25 de julho de 2021

Aula Bíblica Jovens e adultos, Central Gospel – Lição 04 : As Marcas do Discípulo de Cristo

* A paz do Senhor

TEXTO BÍBLICO BÁSICO
    João 17.7-17
7 - Agora, [eles] já têm conhecido que tudo quanto me deste provém de ti,

8 - porque lhes dei as palavras que me deste; e eles as receberam, e têm verdadeiramente conhecido que saí de ti, e creram que me enviaste.

9 - Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.

10 - E todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e nisso sou glorificado.

11 - E eu já não estou mais no mundo; mas eles estão no mundo, e eu vou para ti. Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós.

12 - Estando eu com eles no mundo, guardava-os em teu nome. Tenho guardado aqueles que tu me deste, e nenhum deles se perdeu, senão o filho da perdição, para que a Escritura se cumprisse.

13 - Mas, agora, vou para ti e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos.

14 - Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.

15 - Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.

16 - Não são do mundo, como eu do mundo não sou.

17 - Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.


TEXTO ÁUREO
   Gálatas 6.17
Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.

Bíblia online
Bíblia sagrada online


OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
👉  Entender as implicações de ser um seguidor do Mestre;
👉  Identificar os distintivos de Cristo como um modelo de vida para si;
👉 discorrer sobre as marcas dos seguidores de Cristo.


ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Segundo Sócrates — um dos maiores filósofos da história o aluno deve aprender por si mesmo. Em suas aulas, por meio de perguntas, Sócrates despertava seus discípulos a adquirir conhecimento como fruto de sua reflexão pessoal. Ele chamou esse método de maiêutica. O sentido dessa palavra grega expressa a ideia de uma parteira que ajudava as mães na hora de trazer filhos à vida. O verbo significa, literalmente, parir. Assim, o grande filósofo via-se como a parteira e, tanto quanto possível, ajudava seus alunos a parir ideias que fossem pessoais, inovadoras, e que apresentassem soluções para os problemas da vida (CHAVES, G. V. Educação Cristã - Uma Jornada Para Toda Vida. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2012, p. 67,68).


Palavra introdutória
O verdadeiro discípulo de Cristo traz consigo as marcas do seu Mestre Essas marcas são os distintivos sobre como viver neste mundo, marcadamente distante dos ideais de vida do Senhor Jesus e Seu Reino.

A vida e obra de Cristo são fontes inesgotáveis de princípios e ensinos que todo servo de Deus deve observar para que seja um verdadeiro discípulo do Senhor Jesus. Por isso, Paulo, o apóstolo, declarou: Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo (1 Co 11.1). E o próprio Jesus sentenciou: O discípulo não está acima do seu mestre; todo aquele, porém, que for bem instruído será como o seu mestre (Lc 6.40 ARA).

Imitar a Jesus não é das tarefas mais fáceis porque ninguém viveu como Ele. Sua vida foi perfeita em todos os sentidos e totalmente isenta da prática de pecados (Hb 4.15).

Como Paulo asseverou, o verdadeiro seguidor do Mestre deve trazer no seu corpo as marcas do Senhor Jesus (G1 6.17). Esse é o assunto central dessa lição.
LPD 63 Discipulado Cristão - Teologia e Prática


O Apóstolo Paulo
(Gl 6:17,18)
Houve um tempo em que Paulo orgulhava-se de sua marca da circuncisão (Fp 3:4-6), mas depois de se tornar cristão, sua marca de identificação mudou. O apóstolo passou a se gloriar nas cicatrizes resultantes do sofrimento que havia suportado a serviço de Jesus Cristo.

O contraste com o legalista é óbvio: "Os judaizantes desejam marcar a carne de vocês e se gabar disso, mas eu trago em meu corpo as marcas do Senhor Jesus Cristo - para a glória dele". Que repreensão! "Se as 'celebridades religiosas' de vocês têm quaisquer cicatrizes do que sofreram para a glória de Cristo, então que as mostrem. Do contrário, deixem-me em paz!"

Paulo não está dizendo que tinha em seu corpo as cinco feridas do Calvário. Antes, está afirmando que sofreu por amor a Cristo (algo que jamais havia acontecido com os legalistas) e que tinha em seu corpo as cicatrizes para provar o que estava dizendo. Ao ler 2 Coríntios 11:18-33, não é difícil entender essa declaração, pois Paulo sofreu fisicamente por Cristo de várias maneiras e em vários lugares.

No tempo de Paulo, não era incomum o seguidor de alguma divindade pagã ter no corpo uma marca desse ídolo. O adorador orgulhava-se de seu deus e desejava que os outros soubessem disso. Da mesma forma, Paulo trazia no corpo a marca de Jesus Cristo. Não era um sinal temporário que poderia ser removido, mas sim uma marca permanente que levaria consigo até a morte. Também não recebeu essa marca de maneira agradável; teve de sofrer repetidamente de modo a ser um homem identificável com Cristo.

Naquele tempo, também era costume marcar os escravos, de modo que todos soubessem quem era seu dono. Paulo era escravo de Jesus Cristo e tinha as marcas para provar.2

É importante observar que uma pessoa também pode ser marcada pelo pecado, em sua mente, sua personalidade ou mesmo em seu corpo. Poucas pessoas orgulham-se das marcas do pecado, e a conversão não muda essas marcas (graças a Deus, isso acontecerá quando Jesus voltar!). É muito melhor amar a Cristo, viver para ele e ser marcado para sua glória.

Os cristãos de hoje precisam lembrar que o líder que sofreu por Cristo é que tem algo a oferecer. Os judaizantes do tempo de Paulo não tinham ideia do que era o sofrimento. Talvez tivessem sido perseguidos, em menor escala, por pertencer a um grupo religioso, mas nada que se comparasse à "comunhão dos seus sofrimentos [de Cristo]" (Fp 3:10).

E preciso ter cuidado com líderes religiosos que vivem num mundo protegido e que não têm experiência alguma de batalhas contra o mundo, a carne e o diabo, sem as "marcas" de sua obediência a Cristo. Paulo não era um general que dava ordens sentado em sua cadeira confortável; estava na linha de frente, lutando contra o pecado e suportando sua parcela de sofrimento.

Assim, o apóstolo chega ao final de sua carta e a encerra da mesma forma como a começou: GRAÇA! Não a "lei de Moisés", mas A GRAÇA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO! Não é preciso dizer mais nada, pois isso diz tudo. Palavras-chave: Paulo; Cristo; marcas.
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento.


Temos sua Palavra
(Jo 17:13-19)
Eu lhes tenho dado a tua palavra (Jo 17:14, ver também v, 8). A Palavra de Deus é a dádiva de Deus para nós. O Pai deu as palavras ao Filho (Jo 17:8), e o Filho as entregou aos discípulos que, por sua vez, as transmitiram a nós conforme a inspiração do Espírito (2 Tm 3:16; 2 Pe 1:20, 21). A Palavra é de origem divina, é uma dádiva preciosa do céu. Devemos sempre dar à Palavra de Deus o devido valor, pois os cristãos vitoriosos conhecem a Palavra e sabem como usá-la na vida diária.

De que maneira a Palavra de Deus nos permite vencer o mundo? Em primeiro lugar, ela nos dá alegria (Jo 17:13), e essa alegria interior nos dá forças para vencer (Ne 8:10). Costumamos pensar em Jesus Cristo como um homem de dores (Is 53:3), o que de fato ele foi; mas também foi uma pessoa de profunda e constante alegria. João 17:13 é o cerne dessa oração, e seu tema é a alegria!

Jesus já havia se referido a sua alegria (Jo 15:11) e explicado que a alegria é decorrente de transformação, não de substituição (Jo 16:20-22). A alegria também vem das orações respondidas (Jo 16:23,24). Aqui, deixa claro que a Palavra também dá alegria. O cristão não encontra alegria no mundo, mas sim na Palavra. Como João Batista, devemos nos regozijar grandemente ao ouvir a voz do Noivo (Jo 3:29). Não dá para imaginar Jesus andando pela Terra com rosto triste e ar de melancolia. Jesus foi um homem alegre e revelou essa alegria a outros. Sua alegria não era a leviandade passageira do mundo pecaminoso, mas sim o gozo permanente do Pai e da Palavra.

Não dependia de circunstâncias exteriores, mas dos recursos espirituais interiores que o mundo não era capaz de ver. É esse tipo de alegria que deseja ver em nossa vida, e só podemos obtê-la pela sua Palavra. As tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração (Jr 15:16).

Mais me regozijo com o caminho dos teus testemunhos do que com todas as riquezas (SI 119:14). Alegro-me nas tuas promessas, como quem acha grandes despojos (SI 119:162). A Palavra não apenas concede a alegria do Senhor, mas também dá a certeza de seu amor (Jo 17:14). O mundo nos odeia, mas podemos confrontar esse ódio com o amor de Deus, transmitido a nós pelo Espírito por meio da Palavra. O mundo nos odeia porque não pertencemos a seu sistema (Jo 15:18, 19) e nos recusamos a nos conformar com suas práticas e padrões (Rm 12:2).

A Palavra revela a verdadeira natureza do mundo e mostra suas ilusões e seus artifícios cheios de perigo.

O mundo deseja tomar o lugar do amor do Pai em nossa vida (1 Jo 2:15- 17), mas a Palavra de Deus nos permite desfrutar esse amor. Um dos primeiros passos para uma vida mundana é colocar de lado a Palavra. D. L. Moody escreveu na contracapa de sua Bíblia: "Ou este livro o afastará do pecado ou o pecado o afastará deste livro". Assim como a coluna de fogo era escuridão para os egípcios, mas luz para Israel, também a Palavra de Deus é luz neste mundo escuro, incapaz de compreender as coisas de Deus (Êx 14:20; 1 Co 2:12-16).

A Palavra de Deus não apenas traz a alegria e o amor de Deus, mas também transmite o poder de Deus para vivermos em santidade (Jo 17:15-17). A tônica da oração de Jesus em João 17:6-12 foi a segurança, mas aqui sua ênfase muda para a santidade – uma vida santa prática que glorifica Deus. Estamos no mundo, mas não somos do mundo e não devemos viver como o mundo. Por vezes, achamos que seria mais fácil vivermos fora do mundo, mas isso não é verdade. Para qualquer lugar que vamos, carregamos conosco nosso ser interior pecaminoso e somos seguidos por poderes das trevas. Encontrei gente que se impôs um “isolamento espiritual”, a fim de buscar mais santidade, só para descobrir mais tarde que isso nem sempre funciona.

A verdadeira santificação (ser separado para Deus) se dá pelo ministério da Palavra de Deus. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado (Jo 15:3). Ao ser salvos, somos separados para Deus. Ao crescer na fé, experimentamos cada vez mais a santificação. Nosso amor pelo pecado é cada vez menor e nosso amor por Deus é cada vez maior. Desejamos lhe servir e ser bênção a outros. Tudo isso se dá por meio da Palavra.

A verdade de Deus foi dada em três "edições"; sua Palavra é a verdade (Jo 17:17); seu Filho é a verdade (Jo 14:6); e seu Espírito é a verdade (1 Jo 5:6). Precisamos desses três elementos, a fim de experimentar a verdadeira santificação que toca todas as partes de nosso ser interior. Com a mente, aprendemos a verdade de Deus pela Palavra. Com o coração, amamos a verdade de Deus, seu Filho. Com a volição, nos entregamos ao Espírito e vivemos a verdade de Deus cada dia. É preciso que os três estejam presentes para que a santificação seja equilibrada.

Não basta apenas estudar a Bíblia e aprender uma porção de verdades doutrinárias. Também é preciso amar a Jesus Cristo cada vez mais ao se descobrir tudo o que ele é e tudo o que fez por nós. O aprendizado e o amor devem conduzir à vida prática, permitindo que o Espírito de Deus nos capacite a obedecer à sua Palavra. É assim que glorificamos a Deus neste mundo perverso.

A Palavra dá alegria, amor e poder para viver em santidade. Também dá o que é preciso para servir a Deus como testemunhas neste mundo (Jo 17:18, 19). A santificação não tem por objetivo o prazer egoísta e a vanglória; antes, serve para que representemos Cristo neste mundo e ganhemos outros para ele. Jesus se separou para nós e, agora, devemos nos separar para ele. O Pai enviou-o ao mundo e, agora, ele nos envia ao mundo. Recebemos ordens e devemos cumpri-las! Jesus encontra-se "separado" no céu, orando por nós, para que nosso testemunho dê frutos, levando muitos ao arrependimento e ao Senhor.

Como ser vencidos pelo mundo quando temos a Palavra de Deus para nos iluminar, capacitar e encorajar?

Palavras-chave: Cristo; discípulo; Palavra; Espírito.
Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento.


O discípulo, a grande comissão e o Espírito Santo
(Mt 28.16-20)
O discípulo e o Espírito Santo Nenhum discípulo de Jesus vive sozinho neste mundo, mesmo estando isolado ou confinado. O Consolador é o fiel companheiro daqueles que servem a Deus. A tarefa de propagação do evangelho é uma ação humana; a conversão, no entanto, é obra do Espírito Santo. Jesus disse: que vos convém que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo[1]ei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça, e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque já o príncipe deste mundo já está julgado (Jo 16.7-11).

A confirmação dessa promessa pode ser percebida em toda a história da Igreja. Quase dois mil anos após ser assunto aos céus, na presença de Seus discípulos e de anjos, Ele escreve, está e estará sempre com o Seu povo.

O Espírito Santo no livro de Atos
No livro de Atos dos Apóstolos, lemos: Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra (At 1.8).

Ao analisar Atos dos Apóstolos, percebe-se claramente que o Espírito Santo foi o grande agente na tarefa de pregar o evangelho. Esse livro, inclusive, poderia chamar-se Atos do Espírito Sano, pois seus textos descrevem a forma singular como o Espírito impulsionou os discípulos da Igreja Primitiva. A vida da Igreja era alimentada, controlada e guiada pela terceira pessoa da Trindade .

O livro de Atos fornece uma história condensada da Igreja primitiva. Um testemunho da maravilhosa expansão do evangelho de Jerusalém a Roma. Esse livro esclarece como o Espírito Santo impeliu irmãos em Cristo do passado a darem prosseguimento à ordem de Jesus de serem Suas testemunhas em todo o mundo. Seus relatos são exemplos encorajadores; entretanto, o tema recorrente no livro diz respeito àqueles que foram testemunhas porque estavam revestidos do Espírito Santo. Aquele mesmo poder que os movia está disponível a nós, pois Deus não nos deixou à mercê de nossas próprias fraquezas. Ele enviou o Espírito Santo para nos auxiliar a seguir os exemplos dos primeiros cristãos (RADMACHER; ALLEN; HOUSE, Central Gospel, 2020b, p. 286).

Os cristãos do primeiro século tinham a presença do Espírito de forma abundante e diária. Os dez primeiros capítulos de Atos dos Apóstolos – o único livro histórico do Novo Testamento – registram a amplitude dessa divina presença: o Espírito como Promessa (At 1.5,8); o Espírito como cumprimento da promessa (At 2.4); o Espírito na pregação da Igreja (At 3.18); o Espírito na oração dos fiéis (At 4.31); o Espírito no testemunho da ressureição (At 5.30-32); o Espírito como característica fundamental (At 6.3); o Espírito presente na vida do primeiro Mártir (At 7.55); o Espírito sendo derramado na imposição de mãos (At 8.17); o Espírito Santo enchendo Paulo (At 9.17); e o Espírito descendo sobre a cada de Cornélio (At 10.44,45). Assim, as aparições do Espírito Santo ao longo desse magnífico livro são notórias; contudo, nos dez primeiros capítulos, elas ocorrem de forma bem mais intensa, acentuada e significativa.

Portanto, sem a presença contínua do Espírito, os primeiros seguidores de Jesus não sobreviveriam às perseguições, tampouco teriam êxito na tarefa da evangelização. O poder do Espírito Santo por meio da igreja é a característica fundamental para o surgimento, a preservação e a consolidação da igreja de Cristo na terra.

Palavras-chave: Cristo; discípulo; Espírito Santo; Atos dos Apóstolo
Sobre o autor Pastor, educador, psicanalista, teólogo, conferencista internacional.
Chaves Gilmar Vieira. O que todo discípulo de Cristo precisa saber


A MENSAGEM DO EVANGELISTA
Já ganhaste uma alma para Cristo? 
Já experimentaste? 
Conheces alguém atualmente na glória, com Cristo, levado por ti a Ele? Ou conheces alguém que está no caminho para o céu, porque o informaste do Salvador?

Se fossem desvendados os teus olhos, neste momento, para contemplar a eternidade, e se te fosse revelado que tens de passar para lá, neste ano não desejarias depositar aos pés do Salvador algum presente como prova de teu amor? Pode haver um presente tão precioso ou aceitável ao Mestre, como uma alma ganha para Ele, durante um ano?

As palavras dos maiores, na história da Igreja de CRISTO, revelam como o coração os abrasava com este desejo; vamos citar algumas expressões:

Knox, assim rogava a DEUS: “Dá-me a Escócia ou eu morro!”

Whitefield, implorava: “Se não queres dar-me almas, retira a minha!”

Diz-se de Aleine: “Era insaciavelmente desejoso de conversão de almas, e para este fim derramava seu coração em oração e pregação”

João Bunyan, disse: “Na pregação não podia contentar-me sem ver o fruto do meu trabalho”.

Assim dizia Mateus Henry: “Sinto maior gozo em ganhar uma alma para CRISTO, do que em ganhar montanhas de ouro e prata, para mim mesmo”.

D. L. Moody: “Usa-me, então, meu Salvador, para qualquer alvo e em qualquer maneira que precisares. Aqui está meu pobre coração, uma vasilha vazia, enche-me com a Tua graça”.

Henrique Martyn, ajoelhado na praia da Índia, onde fora como missionário, dizia: “Aqui quero ser inteiramente gasto por DEUS”.

João Hunt, missionário entre os antropófagos, nas ilhas de Fidji, no leito de morte, orava: “Senhor, salva Fidji, salva Fidji, salva este povo. Ó Senhor, tem misericórdia de Fidji, salva Fidji!”

João McKenzie, ajoelhado à beira do Lossie, clamava: “Ó Senhor, manda-me para o lugar mais escuro da terra!”

Praying Hyde, missionário na Índia, suplicava: “Ó DEUS, dá-me almas ou morrerei!”

Quando aqueles que assistiam a morte de Davi Stoner, pensavam que seu espírito já tivesse voado, ele se levantou na cama, e clamou: “Ó Senhor, salva pecadores! Salva-os as centenas e salva-os aos milhares!”, e findou a sua obra na terra. O desejo ardente da sua vida, dominava-o até a morte.

Davi Brainerd falava: “Eis-me aqui, Senhor. Envia-me a mim! Envia-me até os confins da terra: envia-me aos bárbaros habitantes das selvas; envia-me para longe de tudo que tem o nome de conforto, na terra; envia-me mesmo para a morte, se for no Teu serviço e para o progresso do Teu reino”.

Ele escreveu: “Lutei pela colheita de almas, multidões de pobres almas. Lutei para ganhar cada alma, e isto em muitos lugares. Sentia tanta agonia, desde o nascer do sol até anoitecer, que ficava molhado de suor por todo o corpo. Mas, oh! Meu querido Senhor suou sangue pelas pobres almas. Com grande ânsia eu desejava ter mais compaixão”.

Brainerd podia dizer de si: “Não me importava o lugar ou a maneira que tivesse de morar, nem por qual sofrimento tivesse de passar, contanto que pudesse ganhar almas para CRISTO. Quando dormia, sonhava com essas coisas, e ao acordar, a primeira coisa em que me ocupava essa era grande obra; não tinha outro desejo a não ser a conversão dos perdidos”.

Encontrava-se João Welsh, nas noites mais frias prostrado no chão, chorando e lutando com o Senhor, por seu povo. Quando sua esposa implorava que explicasse a razão de sua ânsia, respondia: “Tenho que dar conta de três mil almas e não sei como estão”.

O profeta Jeremias: “Se eu disser: Não farei menção dele, nem falarei mais em Seu nome, há no meu coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos, e estou cansado de sofrer, e não posso conter-me”. (Jer 20.9)

O apóstolo Paulo: “Tornei-me tudo para todos, para de todo e qualquer modo salvar alguns”. (1 Cor 9.22)

O sentimento do Filho de DEUS: “CRISTO JESUS veio ao mundo para salvar os pecadores”. (2 Tim 1.15)

O desejo do Pai celestial: “Pois assim amou DEUS ao mundo, que deu Seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3.16)

D. L. Moody conta o seguinte, explicando como DEUS o dirigiu a deixar tudo para passar o resto da vida no serviço de ganhar almas: “Não perdi a visão de JESUS CRISTO, desde o primeiro dia que O encontrei, na loja em Boston, onde era caixeiro. Porém durante alguns anos achava que não podia trabalhar para DEUS. Ninguém me pediu para que fizesse alguma coisa em favor do Evangelho.

Quando fui a Chicago, aluguei cinco assentos na Igreja, e saía e me esforçava para encher os bancos, com moços que encontrava nas ruas. Não falava a estes acerca das suas almas; julgava eu que falar aos pecadores era trabalho dos anciãos. Depois de algum tempo de assim trabalhar, abri uma Escola Dominical, em outra parte da cidade. Para mim, a única coisa era ter o maior número na Escola, e trabalhava com este alvo. Quando a assistência era de menos de mil pessoas, eu ficava perturbado; e quando subia a mil e duzentas ou a mil e quinhentas então me alegrava. Até então ninguém fora convertido; não houvera colheita. Então, DEUS me iluminou.

Havia na escola uma classe de moças que eram, sem dúvida, as mais vaidosas que eu jamais encontrara. Num domingo o professor estava doente, e eu ensinei a classe. Zombaram de mim na minha presença e eu fui tentado a expulsá-las, para nunca mais voltarem. Durante a semana, o professor entrou na loja onde eu trabalhava. Vi que ele estava pálido e muito doente. “Que tens?” perguntei-lhe. – “Tive outra hemorragia nos pulmões. O médico diz que não posso ficar em Lake Michigan, e vou para o Estado de Nova Iorque. Por mim, vou para casa para morrer”. Ele parecia muito perturbado e quando perguntei a razão, respondeu: “Ora, nunca dirigi uma moça da minha classe para CRISTO. Acho que realmente tenho feito mais mal do que bem, às moças”.

Nunca tinha ouvido alguém falar nisso, e fiquei meditando.

Depois de um pouco, eu disse: “Não achas bom ir dizer-lhes o que sentes? Irei, também, numa carruagem, se queres ir”. Ele concordou e saímos juntos. Foi uma das melhores viagens que jamais fiz na terra. Fomos à casa de uma das moças e o professor falou pra ela acerca da alma. Então, não se ria mais. Lágrimas apareceram-lhe nos olhos. O professor depois de explicar o caminho da salvação, sugeriu que orássemos. Pediu que eu orasse. Em verdade, nunca fizera tal coisa, nunca orara a DEUS que convertesse a uma moça, e na mesma ocasião, porém, oramos, e DEUS respondeu à oração.

Fomos à casa das outras moças. Quando ele subia a escada, faltava-lhe o fôlego, mas explicava às moças o propósito de nossa visita. E, sem muita demora, ficaram quebrantadas e começaram a buscar salvação.

Quando ele não podia mais andar, levei-o de novo para sua casa. No dia seguinte saímos outra vez. Passara-se dez dias, e chegou de novo à loja, com o rosto brilhando. “Sr Moody”, disse ele, “a ultima já se entregou a CRISTO”. Como foi grande o nosso regozijo! Ele tinha de partir na noite do dia seguinte; chamei sua classe para uma reunião de oração, e lá, DEUS acendeu um fogo na minha alma, que nunca mais se apagou. O maior alvo da minha vida era ser comerciante próspero; se tivesse sabido que estava para perder este alvo, é provável que não teria ido. Mas quantas vezes agradeço a DEUS, depois daquele culto!

O professor que estava para morrer, sentou-se no centro da classe e falava-lhes, lendo o capitulo catorze de João. Experimentamos cantar o hino: “Benditos laços são, os do fraterno amor”, e depois ajoelhamo-nos para orar. Quando eu queria levantar-me da oração, uma das moças da classe começou a orar por seu professor, já moribundo, outra orou e, depois outra; e antes de nos levantarmos, a classe inteira tinha orado. Quando saímos, disse pra mim mesmo: “Ó DEUS, deixa-me morrer antes de perder a benção que recebi aqui, esta noite!”

No dia seguinte, fui à estação despedir-me do professor. Antes de sair o trem, chegaram, uma a uma, todas as moças da classe sem haver qualquer combinação. Que culto! Experimentamos cantar, mas só podíamos chorar. A última coisa que vimos do professor, na plataforma do último carro, com o dedo apontado para cima, implorava que a classe o encontrasse no céu.

Eu não sabia o preço que tinha de pagar por causa desta experiência. Não tinha mais habilidade para o comércio, tinha perdido o gosto de negociar. Tinha provado algo de um outro mundo, e não queria mais ganhar dinheiro. Durante alguns dias depois, tive a maior luta da minha vida. Devia deixar o comércio e entregar-me inteiramente à Obra de CRISTO, ou não? Nunca me arrependi da minha escolha. Oh, a delícia de dirigir alguém das trevas, à luz gloriosa do Evangelho!

Na primeira guerra mundial, um moço foi levado ao hospital, sofrendo ferimentos em quase todo o corpo. Em grande agonia, suplicava à enfermeira que lhe desse algo para dormir, para jamais acordar. Ela recusou e ele começou a implorar ao médico: “Tenha compaixão de mim. Faça com que eu durma. Por que devo viver? Estou completamente inutilizado. Não posso mais servir à pátria nem ao próximo. Dê-me um alívio”. Quando o médico também recusou, rogou que escrevessem ao rei, pedindo licença para que findassem com seus sofrimentos. Para apaziguá-lo, o médico escreveu ao rei Jorge, contando o caso do soldado valente que fora vencido pela dor. Chegou um telegrama para o soldado: “Teu rei precisa de ti. (a) Jorge”. O soldado, logo corou ânimo e ficou bom.

A mensagem direta para todo crente, é a mesma: “Teu Rei precisa de ti, para proclamar a mensagem a todas as criaturas”.
Orlando Boyer


Introdução
O evangelista é um precioso dom de Cristo à sua Igreja. Sem o ministério da proclamação, o evangelho teria morrido em Jerusalém. Mas, por intermédio de obreiros como Filipe, a mensagem da cruz, ultrapassando as fronteiras da Judeia, chegou a Samaria. E, desse recanto gentio tão desprezado, as Boas-Novas não demoraram a chegar aos confins da Terra. O evangelista assemelha-se ao bandeirante que, jamais temendo o desconhecido, sai a falar de Cristo aos povoados mais remotos e estressantes. O seu retorno, porém, é jubiloso. De maneira sacrifical, apresenta preciosas almas ao Senhor. Seja falando a uma única pessoa, seja pregando às multidões, o seu amor pelos que perecem é o mesmo. Proclamar o evangelho é a sua missão.

Neste capítulo, enfocaremos o evangelista como o agente das Boas- Novas. Veremos que ele é essencial à expansão do Reino de Deus. Paulo destaca o seu ministério como um dos mais importantes da Igreja. Ele é o semeador que saiu a semear.

I. Evangelista, um Dom de Deus
Leighton Ford, ao descrever a chamada do evangelista, afirmou: “Devemos evangelizar não porque seja agradável, fácil, ou porque podemos ter sucesso, mas porque Cristo nos chamou. Ele é o nosso Senhor. Não temos outra escolha senão obedecer”. O ministério evangelístico não se limita a uma opção pessoal; firma-se numa intimação do próprio Cristo.

1. Evangelista, uma feliz definição. 
A palavra “evangelista” provém do vocábulo grego euaggelistes , e significa aquele que traz boas-novas. Trata-se de um termo que, usado na Grécia Clássica, designava o que portava uma notícia agradável. Em suma, era o mensageiro do bem. A partir da fundação da Igreja de Cristo, no Pentecostes, a palavra passou a designar aquele que proclama o evangelho. A palavra “evangelista” é constituída por dois vocábulos gregos: eu , bom, e ággelos , anjo ou mensageiro. Se considerarmos a sua etimologia, concluiremos que o evangelista, sendo o “anjo” do bem, tem de estar sempre a postos a transmitir a Palavra de Deus. Eis porque, no Apocalipse, os responsáveis pelas igrejas da Ásia Menor foram assim nomeados pelo Senhor. Enquanto pastores, eram compelidos pelo Espírito Santo a fazer o trabalho de um evangelista.

2. Evolução do ministério evangelista. 
Se o ministério diaconal foi constituído formalmente por um concílio, o evangelístico não precisou de formalidade alguma para sobressair. Os dois primeiros evangelistas da Igreja Primitiva, a propósito, surgiram dentre os sete diáconos. Logo após ser consagrado ao diaconato, Estêvão começou a destacar-se como evangelista. Sua palavra fez-se tão irresistível, que levou o clero judaico a condená-lo à morte traiçoeiramente (At 8.1,2).

Estêvão morreu, mas a evangelização reavivou-se com as incursões de Filipe. Ao deixar Jerusalém, proclamou, entre os gentios de Samaria, um evangelho autenticamente pentecostal. Sua palavra era acompanhada de milagres, sinais e maravilhas; era simplesmente irresistível. Lucas bem que poderia ter cognominado o capítulo 8 de seu segundo livro como “Atos de Filipe”.

Mais tarde, quando da conclusão da terceira viagem missionária de Paulo, encontraremos novamente Filipe, dessa vez em Cesareia. Lucas, que fazia parte da equipe do apóstolo, reconhece-lhe o ministério, tratando-o como evangelista. Era a primeira vez na História da Igreja Cristã que um obreiro recebia semelhante distinção.

3. Mais que um título, um dom. 
Em algumas igrejas, o evangelista é visto mais como investidura eclesiástica do que, propriamente, como dom ministerial. Vejamos, porém, o que diz Paulo acerca desse tão importante ofício sagrado:

E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. (Ef 4.11-13

Conclui-se que somente deve ser reconhecido como evangelista o que foi agraciado com semelhante dom. Doutra forma, teremos um clero inflado de evangelistas que, em vez de ganhar almas para Cristo, desgastam-se emocional e espiritualmente, aguardando uma eventual promoção ao pastorado. A hierarquização eclesiástica, nesse sentido, é mais do que nociva ao crescimento saudável do corpo de Cristo; é deletéria e mortal. Que sejamos criteriosos na escolha daqueles que sairão pelo mundo a proclamar a mensagem do evangelho.

II. O Evangelista no Antigo Testamento
Embora constituído para apregoar o conhecimento de Deus entre os gentios, Israel recolheu-se em seu legado sacerdotal e real, descumprindo a sua missão evangelística.

1. Os patriarcas evangelizam. 
Abraão foi o primeiro santo do Antigo Testamento a ser agraciado com o título de profeta (Gn 20.7). Apesar de não possuir o encargo de Isaías, nem a missão de Ezequiel, o patriarca, por meio de um testemunho corajoso e monoteísta, mostrou aos cananeus a realidade do Deus Único e Verdadeiro.

Em suas peregrinações, quer entre os egípcios, quer entre os filisteus, o pai de Israel evidenciava a todos que, longe de ser um nômade aventureiro, era o amigo de Deus. Informalmente, esse mensageiro do Senhor espalhou a esperança messiânica entre os antigos. Somente a eternidade para revelar quantas almas o crente Abraão conduziu ao Reino dos céus. O mesmo diremos de Isaque e de Jacó. Quanto a José, o que acrescentar? Administrando uma das crises mais agudas de todos os tempos, mostrou a todo o Oriente que o Deus de seus pais sabe como intervir tanto na História Universal quanto na biogra a de cada uma de suas criaturas morais.

2. Os profetas evangelizam. 
Ainda que Isaías seja cognominado o evangelista do Antigo Testamento, quem mais se aproximou do exercício desse ministério foi Jonas. Intimado por Deus a proclamar um severíssimo juízo contra Nínive, o profeta, apesar de sua relutância inicial, fez-se evangelista e missionário. Ao chegar à grande cidade, percorreu-a durante todo um dia, com uma mensagem simples, mas eficaz: “Ainda quarenta dias, e Nínive será subvertida” (Jn 3.4). O sermão de Jonas não parece teológico, nem profético. Isolado, é matemático, geográfico e meteorológico. Evoca um número, uma cidade e uma situação. Mas, no contexto do juízo divino, é mais do que teológico; é intensamente profético. Em sete palavras, descreve rigorosamente a justiça divina. Apesar de não mencionar o arrependimento, leva o Império da Assíria a curvar-se diante do Deus de Israel. Em nenhum momento, exorta aqueles impenitentes a jejuar. Mas, diante da urgência e da gravidade de sua proclamação, todos, do rei ao mais humilhado dos súditos, abstêm-se de pão e de água.

Se Jonas saiu a evangelizar, Isaías evangelizou sem sair. De sua amada Jerusalém, o profeta descreveu o Messias com detalhes surpreendentes e impressionantes. Ele falou de sua concepção virginal, de sua morte vicária e de seu Reino glorioso. Se alguém pretende fazer o retrato falado de Jesus, basta ler em voz alta o capítulo 53 de Isaías. Ali, em cores fortes, está o Cristo de Deus, entregando-se por mim e por você.

3. Os reis evangelizam. 
Apesar de nem todos os reis de Israel serem recomendáveis, alguns deles, como Davi, Salomão e Ezequias, muito zeram pelo anúncio da Palavra de Deus entre os gentios. Nos dias de Salomão, muitos potentados estrangeiros deixavam suas terras para ouvir o sapientíssimo rei de Israel. E, ali, na corte hebreia, glorificavam o Poderoso de Jacó. Haja vista a rainha de Sabá, que, do extremo sul do continente, veio constatar não só a glória de Salomão, mas a presença divina na terra que manava leite, mel e a sabedoria divina.

Salomão, porém, não demorou a desprezar a glória do Senhor. Em vez de comissionar sacerdotes a apregoar a verdadeira fé entre os gentios, envia sua frota mercante a trazer, de Társis, pavões e macacos (1 Rs 10.22). Apesar de tantos desencontros com a sua real vocação, Israel logrou cumprir a parte essencial de sua missão, pois legou-nos os profetas, as alianças, as Sagradas Escrituras e o Salvador do mundo.

III. A Missão do Evangelista
O evangelista George Sweazey afirmou com muito acerto: “A evangelização é uma tarefa sempre perigosa, embora não seja tão perigosa como a falta de evangelização”. O que teria levado o irmão Sweazey a chegar a tal conclusão? Provavelmente, referia-se à tarefa do evangelista que, ao contrário do que muita gente supõe, é desafiadora e complexa, mas sempre gloriosa.

1. Proclamar o evangelho. 
Para se proclamar o evangelho de Cristo com eficácia, requer-se, antes de tudo, uma experiência real e marcante com o Cristo do evangelho. Além disso, deve o evangelista aprofundar-se no conhecimento de Deus, a fim de apresentar em sua inteireza, tanto ao mundo quanto à Igreja, todos os desígnios divinos. Foi o que Paulo declarou ao presbitério de Éfeso: “Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos; porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus” (At 20.26,27).

O evangelista, embora proclame uma mensagem simples e direta, não há de conformar-se com uma teologia rasa. Antes, aprofundar-se-á na Palavra da Verdade, para que venha a manuseá-la com destreza e oportunidade. Ao jovem Timóteo, recomenda Paulo: “Procura apresentar- te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15). Sua mensagem, portanto, será simples, mas jamais simplória, porquanto Deus o chamou a falar a judeus e a gregos, a sábios e a ignorantes, a servos e a livres.

Quem ouve Billy Graham, observa duas coisas em seus sermões: simplicidade e profundidade. Munido dessa fórmula, saiu ele a pregar nos países mais distantes e escondidos, mostrando a todos a eficácia da mensagem da cruz. Em seus livros, porém, deparamo-nos com um teólogo que nada fica a dever à academia mais exigente. À semelhança de Paulo, o evangelista americano nada se propunha saber, a não ser Cristo e este crucificado.

Então, que o evangelista se empenhe por manusear, destramente, a Palavra da Verdade, pois quem ganha almas sábio é. Não é nada fácil desconstruir as mentiras de Satanás, no coração do pecador. Mas o verdadeiro evangelista, com sabedoria e paciência, reconstrói na alma impenitente a verdade que liberta, salva e leva para o céu. O que o mensageiro de Deus obtém, nenhum filósofo, pedagogo ou psicólogo logra conseguir. Estes falam apenas à razão, mas aquele brada ao coração, à alma e até mesmo à mente menos razoável.

2. Fortalecer a Igreja. 
O evangelho não deve ser pregado apenas ao mundo. Às vezes, temos de anunciá-lo também à Igreja. Era o que Paulo pretendia fazer, ao anunciar a sua visita aos romanos: “E assim, quanto está em mim, estou pronto para também vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma” (Rm 1.15). Depreende-se que os irmãos de Roma, apesar de sua sinceridade, ainda não haviam compreendido, plenamente, a origem, o processo e a efetivação da fé salvadora em Jesus Cristo. Por isso, era urgente que o apóstolo descesse aos alicerces do Plano da Salvação, para que eles viessem a subir aos andares mais elevados do conhecimento divino.

Assim como o pastor tem de fazer o trabalho de um evangelista, deve o evangelista, por seu turno, empenhar-se pastoralmente na edificação doutrinária das ovelhas. Hoje, mais do que ontem, os evangélicos, até mesmo os de igrejas tradicionais e históricas, carecem de fundamentos doutrinários. Ora, que firmeza terão os crentes se boa parte dos pastores acham-se firmados em teologias movediças?

É chegado o momento de evangelizarmos também os que, presumindo- se evangélicos, acham-se tão distantes do evangelho quanto os católicos. Se estes têm ídolos, aqueles possuem deuses. Não raro, nossos deuses são mais deletérios do que os ídolos. Pelo menos, os ídolos católicos têm boca, mas nada falam, ao passo que os deuses evangélicos abrem a bocarra para dizer o que Deus jamais diria. Se os ídolos romanos levam para o inferno, os deuses do evangelho midiático a ninguém conduz para o céu. Que todos saibam que somente o Senhor Jesus salva.


3. Fazer discípulos de Cristo. 
O trabalho de um evangelista não se resume em trazer alguém à luz de Cristo, mas também acompanhar o novo crente, até que este venha a iluminar o mundo com o seu testemunho. Se, num primeiro momento, o evangelista é o amoroso obstetra, no seguinte, ele haverá de ser o pediatra atento à evolução do convertido.

O objetivo principal do discipulado é formar autênticos seguidores de Cristo. 
A partir daí, teremos cristãos testemunhais e exemplares. Mas, se não dermos importância à formação espiritual dos que recebem a Cristo, encheremos a igreja de crentes vazios, de cientes e rasos na fé. É o que vem ocorrendo em muitos arraiais que, tidos como evangélicos, das ovelhas querem apenas a gordura e a lã.

A essa altura, uma pergunta ganha pertinência: “Até quando deve durar o discipulado?” Se levarmos em conta as reivindicações apostólicas, o discipulado, na vida de um crente, inicia-se com a sua conversão, e há de perdurar até que seja ele recolhido pelo Senhor. Quanto ao discipulado do novo convertido, em si, que persista até que ele venha a parecer-se em tudo com Jesus Cristo. Somente um discipulado genuinamente bíblico fará a diferença entre o cristão e o não cristão.

4. Defender o conhecimento divino. 
Escrevendo aos Filipenses, Paulo abre-lhes o coração, e mostra-lhes ter sido chamado não somente a proclamar o evangelho, como também a defendê-lo: “Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho” (Fp 1.7). De que forma, porém, o apóstolo saiu a defender as Boas-Novas no mundo greco- romano?

A apologia de Paulo era diferente da nossa; era viva, dinâmica e relevante. Ele não se afadigava a provar a existência de Deus, pois todos, de uma forma ou de outra, sabiam que o Criador existia, pois a sua presença na criação é inegável. Antes, mostrando a relevância da mensagem da cruz aos gregos e romanos, o apóstolo deixava-lhes bem patente que Deus não somente existe, mas intervém na História do universo e na biografia de cada ser humano.

Paulo também não se estressava em mostrar o Jesus Histórico, porquanto a existência do Filho de Deus já se achava, àquela altura, subscrita nas crônicas romanas. Mas, aproveitando cada oportunidade, o apóstolo realçava o Cristo Kerigmático que, ao vencer a morte, recebera do Pai todo o poder nos céus e na terra. A História a ninguém traz à vida, mas a mensagem da cruz de Cristo é suficiente para levar multidões ao novo nascimento.

Em suas cruzadas pelo Mediterrâneo, o apóstolo não se afadigou em mostrar a este sábio, ou àquele filósofo, que as Sagradas Escrituras são, de fato, a Palavra de Deus. Todavia, ao pregar na unção do Espírito Santo, convencia o incrédulo mais convicto de que havia, por exemplo, uma agravante diferença entre Moisés e Aristóteles. O primeiro falou em nome de Deus e por Deus, trazendo esperança a Israel e ao mundo. Quanto ao segundo, não foi além de uma descoberta óbvia e esperada. Em sua ignorância, o sábio grego limitou-se a dizer que Deus é o motor imóvel que move o mundo. Mas o apóstolo demonstra que Deus, além de mover o mundo, move-se entre os seus filhos, operando o impossível.

O apóstolo não se agastou em convencer a Grécia de que o pecado é uma ofensa ao Santo de Israel, pois os gregos, mesmo não conhecendo os Dez Mandamentos, sabiam estar a violar cada uma das ordenanças divinas. Eles viviam para pecar e pecavam para viver. Por essa razão, Paulo não se limitou a denunciar-lhes o pecado; em Jesus Cristo, apontou-lhes o caminho da pureza e da justificação pela fé.

Em sua apologia, Paulo perfazia um caminho inverso do nosso. Nós defendemos o evangelho de modo raso e periférico. Ele, porém, advogava-o de forma essencial, mostrando-lhe o poder e a graça transformadora.

5. Fazer teologia. 
O evangelista, à semelhança do apóstolo, também foi constituído a fazer teologia, pois sem teologia a evangelização é impossível. Em sua primeira carta ao jovem Timóteo, faz-lhe Paulo um resumo de seu currículo: “Para o que (digo a verdade em Cristo, não minto) fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios, na fé e na verdade” (1 Tm 2.7).

Uma coisa é fazer teologia entre os teólogos. 
Outra, é teologizar entre os inimigos de Deus. 
Mas é justamente nesse ambiente hostil, e cercado de falsos silogismos e lógicas aparentes, que o evangelista é intimado a expor o tema prioritário da verdadeira teologia: Jesus Cristo e este crucificado. Foi o que Paulo fez ao evangelizar os gregos.

No Areópago, os filósofos epicureus e estoicos consideraram o discurso do apóstolo um raro despropósito. Àqueles varões intelectualmente orgulhosos, só um louco ousaria afirmar que um homem teve de morrer, numa cruz, para que os demais viessem a cruzar os portais da vida eterna. Enfim, àquele seleto grupo, o evangelho era uma loucura. Mas foi ali, entre os gregos, e, mais tarde, entre os romanos, que Paulo lavrou a mais sublime teologia do Novo Testamento. O evangelista é o teólogo ambulante, cuja missão é proclamar o evangelho completo de Cristo. Isso significa fazer a mais alta, a mais profunda e a mais bela teologia, pois a mensagem da cruz possui todas essas características.

IV. O Preparo do Evangelista
Paulo foi um dos homens mais cultos de seu tempo. Ele transitava com desenvoltura por três ambientes culturais: o judaico, o grego e o romano. Aliás, até mesmo entre os bárbaros foi ele bem-sucedido, pois a todos se achava devedor. Tendo em vista o seu preparo singular, o apóstolo veio a realizar um trabalho igualmente singular.

1. Bíblico-Teológico. 
Antes mesmo de converter-se, Paulo já era um erudito nas Sagradas Escrituras, pois fora instruído aos pés do rabino mais sábio de seu tempo. Em sua defesa perante os judeus de Jerusalém, o apóstolo fala, em língua hebreia, de sua herança judaica e de seu aprendizado na Cidade Santa: “Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois” (At 22.3).

É claro que, antes de sua conversão, Paulo estava mais preso à letra do que ao espírito do texto sagrado. Era mais erudito que teólogo; mais acadêmico que espiritual. O seu aprendizado, porém, não foi inútil. Quando do seu encontro com o Senhor Jesus, eis que o véu é retirado de seus olhos, possibilitando-lhe contemplar a glória divina no Crucificado (2 Co 3.15,16).

2. Hermenêutico e homilético. 
Sem Gamaliel, não teria Paulo a mínima condição de expor o evangelho com tanta maestria e profundidade aos crentes de Roma. E, assim, trazendo o Antigo Testamento ao Novo, veio a produzir a epístola mais teológica da Igreja Cristã. Afinal, tinha o alicerce hermenêutico necessário para mostrar, à luz da Lei, dos Profetas e dos Escritos, o messiado de Jesus Cristo e a sua obra vicária no Calvário.

O apóstolo não sabia apenas interpretar as Escrituras; sabia, de igual modo, aplicá-las às mais diferentes situações da Igreja. Ele demonstrava, na prática, que a Palavra de Deus era, de fato, a regra áurea e infalível do cristão.

Que o evangelista se prepare com amoroso esmero, pois a sua missão requer teologia, hermenêutica e homilética. Todas essas demandas podem ser resumidas nesta recomendação que o apóstolo encaminha a um jovem pastor, que se refinava no trabalho evangelístico: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm 2.15). Eu gostaria que os seminários e institutos bíblicos tivessem, como divisa, essa querida exortação paulina. Se levada a sério, haverá de produzir evangelistas de comprovada excelência.

3. Cultural e linguístico. 
Paulo, conforme já adiantamos, podia transitar com desenvoltura por três culturas distintas: a hebraica, a grega e a latina. Providencialmente, ele nascera e fora criado numa cidade que, embora romana, era dominada pela cultura helena. Naquela metrópole universitária, aprendera o grego e, mui provavelmente, o latim. Afinal, estamos falando de um cidadão romano ciente de seus direitos e consciente de seus deveres.

No livro de Atos, vemos o apóstolo comunicando-se tanto em hebraico quanto na língua grega. Ao pedir autorização ao centurião para falar aos judeus de Jerusalém, ouviu do oficial romano uma indagação que lhe questionava o preparo cultural: “Sabes o grego?” (At 21.37). Em seguida, ante os seus acusadores, pôs-se a falar no idioma sagrado dos judeus: “E, quando ouviram falar-lhes em língua hebraica, maior silêncio guardaram” (At 22.2).

Hoje, com a cosmopolização de nossas cidades, sugere-se que o evangelista, além de expressar-se com e ciência e correção em português, que também se comunique em, pelo menos, mais duas línguas: inglês e espanhol. Afinal, de vez em quando, recebemos eventos e certames internacionais. Eis uma excelente oportunidade para se falar de Cristo a um campo missionário que, mesmo sem ser convocado, vem até nós. Nem sempre a seara vem ao ceifeiro. Então, que essas oportunidades não sejam desperdiçadas.

O preparo cultural do evangelista contempla dois campos interligados: a informação acerca de outros povos e a habilidade linguística para se falar a todos, em todo o tempo e lugar, por todos os meios possíveis.

4. Psicológico e sociológico. 
O evangelista não precisa ser psicólogo, nem sociólogo, para anunciar Jesus Cristo. Todavia, é imprescindível que conheça o ser humano e a sociedade que o cerca. Doutra forma, será um estranho entre estranhos. O apóstolo Paulo sentia-se à vontade nos mais estranhos e variados ambientes. Entre os judeus, judeu. Falando aos gregos, grego. Doutrinando os romanos, romano. Acolhido pelos bárbaros, bárbaro. Se entre os sábios, sábio. Expondo Cristo aos ignorantes, ignorante, ainda que, em Cristo, tudo soubesse.

Na proclamação do evangelho, o apóstolo agia como amoroso psicólogo, aconselhando; e, como gentil e compreensivo sociólogo, visitando as nações mais distantes e desconhecidas. Que o evangelista conheça e ame o povo a que almeja alcançar.

V. A Ética do Evangelista

Acabo de ler o testamento espiritual de Billy Graham. Pelo menos, foi a impressão que me passou o seu derradeiro livro. Em , o evangelista americano faz um balanço de sua vida e confessa estar ansioso (e preparado) por encontrar-se com o Pai Celeste. Apesar de seus 98 anos, demonstra ele uma lucidez e discernimento singulares, e ainda reúne forças para exercer os ofícios de um amoroso pastor: aconselha os jovens, orienta os anciãos e não deixa de fazer o que sempre fez desde que o Senhor o chamou à sua Obra: evangelizar.

Ao repassar aquelas páginas, não pude ignorar a elevada ética que sempre o caracterizou. Ele conclui um ministério de quase sete décadas sem qualquer pecha moral. Por isso, a pergunta faz-se inevitável: Qual o segredo de Billy Graham?

Na verdade, não há segredo algum. O que existe é um forte comprometimento com a Palavra de Deus e um fundamento ético e moral bem sólido. Já no início de sua carreira, em 1948, ele e sua equipe, reunidos na cidade de Modesto, no Estado americano da Flórida, redigiriam um compromisso de quatro pontos, que haveria de nortear-lhes o ministério evangelístico. O documento, que caria conhecido como a Declaração de Modesto, trata dos seguintes assuntos: informações, dinheiro, sexo e relacionamento eclesiástico.

O protocolo, hoje, serve de modelo aos que buscam desenvolver um ministério itinerante que glorifique a Deus por sua ética e compromisso com a Bíblia Sagrada. De acordo com o referido documento, o primeiro ponto a ser observado por um pregador é a fidelidade aos relatos e informações.

1. Ética na informação. 
Reza o ditado velho e matreiro: “Quem conta um conto, aumenta um ponto”. Na arena evangelística, até que poderia haver um provérbio semelhante: “Quem ganha algumas ovelhas, sempre acaba se ufanando de haver conquistado um rebanho”. Buscando evitar exageros nos relatos de suas campanhas, a Associação Evangelística Billy Graham é enérgica. A primeira cláusula da Declaração de Modesto estabelece uma ética rígida sobre as informações a serem transmitidas aos órgãos eclesiásticos e à imprensa:

Fica decidido que nenhuma comunicação à mídia e à igreja será exagerada ou presunçosa. A dimensão da assistência e o número de conversões não serão alterados, a fim de nos promover.

Nos Estados Unidos, quando se quer exagerar algum fato, usa-se como exórdio este advérbio: “Evangelisticamente falando”. Em seguida, descarrega-se o exagero. Já no Brasil, utiliza-se outra expressão para alcunhar o pregador que se dá às hipérboles e às grandezas: evangelástico. Ora, por que redimensionar os resultados de uma campanha se basta a conquista de uma única alma para pôr os céus em festa? Consideremos, ainda, que a missão primordial de um evangelista não é a conversão de pecadores, mas a proclamação do evangelho. Se esta for efetuada a tempo e a fora de tempo, as colheitas não faltarão.

Quando um pregador maquia os resultados de seu trabalho, busca entre outras coisas o incremento do marketing pessoal, a seletividade da agenda e a valorização dos honorários. Esquece-se ele, porém, que a verdade aumentada jamais será verdade; será sempre mentira. O sábio americano Benjamin Franklin (1706-1790) é incisivo quanto à veracidade dos fatos: “A meia-verdade é frequentemente uma grande mentira”. Por conseguinte, como pode um pregoeiro da justiça comprometer-se com a falsidade? Se avaliarmos superficialmente os resultados do semeador da parábola, constataremos não terem sido muito bons. Apenas um quinto de suas sementes logrou germinar. Todavia, foi o suficiente para que o Reino de Deus frutificasse em toda a terra.

Em Atos dos Apóstolos, Lucas busca a precisão e a de dignidade em todas as informações que transmite a Teófilo (At 1.1-3). No Dia de Pentecostes, por exemplo, lemos que, como resultado do sermão de Pedro, quase três mil pessoas se converteram (At 2.41). Mas, na casa de Cornélio, as conversões talvez não chegassem a uma dezena, e nem por isso o número deixou de ser expressivo ao Reino de Deus.

Não exageremos os resultados de nosso trabalho. Na exposição dos fatos, nada de retórica; a verdade basta. Então, por que inventar milagres para glorificar a Deus? Sua glória é incompatível com a mentira. Sejamos fiéis e verdadeiros nos relatórios e informações. Se fantasiarmos nossos feitos e façanhas, mais adiante seremos desmascarados. Quem ganha almas não é somente sábio; é verdadeiro e modesto.

2. Ética financeira. 
Se, por um lado, temos muitos pregadores que primam pela excelência do ministério, por outro, há não poucos que só demonstram uma única preocupação — o sucesso pessoal e o recebimento de seus honorários. Por isso, a Associação Evangelística Billy Graham foi objetiva e clara no segundo artigo da Declaração de Modesto:

Fica decidido que questões financeiras serão submetidas a uma comissão de diretores para revisão e simplificação dos gastos. Toda cruzada local manterá uma política de ‘livros abertos’ e publicará um registro de onde e como o dinheiro é gasto.

Nessa questão, temos de ser equilibrados e justos. De uma parte, somos obrigados a criticar os pregadores que fazem da fé um mero negócio. Mas, de outra, não podemos louvar as igrejas que não reconhecem o labor de quem lhes expõe a Palavra de Deus. Ao falar sobre o trabalho dos mestres e doutores da Igreja, recomenda Paulo a Timóteo: “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino” (1 Tm 5.17, ARA). O texto é claro e não demanda maiores exegeses: o expositor da Palavra de Deus deve ser honrado não apenas com menções elogiosas, mas com um digno reconhecimento financeiro.

O pregador, por seu turno, contentando-se com o combinado, jamais fará apelos emocionais, visando angariar maiores recursos. As ofertas e dízimos são da igreja local. Se ele for realmente ético, nem falará em dinheiro durante as suas prédicas. E que não haja negociata entre o pastor e o evangelista, com vistas à divisão de oferendas especiais arrecadadas no calor das emoções e sob um clima de promessas irrealizáveis e ameaças aterrorizantes. Não espoliemos os santos; respeitemos o povo de Deus. Sejamos éticos e transparentes em todas as transações financeiras.

Evangelista, além de ético, seja precavido. Não deixe de pagar a previdência e, se possível, faça um plano de aposentadoria. O tempo passa e a velhice não demora a chegar. Aja com sabedoria e temor a Deus.

3. Ética sexual. 
Já na década de 1940, não eram poucos os pregadores americanos que escandalizavam a igreja devido às suas incursões sexuais. Para que isso não viesse a ocorrer com os seus membros, a Associação Evangelística Billy Graham, na Declaração de Modesto é particularmente severa:

Fica decidido que os membros da equipe agirão com toda prudência, a m de se resguardarem de tentações na área sexual. Por isso, jamais carão sozinhos com uma mulher. E, mutuamente, responsabilizar-se-ão uns pelos outros. Eles também informarão suas esposas acerca de suas atividades ao longo das viagens, para que elas sintam-se participantes das cruzadas.

O ideal seria que os pregadores itinerantes viajassem acompanhados de suas esposas. Infelizmente, não são muitas as igrejas que concordam em arcar com mais essa despesa. A maioria acha que só deve ressarcir os gastos do obreiro consigo mesmo. E se este quiser levar a esposa, que pague do próprio bolso. Tal postura é contraproducente, pois fragiliza o obreiro, expondo-o a riscos espirituais e morais. Não disse o próprio Deus que não é bom que o homem esteja só?

Caso o pregador viaje desacompanhado, deve tomar uma série de cuidados para não cair em armadilha alguma.

• Evite dar aconselhamentos a pessoas do sexo oposto. 
Isso é competência (e dever) do pastor local. Sua função é ministrar à congregação, e não dar clínicas pastorais. Se o fizer, que esteja acompanhado de outro obreiro.

• Não receba nenhuma mulher no saguão do hotel e muito menos no quarto. 
Diante do pecado, não há super-homens. A recomendação do apóstolo é taxativa: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1 Co 6.18). Lembre-se: homens mais fortes e mais santos do que nós caíram; portanto, tomemos muito cuidado.

• Não saia para almoçar com pessoas do sexto oposto. 
Como homens de Deus, devemos evitar a aparência do mal.

• Exija ser hospedado em lugares que não lhe comprometam a reputação. 
Recuse motéis e hotéis de alta rotatividade.

Tais cuidados são necessários, pois é muito fácil ao pregador cair nas astutas ciladas do Diabo. Por esse motivo, que a igreja zele por sua segurança espiritual e moral. E, sempre que possível, financie também a vinda da esposa do pregador. Afinal, quem ministra precisa ser devida e duplamente honrado.

4. Ética no relacionamento eclesiástico. 
A Declaração de Modesto também instrui os membros da Associação Evangelística Billy Graham a agirem com ética no relacionamento com pastores e igrejas:

Fica decidido que os membros de nossa equipe jamais proferirão palavras negativas a respeito de outros líderes e pregadores, independentemente de suas denominações e posições teológicas, pois a missão do evangelismo inclui fortalecer o corpo de Cristo bem como edificá-lo na Palavra de Deus. Que jamais usemos o púlpito a m de caluniar outros pregadores, denegrir rebanhos ou agir com indiscrição acerca de faltas alheias. Se estamos de pé, agradeçamos a Deus por sua infinita misericórdia.

Quanto às igrejas de outras persuasões, por que denegri-las? Nossa igreja acha-se também num contínuo processo de aperfeiçoamento. E, até a volta de Cristo, constataremos haver muitas imperfeições em nosso rebanho. Imperfeições estas, aliás, que revelam o quanto dependemos do perfeitíssimo Deus.

Por conseguinte, que esta seja a nossa linha de conduta no púlpito:

• Que jamais venhamos a aviltar nossos líderes. 
No púlpito, mesmo que oficiosamente, somos os seus representantes.

• Não nos imiscuamos em política, quer eclesiástica, quer partidária. Não fomos chamados para ser homens do povo, mas homens de Deus.

• Jamais incitemos a igreja contra o seu pastor, nem busquemos seduzir rebanhos alheios. Nossa missão é transmitir com fidelidade todo o conselho divino.

• Condenemos energicamente o pecado, mas sejamos amáveis para com o pecador. O que nos teria acontecido se o Pai não nos tivesse tratado tão amorosamente?

• Não falemos mal das outras religiões, mas exponhamos com autoridade as virtudes do evangelho de Cristo.

Enfim, ajamos corretamente no púlpito. 
O que todos esperam de nós é uma conduta digna de um verdadeiro homem de Deus.

Não há honra tão elevada quanto proclamar o evangelho de Cristo. 
Todavia, grande é nossa responsabilidade. Por isso, roguemos a Deus que jamais venhamos a escandalizar lhe o nome. Que a nossa conduta seja sempre digna do Rei dos reis. E que o exemplo de Billy Graham cale profundamente em nossa alma. A Declaração de Modesto, posto que simples, é objetiva e prática. Se lhe seguirmos as diretrizes, poderemos concluir o nosso ministério com honra tanto diante de Deus quanto diante dos homens. Que o senhor nos guarde de tropeçar.

Conclusão
Não sei quantas almas já ganhei. Mas uma coisa não deixo de fazer: evangelizar pessoalmente. Às vezes, falo de Cristo numa fila de banco; outras, num táxi; e, ainda outras, num leito hospitalar. Nem sempre tenho condições de explanar todo o Plano da Salvação. Todavia, deixo bem claro, ao meu interlocutor, que Jesus Cristo é a única esperança para esta geração confusa, deprimida e sem horizontes. Com poucas palavras, você pode livrar alguém do lago de fogo. Então, esmere-se no exercício do ministério evangelístico, pois quem ganha almas sábio é.
Livro - O Desafio da Evangelização - Andrade de Claudionor 2016
Fonte: Apaz do Senhor.ORG
Fonte: ESCOLA BEREANA – EBD ADVEC
Fonte blog: Crescendoparaedificar.blogspot.com
Fonte e credito/ Jovens e adultos, Central Gospel 


Vídeos aulas:
O endereço na descrição dos vídeos.



Momento do louvor

Eu Tenho Um Chamado - Quatro por Um



Fernanda Brum - Meu Chamado



Sarah Farias - O Rosto de Cristo (Live Session)



Nova criatura sou Fernandinho



Novos Começos-Léa Mendonça

Se é ensinar, haja dedicação ao ensino. Rm12: 7b.
  

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