” e com ênfase no ensino da palavra (não em revelações de algo novo) pois, de tudo o que a igreja necessitava para ser salva, restou registrado NA ÍNTEGRA pelos apóstolos e profetas que compilaram o texto bíblico pela inspiração do Espírito Santo, os quais assentaram os FUNDAMENTOS do evangelho, sobre a principal Pedra angular, Jesus Cristo, permitindo que nós, a igreja formada pelos salvos mediante a fé na Pessoa e Obra de Dele naquela Cruz, pudéssemos crescer “bem ajustados”, como as paredes de um edifício, edificados pela doutrina dos apóstolos “para morada de Deus”, segundo o que relata a carta aos Efésios 20:22.


Algo lógico demonstrado pela Palavra de Deus, é que não temos autoridade bíblica para conferirmos a alguém o apostolado, nem o título de “profeta” (o que demandaria outro estudo). Entretanto, encontraremos o DOM da profecia (não o título de profeta) discorrido nas cartas dos apóstolos, como é o latente caso da carta à assembleia reunida em Corinto (1 Cor. 12: 4-11):


“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.


E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.


E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.”


Porém, é crível pela comparação de outras passagens bíblicas, que os profetas para cujo Espírito Santo repartirá tal manifestação, se manifestarão com palavras inteligíveis e de verdades bíblicas, no intuito de EDIFICAR o CORPO DE CRISTO (lembrando que aqui se fala do conjunto formado por TODOS os cristãos, convertidos genuinamente pela fé em Jesus Cristo e em Sua Obra consumada na Cruz – independentemente do local de conversão ou frequência de cada um deles).


Assim, é certo que serão conclamados pelo Espírito Santo a “fazer tudo para a edificação” (1 Cor. 14:26). Se assim não o fosse, o apóstolo jamais teria priorizado o dom da profecia sobre o de línguas estrangeiras (estrangeiras mesmo), sob o argumento de que um (profecia) edifica o Corpo de Cristo – assembleia/igreja local onde portador do dom esteja reunido – enquanto o outro (línguas) edifica somente aquele que o exerce, o que o fez, inclusive, explicando o conceito de “profetizar”, quando afirma que “o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação” (1 Cor. 14:3).


Novamente, o dom e aquele que o portar, aparecem correlacionados à função de edificar, exortar e consolar – frise-se – OS HOMENS – e não somente o Corpo de Cristo, posicionando o tema muito acima da nossa mera e limitada compreensão (em que pese ampla atuação da manifestação, além dos limites do Corpo de Cristo/Igreja, não há disposição bíblica incitando os profetas – prophemis – à adivinhar o futuro das pessoas, tão pouco à assentar novas doutrinas).


Com atenção em tais homens, Jesus foi categórico em advertir acerca daqueles que reivindicariam para si o título de profeta, mas seriam conhecidos pelos “frutos” que produziriam, nos exortando a ter cautela para com os tais a não sermos enganados por eles (Mateus 7:15-20):


“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”.


Não muito depois, o apóstolo Paulo sentiu na prática o que Jesus falara aqui, ao atravessar a ilha de Pafos, em uma de suas viagens missionárias, e ali encontrar um mágico, “falso profeta”, de nome Barjesus, sendo tão incomodado por tal homem ao ponto de, pelo poder do Espírito Santo, tornar-lhe cego por um tempo, afim de que pudesse continuar na pregação da verdade ao procônsul daquele lugar (Atos 13:6-12).


Seguidos do Apóstolo Paulo, Pedro e João também deram ênfase aos falsos profetas, alertando sobre o perigo e consequências de suas práticas:


2 Pedro 2:1-2
“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade.”


1 João 4:1
“Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetasse têm levantado no mundo.”


Desta forma, seja pela tradução e significado correto do termo “profeta” e suas aplicações para os idiomas hebraico e grego, seja pelas disposições bíblicas que, massivamente, apontam para a distinção dos significados demonstradas em situações de fato narradas por seus escritores sob a égide do próprio Espírito Santo, ou ainda, pela amplitude do conteúdo bíblico que se mostra completamente apto à suprir toda a necessidade humana.


O que não se pode negar, é que devemos ter o máximo de cautela, ao cruzar nossos caminhos com algum “profeta” da atualidade que, utilizando-se de versículos bíblicos isolados (fora do seu contexto), buscarão fazer presas fáceis, proferindo palavras como se originadas de Deus fossem, quando na verdade, não passam de falácias destiladas pelo ego, em uma demonstração do retrato de homens que insistem em ser “algo” ou “alguém” para reconhecimento próprio no seio do grupo de cristãos que frequenta.


Para aqueles que buscam as verdades da Palavra, dedicando seu tempo à conhecê-las, valem as palavras de alerta do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que insistia: “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32) e ainda: “se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8:36). Repare que há aqueles que se acham livres e aqueles que são VERDADEIRAMENTE livres. Obviamente que somente Jesus Cristo, que é “o caminho, a verdade e a vida”, é capaz de tornar um ser humano originalmente pecaminoso em alguém verdadeiramente livre.


Já para aqueles que insistem na comodidade de buscar e repetir as palavras que ouviu alguém proferir como nova “profecia” ou “doutrina” ou buscar aquelas de interesse próprio, sem prová-las ao exame da Palavra de Deus à atestar sua autenticidade, resta a advertência pelo mesmo Senhor Jesus Cristo, que apontou “porventura não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?” (Marcos 12:24).


De qual lado nos encontramos como cristãos? Temos buscado profecias prontas, bem ao estilo fast food, para satisfazer nossas necessidades e urgências (como cura de enfermidades ou dinheiro e prosperidade)? Ou temos sido diligentes e satisfeitos pela Obra já consumada por Jesus Cristo ao nosso favor, em aguardar a vontade Dele em nossas vidas, esperando apenas na suficiência do seu sacrifício e das verdades da Sua Palavra?


A decisão é sempre nossa, ou continuaremos a dar ouvidos à vozes estranhas, abrindo a bíblia somente nos casos em que precisemos utilizá-la como uma espécie de “abracadabra” para nossa satisfação pessoal, ou passaremos a ser “homens”, deixando as “coisas de menino” e compreendendo que, quanto ao sacrifício de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo naquela Cruz, a Sua Graça nos basta. Ou não basta? (1 Cor. 13:11 e 2 Cor. 12:9)
Por: Reny Junior


Os Livros Proféticos
Introdução dos Livros Proféticos.
Os Livros proféticos são os livros de Isaías a Malaquias. O total de 17 livros.
Os Livros Proféticos são divididos na seguinte maneira.
Os Profetas Maiores: Isaías – Daniel, 5.
Os Profetas Menores: Oséias – Malaquias, 12.
São chamados por estes nomes (maiores e menores) por causa do seu tamanho, não porque uns são mais ou menos importantes do que outros.


O Velho Testamento pode ser dividido na seguinte maneira.


1. Livros Históricos. Gênesis – Ester, 17.
Penteteuco: Gênesis ! Deuteronômio, 5.
História de Israel: Josué ! Ester, 12.
2. Livros Poéticos: Jó ! Cantares de Salomão, 5.
3. Livros Proféticos: Isaías ! Malaquias, 17.
Profetas Maiores: Isaías ! Daniel, 5.
Profetas Menores: Oséias ! Malaquias, 12.


Também devemos observar que os profetas eram ou de Israel ou de Judá. Porque depois do Rei Salomão, o reino judaico foi dividido em dois reinos: Judá e Israel. Os profetas eram, então, ou de Judá (o reino do sul) ou de Israel (o reino do norte). Outros eram profetas depois que os reinos cairam nos cativeiros, e outros depois dos cativeiros na restauração de Jerusalém e do templo. Observe os profetas segundo os dois reinos.


Profetas de Israel: Jonas, Amós, e Oséias.

Profetas de Judá: Obadias, Joel, Isaías, Miquéias, Naum, Habaquque, Sofonias e Jeremias.

Profetas durante o Exílio: Ezequiel e Daniel.

Profetas depois do Exílio: Ageu, Zacarias E Malaquias.


O Profeta.
O que é o profeta ou a profecia? Note algumas coisas que a Bíblia diz sobre este assunto.
1. O profeta foi chamado “Vidente” antigamente. I samuel 9:9. Vidente significa “aquele que vê”. Vê o que? A profecia do Senhor.
2. O profeta foi um homem que falou inspirado por Deus. Falar no nome ou no lugar de Deus. No sentido de Êxodo 7:1.
3. O profeto fez mais do que só predizer ou profetizar o futuro. Ele foi a porta-voz do Senhor para entregar a Palavra de Deus ao povo. Observe Oséias 1:1-2, 4:1.
4. Foram inspirados direta ou indiretamente por Deus para falar a Palavra dEle. II Pedro 1:21 descreve isto. É a mesma palavra traduzida em Atos 27:17, como “foram à toa”.
5. Os profetas não foram perfeitos em tudo da sua vida nem palavra, só na palavra inspirada e recebida de Deus.
6. Profetas e sacerdotes. Os sacerdotes ensinaram a lei já revelada por Deus. Os profetas receberam mensagens extra-ordinárias do Senhor.
Fonte:Crescendoparaedificar

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