"Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?"(1 Co 3.16)
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VERDADE PRÁTICA
Cremos que o Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, Senhor e Vivificador, que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo, regenera o pecador, e que falou por meio dos profetas.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 28.19 O Espírito Santo é Deus
Terça - 2 Co 3.6,17 O Espírito Santo é Senhor
Quarta - Jo 16.8 O Espírito Santo convence do pecado, da justiça e do juízo
Quinta - Tt 3.5 O Espírito Santo regenera
Sexta - 2 Pe 1.21 O Espírito Santo falou por meio dos profetas e apóstolos
Sábado - Jo 16.13 O Espírito Santo é o Consolador
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 14.15-18,26
15 - Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.
16 - E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre,
17 - o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.
18 - Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.
26 - Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
OBJETIVO GERAL
Mostrar que o Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade ?e que Ele convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo.
Hinos sugeridos:
Harpa Cristã: 85
Harpa Cristã: 101
Harpa Cristã: 551
Revista Adultos - 3º Trimestre de 2017 - Tema: "A Razão da Nossa Fé: Assim cremos, assim vivemos"Cpad...mais>>
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Compreender quem é o Espírito Santo;
Mostrar a divindade do Espírito Santo à luz da Bíblia;
Apresentar os atributos da divindade;
Analisar a personalidade do Espírito Santo.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, nesta lição estudaremos acerca da Terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo. Ele não é um fogo, um vento ou uma força, mas Deus. Uma das provas da sua deidade reside no fato de que Ele possuí atributos divinos. Sem sua ação teria sido impossível conhecer a Deus e a Jesus Cristo. Sem Ele jamais teríamos experimentado o novo nascimento e a santificação. Alguns, erroneamente, acreditam que o Espírito Santo entrou no mundo somente no dia de Pentecostes. Mas, a Terceira Pessoa da Trindade esteve também presente na criação (Gn 1.26), no ministério de Jesus e dos discípulos.
INTRODUÇÃO
As Escrituras Sagradas revelam a identidade do Espírito Santo, sua deidade absoluta e sua personalidade, sua consubstancialidade com o Pai e o Filho como Terceira Pessoa da Trindade e suas obras no contexto histórico-salvífico. Todos esses dados da revelação só foram definidos depois do Concílio de Niceia. A formulação da doutrina pneumatológica aconteceu tardiamente na história da Igreja, na segunda metade do século IV. A presente lição pretende explicar e mostrar como tudo isso aconteceu a partir da Bíblia.
PONTO CENTRAL
Cremos que o Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
I - O ESPÍRITO SANTO
1. A revelação divina. A Bíblia mostra que a revelação divina foi progressiva, como disse um dos pais da Igreja no século IV: "O Antigo Testamento manifestou claramente o Pai e, obscuramente, o Filho. O Novo manifestou o Filho e, obscuramente, indicou a divindade do Espírito Santo. Hoje, o Espírito habita entre nós e se dá mais claramente a conhecer" (Gregório de Nazianzo). O Senhor Jesus revelou o Pai (Jo 1.18), e o Espírito Santo é quem revela o Filho (Jo 16.14; 1 Co 12.3).
2. O esquecimento. Há abundância de detalhes na Bíblia sobre a identidade do Espírito Santo no que diz respeito à sua personalidade e divindade, bem como ao seu relacionamento com o Pai e o Filho. Ele aparece, literalmente, em toda a Bíblia desde o Gênesis, na criação (Gn 1.2), até o Apocalipse (22.17). Mas esses dados da revelação precisavam ser definidos, daí a necessidade de formulações teológicas exigidas pela nova realidade cultural em que a Igreja vivia e pelas demais civilizações em que o evangelho havia penetrado. Essa difícil tarefa levou séculos para ser concluída, e as várias tentativas resultaram também em heresias.
3. O Espírito Santo e os primeiros cristãos. À luz do Novo Testamento e comparando com a literatura patrística dos séculos II e III, fica claro que os cristãos da Era Apostólica conheciam mais sobre a identidade do Espírito Santo do que os pais da Igreja do referido período. A verdadeira identidade do Espírito Santo, com base bíblica, só aconteceu a partir de Atanásio e dos três grandes capadócios. Antes disso, a conceituação sobre o Espírito Santo era quase sempre inadequada.
SÍNTESE DO TÓPICO I
O Espírito Santo está presente em toda a Bíblia.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Reproduza o quadro abaixo e utilize-o para mostrar aos alunos algumas das verdades a respeito do Espírito Santo extraídas do evangelho de João:
Ele nunca nos deixará (Jo 14.6).
O mundo não pode recebê-lo (Jo 14.7).
Ele vive em nós e conosco (Jo 14.17).
Ele nos ensina (Jo 14.26).
Ele nos lembra as palavras de Jesus (Jo 14.26).
Ele nos convence do pecado, nos mostra a justiça de Deus, e anuncia seu juízo contra o mal (Jo 16.8).
Ele nos guia na verdade, e nos dá conhecimento de eventos futuros (Jo 16.13).
Ele glorifica a Cristo (Jo 16.14).
(Extraído da Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal, CPAD, p. 1472.)
CONHEÇA MAIS
* Credo Niceno-Constantinopolitano
"Entre 361-81, a ortodoxia trinitariana passou por mais refinamentos, mormente no tocante ao terceiro membro da Trindade, o Espírito Santo. Em 381, em Constantinopla, os bispos foram convocados pelo Imperador Teodócio, e as declarações da ortodoxia de Niceia foram reafirmadas. Além disso, houve menção explícita do Espírito Santo em termos de deidade, como o 'Senhor e Doador da vida, procedente do Pai e do Filho; o qual, com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado; o qual falou pelos profetas." Para conhecer mais, leia Teologia Sistemática, uma perspectiva pentecostal, CPAD, p.177.
II - A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO À LUZ DA BÍBLIA
1. A divindade declarada. O Espírito Santo é chamado de Senhor nas Escrituras Sagradas: "Ora, o SENHOR é o Espírito" (2 Co 3.17; ARA). Os nomes "Deus" e "Espírito Santo" aparecem alternadamente na Bíblia: "Por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? [...] Não mentiste aos homens, mas a Deus" (At 5.3,4b). Deus e o Espírito Santo aqui são uma mesma divindade. O apóstolo Paulo também emprega esse tipo de linguagem: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Co 3.16). Isso vem desde o Antigo Testamento: "O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou" (2 Sm 23.2,3). É nessa linguagem que a Bíblia diz que o Espírito Santo é Deus.
2. A divindade revelada. O relacionamento do Espírito Santo com o Pai e com o Filho revela a sua divindade e a sua consubstancialidade com Eles. Isso está claro nas construções tripartidas do Novo Testamento (Mt 28.19, 1 Co 12.4-6; 2 Co 13.13; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2). Em relação ao Pai, o Espírito penetra todas as coisas, até mesmo as profundezas de Deus (1 Co 2.10,11); é igualmente chamado de "Espírito de Deus" (Gn 1.2) e de "o Espírito que provém de Deus" (1 Co 2.12). Concernente ao Filho, Ele é chamado por Jesus de "outro Consolador" (Jo 14.16). O termo grego para "Consolador" aqui é parácleto, que significa "ajudador, advogado" e é aplicado ao Senhor Jesus como Advogado (1 Jo 2.1). Ele é chamado de "Espírito de Jesus" (At 16.7), "Espírito de Cristo" (Rm 8.9) e ainda "Espírito de seu Filho" (Gl 4.6).
3. Obras divinas. A divindade do Espírito Santo é vista não apenas na declaração direta das Escrituras, nem somente pelo relacionamento dEle com o Pai e o Filho, mas também nas obras de Deus. O Espírito Santo é o Criador do Universo e dos seres humanos (Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30). Ele gerou Jesus (Mt 1.20; Lc 1.35) e o ressuscitou dentre os mortos (1 Pe 3.18); e ressuscitará os fiéis (Rm 8.11). Ele é o Senhor da Igreja (At 20.28); autor do novo nascimento (Jo 3.5,6); dá a vida (Ez 37.14), regenera o pecador (Tt 3.5) e distribui os dons espirituais (1 Co 12.7-11). Assim, o Credo Niceno-Constantinopolitano declara: "E no Espírito Santo, o Senhor e Vivificador, o que procede do Pai e do Filho, o que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o que falou por meio dos profetas". A confirmação bíblica dessa verdade é abundante (2 Co 3.17; Rm 8.2; Jo 15.26; Fp 3.3; 2 Pe 1.21).
SÍNTESE DO TÓPICO II
Cremos na deidade do Espírito Santo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"O divino Consolador tem pleno poder sobre todas as coisas. Ele tem poder próprio. É dEle que flui a vida, em suas dimensões e sentidos bem como o poder de Deus (Sl 104.30; Ef 3.16). Isso é uma evidência da deidade do Espírito Santo. Ele tem autoridade e poder inerentes, como vemos em toda a Bíblia, máxime em o Novo Testamento.
Em 1 Coríntios 2.4, na única referência (no original) em que aparece o termo traduzido por 'demonstração do Espírito Santo', designa-se literalmente uma demonstração operacional, prática e imediata na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de Cristo. E isso ocorre pela poderosa ação persuasiva e convincente do Espírito, cujo efeitos transformadores foram visíveis e incontestáveis na vida dos ouvintes de então, confirmando o evangelho pregado pelo apóstolo Paulo (1 Co 2.4,5)" (GILBERTO, Antonio. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 175).
III - OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE
1. Alguns atributos incomunicáveis. A divindade do Espírito Santo é revelada também nos seus atributos divinos. Aqui apresentamos apenas alguns, devido à exiguidade do espaço. O Espírito é onipotente (Rm 15.19) e a fonte de poder e milagres (Mt 12.28; At 2.4; 1 Co 12.9-11). Ele é onipresente, está em toda parte do Universo (Sl 139.7-10); e é onisciente, pois conhece todas as coisas, desde as profundezas de Deus (1 Co 2.10,11), passando pelo coração humano (Ez 11.5), até alcançar as coisas futuras (Lc 2.26; Jo 16.13; 1 Tm 4.1). Assim a Bíblia ensina que o Espírito Santo é eterno (Hb 9.14).
2. Alguns atributos comunicáveis. A santidade de Deus é o atributo mais solenizado nas Escrituras (Is 6.3; Ap 15.4). O termo "santo" é aplicado ao Espírito como consequência direta de sua natureza e não como resultado de uma fonte externa. Ele é santo em si mesmo; assim, não precisa ser santificado, pois é Ele quem santifica (Rm 15.16; 1 Co 6.11). A bondade é outro atributo divino, por isso, Jesus disse: "Ninguém há bom senão um, que é Deus" (Mc 10.18 e passagens paralelas de Mt 19.17; Lc 18.19); no entanto, a Bíblia ensina que o Espírito Santo é bom (Ne 9.20; Sl 143.10). O Espírito é a verdade (1 Jo 5.6) e sábio (Is 11.2).
3. O Espírito Santo e a Trindade. O Espírito Santo iguala-se ao Pai e ao Filho, tendo também um nome, pois o Senhor Jesus determinou que os seus discípulos batizassem "em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Isso significa ser o Espírito Santo objeto de nossa fé, pois em seu nome somos batizados, indicando reconhecimento igual ao do Pai e do Filho. A expressão "comunhão com o Espírito Santo" (2 Co 13.13) mostra que Ele é não apenas objeto de nossa fé, mas também de nossa oração e adoração. Há uma absoluta igualdade dentro da Trindade e nenhuma das três Pessoas está sujeita à outra, como se houvesse uma hierarquia na substância divina. Existe, sim, uma distinção de serviço, e o Espírito Santo representa os interesses do Pai e do Filho na vida da Igreja na terra (Jo 16.13,14).
SÍNTESE DO TÓPICO III
O Espírito Santo possui todos os atributos da divindade.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O Espírito Santo é Deus
O Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma pessoa, assim como Deus e Jesus o são.
O Espírito Santo é chamado Deus e Senhor - (At 5.3,4; 2 Co 3.18). Quando Isaías viu a glória de Deus escreveu: 'Ouvi a voz do Senhor, ... vai e diz a este povo' (Is 6.8,]). O apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: 'Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: Vai a este povo' (cf. At 28.25,26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com Deus" (BERGSTÉN, Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 97).
IV - PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
1. As faculdades da personalidade. A personalidade do Espírito Santo está presente em toda a Bíblia de maneira abundante e inconfundível e tem sido crença da Igreja desde o princípio. Há nEle elementos constitutivos da personalidade, tais como intelecto, pois Ele penetra todas as coisas (1 Co 2.10,11) e inteligência (Rm 8.27). Ele tem emoção, sensibilidade (Rm 15.30; Ef 4.30) e também possui vontade (At 16.7; 1 Co 12.11). As três faculdades intelecto, emoção e vontade caracterizam a personalidade.
2. Reações do Espírito Santo. Outra prova da personalidade do Espírito Santo é que Ele reage a certos atos praticados pelo ser humano. Pedro obedeceu ao Espírito Santo (At 10.19,21); Ananias mentiu ao Espírito Santo (At 5.3); Estêvão disse que os judeus sempre resistiram ao Espírito Santo (At 7.51); o apóstolo Paulo nos recomenda não entristecer o Espírito Santo (Ef 4.30); os fariseus blasfemaram contra o Espírito Santo (Mt 12.29-31); os cristãos são batizados em nome do Espírito Santo (Mt 28.19).
SÍNTESE DO TÓPICO IV
O Espírito Santo possui personalidade.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"É difícil sugerir que um dos títulos ou propósitos do Espírito Santo seja mais importante que outro. Tudo o que o Espírito Santo faz é vital para o Reino de Deus. Há, no entanto, um propósito, uma função essencial do Espírito Santo, sem a qual tudo que se tem dito a respeito dEle até agora não passa de palavras vazias: o Espírito Santo é o penhor que garante a nossa futura herança em Cristo: 'Em quem [Cristo] também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o senhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória' (Ef 1.13,14)" (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 401).
CONCLUSÃO
A frase que se refere ao Espírito Santo como "terceira Pessoa da Trindade" se deve ao fato de seu nome aparecer depois do Pai e do Filho na fórmula batismal. Não se trata, pois, de hierarquia intratrinitariana, porque o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Deus que subsiste em três Pessoas distintas.
PARA REFLETIR
A respeito da identidade do Espírito Santo, responda:
Quem revela o Filho?
O Espírito Santo é quem revela o Filho (Jo 16.14; 1 Co 12.3).
O que revela o relacionamento do Espírito Santo com o Pai e o Filho?
O relacionamento do Espírito Santo com o Pai e com o Filho revela a sua divindade e a sua consubstancialidade com Eles.
O que o Credo Niceno-Constantinopolitano declara sobre o Espírito Santo?
O Credo Niceno-Constantinopolitano declara: "E no Espírito Santo, o Senhor e Vivificador, o que procede do Pai e do Filho, o que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o que falou por meio dos profetas".
O que significa ser batizado em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo?
Isso significa ser o Espírito Santo objeto de nossa fé, pois em seu nome somos batizados, indicando reconhecimento igual ao do Pai e do Filho.
Quais são os três elementos constitutivos da personalidade no Espírito Santo?
Intelecto, pois Ele penetra todas as coisas (1 Co 2.10,11), inteligência (Rm 8.27), emoção, sensibilidade (Rm 15.30; Ef 4.30) e vontade.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 71, p38. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, A Razão da nossa Fé – Assim cremos, assim vivemos, Comentarista Esequias Soares, 3º trimestre 2017.
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Compreender quem é o Espírito Santo;
Mostrar a divindade do Espírito Santo à luz da Bíblia;
Apresentar os atributos da divindade;
Analisar a personalidade do Espírito Santo.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, nesta lição estudaremos acerca da Terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo. Ele não é um fogo, um vento ou uma força, mas Deus. Uma das provas da sua deidade reside no fato de que Ele possuí atributos divinos. Sem sua ação teria sido impossível conhecer a Deus e a Jesus Cristo. Sem Ele jamais teríamos experimentado o novo nascimento e a santificação. Alguns, erroneamente, acreditam que o Espírito Santo entrou no mundo somente no dia de Pentecostes. Mas, a Terceira Pessoa da Trindade esteve também presente na criação (Gn 1.26), no ministério de Jesus e dos discípulos.
INTRODUÇÃO
As Escrituras Sagradas revelam a identidade do Espírito Santo, sua deidade absoluta e sua personalidade, sua consubstancialidade com o Pai e o Filho como Terceira Pessoa da Trindade e suas obras no contexto histórico-salvífico. Todos esses dados da revelação só foram definidos depois do Concílio de Niceia. A formulação da doutrina pneumatológica aconteceu tardiamente na história da Igreja, na segunda metade do século IV. A presente lição pretende explicar e mostrar como tudo isso aconteceu a partir da Bíblia.
PONTO CENTRAL
Cremos que o Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.
I - O ESPÍRITO SANTO
1. A revelação divina. A Bíblia mostra que a revelação divina foi progressiva, como disse um dos pais da Igreja no século IV: "O Antigo Testamento manifestou claramente o Pai e, obscuramente, o Filho. O Novo manifestou o Filho e, obscuramente, indicou a divindade do Espírito Santo. Hoje, o Espírito habita entre nós e se dá mais claramente a conhecer" (Gregório de Nazianzo). O Senhor Jesus revelou o Pai (Jo 1.18), e o Espírito Santo é quem revela o Filho (Jo 16.14; 1 Co 12.3).
2. O esquecimento. Há abundância de detalhes na Bíblia sobre a identidade do Espírito Santo no que diz respeito à sua personalidade e divindade, bem como ao seu relacionamento com o Pai e o Filho. Ele aparece, literalmente, em toda a Bíblia desde o Gênesis, na criação (Gn 1.2), até o Apocalipse (22.17). Mas esses dados da revelação precisavam ser definidos, daí a necessidade de formulações teológicas exigidas pela nova realidade cultural em que a Igreja vivia e pelas demais civilizações em que o evangelho havia penetrado. Essa difícil tarefa levou séculos para ser concluída, e as várias tentativas resultaram também em heresias.
3. O Espírito Santo e os primeiros cristãos. À luz do Novo Testamento e comparando com a literatura patrística dos séculos II e III, fica claro que os cristãos da Era Apostólica conheciam mais sobre a identidade do Espírito Santo do que os pais da Igreja do referido período. A verdadeira identidade do Espírito Santo, com base bíblica, só aconteceu a partir de Atanásio e dos três grandes capadócios. Antes disso, a conceituação sobre o Espírito Santo era quase sempre inadequada.
SÍNTESE DO TÓPICO I
O Espírito Santo está presente em toda a Bíblia.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Reproduza o quadro abaixo e utilize-o para mostrar aos alunos algumas das verdades a respeito do Espírito Santo extraídas do evangelho de João:
Ele nunca nos deixará (Jo 14.6).
O mundo não pode recebê-lo (Jo 14.7).
Ele vive em nós e conosco (Jo 14.17).
Ele nos ensina (Jo 14.26).
Ele nos lembra as palavras de Jesus (Jo 14.26).
Ele nos convence do pecado, nos mostra a justiça de Deus, e anuncia seu juízo contra o mal (Jo 16.8).
Ele nos guia na verdade, e nos dá conhecimento de eventos futuros (Jo 16.13).
Ele glorifica a Cristo (Jo 16.14).
(Extraído da Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal, CPAD, p. 1472.)
CONHEÇA MAIS
* Credo Niceno-Constantinopolitano
"Entre 361-81, a ortodoxia trinitariana passou por mais refinamentos, mormente no tocante ao terceiro membro da Trindade, o Espírito Santo. Em 381, em Constantinopla, os bispos foram convocados pelo Imperador Teodócio, e as declarações da ortodoxia de Niceia foram reafirmadas. Além disso, houve menção explícita do Espírito Santo em termos de deidade, como o 'Senhor e Doador da vida, procedente do Pai e do Filho; o qual, com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado; o qual falou pelos profetas." Para conhecer mais, leia Teologia Sistemática, uma perspectiva pentecostal, CPAD, p.177.
II - A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO À LUZ DA BÍBLIA
1. A divindade declarada. O Espírito Santo é chamado de Senhor nas Escrituras Sagradas: "Ora, o SENHOR é o Espírito" (2 Co 3.17; ARA). Os nomes "Deus" e "Espírito Santo" aparecem alternadamente na Bíblia: "Por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? [...] Não mentiste aos homens, mas a Deus" (At 5.3,4b). Deus e o Espírito Santo aqui são uma mesma divindade. O apóstolo Paulo também emprega esse tipo de linguagem: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Co 3.16). Isso vem desde o Antigo Testamento: "O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou" (2 Sm 23.2,3). É nessa linguagem que a Bíblia diz que o Espírito Santo é Deus.
2. A divindade revelada. O relacionamento do Espírito Santo com o Pai e com o Filho revela a sua divindade e a sua consubstancialidade com Eles. Isso está claro nas construções tripartidas do Novo Testamento (Mt 28.19, 1 Co 12.4-6; 2 Co 13.13; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2). Em relação ao Pai, o Espírito penetra todas as coisas, até mesmo as profundezas de Deus (1 Co 2.10,11); é igualmente chamado de "Espírito de Deus" (Gn 1.2) e de "o Espírito que provém de Deus" (1 Co 2.12). Concernente ao Filho, Ele é chamado por Jesus de "outro Consolador" (Jo 14.16). O termo grego para "Consolador" aqui é parácleto, que significa "ajudador, advogado" e é aplicado ao Senhor Jesus como Advogado (1 Jo 2.1). Ele é chamado de "Espírito de Jesus" (At 16.7), "Espírito de Cristo" (Rm 8.9) e ainda "Espírito de seu Filho" (Gl 4.6).
3. Obras divinas. A divindade do Espírito Santo é vista não apenas na declaração direta das Escrituras, nem somente pelo relacionamento dEle com o Pai e o Filho, mas também nas obras de Deus. O Espírito Santo é o Criador do Universo e dos seres humanos (Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30). Ele gerou Jesus (Mt 1.20; Lc 1.35) e o ressuscitou dentre os mortos (1 Pe 3.18); e ressuscitará os fiéis (Rm 8.11). Ele é o Senhor da Igreja (At 20.28); autor do novo nascimento (Jo 3.5,6); dá a vida (Ez 37.14), regenera o pecador (Tt 3.5) e distribui os dons espirituais (1 Co 12.7-11). Assim, o Credo Niceno-Constantinopolitano declara: "E no Espírito Santo, o Senhor e Vivificador, o que procede do Pai e do Filho, o que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o que falou por meio dos profetas". A confirmação bíblica dessa verdade é abundante (2 Co 3.17; Rm 8.2; Jo 15.26; Fp 3.3; 2 Pe 1.21).
SÍNTESE DO TÓPICO II
Cremos na deidade do Espírito Santo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"O divino Consolador tem pleno poder sobre todas as coisas. Ele tem poder próprio. É dEle que flui a vida, em suas dimensões e sentidos bem como o poder de Deus (Sl 104.30; Ef 3.16). Isso é uma evidência da deidade do Espírito Santo. Ele tem autoridade e poder inerentes, como vemos em toda a Bíblia, máxime em o Novo Testamento.
Em 1 Coríntios 2.4, na única referência (no original) em que aparece o termo traduzido por 'demonstração do Espírito Santo', designa-se literalmente uma demonstração operacional, prática e imediata na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de Cristo. E isso ocorre pela poderosa ação persuasiva e convincente do Espírito, cujo efeitos transformadores foram visíveis e incontestáveis na vida dos ouvintes de então, confirmando o evangelho pregado pelo apóstolo Paulo (1 Co 2.4,5)" (GILBERTO, Antonio. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 175).
III - OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE
1. Alguns atributos incomunicáveis. A divindade do Espírito Santo é revelada também nos seus atributos divinos. Aqui apresentamos apenas alguns, devido à exiguidade do espaço. O Espírito é onipotente (Rm 15.19) e a fonte de poder e milagres (Mt 12.28; At 2.4; 1 Co 12.9-11). Ele é onipresente, está em toda parte do Universo (Sl 139.7-10); e é onisciente, pois conhece todas as coisas, desde as profundezas de Deus (1 Co 2.10,11), passando pelo coração humano (Ez 11.5), até alcançar as coisas futuras (Lc 2.26; Jo 16.13; 1 Tm 4.1). Assim a Bíblia ensina que o Espírito Santo é eterno (Hb 9.14).
2. Alguns atributos comunicáveis. A santidade de Deus é o atributo mais solenizado nas Escrituras (Is 6.3; Ap 15.4). O termo "santo" é aplicado ao Espírito como consequência direta de sua natureza e não como resultado de uma fonte externa. Ele é santo em si mesmo; assim, não precisa ser santificado, pois é Ele quem santifica (Rm 15.16; 1 Co 6.11). A bondade é outro atributo divino, por isso, Jesus disse: "Ninguém há bom senão um, que é Deus" (Mc 10.18 e passagens paralelas de Mt 19.17; Lc 18.19); no entanto, a Bíblia ensina que o Espírito Santo é bom (Ne 9.20; Sl 143.10). O Espírito é a verdade (1 Jo 5.6) e sábio (Is 11.2).
3. O Espírito Santo e a Trindade. O Espírito Santo iguala-se ao Pai e ao Filho, tendo também um nome, pois o Senhor Jesus determinou que os seus discípulos batizassem "em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Isso significa ser o Espírito Santo objeto de nossa fé, pois em seu nome somos batizados, indicando reconhecimento igual ao do Pai e do Filho. A expressão "comunhão com o Espírito Santo" (2 Co 13.13) mostra que Ele é não apenas objeto de nossa fé, mas também de nossa oração e adoração. Há uma absoluta igualdade dentro da Trindade e nenhuma das três Pessoas está sujeita à outra, como se houvesse uma hierarquia na substância divina. Existe, sim, uma distinção de serviço, e o Espírito Santo representa os interesses do Pai e do Filho na vida da Igreja na terra (Jo 16.13,14).
SÍNTESE DO TÓPICO III
O Espírito Santo possui todos os atributos da divindade.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O Espírito Santo é Deus
O Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma pessoa, assim como Deus e Jesus o são.
O Espírito Santo é chamado Deus e Senhor - (At 5.3,4; 2 Co 3.18). Quando Isaías viu a glória de Deus escreveu: 'Ouvi a voz do Senhor, ... vai e diz a este povo' (Is 6.8,]). O apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: 'Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: Vai a este povo' (cf. At 28.25,26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com Deus" (BERGSTÉN, Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 97).
IV - PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
1. As faculdades da personalidade. A personalidade do Espírito Santo está presente em toda a Bíblia de maneira abundante e inconfundível e tem sido crença da Igreja desde o princípio. Há nEle elementos constitutivos da personalidade, tais como intelecto, pois Ele penetra todas as coisas (1 Co 2.10,11) e inteligência (Rm 8.27). Ele tem emoção, sensibilidade (Rm 15.30; Ef 4.30) e também possui vontade (At 16.7; 1 Co 12.11). As três faculdades intelecto, emoção e vontade caracterizam a personalidade.
2. Reações do Espírito Santo. Outra prova da personalidade do Espírito Santo é que Ele reage a certos atos praticados pelo ser humano. Pedro obedeceu ao Espírito Santo (At 10.19,21); Ananias mentiu ao Espírito Santo (At 5.3); Estêvão disse que os judeus sempre resistiram ao Espírito Santo (At 7.51); o apóstolo Paulo nos recomenda não entristecer o Espírito Santo (Ef 4.30); os fariseus blasfemaram contra o Espírito Santo (Mt 12.29-31); os cristãos são batizados em nome do Espírito Santo (Mt 28.19).
SÍNTESE DO TÓPICO IV
O Espírito Santo possui personalidade.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"É difícil sugerir que um dos títulos ou propósitos do Espírito Santo seja mais importante que outro. Tudo o que o Espírito Santo faz é vital para o Reino de Deus. Há, no entanto, um propósito, uma função essencial do Espírito Santo, sem a qual tudo que se tem dito a respeito dEle até agora não passa de palavras vazias: o Espírito Santo é o penhor que garante a nossa futura herança em Cristo: 'Em quem [Cristo] também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o senhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória' (Ef 1.13,14)" (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 401).
CONCLUSÃO
A frase que se refere ao Espírito Santo como "terceira Pessoa da Trindade" se deve ao fato de seu nome aparecer depois do Pai e do Filho na fórmula batismal. Não se trata, pois, de hierarquia intratrinitariana, porque o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Deus que subsiste em três Pessoas distintas.
PARA REFLETIR
A respeito da identidade do Espírito Santo, responda:
Quem revela o Filho?
O Espírito Santo é quem revela o Filho (Jo 16.14; 1 Co 12.3).
O que revela o relacionamento do Espírito Santo com o Pai e o Filho?
O relacionamento do Espírito Santo com o Pai e com o Filho revela a sua divindade e a sua consubstancialidade com Eles.
O que o Credo Niceno-Constantinopolitano declara sobre o Espírito Santo?
O Credo Niceno-Constantinopolitano declara: "E no Espírito Santo, o Senhor e Vivificador, o que procede do Pai e do Filho, o que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o que falou por meio dos profetas".
O que significa ser batizado em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo?
Isso significa ser o Espírito Santo objeto de nossa fé, pois em seu nome somos batizados, indicando reconhecimento igual ao do Pai e do Filho.
Quais são os três elementos constitutivos da personalidade no Espírito Santo?
Intelecto, pois Ele penetra todas as coisas (1 Co 2.10,11), inteligência (Rm 8.27), emoção, sensibilidade (Rm 15.30; Ef 4.30) e vontade.
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 71, p38. Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
Fonte: CPAD, Revista, Lições Bíblicas Adultos, professor, A Razão da nossa Fé – Assim cremos, assim vivemos, Comentarista Esequias Soares, 3º trimestre 2017.
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