31 de julho de 2017

Noticia: Provas reunidas pela JBS revelam distribuição de R$ 1,1 bi em propinas

Foi entregue a PGR um conjunto de documentos que provaria que a empresa destinou R$ 1,1 bilhão em propinas a políticos e empresas indicadas por políticos entre 2006 e 2017
A um mês do prazo estipulado para entregar à Procuradoria-Geral da República (PGR) evidências comprobatórias das delações feitas pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, um conjunto de documentos incluindo planilhas, comprovantes bancários, notas fiscais frias, contratos fraudulentos e contas secretas no exterior mostram que a empresa destinou R$ 1,1 bilhão em propinas a políticos ou empresas indicadas por políticos entre 2006 e 2017.

Desse volume, segundo reportagem da revista ‘Época’, que obteve acesso ao conjunto de papéis, R$ 301 mil ocorreram em dinheiro vivo e R$ 395 mil por meio de empresas indicadas por políticos e R$ 427,4 milhões em doações oficiais.

Do papelório, emergem provas como recibos de pagamentos fraudulentos a empresas indicadas à JBS, durante a campanha eleitoral de 2010, pelo então candidato a vice-presidente Michel Temer (PMDB) ou do candidato a presidente José Serra (PSDB). Ou extratos das duas contas mantidas nos EUA, com saldo de US$ 150 milhões, para financiar a campanha da candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) e dos partidos que se aliaram a ela.

Há também novidades, segundo a revista. Provas do pagamento de US$ 1 milhão ao ex-ministro Antonio Palocci por meio de conta nos EUA. E pagamentos em dinheiro a políticos que fazem parte do atual governo, como Eunício de Oliveira, presidente do Senado, e aos ministros Bruno Araújo, Gilberto Kassab, Helder barbalho e Marcos Pereira. Kassab teria recebido, até o ano passado, cerca de R$ 18 milhões.

De acordo com a reportagem, o acervo demonstra que a JBS não fazia distinção entre os partidos. Não existia um “corte ideológico”, o valor do político era proporcional à capacidade de proporcionar benefícios à empresa. Em estados como Ceará, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, onde a empresa tinha mais interesses comerciais, o volume de dinheiro distribuído era proporcionalmente maior.
Fonte: Agência O Globo

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