2 de outubro de 2021

Aula Bíblica Jovens e adultos, Central Gospel – Lição 01: As Origens do Profetismo Bíblico

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✍️ Apresentem o título da lição 01: As Origens do Profetismo Bíblico
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💨 Trabalhem os pontos levantados na lição sempre de forma participativa e contextualizada.


TEXTO ÁUREO
Deuteronômio 29.29
As coisas encobertas são para o Senhor, nosso Deus; porém as reveladas são para nós e para nossos filhos, para sempre, para cumprirmos todas as palavras desta lei.


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OBJETIVOS
👉  Identificar a semelhança entre a profecia e a prática da adivinhação entre os povos vizinhos a Israel;
👉  Entender que as práticas da adivinhação passaram a fazer parte da cultura israelita, com numerosos exemplos bíblicos;
👉  Reconhecer que, com o passar do tempo e a chegada da maturidade, houve uma separação definitiva entre a adivinhação e a profecia.


INTRODUÇÃO
O profeta e o profetismo têm em sua índole original de fazer acontecer o encontro entre Deus, e seu povo.

No sentido bíblico, a palavra “profeta” é a mais comumente usada para designar as pessoas que ocupavam um ofício religioso específico no antigo Israel. O profeta no Antigo Testamento é uma figura bastante singular.

É algo específico pela sua própria natureza, pela sua fonte e pela sua argumentação. Os profetas em Israel apresentam-se como a realização da Palavra do Deus na Aliança e mantém com tudo o ímpeto da paixão que arrebata seu coração e ações. Não é uma relação dependente do culto, marcada pelo formalismo ou pela conivência com clichês políticos; pelo contrário, é uma relação intensa, de arrebatamento e dedicação que determina sua vida e sua mensagem. O fenômeno que marcou e assinalou as exigências da Aliança é de grande importância como literatura do Antigo Testamento.

Buscamos analisar o status de profeta na sociedade do Antigo Israel a partir dos textos do Antigo Testamento. Considerando os estudos sobre o tema, que identificam aquelas figuras como visionários, adivinhos, milagreiros e proclamadores de palavras divinas; pretendemos demonstrar que as figuras independentes, proponentes de transformações sociais e religiosas, estavam envolvidas numa disputa de forças contra as figuras ligadas ao templo ou ao rei. Esta disputa levou o profetismo a ser regulado e limitado, no período do cativeiro babilônico, pelos escribas e sacerdotes, por meio da Lei Mosaica.


1. A RELAÇÃO ENTRE PROFECIA E ADIVINHAÇÃO
O fenômeno da profecia, na forma de homens ou mulheres como transmissores das mensagens dos deuses, não era estranho nas culturas do Antigo Oriente Próximo, entre as quais se inclui a israelita. Figuras oraculares eram comuns entre fenícios, mesopotâmios, hititas e egípcios. Se há equivalentes dos profetas bíblicos em outras culturas da antiguidade, o fenômeno é, contudo, único em Israel. O profetismo não era uma exclusividade israelita, porém a forma e a natureza do profetismo na nação santa, a transforma em algo peculiar. A natureza, a centralidade e a intimidade com o Senhor torna o profeta em um ser especial dentre os homens israelitas e diferente das outras nações.

As outras nações tinham os seus profetas, porém os profetas da nação israelita tinham algo a mais, Deus. Visto isso na Bíblia em dois períodos altamente distintos. José no Egito revelando os sonhos do faraó, onde nenhum dos profetas ou adivinhadores conseguiram decifrar e Daniel na Babilônia revelando e traduzindo o sonho de Nabucodonosor e com os dizeres escritos na parede por uma mão misteriosa.


1.1. A palavra adivinhação
Porta-vozes de revelações consideradas divinas, as várias figuras proféticas eram sustentáculos das elites israelitas ou contestadoras das mesmas. As figuras contestadoras foram fundamentais para a formação do judaísmo e do monoteísmo bíblico, cuja origem remonta ao exílio babilônico

“E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniquidade foi tirada, e expiado o teu pecado.” (Isaías 6:7)

A boca do profeta é tocada, pois ele não falará palavras que são suas, mas palavras que são de Deus. As palavras na boca do profeta não significam somente palavras humanas e sim conteúdos divinos para a melhora, mudança e transformação dos que ouvem e as recebem. O profeta deveria ir e falar, deveria se expor para que a sua mensagem fosse ouvida, acolhida e compreendida.

O profeta é sempre uma pessoa que é “agente de campo”, aquele alguém que está na linha de frente sempre se arriscando e se expondo dentro de seus limites e realidades.

Em hebraico há um substantivo de suma importância, dãbãr, que pode ser “palavra ou ação”.

O profeta primeiramente é um homem de palavra, em seguida um homem de ação.

Há também o termo hozeh, cujo significado é: olhar, contemplar, presenciar, ver. Isto pode expressar o sentido de “visionário”, sempre utilizado no masculino e refere-se aos indivíduos que recebiam revelações através da visão ou audição. Nestes casos, a revelação recebida era contemplar uma visão extraordinária, ouvir a palavra da divindade ou ambos.

O termo ro’eh, cujo significado é “vidente”, deriva do verbo ra’ah, que significa “ver”. Expressa revelações divinas recebidas através de visões, normalmente ligadas ao êxtase religioso.


1.2. A influência dos povos vizinhos
Israel sempre sofreu com as influências dos outros povos, ao saírem do Egito, Deus no deserto preparou uma série de Mandamentos para que o seu povo largasse os velhos costumes e as antigas práticas, ou seja, fez questão de demonstrar para o seu povo que a influência que o Egito tinha sobre os israelitas acabaria ali.

Apesar de culturas diferentes influenciarem em outras áreas e aspectos, dentro do profetismo ou do ministério profético não poderia haver influência alguma. Deus iniciou-se falando e tratando de uma forma e essa seguiria. Sem inovações e sem intervenções dos povos vizinhos.

Sabemos que os israelitas são um povo monoteísta (doutrina religiosa que defende a existência de uma única divindade) e como cultuavam a somente um único Deus; somente esse Um falaria diretamente com eles.

As influências religiosas dos outros povos somente fizeram mal aos israelitas. Pois retiraram a centralidade do culto ao o único Deus do povo israelita, para consultarem aos outros deuses que eram meramente criações humanas de outros povos.


2. EXEMPLOS DA PRÁTICA DA ADIVINHAÇÃO
O homem sempre quis prever alguma coisa e principalmente o futuro; o homem sempre quis adivinhar, porém somente saberá das coisas futuras se o Deus que gere toda a terra, tempo e eternidade permitir.

Na Babilônia havia diversos adivinhadores, porém um único profeta foi capaz de revelar tudo o que Deus estava falando com o reinado da Babilônia, sem adivinhações e somente com o chamado e uma vida integra e sincera de um homem de Deus.


2.1. Adivinhação por meio dos astros
Atualmente é conhecida pelo nome de astromancia. Que é a adivinhação por meio dos astros; arte de supostamente adivinhar o futuro através dos astros (corpos celestes, estrelas, planetas).


2.2. Adivinhações por meio dos terafins
A palavra hebraica (etimologia incerta) para "ídolos" é teraphim. Esses ídolos poderiam ser muito grandes (1° Samuel 19:13-16), ou muito pequenos, de modo a caber na sela do camelo de Rachel (Gn. 31:34). Entendemos a partir das Tabuletas Nuzi que estes ídolos eram um sinal de direitos de herança, portanto Raquel pode tê-los roubado como um símbolo de sua compreensão dos atos ilegais de Labão em relação a sua herança ou para mais tarde afirmar o direito de seu filho a herdar a propriedade de Jacó. Alguns dizem que ela roubou-os para que Labão não pudesse adivinhar o paradeiro deles (Gn. 30:27). Estes terafins foram usados para adivinhação (Zacarias 10:2).

Eles muitas vezes aparecem em associação "a estola sacerdotal" (Rs. 7:5; 18:14-20; Oséias 3:4). Eles estão condenados como sendo idólatra em 1° Samuel 15:23.

A partir de diferentes partes do Antigo Testamento uma descrição composta é difícil:
1. Ídolos de casa pequenos e portáveis (Gn. 31:19; 34, 35).

2. Ídolo grande em de forma de ser humano (1° Samuel 19:13,16).

3. Ídolos usados nos lares, mas também em santuários (Jz. 17:5; 18:14, 17, 18; Oséias 3:4).

4. Ídolos usados para saber o futuro ou a vontade dos deuses/deus:

a) Condenados e paralelos com adivinhação (1° Samuel 15:23).

b) Condenados e paralelos com médiuns, espíritas e ídolos (2° Rs. 23:24)

c) Condenados e paralelos com adivinhação, flechas sacudidas e inspecionar o fígado de uma ovelha (Ezequiel 21:21).

d) Condenados e paralelos com adivinhadores e falsos profetas (Zacarias 10:2).


2.3. Adivinhações por meio dos mortos 
Atualmente chamado de necromancia. Termo originado do grego "nekrós" (cadáver e "manteía", previsão, adivinhação) a prática de adivinhação do futuro ao convocar e comunicar-se com os mortos. É uma das chamadas "artes negras", alegadamente praticada por bruxas e magos. Seu surgimento encontra[1]se em meio às práticas religiosas das civilizações da antiguidade, de Grécia, Roma e Pérsia. O geógrafo e historiador grego Strabo faz referência à necromancia como a principal forma de adivinhação entre os persas. A prática era comum entre adivinhos, ocultistas e magos da Idade Média e do Renascimento.

Sem dúvida, o caso mais famoso de necromancia é o da denominada "Bruxa de Endor", descrito na Bíblia, em 1° Samuel (28:11-25), onde esta convoca o espírito de Samuel na presença do rei Saul. O episódio bíblico foi amplamente aceito durante muito tempo como evidência irrefutável da existência da prática da bruxaria. Outro episódio exemplar de necromancia encontrado na Bíblia está em Deuteronômio (18:9-12), onde os Israelitas são advertidos a evitar a censurável prática dos cananeus, de previsão do futuro por meio dos mortos.


2.4. Adivinhação mediante instrumentos mágicos 
“Não é este o copo em que bebe meu senhor e pelo qual bem adivinha? Procedestes mal no que fizestes.” (Gênesis 44:5)

Esse verso prova que José usava uma taça de prata para fazer adivinhações? Não! Os textos bíblicos demonstram claramente ser a montagem de uma trama fictícia com todos os elementos que deveriam existir para que ela funcionasse, para que atingisse o objetivo, que era os irmãos de José serem apontados como ladrões.

A taça pela qual se diz ter José adivinhado (Gn. 44:5), era um vaso de prata (simbólico do Nilo, a taça do Egito) que se supunha ter misteriosas qualidades mágicas. A adivinhação era feita por meio de irradiações da água, ou de gemas, com inscrições mágicas, a ela arremessadas.

E no Egito era muito comum esse tipo de “adivinhação” usando objetos e também os governantes se “acharem” semideuses. De nenhuma forma isso aponta para José tendo aceitado em sua vida esse costume que não agradava a Deus. O fato é que nas narrativas de Gênesis não temos qualquer menção de José do Egito usando taça de prata para receber qualquer revelação de Deus ou fazer “adivinhações”. Quando interpretou o sonho de Faraó, por exemplo, José deixou claro que era algo que vinha de Deus (Gn. 41:16).

No livro do profeta Ezequiel (21:21) a referência à adivinhação é por meio de flecha. O rei arremessou um feixe de setas a fim de ver em que direção iam descer e, como elas caíram à sua mão direita, ele marchou para Jerusalém. A condição do fígado do animal, que tinha sido sacrificado, julgava alguns ser uma indicação relativamente ao futuro (Ezequiel 21.21). Moisés proibiu toda espécie de adivinhação.


3. A SUPERIORIDADE DA PROFECIA BÍBLICA 
No antigo Israel havia uma pluralidade de status e práticas atribuídos a personagens chamados de profetas: o nabi (“chamado”), hozeh (“visionário”), ro’eh (“vidente”), qosem (adivinho) e o elohim (“Homem de Deus”).

Alguns visionários ou profetas, que atuavam de forma independente, entraram em choque com os sacerdotes e demais figuras oraculares, primeiramente devido a proeminência política do culto a Baal, depois, pelo uso do carisma profético a favor das elites e contra os oprimidos. Desta tensão surgiram os “profetas escritores”, que, posteriormente, foram tratados de forma honrosa pelo título profético nabi.

O profeta do Senhor é sempre um ungido e eleito. Não fica muito bem claro o porquê do chamado do indivíduo para uma missão profética. Interessante que mesmo diante de uma chamada, unção e eleição, o que torna-se especial no profeta, não é ele mesmo, mas sim as palavras que saem da boca dele.

O profeta não podia temer ou muito menos sentir-se intimidado; o profeta não defendia uma mensagem propriamente sua, mas sim um alerta que vinha diretamente de Deus.

Deus sempre acompanhou Israel e os seus profetas.


CONCLUSÃO 
O dom da profecia foi concedido por Deus apenas a pouquíssimas pessoas, na história da humanidade, mas nos tempos bíblicos havia quem pretendesse ter o dom da adivinhação, praticando várias espécies de artifícios com o fim de fazerem crer que possuíam conhecimentos do futuro. Em geral a adivinhação fazia parte dos predicados de uma casta sacerdotal, que disso fazia uso para os seus próprios fins (Gn. 41:8; Isaías 47:13; Jeremias 5:31; Daniel 2:2).

As pessoas que afirmavam ter em si espíritos familiares (Isaías 8:19; 29:4) crê[1]se que eram ventríloquos e murmuravam para imitar a voz dos espíritos, que se acreditava terem sido invocados dentre os mortos. Com respeito à invocação da alma de Samuel pela pitonisa de En-Dor (1° Samuel 28:7-25), considerando que a mulher era indubitavelmente uma impostora, podemos dizer que Deus permitiu nesta ocasião, para os Seus próprios desígnios, que Saul, pelas engenhosas práticas da feiticeira, pudesse ser inteiramente avisado do que o esperava, tendo ainda tempo nos seus últimos dias de voltar o seu coração para Deus.
O Ministério Profético - Sua Importância e Contemporaneidade.
Pr. Jarmuth Jordão
Fonte: ADVEC Sede, Rio de Janeiro
Fonte: Crescendoparaedifica.blogspot.com
Fonte: Jovens e adultos, Central Gospel.

  
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DEUS ESTÁ AQUI - CORINHOS #10  


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