3 de julho de 2021

Aula Bíblica Jovens e adultos, Central Gospel – Lição 01: A Ordem de Cristo

* A paz do Senhor
TEXTO ÁUREO
  
Mateus 28.19,20a
Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado.


Texto Bíblico Básico:
   
João 15.1-8
1 Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.

2 Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.

3 Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.

4 Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.

5 Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.

6 Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.

7 Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.

8 Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.


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OBJETIVOS
Entender de maneira clara o mandato geral do Mestre;
Discernir o significado e as implicações do discipulado cristão;
Conscientizar-se de que todo cristão é um enviado ao mundo para testemunhar do evangelho e compartilhar da Palavra de Cristo.


INTRODUÇÃO
Acabo de assistir a outra reportagem sobre os refugiados sírios, que não param de chegar à Europa. Sãos milhares de adultos, jovens e crianças que, na bagagem, trazem apenas fome, angústia e um restinho de esperança. A maioria desembarca apenas com a roupa do corpo. Outros nem chegam a pisar o solo europeu; naufragam no Mediterrâneo e, ali, longe da pátria querida, são sepultados. Diante da maior tragédia humanitária, desde a Segunda Guerra Mundial, não podemos sufocar a pergunta: “O que temos feito em favor dessa gente?”.

Não os vejamos apenas como muçulmanos. Antes de tudo, são almas preciosas por quem Jesus morreu. Todo esse campo missionário vem até nós em busca não só de asilo, mas também de refúgio espiritual. Não podemos ignorá-los, nem tapar os ouvidos ao seu clamor. Sem o saber, eles anseiam por um encontro pessoal com Deus por intermédio de Cristo.

Ainda que em menor quantidade, o Brasil também é procurado por refugiados de várias partes do mundo. Em São Paulo, não é pequeno o número de haitianos, africanos e sírios. Diante da urgência da Grande Comissão, descruzemos os braços e proclamemos lhes a mensagem da cruz.

Neste capítulo, veremos que a evangelização é a tarefa mais urgente da Igreja de Cristo. Além dos exilados que nos vêm de longe, aqui mesmo, bem pertinho de nós, há alguém suspirando pelo evangelho que salva, transforma e reconcilia-nos com o Pai.


I. Evangelho, as Boas-Novas de Salvação
William Gurnall (1616-1679) descreve com rara beleza a influência das Boas-Novas de Cristo na alma do pecador: “O evangelho é a carruagem com a qual o Espírito desfila em triunfo quando entra no coração dos homens”. O admirável escritor britânico sabia que somente o evangelho, por ser o poder de Deus, tem a virtude suficiente para transformar radicalmente a alma humana.


1. Evangelho, uma palavra graciosa. 
O termo “evangelho”, oriundo do vocábulo grego , significa literalmente “boa-nova”. A palavra é formada por dois vocábulos gregos: , bom, e , anúncio. Trata-se de uma expressão antiquíssima da língua grega. O poeta Homero utilizou-a, no século oitavo a.C., com o sentido de “recompensa por uma boa notícia”. Quando da tradução do Antigo Testamento, do hebraico para o grego, os Setenta utilizaram-na, por exemplo, em 2 Reis 18.20,22,25. A palavra, contudo, só viria adquirir a conotação com que, hoje, a conhecemos a partir do advento de Cristo. Após o seu batismo, o Senhor apresentou-se a Israel com o evangelho do Reino. Ao descrever a ação evangelizadora de Jesus, ressalta-lhe Mateus não somente as palavras, mas notadamente os atos: “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mt 9.35).

O Senhor Jesus veio para transmitir, em sua plenitude, o evangelho de Deus. Se, por um lado, proclamou a redenção da alma, por outro, não deixou de anunciar a cura do corpo. Em seus lábios, a palavra “evangelho” adquire um significado novo, profundo e dinâmico. O termo grego, agora, não se refere mais à mera recompensa a quem traz uma boa notícia. A partir daquele instante, a graciosa palavra caminha em sentido inverso. Generosamente, contempla os que nada merecem. Basta crer na mensagem, a fim de entrar no Reino que Deus preparou aos seus lhos desde a fundação do mundo (Mt 25.34; Ef 2.8).

Ao longo do Novo Testamento, o evangelho recebe diversas designações: evangelho de Deus, evangelho do Reino de Deus, evangelho da graça de Deus, evangelho eterno, meu evangelho e outro evangelho.


2. Evangelho de Deus. 
Jesus Cristo apresentou-se a Israel com o evangelho de Deus (Mc 1.14). Ele deixou bem claro à sua audiência, constituída também por escribas e fariseus, que a sua mensagem, embora nova, não trazia qualquer inovação. Antes, era o cumprimento do que anunciara o Antigo Testamento. Logo, os doutores da Lei poderiam constatar lhe a veracidade se fizessem uma releitura da Lei, dos Escritos e dos Profetas. Aliás, assim haviam procedido os rabinos a quem Herodes indagara quanto ao lugar do nascimento do Messias (Mt 2.1-6).

O evangelho de Deus é o cumprimento das promessas que o Senhor fizera ao mundo, por meio de Israel, no Antigo Testamento. Não se trata de um rompimento com o Velho Pacto, mas um fiel cumprimento deste na Nova Aliança, que tem como base o sangue de Jesus (1 Co 11.25).


3. O evangelho de Cristo. 
Paulo fazia questão de enfatizar aos crentes gentios que o evangelho que anunciava era o de Cristo. Na mais teológica de suas epístolas, declara à igreja em Roma: “De sorte que tenho glória em Jesus Cristo nas coisas que pertencem a Deus. Porque não ousaria dizer coisa alguma, que Cristo por mim não tenha feito, para obediência dos gentios, por palavra e por obras; pelo poder dos sinais e prodígios, na virtude do Espírito de Deus; de maneira que, desde Jerusalém e arredores até ao Ilírico, tenho pregado o evangelho de Jesus Cristo” (Rm 15.17-19). A teologia paulina era geograficamente ampla. De Jerusalém à Itália, o apóstolo patenteava que o evangelho não era um apêndice do judaísmo, mas o cumprimento messiânico das promessas do Antigo Testamento. Portanto, não era o evangelho de Israel, mas o evangelho de Cristo para Israel e o mundo.


4. O evangelho do Reino de Deus. 
É a proclamação mais escatológica do evangelho de Cristo. De maneira plena, cumpre a aliança que Deus firmara com a Casa de Davi (2 Sm 7.16). Logo no primeiro versículo do Novo Testamento, o evangelista destaca a eternidade da linhagem de Jessé na pessoa e no ministério de Cristo, lho de Davi, lho de Abraão (Mt 1.1). Não foi por mero acaso que Mateus cita o rei antes do patriarca, pois Jesus é mais conhecido como lho de Davi do que como lho de Abraão (Mt 15.22).

Quando os apóstolos indagaram-lhe acerca do estabelecimento do reino a Israel, tinham em vista, apenas, o aspecto escatológico e futuro do evangelho, e não a sua urgência presente e evangelística. Para realçar a premência da Grande Comissão, o Senhor prometeu-lhes a vinda do Espírito Santo (At 1.18). O evangelho do Reino de Deus enfatiza o mistério daquela minúscula semente que, geminando no coração do homem, frutifica a transformação da sociedade e do mundo. Além dos efeitos presentes, trará a instalação do Milênio com a apresentação de Jesus como o Rei dos reis e Senhor dos senhores.


5. O meu evangelho. 
Não encontramos na Bíblia um evangelho segundo Paulo. Não obstante, o apóstolo refere-se ao evangelho como se fora a sua propriedade (Rm 2.16; 16.25; 2 Tm 2.18). Ele recebera-o diretamente do Senhor em, pelo menos, duas ocasiões especiais (2 Co 12.1-4; Gl 1.17,18). Quer nos ermos da Arábia, quer no paraíso do terceiro céu, Paulo aprendera, diretamente do Senhor, os mistérios do evangelho. Portanto, anunciava a todos, judeus e gentios, o evangelho de Cristo que, como fundamento, tinha a graça de Deus. Por isso, combatia sem qualquer trégua o outro evangelho, que porfiava em anular a graça divina por meio dos rudimentos da lei mosaica.


6. O outro evangelho. 
Os judaizantes, empenhando-se por desconstruir o evangelho de Paulo, ensinavam que, sem as obras da Lei, ninguém será salvo. Contra tal ensinamento, Paulo insurge-se e denuncia a primeira heresia evangélica:

Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. (Gl. 1.6-8)

Hoje, além dos outros evangelhos, temos os evangelhos dos outros. Na luta para cevar o marketing pessoal, os falsos mestres vão acrescentando, ao evangelho de Cristo, desde as bijuterias mais nas aos penduricalhos mais esdrúxulos. Alguns apresentam o evangelho da prosperidade; outros vêm com o evangelho social; e ainda outros, ostentam o evangelho místico e sincrético. Por essa razão, estejamos atentos para apresentar a mensagem da cruz em sua simplicidade e pureza.


II. O Evangelho de Cristo e o Cristo do Evangelho
Como separar de Cristo o seu evangelho? Não podemos fazê-lo, porque o evangelho é Cristo e Cristo é o evangelho. É por isso que o Novo Testamento não se preocupa em biografar Jesus. Antes, glorifica lhe o triunfo na cruz. 1.

Jesus, o imbiografável. 
Os quatro evangelistas são assim chamados por haverem narrado, sob a inspiração do Espírito Santo, a encarnação, o ministério, a morte e a ressurreição do Filho de Deus. Os seus livros poderiam ter recebido outras designações, como por exemplo, a biografia de Jesus segundo Mateus. Entretanto, como descrever a trajetória do Pai da Eternidade? Nesse sentido, quem mais aproximou-se de uma obra biográfica foi João. Em três pequenos versículos, o discípulo amado resume a revelação do Salvador: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.1-3).

Não se pode biografar quem não teve início, nem terá fim. 
A Moisés, o Eterno apresentou-se como o “Eu sou” de Abraão (Êx 3.14). De igual modo, identificou-se o Pai da Eternidade aos judeus: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).

O objetivo dos quatro Evangelhos não é biografar Jesus, mas ressaltar- lhe a obra evangelística. 
Mateus mostra-o como o Rei almejado por Israel. Marcos destaca-lhe o espírito manso e servidor. Lucas sublima-lhe a humanidade. Quanto a João, teologizando o, apresenta-o como o Unigênito do Pai. É por isso que nenhum evangelista preocupou-se com os seus dezoito anos de silêncio. Aliás, nem o minucioso Lucas ocupou-se desse período tido, pelos historiadores, como obscuro e sincrético.

Jesus fez a sua primeira declaração evangélica aos 12 anos no Santo Templo. 
Ansiosamente buscado por José e Maria, respondeu-lhes gentilmente: “Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai?” (Lc 2.49). A partir daquele momento, tinha início os seus dezoito anos de preparo silencioso, que somente haveria de ser quebrado quando o Pai declara ao mundo o seu amor eterno pelo Filho: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17). O silêncio, começado pelo Filho, é quebrado pelo Pai. Em pleno Jordão, era inaugurada a proclamação oficial do evangelho do Reino de Deus.

A fim de proclamar as Boas-Novas do Reino, Jesus exerceu plenamente os três ofícios messiânicos: profeta, sacerdote e rei.
Nenhum personagem, entre todos os santos do Antigo Testamento, teria condições de revelar o evangelho de Deus, em sua plenitude, como Ele o fez. Davi entrou para a História Sagrada como rei e profeta, mas não era sacerdote. Samuel notabilizou-se como sacerdote e profeta, mas nunca usou a coroa real. Quanto a Moisés, o maior dos profetas, não era sacerdote nem rei. Portanto, só o Senhor Jesus, sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque, rei de Salém, estava habilitado a desvendar a Israel e ao mundo a eficácia do evangelho. Em seu ministério, Jesus mostrou que o evangelho é profético, sacerdotal e real, por incluir estes três elementos: proclamação, intercessão e almejo pela vinda do Reino de Deus. Faltando um desses elementos, o evangelho jaz incompleto. É impossível, pois, separar o evangelho de Cristo e o Cristo do evangelho.


III. Evangelismo ou Evangelização
O escritor britânico John Blanchard descreveu perfeitamente como deve ser a evangelização: “Não podemos levar o mundo todo a Cristo, mas podemos levar Cristo a todo o mundo”. Tendo em vista essa teologia simples, mas bastante clara da obra evangelizadora da Igreja, vejamos a diferença entre evangelismo e evangelização.


1. Evangelismo. 
Não são poucos os obreiros que desprezam o evangelismo, alegando que, neste momento, carecemos mais de ação do que de ismos. Todavia, para sermos bem-sucedidos no ministério evangelístico, precisamos de um bom respaldo teológico. Doutra forma, não saberemos como nos comportar no campo de batalha.

Ao realçar a necessidade doutrinária do evangelista, afirmou J. I. Packer: “Em última análise, só há uma forma de evangelização: o evangelho de Cristo explicado e aplicado”. Isso significa que o evangelismo é uma disciplina indispensável à igreja comprometida com a Grande Comissão.

É claro que não devemos ficar apenas no campo teórico, pois o Mestre requer ação urgente e prioritária de cada um de seus discípulos. Observemos que, antes de enviar os setenta em missão pelas cidades da Judeia, Ele instruiu-os devidamente (Lc 10.1-11). Sem o evangelismo, a ação evangelizadora daquele grupo seria inócua. A igreja comprometida com a evangelização não despreza o evangelismo, pois sabe que sempre haverá de precisar de homens e mulheres, adultos e crianças, que cumpram com amor, zelo e sabedoria a Grande Comissão. Evangelismo não é teoria; é aprendizado.


2. Evangelização. 
Antigamente, as igrejas não se preocupavam em formar equipes de evangelização, porque toda a congregação era evangelizadora. Mas, com o esfriamento espiritual e a consequente departamentalização eclesiástica, começaram a aparecer equipes especializadas em alcançar os diversos segmentos sociais. Acho louvável semelhante iniciativa. Entretanto, com o surgimento de tais grupos, a evangelização leiga praticamente desapareceu. Isso não é saudável nem à igreja, nem à sociedade. É urgente, pois, retornarmos à laicização do trabalho evangelístico. Quando isso acontecer, a tarefa de ganhar almas não será vista apenas como um trabalho do ministério, mas uma obrigação de todo o povo de Deus.

O escritor americano Richard C. Halverson descreve a evangelização como atividade indispensável do povo de Deus: “Parece que a evangelização nunca foi um problema em o Novo Testamento. Isso quer dizer que não encontramos os apóstolos recomendando, exortando, repreendendo, planejando e organizando programas evangelísticos. A evangelização simplesmente acontecia! Emanando sem esforços da comunidade de crentes como a luz emana do sol, era automática, espontânea, contínua, contagiante”.

A história da Assembleia de Deus no Brasil, fundada em 18 de junho de 1911, realça a veracidade das palavras de Halverson. Quando lemos a narrativa que Emílio Conde faz de nossa igreja, temos a impressão de que, no início, todos os pentecostais eram evangelistas. Aonde chegava um assembleiano, aí chegava um evangelista que, não demorava, abria um ponto de pregação. Em breve, este se fazia congregação e, mais adiante, uma próspera e robusta igreja.

Infelizmente, a burocratização denominacional acabou por minar a espontaneidade evangelística e missionária da igreja. Hoje, em muitos lugares, a proclamação do evangelho foi reduzida a um evento distante e desvinculado das urgências da Grande Comissão. Destacando o compromisso dos primeiros crentes com a visão evangelística, escreve o pastor Roy Joslin: “Para os primeiros cristãos, a evangelização não era algo que eles isolavam das outras áreas da vida cristã afim de nela se especializar, para analisá-la, teorizá-la e organizá-la. Eles simplesmente a praticavam!” O irmão Joslin, autor do livro [Colheita Urbana], sabia muito bem que, para se conquistar uma cidade para Cristo, era urgente envolver toda a igreja local em cada estágio da cruzada.

Se ficarmos apenas na área teórica, jamais cumpriremos a nossa obrigação evangelística. O tempo rapidamente passará e as oportunidades que ainda temos não demorarão a esvair-se. Por isso, trabalhemos enquanto é dia, pois a noite escatológica já começa a cobrir o mundo, levando milhões de preciosas almas a perderem-se para sempre.

No encerramento deste tópico, vale citar a observação bastante oportuna de Roland Allen: “O que lemos em o Novo Testamento não é um apelo ansioso para que os cristãos disseminem o evangelho; vemos uma nota aqui e outra ali que demonstra como o evangelho estava sendo divulgado. Durante séculos a Igreja Cristã continuou a expandir-se por sua vontade inerente e produziu um suprimento incessante de missionários sem qualquer exortação direta”.


IV. Os Fundamentos da Evangelização
O trabalho evangelístico requer um sólido alicerce bíblico-teológico, para que seja plenamente efetivado. 
Eis os três principais fundamentos da evangelização: a Bíblia, a experiência e a história eclesiástica.

A Bíblia. 
Quem sai a evangelizar tem de saber que está cumprindo uma ordenança urgente de Cristo (Mt 28.19,20). Além disso, o conteúdo da mensagem a ser proclamada, quer individual, quer coletivamente, há de refletir a mensagem da cruz em sua inteireza, conforme aprendemos com Paulo:

E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder. (1 Co 2.1-4)

Que o evangelista seja bíblico em sua vocação, no exercício de seu ministério e na mensagem que proclama. Se fugir à Palavra de Deus, num desses itens, seu trabalho estará fadado ao fracasso.


2. A experiência. 
A experiência básica do evangelista é a sua experiência pessoal com o Senhor Jesus. 
Paulo só transmitia um ensinamento depois de havê-lo experimentado. Ao introduzir a doutrina da Santa Ceia na igreja em Corinto, disse-lhes: “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei” (1 Co 11.23). Como, pois, haverá alguém de falar de Cristo se nenhuma experiência pessoal tem com o Senhor? Também não é possível falar de salvação estando ainda perdido e caminhando a passos acelerados e largos para o inferno.

A segunda experiência básica do evangelista é o batismo com o Espírito Santo. 
Stanley Jones afirmou que a vida cristã tem início no Calvário, mas o trabalho eficiente, no Pentecostes. Se Deus o chamou a evangelizar, não deixe de buscar o poder do alto. Sem a assistência do Espírito, não poderemos anunciar, eficazmente, o evangelho de Cristo.

No capítulo referente ao evangelista, voltaremos a tratar mais largamente sobre os requisitos essenciais ao exercício desse glorioso ministério.


3. A História da Igreja Cristã. 
A Igreja de Cristo tem um compromisso inadiável e orgânico com a evangelização do mundo. É o que nos mostra a História. Se avivada, a igreja evangeliza, faz missões e estende as fronteiras do Reino de Deus. Mas, caída, faz cruzadas, promove guerras e empreende conquistas. Haja vista o que aconteceu em 1095. Nesse ano, durante o Concílio de Clermont, o Papa Urbano II exortou os barões franceses a libertar Jerusalém do jugo muçulmano. Dessa forma, a guerra instalou-se novamente nas terras de Israel, levando o nome de Cristo ao descrédito.

O evangelista deve conhecer bem a história e a tradição eclesiástica, afim de não cometer os erros do passado. Ele tem de saber que a missão é difundir o cristianismo, não a cristandade visível e eivada de erros.


Conclusão
Se cremos no poder do evangelho, saiamos a falar de Cristo. Comecemos por nossa casa. E, assim, haveremos de constatar que nenhuma porta resistirá ao impacto da Palavra de Deus. De fato, Jesus não nos obriga a converter o mundo. Todavia, constrange-nos a espalhar a sua mensagem até aos confins da terra. O evangelista iugoslavo Josip Horak afirmou no auge do comunismo em seu país: “Quando nosso Senhor envia-nos a testificar em seu nome, não nos coloca contra uma parede. Pelo contrário, dá-nos uma porta aberta para a evangelização, uma porta que nenhum homem pode fechar”.
O Desafio da Evangelização
Obedecendo ao Ide do Senhor Jesus de Levar as Boas-Novas a Toda Criatura
Claudionor de Andrade


Primeira parte
O que é discipulado?
2 O que é discipulado?
Durante a Idade de Ouro da Grécia, o jovem Platão podia ser visto caminhando pelas ruas de Atenas em busca de seu mestre: o maltrapilho, descalço e brilhante Sócrates. Aqui, provavelmente, estava o início de um discipulado. Sócrates não escreveu livros. Seus alunos escutavam atentamente cada palavra que ele dizia e observavam tudo o que ele fazia, preparando-se para ensinar a outros. Aparentemente, o sistema funcionou. Mais tarde, Platão fundou a Academia, onde Filosofia e Ciência continuaram a ser ensinadas por 900 anos.

Jesus usou relacionamento semelhante com os homens que ele treinou para difundir o Reino de Deus. Seus discípulos estiveram com ele dia e noite por três anos. Escutavam seus sermões e memorizavam seus ensinamentos. Viram-no viver a vida que ele ensinava. Então, após sua ascensão, confiaram as palavras de Cristo a outros e encorajaram-nos a adotar o seu estilo de vida e a obedecer ao seu ensino. Discípulo é o aluno que aprende as palavras, os atos e o estilo de vida de seu mestre com a finalidade de ensinar outros.

O discipulado cristão é um relacionamento de mestre e aluno baseado no modelo de Cristo e seus discípulos, no qual o mestre reproduz tão bem no aluno a plenitude da vida que tem em Cristo que o aluno é capaz de treinar outros para que ensinem outros.

Um estudo cuidadoso do ensino e da vida de Cristo revela que o discipulado possui dois componentes essenciais: a morte de si mesmo e a multiplicação. São essas as ideias básicas de todo o ministério de Jesus. Ele morreu para que pudesse reproduzir nova vida. E ele requer que cada um de seus discípulos siga o seu exemplo.


MORRER PARA SI MESMO
O chamado de Cristo para o discipulado é um chamado para a morte de si mesmo, uma entrega absoluta a Deus. Jesus disse: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa, este a salvará” (Lc 9.23,24).

Da perspectiva do mundo, a franqueza de Cristo em chamar as pessoas para segui-lo parece exagerada. Hoje, se alguém quisesse “vender” um estilo de vida tão exigente, um compromisso tão radical, provavelmente contrataria a empresa mais sofisticada de publicidade para descrever detalhadamente, num folheto ilustrado com lindas fotografias coloridas, os benefícios de tal decisão. Ou contrataria uma atriz deslumbrante e a cercaria de figuras famosas obviamente felizes pelo deleite e a satisfação de sua nova vida em Cristo. Depois captaria a magia do momento em videoteipe, com a esperança de colocar o filme no ar no intervalo do programa de maior audiência.

Jesus, porém, é honesto e direto: para compartilhar de sua glória, primeiro a pessoa tem de compartilhar de sua morte.

Jesus é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis. 
E o Senhor do Universo ordena que toda pessoa o siga. Seu chamado a Pedro e André (Mt 4.18,19) e a Tiago e João (Mt 4.21) foi uma ordem. “Siga-me” sempre tem sido uma ordem, nunca um convite (Jo 1.43). Jesus nunca implorou que alguém o seguisse. Ele era embaraçosamente direto. Ele confrontou a mulher no poço, com o seu adultério; Nicodemos, com seu orgulho intelectual; os fariseus, com sua justiça própria. Ninguém pode interpretar “Arrependam-se, poiso Reino dos céus está próximo” (Mt 4.17) como uma súplica. Jesus ordenou a cada pessoa que renunciasse a seus interesses, abandonasse os pecados e obedecesse completamente a ele. Quando o jovem rico se recusou a vender tudo o que possuía para segui-lo (Mt 19.21), Jesus não foi correndo atrás dele tentando conseguir um acordo, tile nunca minimizou seu padrão.

Jesus declarava apenas: “Quem me serve precisa seguir-me...” (Jo 12.26). Jesus esperava obediência imediata. Ele não aceitava desculpas (Lc 9.62) Quando um homem quis primeiro sepultar o pai antes de seguir Cristo, ele replicou: “...Siga-me, e deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos” (Mt 8.22). Homem algum recebeu algum elogio por ter obedecido à ordem de Cristo de segui-lo e tornar-se seu discípulo; era o que se esperava de todos. Jesus disse: “Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, devem dizer- ‘Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever’ ” (Lc 17 10).

*  Assim, quando é que você se torna um cristão, um discípulo de Cristo? 
*  Quando vai à frente em resposta a um apelo? 
*  Quando se ajoelha diante do altar? 
*  Quando chora sinceramente? 
*  Nem sempre. Os primeiros seguidores de Cristo tornaram-se discípulos quando lhe obedeceram, quando “eles, deixando imediatamente seu pai e o barco, o seguiram” (Mt 4.22)1

A obediência à ordem de Cristo “Siga-me” resulta na morte de si mesmo. O cristianismo sem essa morte é apenas uma filosofia abstrata. E um cristianismo sem Cristo.

Talvez o erro fundamental cometido por muitos cristãos seja fazer distinção entre receber a salvação e tornar-se discípulo. Colocam as duas coisas em níveis diferentes de maturidade cristã, presumindo que é aceitável ser salvo sem assumir compromisso com as exigências mais radicais de Jesus, como “tomar a sua cruz” e segui-lo (Mt 10.38).

Essa idéia baseia-se na crença errada de que a salvação é principalmente para o benefício do homem a fim de torná-lo feliz e evitar a condenação eterna.

Embora a salvação venha ao encontro da mais profunda necessidade do homem, essa idéia humanista de fazer uma coisa em favor do bem-estar da pessoa ignora completamente a razão fundamental pela qual Cristo morreu na cruz. Deus concede a salvação aos homens principalmente para trazer glória a ele por meio de um povo que tem o caráter de seu Filho (Ef 1 12). A glória de Deus é mais importante do que o bem-estar do homem (Is 43.7).

Ninguém que compreenda o propósito da salvação ousaria especular que uma pessoa pudesse ser salva sem aceitar o senhorio de Cristo. Cristo não pode ser o Senhor da minha vida se eu for o senhor dela. Para que Cristo esteja no controle, tenho de morrer. Não posso me tornar discípulo sem morrer

'Nossa salvação é fundamentada na graça de Deus c dela decorrente. A graça de Deus é a fonte. Nossa fé é o instrumento. Mas nossa obediência é a resposta ordenada ao homem, como também a inegável evidência da salvação (Efésios 2.8-10).

E a prova da nossa fé. Por isso, Tiago declara que “a fé sem obras é morta” (Tiago 2.17).

para mim mesmo e sem me identificar com Cristo, que morreu pelos meus pecados (Mc 8.34). O discípulo segue o seu Mestre até mesmo à cruz.

Por muito tempo, lutei para entender as implicações práticas de "morrer para si mesmo”. Como essa determinada auto renúncia se manifestaria em minha vida? Ao meditar em Gálatas 2.20, finalmente compreendi: “Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim...”

Suponhamos que no dia 1° de janeiro eu estivesse sobrevoando o Kansas quando o avião explodiu. Meu corpo caiu no chão, e morri com o impacto. Depois de algum tempo, um íazendeiro encontrou meu corpo. Não havia pulsação, nenhuma batida do coração nem fôlego. Meu corpo estava frio. Era óbvio que eu estava morto. O fazendeiro fez uma cova. Mas, ao colocar meu corpo na terra, o dia já estava escuro demais para cobri-lo. Decidindo que terminaria o trabalho na manhã seguinte, ele voltou para casa.

Então Cristo veio c me disse: "Keith, você está morto. Sua vida sobre a Terra acabou, mas eu soprarei um fôlego de nova vida em você se prometer fazer qualquer coisa que eu pedir e ir a qualquer lugar que eu mandar”

Minha reação imediata foi: “De maneira nenhuma. Isso não é razoável. É escravidão” Mas, então, reconhecendo que não estava em posição de negociar, sincera e rapidamente concordei.

Instantaneamente, os pulmões, o coração e os demais órgãos vitais voltaram a funcionar. Voltei à vida. Nasci de novo. Daquele momento em diante, não importava o que Cristo pedisse de mim ou aonde me mandasse, eu estava mais que disposto a obedecer-lhe. Nenhuma tarefa seria por demais difícil, nenhum horário cansativo demais, nenhum lugar perigoso demais. Nada era sem motivo. Por quê? Porque eu não tinha direito sobre minha vida; estava vivendo com tempo emprestado, o tempo de Cristo. Keith morrera no dia 1“ de janeiro em um milharal do Kansas. Então eu podia dizer com Paulo: “Estou crucificado [morri] com Cristo; já não sou eu [Keith] quem vive, mas Cristo [quem] vive em mim”.

E isso que significa morrer para si mesmo e nascer de novo. A ordem de Cristo “Siga-me” é uma determinação para participar de sua morte a fim de experimentar uma nova vida. Você se torna morto para si mesmo totalmente consagrado a ele. Um grande paradoxo da vida está em que existe imensa liberdade nessa morte. O morto já não se preocupa com seus direitos, com sua independência ou com as opiniões dos outros a seu respeito. Ao unir-se espiritualmente ao Cristo crucificado, riquezas, segurança e status — as coisas que o mundo tanto almeja — perdem o valor. “Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos” (G1 5.24). A pessoa que toma a cruz, que está crucificada com Cristo, não fica ansiosa pelo amanhã porque o seu futuro está nas mãos de outro.

Certo líder da igreja no interior sonhava em realizar um ministério ousado nas ruas. Mas quando os milagres pelos quais ansiava não aconteceram, ele recorreu a fantasias, distorcendo encontros e criando eventos imaginários, esperando conseguir o respeito das pessoas. Ele se tornara escravo de suas visões de grandeza, cativo de suas próprias esperanças.

Sua motivação subconsciente era ganhar o respeito e a admiração do mundo cristão por meio de atos heroicos para o Reino. Paixões, sonhos e visões nunca foram crucificados. Ele nunca foi liberto da pressão de ser um sucesso e de produzir. Nunca experimentou a liberdade que vem de não ter de provar nada, não ter nada a perder. Ele tinha uma idéia distorcida do discipulado. Queria servir a Deus para que pudesse obter glória.

Por outro lado, o morto para si mesmo é liberto a fim de fazer todas as coisas para a glória de Deus (Rm 8.10). Ele coloca tudo o que tem e tudo o que é à disposição permanente de Deus. Sua submissão ao senhorio de Cristo capacita-o a agradar a Deus em cada decisão que toma, em cada palavra que diz e em cada pensamento que tem. O discípulo vê toda a sua vida e todo o seu ministério como adoração (ICo 10.31). Morrer para si mesmo liberta-o para ter prazer em seu amor a Deus.

A morte do eu é pré-requisito essencial para tornar-se discípulo. Qualquer pessoa que não tenha experimentado a morte de si mesmo não pode se qualificar como elo legítimo no processo de discipulado porque é incapaz de reproduzir. Jesus ensinou: “... se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto” (Jo 12.24). Sem multiplicação, não existe discipulado.


REPRODUÇÃO
Cristo ordenou que seus discípulos reproduzissem em outros a plenitude de vida que encontraram nele (Jo 15.8). Ele alertou: “Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele [o Pai] corta; e todo que dá fruto ele [o Pai] poda, para que dê mais fruto ainda” (Jo 15.2).

Um discípulo maduro tem de ensinar outros cristãos como viver uma vida que agrade a Deus, equipando-os a treinar outros para que ensinem outros. Nenhuma pessoa é um fim em si mesma. Todo discípulo faz parte de um processo, parte do método escolhido por Deus para expandir seu Reino por meio da reprodução. Sabemos isso porque Cristo fez discípulos e ordenou-lhes que fizessem discípulos (Mt 28.19).

Deus poderia ter escolhido qualquer outro método para propagar o evangelho e edificar seu Reino. Não foi por acaso que a língua comum do mundo fosse o grego muito tempo depois de aquele império ter desaparecido. A língua grega possui certas nuanças que a tornam ideal para a comunicação da verdade. Também, as estradas do Império Romano, que uniam o mundo conhecido, podem ter tido o propósito de levar as carruagens do império, mas o comércio mais valioso que levaram foi o evangelho de Cristo.

Da mesma forma que Deus usou a Grécia e Roma como instrumentos involuntários para a propagação do evangelho, ele poderia ter feito que a imprensa, o rádio ou até mesmo a televisão fossem inventados antes do nascimento de Cristo. Jesus poderia ter sido um escritor de renome, um mestre de ensino bíblico pelo rádio ou o primeiro evangelista de televisão. As opções de Deus não eram limitadas.

No entanto, em vez de adotar qualquer um desses métodos sofisticados, Jesus optou pelo discipulado. Ele treinou pessoalmente um pequeno grupo de homens e equipou-os para que treinassem outros que pudessem ensinar outros. Ele ordenou que fizessem discípulos.

Devo confessar que, a princípio, duvidei da sabedoria de Cristo. À primeira vista, esse investimento em indivíduos parecia ser muito lento. Levou três anos para Jesus fazer doze homens discípulos e um deles foi um fracasso.

Pensei que seria feliz se em três anos eu pudesse treinar tão bem uma pessoa que ela pudesse ajudar-me a treinar outros mas, nesse passo, eu jamais conseguiria deixar alguma marca nos 2 milhões de pessoas do gueto de Los Angeles. No máximo, só poderia esperar lazer 16 discípulos em toda a minha vida. De que adiantaria isso? Meu pecado foi duvidar de Deus, de sua sabedoria e de sua soberania.

Quando, porém, estudei o que é discipulado, descobri que Deus escolheu um método sólido e eficaz de edificar seu Reino. Começaria pequeno, como um grão de mostarda, mas cresceria rapidamente, à medida que se propagasse de uma pessoa para outra ao redor do mundo. Sua Igreja seria um movimento dinâmico, em vez de uma estrutura estática. O discipulado é o único meio de produzir tanto a quantidade como a qualidade que Deus deseja dos cristãos.

Os princípios matemáticos estão corretos
Você pode imaginar o que seria atingir mais de 4 bilhões de pessoas com o evangelho? A tarefa de cumprir a Grande Comissão parece tão estonteante que até os maiores sonhadores poderiam ser vencidos por sua grandeza c acabar nada fazendo. Mas a Bíblia é tanto um livro de método como de mensagem. E o método de Cristo é lazer discípulos.

Quando cheguei ao gueto, estava apaixonado pela evangelização. Imagine que no meu primeiro dia eu conduzisse alguém a Cristo. Em seguida, levasse mais um indivíduo a Cristo todos os dias até o restante do ano. No final do ano, eu teria conduzido 365 pessoas ao Senhor. Se eu continuasse a fazer assim pelos próximos 32 anos, teria atingido 11.680 pessoas. Uma grande realização!

Por outro lado, suponhamos que eu alcançasse apenas uma pessoa para Cristo naquele primeiro ano. Mas, dessa vez, fizesse um treinamento de discipulado com ela durante um ano para que estivesse plenamente alicerçada na fé cristã e fosse capaz de alcançar e fazer outro discípulo. No ano seguinte, nós dois alcançaríamos mais uma pessoa cada um e as treinaríamos para se juntarem a nós no treinamento de outros. Se continuássemos assim por 32 anos, haveria 4.294.967.296 discípulos — quase a população do mundo todo! (Veja a tabela 1.)
Nota: Pressupõe-se que o evangelista atinja uma pessoa por dia e o discipulador treine uma pessoa por ano. 28

Mencionei minha hesitação inicial. Mas deixe-me compartilhar meu entusiasmo agora. Se cada um dos membros atuais de nossa equipe em Los Angeles fizesse um discípulo a cada dois anos tão bem que seus discípulos pudessem se unir a nós para treinar outros, poderíamos atingir todo o gueto de Los Angeles — 2 milhões de pessoas — em 32 anos. Isso significa que eu só terei de investir em 16 pessoas em 32 anos. Essa é uma tarefa viável.

Apesar de o discipulado ter um começo lento, no final das contas a multiplicação espiritual atinge muito mais pessoas no mesmo espaço de tempo do que a adição, conforme a tabela 2.
A Grande Comissão é possível!
Keith Phillips A formação de um discípulo
2 O chamado ao discipulado
Quando ia passando, viu a Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu. Marcos 2.14.

O chamado é feito e, de imediato, aquele que o ouviu obedece. A resposta do discípulo não é uma confissão oral da fé em Jesus, mas um ato de obediência. Como é possível ocorrer essa obediência imediatamente após o chamado? Isso contraria a razão natural e, por isso, ela se esforça para separar esses fenômenos tão interdependentes; algo tem de estar intercalado entre eles, algo tem de ser esclarecido. Seja o que for que esteja acontecendo, é preciso encontrar uma explicação psicológica e histórica para essa sequência. Pode-se até levantar uma questão boba e perguntar se o publicano já não conhecia Jesus antes de ser chamado por ele e, portanto, já não estava predisposto a segui-lo. A esse respeito o texto nada revela, optando por enfatizar exatamente a sequência imediata da ação após o chamado. Não lhe interessa encontrar justificativas psicológicas para as decisões piedosas do indivíduo. Por que não? Porque para essa sequência de chamado e ação só existe uma justificativa válida: o próprio Jesus Cristo. É ele quem chama e, por isso, o publicano o segue. Nesse encontro pode-se testemunhar a autoridade de Jesus, incondicional, imediata e que não demanda explicações. Nada é mais importante que o chamado, e nada ocorre além da imediata obediência daquele que foi chamado. O fato de Jesus ser o Cristo confere-lhe total poder para chamar e exigir obediência à sua palavra. Jesus chama ao discipulado, não como mestre sábio e exemplo de vida, mas sendo Cristo, o Filho de Deus. Assim, nessa breve passagem, anuncia-se Jesus Cristo e o que ele requer do ser humano, e nada mais. Ao discípulo não cabe elogios ou aplausos por seu cristianismo decidido. O olhar não deve recair sobre ele, mas somente sobre aquele que chama e sobre todo o seu poder. Tampouco se trata de indicar o caminho para a fé, para o discipulado, pois não há qualquer outro caminho para a fé senão o da obediência ao chamado de Jesus.

O que sabemos sobre o conteúdo do discipulado? “Segue-me! Vinde após mim!” Isso é tudo. Segui-lo parece algo sem conteúdo. Não é algo que de fato pode ser visto como programa de vida cuja realização faça sentido. Não é, igualmente, um objetivo ou um ideal a ser alcançado. Para os padrões humanos, não é algo que mereça sacrifício ou pela qual valha a pena investir a vida. E o que ocorre? O indivíduo que foi chamado deixa para trás tudo que possui não com o intuito de fazer algo especial, mas simplesmente por causa do chamado de Jesus, pois de outro modo não pode seguir seus passos. A esse ato não se atribui valor algum. É completamente sem sentido, insignificante. Pontes foram destruídas, e simplesmente segue-se em frente. Uma vez chamado, o ser humano tem de abandonar a existência que levava até então. Sua única tarefa passa a ser “existir”, no sentido estrito do termo. Tem de abrir mão de tudo que viveu; o que é velho deverá ficar para trás. O discípulo deixa sua relativa segurança de vida e segue para a completa insegurança (isto é, na realidade, para a absoluta segurança e proteção da comunhão com Jesus); deixa uma situação aparentemente previsível e calculável (mas, na verdade, muito imprevisível) para a imprevisibilidade, para o acaso total (quer dizer, para a única coisa que é necessária e previsível); deixa o domínio das possibilidades limitadas (isto é, de fato, das possibilidades infinitas) para o domínio das possibilidades infinitas (ou seja, para a única realidade libertadora). Novamente, não se trata de uma lei de caráter geral, e sim da subversão de todo legalismo. Novamente, nada mais é senão a pura ligação com Jesus, ou seja, exatamente o oposto de todo programa preestabelecido, de todo idealismo ou legalismo. Porque Jesus é o único conteúdo, não pode haver qualquer outro. Ao lado dele não existem outros conteúdos. Ele próprio é o único.

Portanto, o chamado ao discipulado é o compromisso exclusivo com a pessoa de Jesus Cristo, a subversão de todo legalismo por meio da graça daquele que chama. É o chamado da graça, e também o mandamento da graça. Vai além do antagonismo entre lei e evangelho. Cristo chama, o discípulo simplesmente o segue. Isso é graça e mandamento unidos em uma coisa só.

“E andarei com largueza, pois me empenho pelos teus preceitos” (SI 119.45).

O discipulado é compromisso com Cristo; porque Cristo existe, tem de haver discipulado. Uma ideia de Cristo, um sistema doutrinário, um conhecimento religioso geral da graça ou do perdão dos pecados não implicam, necessariamente, o discipulado; na verdade, isso tudo pode até excluí-lo e, aliás, tornar-se seu inimigo. A relação que se pode ter com essa ideia é de conhecimento, de entusiasmo, talvez até mesmo de realização, porém nunca a relação de discipulado pessoal e obediente. Cristianismo sem Jesus Cristo vivo permanece um cristianismo sem discipulado, e cristianismo sem discipulado é sempre um cristianismo sem Jesus Cristo; é apenas uma ideia, um mito. Um cristianismo em que exista apenas Deus Pai, mas não Cristo como seu Filho vivo, anula por completo o discipulado; nele existe a fé em Deus, mas não o discipulado. Somente porque o Filho de Deus se fez humano, e por ser Mediador, é que o discipulado se torna o relacionamento correto com ele.

O discipulado está comprometido com o Mediador, e, onde quer que se fale adequadamente do discipulado, fala-se do Mediador Jesus Cristo, o Filho de Deus. Somente o Mediador, Deus que se fez humano, pode chamar ao discipulado.

O discipulado sem Jesus Cristo é escolha pessoal de um caminho talvez ideal, um caminho, quem sabe, de martírio, porém sem a promessa. Isso Jesus seguramente rejeitará.

Indo eles caminho fora, alguém lhe disse: Seguir-te-ei para onde quer que fores. Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. A outro disse Jesus: Segue-me! Ele, porém, respondeu: Permite-me ir primeiro sepultar meu pai, Mas Jesus insistiu: Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Tu, porém, vai e prega o reino de Deus. Outro lhe disse: Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa. Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus.

Lucas 9.57-62

O primeiro discípulo se oferece ele próprio para seguir Jesus; ele não foi chamado. A resposta de Jesus adverte o entusiasta de que ele não sabe o que faz. Não o pode, de fato, saber. É esse o sentido da resposta na qual se mostra ao seguidor a vida com Jesus como ela realmente é. Aqui fala aquele que está a caminho da cruz, cuja vida inteira é descrita no Credo Apostólico numa única palavra: “padeceu”. Ninguém pode desejar isso por escolha própria. Ninguém pode chamar a si mesmo, diz Jesus, e suas palavras ficam sem resposta. O abismo entre a oferta espontânea ao discipulado e o verdadeiro discipulado permanece aberto.

Mas, quando é o próprio Jesus que chama, ele constrói a ponte que transpõe o abismo mais profundo. 
O segundo discípulo quer enterrar o pai antes de seguir Jesus. A lei humana o prende. Ele sabe o que quer e o que deve fazer. Antes, porém, deve cumprir a lei, e só então poderá seguir Jesus. Interpõe-se aqui, entre a pessoa chamada e Jesus, um mandamento patente da lei. A isso o chamado de Jesus se contrapõe veementemente, não admitindo que, logo naquele momento, algo se interponha entre Jesus e aquele que foi chamado, mesmo que seja o que exista de maior e de mais sagrado, mesmo que seja a lei. Naquele momento, por causa de Jesus, a lei que visava impedir a concretização do chamado tem de ser violada, pois esta já não tem o direito de se interpor entre Jesus e a pessoa chamada. Assim, Jesus opõe-se à lei e ordena o discipulado. Só Cristo pode falar desse modo. É dele a última palavra; o outro não pode contestar. Esse chamado, essa graça, é irresistível.
O terceiro entende o discipulado como o primeiro, como oferta que só ele próprio pode fazer, como programa de vida por ele mesmo escolhido. Mas, ao contrário do primeiro, julga-se no direito de impor condições. Com isso, entra em total contradição. Quer pôr-se à disposição de Jesus, ao mesmo tempo que interpõe algo entre Jesus e si mesmo: “mas deixa-me primeiro...”. Quer segui-lo, porém quer criar ele próprio as condições para o discipulado. É, para ele, uma possibilidade de cuja realização faz parte o cumprimento de exigências e condições preestabelecidas. Assim, o discipulado torna-se algo acessível e compreensível para o ser humano. Primeiro, faz-se uma coisa, depois, faz-se outra. Tudo tem seu tempo apropriado. O discípulo mesmo se põe à disposição, mas achando-se, por isso, no direito de impor condições. Fica claro que, nesse momento, o discipulado deixa de ser discipulado; transforma-se em programa humano a ser realizado segundo meu próprio julgamento e que posso justificar por meio da razão e da ética. O terceiro discípulo, portanto, deseja ingressar no discipulado, porém no momento em que o aceita condicionalmente mostra não desejar mais ser discípulo. O modo como fez a própria oferta anula o discipulado, pois este não tolera quaisquer condições que possam se interpor entre Jesus e o que obedece. Entra em contradição não apenas com Jesus, mas também consigo. Não quer o que Jesus quer, e também não quer o que ele mesmo quer. Julga a si próprio, discorda de si mesmo, e tudo isso se expressa em “mas deixa-me primeiro...”. A resposta de Jesus confirma figurativamente esse conflito interior, que acaba por excluir o discipulado: “Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus”.

Ser discípulo significa dar determinados passos. 
Já o primeiro passo, que é consequência imediata do chamado, separa o discípulo de sua existência anterior. 
 Assim, o chamado ao discipulado cria imediatamente uma nova situação. É absolutamente impossível conciliar a existência anterior com o discipulado. A princípio, isso era bem visível. O publicano teve de abandonar a coletoria; Pedro teve de deixar as redes para trás, a fim de seguir Jesus. Segundo nosso modo de entender, poderia ter havido, já naquela época, outras possibilidades. Por exemplo, Jesus poderia ter disponibilizado ao publicano um novo conhecimento de Deus e permitido que ele continuasse em sua antiga situação. Isso teria sido possível, se Jesus não fosse o Filho de Deus que se fez humano. Uma vez que Jesus, todavia, é o Cristo, tudo tinha de ficar evidente desde o início, isto é, que sua mensagem não é uma nova doutrina, mas a criação de uma nova maneira de ser. Tratava-se de realmente caminhar com Jesus. Estava claro para a pessoa que era chamada que, para ela, só havia uma possibilidade de fé em Jesus: abandonar tudo e seguir o Filho de Deus que se fez humano.

A partir do primeiro passo, o discípulo se vê na situação em que a fé se torna possível. Se não seguir o Mestre, ficará para trás e, assim, não aprenderá a crer. Aquele que recebe o chamado deve deixar a situação em que se encontra, impossibilitado de crer, para outra em que, acima de tudo, possa crer. Esse passo não tem em si qualquer valor programático; justifica-se somente pela comunhão com Cristo, estabelecida no momento da decisão. Enquanto Levi continuasse na coletoria, e Pedro, junto às redes no lago, poderiam seguir exercendo honrada e fielmente sua profissão, e poderiam ter o antigo ou o novo conhecimento de Deus; mas, se quisessem aprender a ter fé em Deus, deveriam seguir o Filho de Deus que se fez humano e caminhar com ele.

Antes, era diferente. Podiam viver na reclusão e no anonimato do campo, realizando suas tarefas, cumprindo as leis e esperando o Messias. Agora, porém, ele já estava lá, e seu chamado era anunciado. Crer, nesse momento, já não significava ficar em silêncio e aguardar, mas sim ir com ele no discipulado. Agora, seu chamado ao discipulado destruía quaisquer vínculos anteriores e os transformava em união exclusiva com Jesus Cristo, por amor a ele. Agora, era necessário derrubar todas as pontes, dar o passo para a insegurança infinita, a fim de reconhecer o que Jesus exige e o que ele oferece. Se Levi continuasse em seu trabalho na alfândega, poderia ter sido aproveitado por Jesus como seu ajudante para o que fosse necessário, porém não o teria reconhecido como único Senhor em cujas mãos deveria depositar toda a sua vida; não teria, portanto, aprendido a ter fé. É necessário criar a situação em que se pode crer em Jesus, o Deus que se fez humano, o tipo de situação impossível, em que tudo se volta para uma única coisa, isto é, a palavra de Jesus. Pedro tem de saltar do barco e andar sobre as águas revoltas a fim de vivenciar isso e, assim, perceber sua impotência diante da onipotência de seu Senhor. Se não tivesse descido daquele barco, não teria aprendido a ter fé. A situação completamente impossível e eticamente irresponsável — no caso essa sobre o mar revolto — teve de ser criada para que a fé se tornasse possível. O caminho para a fé passa pela obediência ao chamado de Cristo. Esse passo é fundamental, do contrário o chamado de Jesus se perde no vazio e, com ele, todo suposto discipulado; sem esse passo ao qual Jesus chama, torna-se entusiasmo enganoso.

É grande a dificuldade para se diferenciar uma situação em que a fé é possível de outra em que ela não o é. 
Em primeiro lugar, é preciso ficar muito claro que nunca se pode reconhecer ou descobrir na própria situação de que natureza ela é. Somente o chamado de Jesus a classifica como situação em que a fé é possível. 
 Em segundo lugar, a situação em que a fé é possível nunca é criada pelo ser humano. O discipulado não é uma oferta criada pelo ser humano; apenas o chamado é capaz de criar essa situação. 
Em terceiro lugar, essa situação nunca contém em si um valor próprio; ela se justifica somente pelo chamado. Por último e principalmente, também essa situação em que a fé é possível sempre e somente se torna possível na fé.

O conceito de situação em que a fé se torna possível nada mais é que a paráfrase da circunstância em que os dois enunciados seguintes não só têm validade, como são igualmente verdadeiros: Só o que crê é obediente, e Só o obediente é que crê.

Trata-se de uma perda significativa da fidelidade à Bíblia quando se expressa o primeiro enunciado sem o segundo. Só o que crê é obediente — é assim que queremos entender. Dizemos que a obediência resulta da fé, assim como todo bom fruto vem de uma árvore boa. Primeiro é a fé, e só então a obediência. Caso se queira comprovar que a justificação vem pela fé somente, sem a necessidade do ato de obediência, estaríamos, na verdade, diante da premissa necessária e irrefutável de tudo o mais. Se, com isso, queira se estabelecer alguma ordem cronológica em que primeiro se tem fé e só depois se exige obediência, estariam, portanto, fé e obediência separadas uma da outra, e isso daria margem à pergunta de natureza patentemente prática: quando devemos começar a obedecer? Assim, a obediência fica separada da fé.

Por causa da justificação, a fé e a obediência devem ficar separadas uma da outra, mas essa separação não deve jamais destruir a unidade de ambas, que reside no fato de a fé só existir na obediência, e nunca sem a obediência, e de que a fé é tão somente fé no ato da obediência. Por causa da impropriedade do discurso da obediência como consequência da fé, e para chamar a atenção à unidade indissolúvel entre fé e obediência, deve-se acrescentar à ideia “Só o que crê é obediente” um segundo enunciado: “Só o obediente é que crê”. Se, na primeira, a fé é premissa da obediência, na segunda, a obediência é premissa da fé. Exatamente da mesma forma que a obediência é considerada consequência da fé, também deve ser considerada premissa da fé.

Só o obediente é que crê.
 É preciso praticar a obediência a uma ordem concreta, a fim de que possa haver fé. Um primeiro passo no caminho da obediência tem de ser dado, para que a fé não se transforme em ilusão piedosa imposta pelo próprio indivíduo, ou seja, em graça barata. Tudo depende do primeiro passo, que se diferencia qualitativamente de todos os que vêm na sequência. O primeiro passo de obediência exige que Pedro deixe as redes para trás e salte do barco; exige que o jovem abandone sua riqueza. A fé só se torna possível nessa nova existência que a obediência criou.

Esse primeiro passo, portanto, deve ser visto como a obra externa que consiste na troca de um modo de existência por outro. Tal passo qualquer um pode dar; o ser humano é livre para isso. É um ato possível no âmbito da justitia civilis [justiça civil], em que o ser humano é livre. Pedro não pode converter a si mesmo, mas pode deixar as redes para trás. Essencialmente, exige-se, nos Evangelhos, com o primeiro passo, um ato que comprometerá o resto da vida do indivíduo. A Igreja Romana ordenava esse passo apenas como possibilidade extraordinária da vida monástica, enquanto para os demais crentes bastaria a disposição de se submeter incondicionalmente à Igreja e a seus preceitos. A importância desse primeiro passo também é reconhecida de modo significativo nos escritos confessionais luteranos: uma vez afastado fundamentalmente o perigo de um mal-entendido sinergístico, pode-se e deve-se dar espaço àquele primeiro ato externo que não se pode deixar de fazer no caso da fé, isto é, o passo em direção à Igreja, onde a mensagem da salvação é proclamada. Esse passo pode ser dado com toda a liberdade.

Venha para a Igreja! É por meio de sua liberdade humana que você pode fazê-lo. Pode sair de casa aos domingos e ir para o culto. Se não o fizer, por livre vontade afasta-se do local onde a fé é possível. Assim, os escritos confessionais luteranos revelam ter conhecimento de que existe uma situação em que a fé é possível, e outra em que ela não o é. Embora fique bem escondido esse conhecimento, quase como se fosse motivo de vergonha, ele continua disponível como conhecimento sobre o significado do primeiro passo na qualidade de ato externo.

Assegurado esse conhecimento, é necessário dizer, em segundo lugar, que o primeiro passo, ato de todo externo, é e continuará a ser obra inútil da lei e que, em si, jamais conduz a Cristo. Como ato externo, a nova existência permanece tal qual a anterior; na melhor das hipóteses, tornar-se-á uma nova lei existencial, um novo estilo de vida, mas que nada tem a ver com a nova vida em Cristo. O bêbado que renuncia ao álcool e o rico que distribui seu dinheiro libertam-se do álcool e do dinheiro, mas não de si mesmos. Não conseguem livrar-se da escravidão de si próprios, e provavelmente continuam mais escravos que antes. O que foi feito anteriormente ainda exerce poder sobre eles. Embora seja inegociável essa renúncia ao que se fez antes, ela não basta para afastar o discípulo da morte, da desobediência e da impiedade. Se, por acaso, entendermos nosso primeiro passo como premissa da graça, da fé, então já seremos declarados culpados por nossas próprias obras e totalmente excluídos da graça. Assim, tudo que costumamos chamar de convicção, boa intenção, tudo que a Igreja Romana chama de facere quod in seest [faça o que está ao seu alcance], está incluído na obra externa. Se dermos o primeiro passo com a intenção de nos colocarmos numa situação em que a fé se torna possível, então essa possibilidade de crer nada mais é que uma obra, uma nova possibilidade de vida no âmbito da antiga existência; desse modo, por ser completamente mal entendida, continuamos na descrença.

Todavia, é necessário que essa obra externa seja realizada, e temos de nos colocar na situação em que a fé se torna possível. Precisamos dar esse passo. O que isso significa? Significa que só daremos esse passo corretamente se o encararmos não como obra nossa que desejamos ver praticada, mas somente como aquilo que é praticado em obediência à palavra de Jesus Cristo, que para isso nos chama. Pedro sabe que não pode saltar do barco por sua vontade; seu primeiro passo já significaria seu afogamento, e portanto ele diz: “Manda-me ir ter contigo, por sobre as águas”, ao que Cristo responde: “Vem”. Assim, Cristo deve ter antes chamado, e só com base em sua palavra é que o passo pode ser dado. Esse chamado é sua graça, que chama da morte para a nova vida de obediência. Agora, porém, que Cristo chamou, cabe a Pedro saltar do barco para ir até ele. Na realidade, portanto, o primeiro passo da obediência já é um ato de fé na palavra de Cristo. Mas a fé seria completamente mal entendida como fé se, a partir disso, se chegasse à conclusão de que o primeiro passo não é mais necessário, pois a fé já está ali, de qualquer modo. Em contraponto a isso, deve-se ousar dizer o enunciado: primeiro, é preciso dar o passo da obediência, antes mesmo que possa haver fé. O desobediente não pode crer.

Você se queixa de não poder ter fé? Ninguém deve se surpreender de não poder crer enquanto deliberadamente se recusar ou se opuser, em alguma circunstância, a aceitar o mandamento de Jesus. Não quer submeter a esse mandamento uma paixão pecaminosa, uma inimizade, uma esperança, os planos de sua vida, a razão? Não se surpreenda se não receber o Espírito Santo, se não conseguir orar, se suas preces por fé caírem no vazio! Vá, antes, a seu irmão e faça as pazes com ele, abandone o pecado que o mantém cativo, e poderá crer novamente! Se rejeitar a palavra de ordem de Deus, também não receberá sua palavra de graça. Como é que quer encontrar a comunhão daquele de quem você propositadamente foge e com quem evita tratar de qualquer assunto? O desobediente não pode crer; só o obediente é que crê.

É assim que o chamado da graça de Jesus Cristo ao discipulado torna-se lei severa: Faça isto! Abandone aquilo! Salte do barco e venha até Jesus! Àquele que usa sua fé ou sua falta de fé como desculpa de sua desobediência efetiva ao chamado, Jesus diz: Primeiro, seja obediente, pratique o ato externo, deixe para trás o que o prende, abandone o que o separa da vontade de Deus! Não diga que não tem fé para isso; você não a terá enquanto permanecer na desobediência, enquanto não quiser dar o primeiro passo. Não diga: Eu já tenho fé, portanto não preciso mais dar o primeiro passo. \bcê não tem fé enquanto não der esse primeiro passo e porque não quer dá-lo; além disso, porém, também porque persiste na falta de fé que se esconde detrás da aparência de uma fé humilde. É maldosa artimanha responsabilizar a falta de obediência pela falta de fé, e a falta de fé, pela falta de obediência. A desobediência do “crente” ocorre justamente ao confessar sua falta de fé no instante mesmo em que a obediência lhe é exigida, e ao barganhar sutilmente com essa confissão (Mc 9.24). Se você crê, dê o primeiro passo; ele conduz a Jesus Cristo! Se não crê, dê igualmente o passo; é assim que lhe foi ordenado! Não se aplica a você a questão sobre fé ou falta de fé, mas sim a obediência que lhe foi ordenada e de imediato deve ser cumprida. Nela está a situação em que a fé se torna possível e existe de fato.

Portanto, não existe algo em que você pode crer, mas é Jesus Cristo que cria para você a situação em que a fé se lhe torna possível. É necessário chegar a essa situação, para que a fé seja fé verdadeira, e não ilusão autoimposta. Justamente por se tratar só da verdadeira fé em Jesus Cristo, por só a fé ser o único objetivo, agora e sempre (“de fé em fé”, Rm 1.17), é que essa situação é indispensável. Quem contestar isso de modo rápido e demasiado protestante deve perguntar a si próprio se não é a graça barata que ele defende; pois, na realidade, os dois enunciados, se postos lado a lado, não se tornarão obstáculo para a fé verdadeira; mas, se compreendidos separadamente, tornam-se impedimento ainda maior para ela. Só o que crê é obediente — diz-se ao obediente em situação de fé. Só o obediente é que crê — diz-se ao crente em situação de obediência. Isolando o primeiro enunciado, o crente será entregue à graça barata, isto é, à condenação. Isolando o segundo enunciado, o crente será entregue às obras, ou seja, também à condenação.

A partir deste ponto, abordemos um pouco do trabalho pastoral. É extremamente importante, para quem exerce esse ofício, que suas palavras sejam fundamentadas no conhecimento dos dois enunciados. Para ele, deve estar claro que a queixa sobre a falta de fé resulta, muitas vezes, da desobediência consciente, ou já inconsciente, e que a essa desobediência corresponde facilmente o consolo da graça barata. Contudo, a desobediência permanece intacta, e a mensagem da graça serve de consolo com o qual o próprio desobediente alivia seu sofrimento e torna-se o perdão dos pecados que ele outorga a si mesmo. A pregação, porém, torna-se vazia, e ele já não a ouve. E, mesmo que perdoe os próprios pecados milhares de vezes, não poderá crer no perdão verdadeiro, pois este, na verdade, nunca lhe foi dado. A falta de fé alimenta-se da graça barata porque deseja persistir na desobediência. É essa uma situação frequente no trabalho pastoral de nossos dias. Resulta daí que, ao outorgar a si mesmo o perdão dos pecados, o indivíduo persiste na desobediência e, desse modo, alega não poder conhecer o bem e o mandamento de Deus, por considerá-los questões ambíguas, que permitem interpretações diversas. A consciência da desobediência, a princípio muito clara, turva-se cada vez mais, até finalmente tornar-se pura obstinação. Nesse ponto, o próprio desobediente enredou-se e emaranhou-se de tal modo que já não pode ouvir a Palavra. Com efeito, a fé se torna impossível. Ocorrerá, então, entre o obstinado e o pastor o provável diálogo: “Não consigo ter fé.” “Escute a palavra, ela lhe é anunciada!” “Eu a escuto, mas ela nada significa para mim, parece-me vazia, entra por um ouvido e sai pelo outro.” “\bcê não quer ouvir.” “Claro que quero.” Chega-se, assim, ao ponto em que o diálogo é interrompido, porque o pastor já não sabe o que dizer. Conhece apenas aquele enunciado: só o que crê é obediente. E esse enunciado não é suficiente para ajudar o desobediente obstinado que não tem nem pode ter essa fé. O pastor parece estar diante do maior dos enigmas: Deus dá a fé a alguns, e a nega a outros. Com isso, desiste de curar a alma do obstinado, que acaba por isolar-se e, conformado, lamenta sua aflição. Mas é justamente esse o ponto mais importante da conversa, em que deve haver uma mudança radical. Nesse momento, abandona-se a argumentação, e as perguntas e aflições do descrente passam a não ser mais levadas tão a sério. Agora, o que se levará cada vez mais a sério é aquele que tenta se esconder detrás de suas perguntas e aflições. Oportunidade, portanto, para destruir a fortaleza que o obstinado construiu para defender-se, usando o enunciado “só o obediente é que crê”. Assim, a conversa é interrompida, e o pastor prossegue dizendo: “ Você é desobediente, recusa a obediência a Cristo, quer preservar para si um pouco de controle. Não consegue ouvir a Cristo porque é desobediente, não consegue ter fé na graça porque não quer obedecer. Você se agarra a algum lugar de seu coração contra o chamado de Cristo. Sua aflição é seu pecado”. Agora, o próprio Cristo entra em cena e ataca o demônio que se alojava no outro e que, até então, se escondia por detrás da graça barata. Agora, tudo depende de o pastor ter engatilhado, para uso imediato, os dois enunciados: só o obediente é que crê, e só o que crê é obediente. Em nome de Jesus, o pastor tem de chamar à obediência, ao ato, à realização do primeiro passo. “Abandone o que o prende e siga-o!” Nesse momento, tudo depende desse passo. A posição assumida pelo desobediente tem de ser derrubada, pois nela Cristo não pode ser ouvido. O fugitivo tem de sair do esconderijo que construiu para si próprio; somente lá fora ele pode ver, ouvir, crer novamente como um ser humano livre. É verdade que, diante de Cristo, nada se ganhe por a obra ter sido realizada, pois, em si, é apenas obra inócua. Mesmo assim, Pedro teve de saltar do barco e andar sobre o mar revolto para que pudesse crer.

Em resumo, a verdade é esta: por meio do enunciado “só o que crê é obediente”, o ser humano envenenou-se com a graça barata. Persiste na desobediência e consola-se no perdão que ele a si mesmo outorga, fechando-se assim à Palavra de Deus. O ataque à fortaleza fracassa enquanto se continuar a repetir esse enunciado atrás do qual ele se esconde. Tem de haver uma mudança; o outro, o obstinado, tem de ser chamado à obediência: só o obediente é que crê!
Discipulado Dietrich - Bonhoeffer
NOTA :
A GLÓRIA DA PROMESSA FINAL Mateus 28:16-20 Aqui chegamos ao final do relato evangélico, e ouvimos as últimas palavras de Jesus a seus homens. 

E neste último encontro Jesus fez três coisas.
(1) Deu-lhes certeza sobre seu poder. 
Não há dúvida de que não havia nada que estivesse fora do poder de alguém que tinha morrido e que tinha conquistado a morte. Agora eram servos de um Senhor cuja autoridade sobre a Terra e o céu estava além de toda dúvida.

(2) Deu-lhes uma comissão. 
Enviou-os a converter a todo mundo em seus discípulos. Pode ser que a ordem de batizar seja um desenvolvimento posterior das palavras que Jesus pronunciou. Pode-se discutir esse ponto; o fato concreto é que a ordem de Jesus é ganhar a todos os homens para Ele.

(3) Prometeu-lhes uma presença. 
Deve ter sido assombroso para onze homens da Galiléia o serem enviados a conquistar o mundo. Inclusive enquanto O ouviam seus corações devem ter duvidado. Mas tão logo foi dada a ordem se pronunciou a promessa. Enviou-os, como a nós, a cumprir a maior tarefa do mundo, mas os acompanhava a maior presença do mundo.
Mateus (William Barclay)
lI - O TRIPÉ DO DISCIPULADO: PALAVRA, COMUNHÃO E SERVIÇO
Ensino da Palavra de DEUS na EBD e nos cultos de ensino, inclusão do novo convertido nas visitas pastorais e no trabalho da igreja como corais, vocais, bandas, evangelismo, etc... tudo isso vai fazer do novo convertido um crente também ganhador de almas.


1. A Palavra.
Os apóstolos como mestres. Durante seu ministério, o Senhor Jesus enviou os seus discípulos para ensinar (Mc 6.30). Mais tarde, o Senhor mandou que fizessem discípulos de todas as nações, e ensinando-os a observar tudo o que Ele havia ordenado (Mt 28.20). Depois do Pentecostes, que ocorreu após a ascensão, os apóstolos ensinaram, ao povo que o Senhor Jesus ressuscitou dos mortos (Act 4.2). O Concílio judeu mandou que Pedro e João desistissem de ensinar no nome de Jesus (Act 4.18), uma ordem que eles não atenderam, e foram presos no templo enquanto continuavam a ensinar (Act 5.21, 24ss.). Apesar de uma outra severa advertência das autoridades, os apóstolos continuaram a ensinar e pregar a Jesus Cristo (Act 5.42) até que toda Jerusalém estivesse repleta de seu ensino (Act 5.28).
Barnabé e Paulo ensinaram durante um ano inteiro na igreja que estava em Antioquia (Act 11.26; cf. 15.35). O procônsul Sérgio Paulo ficou admirado com o ensino de Paulo sobre o Senhor Jesus (Act 13.12). Quando os atenienses ouviram Paulo, eles o levaram ao Areópago para que pudesse lhes expor seu novo ensino (Act 17.19). Paulo passou dezoito meses em Corinto ensinando a Palavra de Deus (Act 18.11), e mais tarde lembrou aos presbíteros efésios que ele lhes havia ensinado publicamente e de casa em casa durante sua estada em Éfeso (Act 20.20). Apolo, embora conhecendo apenas o batismo de João, ensinou diligentemente em Éfeso as coisas do Senhor (Act 18,25). Os discípulos judeus acusaram Paulo diante de Tiago e dos presbíteros em Jerusalém, de ter ensinado os gentios a abandonar as leis de Moisés, a deixar a prática da circuncisão, e a abandonar os costumes judeus (Act 21.21). Esta mesma acusação foi lançada pelos próprios judeus quando descobriram Paulo no templo e exclamaram contra ele como alguém que havia ensinado os homens em toda parte contra os judeus, a lei, e o templo (Act 21.28). Pela palavra falada e escrita, os apóstolos ensinaram a mensagem do cristianismo aos seus contemporâneos.
Mestres na igreja. Paulo refere-se repetidamente à sua designação como mestre dos gentios na fé e na verdade (1 Tm 2.7; 2 Tm 1.11) e de sua doutrina (2 Tm 3.10; 1 Co 4.17). Ele negou que o Evangelho que ele pregava tivesse sido ensinado por um homem; antes ele declarou que o recebeu pela revelação de Jesus Cristo e pelo próprio Senhor JESUS(Gl 1.12; 1 Co 11.23). O ensino de Paulo foi dirigido a todos os homens em toda a sabedoria para que todo homem pudesse tomar- se maduro em Cristo (Cl 1.28; cf. Hb 6.1,2). Entre os dons e a capacitação do Cristo que subiu aos céus a fim de equipar e treinar os membros de seu Corpo, estavam a capacitação para se tornarem doutores (ou mestres; Efésios 4.11). Uma vez que os apóstolos, profetas e evangelistas tinham a princípio uma grande mobilidade, é provável que muitos dos mestres na igreja primitiva tenham tido um ministério de viagens, visitando os crentes em uma certa cidade por um período mais curto ou mais longo. E provável que a maioria ou todos os cinco homens citados em Atos 13.1 não estivessem residindo permanentemente em Antioquia.
O papel do mestre na igreja era designado e desempenhado através da indicação Divina e da capacitação do Espírito (1 Co 12.28), A integridade e a fidelidade para com a tarefa do ensino são enfaticamente ordenadas (Rm 12.7; 1 Tm 4.11,13,16), tanto em sua preparação como em seu conteúdo (Tt 2.1,7; 2 Tm 4.2). Aqueles que ensinam devem ser considerados dignos de duplicada honra (1 Tm 5.17), e merecem o apoio daqueles que são ensinados (Gl 6.6). O aspirante a mestre é solenemente advertido de que esta atividade, em última instância, o envolverá em um julgamento mais rigoroso (Tg 3.1).
Mas embora existam aqueles que são especialmente selecionados para ensinar na igreja, cada crente deve envolver-se neste ministério (Cl 3.16; 1 Co 14.6,26; Hb 5.12). Este deve ser para o benefício de todos, e não deve ser complacente com desordem na adoração da igreja (1 Co 14.6,19,26). O servo do Senhor deve ser apto para ensinar e evitar contendas (2 Tm 2.24). Embora as mulheres sejam proibidas de ensinar os homens na igreja (1 Tm 2.12), Paulo ordena que as mulheres idosas ensinem o que é bom enquanto educam as mulheres mais jovens (Tt 2.3).
O ensino na igreja. Há uma referência no NT a uma tradição cristã apostólica denominada diferentemente de sã doutrina (Tt 2.7) ou de palavra fiel (Tt 1.9), que havia sido entregue à igreja (Rm 6.17; 16.17; Ef 4.21; Cl 2.7; 2 Ts 2.15; 2 Tm 2.2; Tt 1.9). Os primeiros discípulos em Jerusalém dedicaram-se ao ensino dos apóstolos (Act 2.42). Parte desta tradição era o AT, que é proveitoso, diz Paulo, para o ensino (Rm 15.4; 2 Tm 3.16; cf. 1 Tm 1.8-10). O ensino cristão, e somente ele (1 Tm 1.3), deve ser confiado aos homens que crêem, que por sua vez serão capazes de ensinar aos outros também (2 Tm 2.2; cf 1 Tm 4.11). O presbítero, portanto, deve ser apto para ensinar (1 Tm 3.2), e deve permanecer firme na palavra fiel que lhe foi ensinada, para que possa dar instrução na sã doutrina e oferecer uma apologia eficaz para a fé (Tt 1.9). A obediência ao padrão da doutrina é creditada com o poder moral para libertar o crente da escravidão do pecado (Rm 6.17). A doutrina está de acordo com a piedade (1 Tm 6.3) e fornece o alimento espiritual necessário ao crente (1 Tm 4.6).
Outros usos. O menino Jesus foi encontrado por sua família sentado entre os doutores da lei no templo (Lc 2.46), Nicodemos foi chamado, por nosso Senhor, de mestre de Israel (Jo 3.10 etc.). João Batista ensinou a seus discípulos como orar (Lc 11.1). O Senhor Jesus adverte que aquele que infringe o menor mandamento e assim o ensina aos homens, será o menor no reino; e, ao contrário, aquele que observa e ensina corretamente aos homens será grande no reino (Mt 5.19). Jesus censurou os escribas e os fariseus por adorarem a Deus de forma vã, ensinando como doutrinas os preceitos dos homens (Mt 15.9; Mc 7.7; cf. Is 29.13).
Paulo rogou a Timóteo que ensinasse as sãs palavras de Jesus, e que rejeitasse aqueles que ensinam de outra maneira (1 Tm 6.2ss.). O apóstolo ensinou que havia aqueles que deveriam ser silenciados visto que estavam perturbando famílias inteiras ensinando basicamente o que não tinham o direito de ensinar (Tt 1.11), e também adverte Timóteo contra os judaizantes que desejavam, em vão, se tornar mestres da lei (1 Tm 1.7). O mesmo apóstolo exortou os efésios à integração espiritual e à participação vital de todos dentro da igreja, para que eles não fossem agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina (Ef 4.14).
O autor da epístola aos Hebreus adverte seus leitores a não se deixarem envolver por doutrinas várias e estranhas (Hb 13.9), enquanto João ordena aos seus leitores que não se associem a alguém que não permaneça na doutrina de Cristo (2 Jo 9,10). A igreja em Pérgamo é criticada por ter alguns que aderiram ao ensino de Balaão e à doutrina dos nicolaítas (Ap 2.14), enquanto a igreja em Tiatira é censurada por tolerar o ensino de Jezabel (Ap 2.20,24)

Quando a Bíblia fala de doutrina dos apóstolos está se referindo ao ensino de JESUS a eles e experiência deles próprios com o Senhor JESUS e com o ESPÍRITO SANTO que lhes ensinava a Palavra de DEUS e os usava para escrever mais da Palavra de DEUS.

Atos 2.41 De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas. 42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
43 Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. 44 Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. 46 E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, 47 louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.


A Prática do evangelismo pessoal
Antonio Gilberto da Silva
Medite diante do Senhor, e chegue a uma conclusão definida para saber como você poderá evangelizar mais, utilizando:

Seu tempo

Seus talentos

Seu dinheiro

Que os fatos abaixo, a partir de agora, sejam uma realidade em sua vida:

Meu alvo: O mundo para CRISTO.

Meu anseio: Ser revestido da nossa habitação celestial (2 Co 5.2).;

Minha visão: A Ampliacão do reino de DEUS.

Meu receio: A noite vem quando ninguém pode trabalhar (Jo 9.4).

Observação final - Uma das razões da indife­rença e da inatividade de igrejas e crentes na obra da evangelização dos perdidos vem do seu descuido quanto a vinda de JESUS.

Os cristãos primitivos foram ativos na evangelização, não só porque eram cheios do ESPÍRITO San­to, mas também porque esperavam a volta de JESUS naqueles dias - em seus dias!

E nós???

Um exame na obra do Evangelismo Pessoal

Tendo em vista a obra de ganhar almas para Je­sus, mediante a evangelização pessoal, vamos con­siderar este assunto sob os cinco pontos seguintes:

1. Porque devemos evangelizar

2. Quando devemos evangelizar

3. Onde devemos evangelizar

4. Como devemos evangelizar

5. Resultados de evangelizar


1. PORQUE DEVEMOS EVANGELIZAR
1.1. Porque o nosso Senhor ordenou (Mc 16.15)
Para muitos cristãos, JESUS é apenas o Salvador de suas almas, mas não Senhor e Rei de suas vidas. O evangelho integral apresenta JESUS não só como Salvador, mas também como Senhor (At 16.31). A ordem de evangelizar vem do Senhor para os seus súditos. Não é um convite: é um mandamento do nosso Senhor. Mas não devemos evangelizar só por­que é um mandamento, mas porque amamos a Je­sus e queremos ser-lhe gratos. Vejamos as descul­pas mais comuns dos crentes quanto a esta ordem do Senhor:

a. Estou muito ocupado; "Não tenho tempo". Entretanto o Senhor JESUS não estava tão ocupado a ponto de não poder vir morrer em nosso lugar. Aqui no mundo Ele sempre cumpria na hora o pro­grama do Pai, mesmo sabendo que o final seria o Calvário (Mt 26.45; Lc 22.14; Jo 2.4; 13.1; 17.1). Ele não andava tão ocupado a ponto de não ouvir o clamor das almas aflitas (Mc 5.30; Lc 18.40).

b.Estou muito cansado . JESUS, no sol de meio-dia, junto à fonte de Jacó, não estava tão cansado a ponto de não poder atender a samaritana perdida (Jo 4.6,7).

c. Não sei falar; "Não dou para nada na igreja".

d. Não tenho capacidade. Outros também já de­ram as mesmas desculpas, mas ao obedecerem à or­dem do Senhor, foram maravilhosamente usados por Ele. Estude os exemplos de:

-Moisés (Ex 3.11)

- Gideão (Jz 6.15)

- Isaías (Is 6.5)

- Jeremias (Jr 1.6)
-Amos (Am 7.14)

Portanto, entregue ao Senhor o que você tem. Ele transformará o pouco no muito (Jo 6.9-13). Ele dará a capacidade necessária (Mt 4.19; 2 Co 3.5).

A missão de evangelizar o mundo, entregue por JESUS à sua Igreja, implica em dever e responsabili­dade (Ez 33.8,9; Rm 1.14; 1 Co 9.16). Uma das ra­zões da inatividade de muitas igrejas e crentes na obra de evangelização vem do seu descuido quanto à vinda de JESUS. Os cristãos primitivos foram ati­vos na evangelização, não só porque eram cheios do ESPÍRITO SANTO, mas também porque esperavam a volta de JESUS em seus dias.

1.2. Porque temos recebido de DEUS talentos, e assim temos uma mordomia para dar conta (Mt 25.14-30; Lc 16.2; 19.13)

O dia da prestação de contas com o nosso Se­nhor está perto (Rm 14.10; 1 Co 3.13-15; 2 Co 5.10).

1.3. Porque DEUS nos concedeu o privilégio de participar do seu trabalho

Servir ao Senhor não é apenas um dever cristão, é também um grande privilégio. DEUS podia usar outros meios para levar a mensagem de salvação ao pecador. Ele assim faz quando lhe apraz, mas isto não é regra geral; é exceção. Seu método é usar ho­mens para falar a homens. O trabalho de ganhar al­mas para DEUS é um privilégio que Ele nos concede para obtermos galardão no dia de CRISTO (Fp 2.16). Há, neste sentido, uma solene declaração da Bíblia em Pv 11. 30. A salvação é dádiva de DEUS, mas ga­lardão é recompensa que o crente obtém mediante sua atividade na obra do Senhor.

1.4. Porque o pecador sem JESUS está perdido (Rm 5.12)
A palavra perdido, significa perdido mesmo, isto é, sem solução, desenganado, extraviado, des­garrado, arruinado. JESUS usou esta palavra em Lc 19.10. Precisamos compreender que esta é a situa­ção atual do

pecador não-salvo. JESUS não usou ter­mos menores, nem arrodeios.

Aqui, entre nós, quando desaparece um avião, um navio, uma expedição ou mesmo uma pessoa, todos os recursos disponíveis são mobilizados para salvar o que está perdido. Vamos nós fazer menos, ou cruzar os braços ante o perdido pecador, que se não aceitar JESUS como seu Salvador, irá para o In­ferno eterno?

Se, como parte de um curso de evangelismo pes­soal, tivéssemos de passar 24 horas no Inferno, para ver o que se passa lá entre os perdidos, ao voltar­mos, toda nossa vida giraria em torno da obra de evangelizar e ganhar almas perdidas, e também desviados, e jamais pôr tropeço na vida de alguém.

Uma alma vale mais do que todo o mundo (Mc 8.36,37). O amor que JESUS demonstrou por nós no Calvário deve nos constranger (2 Co 5.14). A visão deste sublime amor de JESUS torna-se mais real quando meditamos a respeito do seu suor de san­gue, da traição de Judas, das vergastadas, do esbofeteamento, dos pregos nas mãos e nos pés; na sede, na zombaria; sim, quando sentimos seu coração rasgado de dor; quando vemos seu rosto desfigura­do pelos maus-tratos; quando ouvimos seu brado pungente nas trevas e contemplamos a sua cabeça pendente na cruz!

Na mensagem ao profeta Isaías, DEUS dirige-se a todos nós: "A quem enviarei eu? E quem irá por nós?" (Is 6.8). O irmão já teve a visão horrível das almas condenadas caminhando nas trevas para o abismo? Lembre-se de que está agora salvo porque alguém duma maneira ou de outra o levou a CRISTO, meu caro irmão! Queremos somente receber e não dar também?


2. QUANDO DEVEMOS EVANGELIZAR

A única resposta é: AGORA! Como os pecado­res crerão agora, se eu não falar agora? (Ml 1.9; At 17.30; Hb 3.7). As almas precisam ser ganhas para JESUS agora, porque:

- AGORA é que estamos vivos. Em Lucas 16 te­mos a história de um homem que se interessou pela salvação dos outros, mas só depois de morto, quan­do nada mais podia fazer.

AGORA temos pouco tempo. JESUS não tarda a vir. Se no tempo do apóstolo João, sua vinda já estava próxima (Ap 22.20), que diremos nós hoje? Urge atentar para Jo 9.4. Nosso tempo também pode ser pouco no

- sentido de a liberdade religiosa ser cerceada ou mesmo cassada, como já aconteceu e está acontecendo em certos países.

Quanto à idade daqueles a quem devemos evangelizar, a resposta sempre será - agora. Crianças, jovens e velhos podem ser ganhos para JESUS agora. Na igreja, um dos grandes setores de evangelização das crianças é a Escola Dominical, quando devida­mente aparelhada. Nela, o professor de crianças tanto pode levar as crianças a CRISTO, como ensiná-las a viver para CRISTO. Quem ganha uma criança para JESUS salva uma vida inteira. Quem ganha um adulto, salva apenas meia vida, pois a outra meta­de o mundo já levou. Cuidado, pois! Uma oportunidade perdida pode nunca mais voltar. Um coração hoje aberto pode amanhã estar fechado, e... para sempre.


3. ONDE DEVEMOS EVANGELIZAR
Nem em todos os locais podemos fazer cultos de pregação, mas ganhar almas individualmente, sim. Vejamos alguns locais onde isso pode suceder:


3.1. Nos cultos
Os crentes ganhadores de almas devem ficar alerta nos cultos de pregação, especialmente quando estes chegam ao término. Há pecadores que, mesmo depois de convencidos pelo ESPÍRITO SANTO, precisam de ajuda para fazer sua decisão. Muitos têm dúvidas, temores e dificuldades internas. Nes­sas horas, uma palavra de encorajamento da parte de DEUS é decisiva. Há pessoas que nunca entraram num templo. Acham tudo estranho. Uma voz ami­ga vence tais barreiras. Quantos milhares de peca­dores fizeram sua decisão porque alguém os condu­ziu à frente. Não convém insistir demais nem tam­bém forçar. Deixe o ESPÍRITO SANTO dirigir as coisas. Muitas almas se extraviam por falta de uma pala­vra amiga, portanto, dê atenção pessoal a elas. Nos cultos ao ar livre, o trabalho pessoal com os circunstantes é valiosíssimo. Muitos frutos têm sido colhidos assim.


3.2. Nos lares

O lar pode ser o nosso. Muitas vezes o campo de trabalho não é o interior do país nem o exterior, mas a nossa própria casa, isto é, pais, irmãos, fi­lhos, parentes. JESUS disse que o campo é o mundo (Mt 13.38); ora, o mundo começa à nossa porta. Os crentes primitivos evangelizavam de casa em casa (Mc. 5.19; At 5.42; 20.20). Muitas grandes igrejas de hoje, começaram em casas particulares. O lar foi a primeira instituição divina, e DEUS tem em mira a salvação de todos no lar (Gn 19.12; Êx 12.3; Js 6.23-25; Al 11.14; 16.31).


3.3. Em público

Aqui, há muitos locais a considerar. O apóstolo Paulo pregou em praças (At 17.17). À beira de rios (At 16.13). Na parábola das bodas, o Senhor JESUS fez menção disso (Lc 14.21). Há pessoas de tal tem­peramento e formação; de tais superstições e pre­conceitos, que jamais entrarão num templo evangélico. Muitas vezes há também proibição. Tais pes­soas só poderão ser atingidas pelo evangelismo pes­soal em público. Evangelizar é ir ao encontro do po­vo. JESUS não disse: "Venha todo o povo ouvir a pre­gação do Evangelho", mas, "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura".


3.4. No trabalho (indústrias, profissões particulares, etc.)
JESUS chamou vários discípulos quando ocupa­dos em seus trabalhos habituais (Mt 9.9; Mc 1.16-19). O grande evangelista D.L. Moody foi salvo quando trabalhava no interior duma sapataria. Há ocasiões em que a melhor maneira de falar de JESUS em .tais lugares é através da própria vida, vivendo diante dos patrões, empregados e colegas como um verdadeiro filho de DEUS, deixando a luz brilhar nas trevas. Uma vida assim atrai os outros para CRISTO. "A única Bíblia que muitas pessoas lêem é a vida de um crente" (D.V. Hurst). É como se fosse o "Evangelho Segundo Fulano de Tal".

É preciso prudência para falar nos locais acima mencionados, de modo que não haja violação de ro­tinas, quebra de instruções, etc. A hora de almoço e. o tempo de descanso podem ser as ocasiões apro­priadas. Não é preciso um sermão. Muita gente po­de ser alcançada em público: barbeiros, ascenso­ristas, engraxates, comerciantes, comerciários, em­pregados em geral, balconistas etc. O irmão R.A. Torrey dava cinco características de uma boa oportunidade em público. Ei-las: - Quando a pessoa está só

- Quando desocupada

- Quando de bom humor

- Quando comunicativa

- Quando em atitude séria.


3.5. Nos transportes em geral (trens, navios, aviões, ônibus, etc)
Em viagem, normalmente as pessoas estão dis­postas: Gostam de conversar e ler. Outras ficam apreensivas. O transporte em que viajamos diariamente pode ser o meio de ganharmos muitas almas para o reino de DEUS. Peça, irmão, ardentemente ao Senhor que o dirija a falar aos

pecadores. Às vezes, quando não é possível falar, podemos entre­gar um folheto apropriado. (Quanto a isto, estuda­remos mais adiante.)


3.6. Nas instituições públicas (hospitais, prisões, abrigos, penitenciárias, institutos, etc)
Aqui, a primeira providência é obter a devida permissão para o serviço que se pretende fazer. É um ato nobre e cristão levar alegria e prazer aos in­ternos de tais instituições. Muitos deles, dali não voltarão mais ao convívio dos seus. A única oportu­nidade que terão de ouvir o Evangelho será pelo testemunho pessoal, pelo rádio ou pela página im­pressa. "Estando enfermo e na prisão, não me visitaste" (Mt 25.43).

Paulo ganhou o carcereiro dentro da prisão (At 16.23,24). Há pessoas que em são estado de saúde e em plena liberdade, jamais ouviriam o Evangelho, mas nas instituições de internamento podem ouvir de boa mente. O campo é vasto nas organizações deste tipo. Milhares têm aceitado CRISTO nas pri­sões, sanatórios, abrigos, etc. Outros estão a espera que alguém lhes leve a mensagem da salvação. (Le­de Hb 13.3.)


3.7. Aproveitando as ocasiões

Pessoas atingidas por infortúnios, desgraças, ca­tástrofes, etc, ouvindo do poder salvador de CRISTO, poderão render-se a Ele. Quando uma pessoa acha-se no centro de tais acontecimentos, esvaem se lhe a vaidade, o egoísmo, os pontos de vista, os pre­conceitos, etc. Numa situação assim, o Evangelho deve ser indicado como a felicidade eterna.

Há pessoas que em situações normais não dão qualquer importância ao assunto da salvação, mas atingidas pela adversidade, tornam-se receptivas. Muitos têm sido salvos em tais circunstâncias. Por exemplo: ali está um homem morrendo sem salva­ção. Ele treme ao enfrentar a eternidade sem DEUS. Em tais momentos o testemunho de JESUS pode ser vital e decisivo. Quantos já estão na glória, tendo sido salvos nos últimos momentos de vida? O mal­feitor ao lado de CRISTO, foi salvo assim (Lc 23.42,43). Momentos de decisões importantes tam­bém são ocasiões próprias para se falar de JESUS.


4. COMO DEVEMOS EVANGELIZAR
Para começar, o ganhador de almas tem de ter experiência própria da salvação. É um paradoxo al­guém conduzir um pecador a CRISTO, sem ele pró­prio conhecer o Salvador. Isto é apontar o caminho do Céu sem conhecê-lo. Quem fala de JESUS deve ter experiência própria da salvação. (Ver Sl 34.8 e 2 Tm 1.12.)


4.1. O uso da Palavra de DEUS e seu estudo cons­tante (2 Tm 2.15)
Este é um dos fatores do crescimento espiritual e da prática de ganhar almas. Estando nosso cora­ção cheio da Palavra de DEUS, nossa boca falará dela (Mt 12.34). É evidente que o ganhador de al­mas precisa de um conhecimento prático da Bíblia; conhecimento esse, não só quanto à mensagem do Livro, mas também quanto ao volume em si, suas divisões, estrutura em geral, etc. Sim, para ganhar almas é preciso "começar pela Escritura" (At 8.35).

Aquilo que a eloquência, o argumento e a per­suasão humana não podem fazer, a Palavra de DEUS faz, quando apresentada sob a unção do Espí­rito SANTO. Ela é qual espelho. Quando você fala a Palavra, está pondo um espelho diante do homem. Deixe o pecador mirar-se neste maravilhoso espe­lho! Assim fazendo, ele aborrecerá a si mesmo ao ver sua situação deplorável.

Está escrito que "Pela lei vem o conhecimento do pecado" (Rm 3.20). Através da poderosa Pala­vra de DEUS, o homem vê seu retrato sem qualquer retoque, conforme Is 1.6. No estudo da obra de ganhar almas, há muito proveito no manuseio de li­vros bons e inspirados sobre o assunto. Há livros deste tipo que focalizam métodos de ganhar almas; outros focalizam experiências adquiridas, o desafio, o apelo e a paixão que deve haver no ministério em apreço. A igreja de Éfeso foi profundamente espiri­tual pelo fato de Paulo ter ensinado a Palavra ali durante três anos, expondo todo o conselho de DEUS (At 20.27-31). Em Corinto ele ensinou dezoito me­ses (At 18.11). Veja a diferença entre essas duas igrejas através do texto das duas epístolas (Coríntios e Efésios).


4.2. Uma vida correta
Paulo evangelizando pessoalmente a Félix, o go­vernador da Judéia, disse: "Procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com DEUS como para com os homens" (At 24.16). A consciên­cia nos seus dois lados - para com DEUS e para com os homens - deve estar limpa. Muitos crentes têm sido desaprovados por DEUS por falharem nesta parte. Trabalham à toda força e frutos não há. Perguntam: "Por que não há frutos no meu trabalho?" As Escrituras respondem em Is 52.11. Davi com­preendia que o pecado é um impedimento à conver­são dos pecadores (Sl 51.2-13). Consideremos aqui os seguintes textos:

- 1 Pe 1.15 - Aqui a santidade é requerida em to­das as maneiras de viver.

- Fp 1.27 - Mostra que a nossa conduta deve ser conforme o Evangelho.

- Rm 12.1,2 - O ensino aqui é que não devemos ter uma vida conformada com o mundo. O povo de DEUS deve caminhar o mais possível distante do mundo.

Certo patrão estava examinando um grupo de motoristas, a fim de selecionar um deles para ficar como empregado de sua firma. A certa altura do teste, surgiu a seguinte pergunta dele: "Se vocês fossem por uma estrada, beirando um precipício, qual seria a menor distância a que chegariam da beira do abismo, respeitando os limites de seguran­ça?" Os motoristas querendo demonstrar habilida­de e experiência, foram dizendo: "um metro", "me­nos de um metro", "meio metro". Nenhuma res­posta agradava o patrão até que um deles disse: "Eu caminharia tão longe quanto possível do pre­cipício". Este candidato foi aceito para o emprego. Assim deve ser também na vida espiritual... O descrente não lê a Bíblia, mas lê a vida do crente, que de fato deve ser uma Bíblia aberta! (2 Co 3.2).


4.3. Aprendendo com o supremo ganhador de al­mas - JESUS (Mt 4.19)
Em sacrifício, amor, serviço e métodos na obra de ganhar almas, JESUS é o nosso perfeito exemplo. Entre os diversos casos de evangelização pessoal do Senhor JESUS, abordaremos um - o da mulher samaritana, em João cap.4. Se seguirmos os passos de JESUS para ganhar a samaritana, muito aprendere­mos quanto à evangelização pessoal. Em seu minis­tério, inúmeras vezes JESUS pregou a milhares de ouvintes; entretanto, um dos seus mais belos ser­mões - o de João cap. 4 -, foi proferido perante uma só alma. Isto revela também a importância do tes­temunho pessoal. Noutra ocasião, JESUS dirigiu um extenso estudo bíblico para dois discípulos (Lc 24.27).

Sigamos, pois, os passos do Senhor ao ganhar a samaritana:


4.3.1.Ter amor, espírito de sacrifício (vv. 4,6,8).
O v.4 fala de sacrifício; o v.6, de cansaço; e v.8, de necessidade (fome). Tudo por causa duma alma perdida. É interessante notar que JESUS estava can­sado da viagem (v.6), mas não do trabalho. O ga­nhador de almas deve estar possuído de ardente amor e compaixão pelos perdidos. O apóstolo Paulo tinha a mesma paixão (Rm 9.2,3).

Ir ao encontro do pecador (v.5). Notai como o Senhor JESUS foi do geral ao particular: primeiro, à província de Samaria (v.4), depois à cidade de Sicar (v.5), e por último à fonte de Jacó, para onde a mulher deveria vir (v.6). Jamais deveremos esperar que os pecadores.


4.3.2.venham ao nosso encontro.
JESUS mostrou, em Mt 4.19, que a obra de ganhar almas é comparada a uma pescaria espiritual. O pescador tem de colocar-se no local da pesca, se quiser apanhar peixes. Noutras passagens da Bíblia encontramos o mesmo ensino, como em Lc 15.4. O profeta Ezequiel, conduzido pelo Espíri­to SANTO, foi até os cativos do seu povo e sentou-se entre eles (Ez 3.14,15).


4.3.3.Paciência (v.6).
Diz o texto: "Assentou-se". Assim fez, esperando pelo pecador. (Ler At 17. 2.)


4.3.4.Entrar logo no assunto da salvação (v. 7).
Há sempre uma porta aberta para se falar da salvação. No caso da samaritana, o assunto do mo­ mento era água e sede, e logo JESUS falou da água da vida que sacia a sede da alma. Vemos um caso idêntico em Atos capítulo 8. Aí o assunto era leitura e logo o servo de DEUS iniciou a conversa com uma pergunta também sobre leitura (v.30). Em João, capítulo 2, quando JESUS conversava com Nicodemos, talvez soprasse uma brisa, e logo Ele usou o vento como figura (v.8).


4.3.5.Ficar a sós com quem está falando (v. 8).
Quando alguém estiver falando com um peca­dor a respeito da salvação, evite perturbá-lo, a menos que seja convidado.


4.3.6. Deixar os preconceitos raciais ou sociais (vv.9,10). 
JESUS veio desfazer todas as barreiras que impedem a perfeita relação entre DEUS e o homem, e entre este e seu semelhante. Os preconceitos têm cau­sado grandes males na sua ação destruidora de se­parar, ao passo que JESUS veio unir (Ef 2.11-22).


4.3.7. Não se afastar do assunto da salvação (vv.9-13).
No v.9, a mulher alega o problema do preconcei­to. No v.12, JESUS volta ao assunto inicial: água, mas agora água da vida. Nos w.11,12, a mulher apresenta dificuldades. Nos w.13,14, JESUS volta ao assunto inicial: salvação. Resultado: no v.15 já há na pecadora um certo grau de interesse.


4.3.8.Fazer ver ao ouvinte que ele é pecador (v.16).
JESUS sabia que a samaritana não tinha marido, mas para motivar uma declaração dela, disse-lhe: "Chama o teu marido e vem cá". Muitos pecadores não se podem salvar porque não querem reconhecer que são pecadores e muito menos perdidos.


4.3.9. Não atacar defeitos, nem condenar (v. 18).

Isto não quer dizer que vamos bajular alguém ou concordar com sua vida ímpia e pecaminosa.


4.3.10. Evitar discussão (vv.20-24).

Não permi­tir que a conversa degenere em discussão. No v.20, a mulher aponta o fato de os judeus desacreditarem na religião dos samaritanos. É costume também o pecador apontar falhas nas igrejas e nas vidas de certas pessoas crentes. Isto mostra que tais ouvin­tes, em lugar de olhar para CRISTO, estão atrás de igrejas e pessoas. O alvo perfeito é CRISTO (Hb 12.2).Crentes errados darão conta de si mesmos (Rm 14.12).

Diz uma autoridade em Relações Humanas: "Você nunca vencerá uma discussão. Se perder, perdeu mesmo, e se ganhar perdeu também, por­que um homem convencido contra a vontade, con­serva sempre a opinião anterior. Quem perde numa discussão fica ferido no seu amor próprio".


4.3.11. O sexo influi, às vezes (v.27).
O ideal é falar com pessoas do mesmo sexo, sem contudo fa­zer disso uma lei. É provável que se uma mulher falasse à samaritana, talvez não prendesse tanto a sua atenção.

Outros exemplos de JESUS evangelizando pes­soalmente:

a) JESUS e Nicodemos (Jo 3.1-21).

b) Zaqueu, o publicano (Lc 19.1-28).

c) O cego Bartimeu (Mc 10.46-52).

d) O malfeitor na cruz (Lc 23.39-43).

e) O doutor da lei (Lc 10.25-37).

f) O jovem rico (Mt 19.16-30).

g) A mulher adúltera (Jo 8.1-11).

h) A mulher enferma (Mc 5.25-34).

i) A mulher siro-fenícia (Mc 7.24-30).

j) O paralítico de Cafarnaum (Mc 2.1-12).


4.4. Ser cheio do ESPÍRITO SANTO
Nos negócios puramente humanos, o homem pode ter êxito e promover o progresso. Isto acontece nas construções, nas indústrias, no comércio, na ar­te, nas ciências, etc, mas no tocante à obra de DEUS, só pode de fato haver avanço quando ela é acionada pelo ESPÍRITO de DEUS. Ele é que comuni­ca vida. Quando o trabalho do Senhor passa a ser dirigido exclusivamente pelo homem, torna-se em organização mecânica, fria e estéril. A Igreja de DEUS, quando dinamizada pelo ESPÍRITO SANTO, é de fato um organismo vivo, que cresce sempre para a glória de DEUS. A ordem de JESUS à Igreja para pre­gar o Evangelho está intimamente ligada à ordem para receber o poder do alto, como se vê em Lc 24.49; At 1.8. O poder de DEUS faz a diferença. O apóstolo Pedro, fraco e tímido antes do Pentecoste, tornou-se coluna, após o revestimento de poder.

Todo o crente nascido de novo tem em si o Espí­rito SANTO (1 Co 3.16), mas o poder glorioso para o testemunho e serviço de CRISTO, vem com toda ple­nitude aos servos batizados com o ESPÍRITO SANTO (At 1.4,5,8; 2.1-4). Após o crente ter sido cheio do ESPÍRITO SANTO é preciso permanecer cheio sempre (Ef 5.18). Aí não se trata de um convite divino, mas de uma ordem.


4.5. É preciso orar sempre (Ef 6.18,19)

A oração abre portas e remove barreiras. Ela é o meio de comunicação com DEUS. A Igreja nasceu quando em oração, e é nesse ambiente que ela cres­ce e se desenvolve (At 1.14). Pedro estava orando quando DEUS o usou para a salvação de Cornélio, seus parentes e amigos (At 10). (Ver Sl 126.6; At 20.31.) É mais fácil falar ao pecador sobre DEUS, depois que falamos com DEUS sobre o pecador...


4.6. Fé na operação da Palavra de DEUS.
Quando falamos a Palavra de DEUS, precisamos confiar no seu autor. À nós crentes compete anun­ciar a Palavra; a DEUS, operar. Aquele que disse "Ide por todo o mundo", também disse "Eis que es­tou convosco". Devemos falar a Palavra com plena convicção de que é o poder de DEUS para salvação de todo o que crê (Is 55.11; Rm 1.16). Há pecadores que aceitam a mensagem da sal­vação com toda a simplicidade, outros não. Se o ir­mão está procurando levar uma alma a CRISTO, nun­ca desanime. Certo irmão sueco orou 50 anos para JESUS salvar determinada pessoa, e viu-a aceitar o Salvador. O Dr. R. A. Torrey, célebre ganhador de almas, orou 15 anos por uma pessoa, e esta veio a crer em JESUS. Os homens que conduziam o paralítico de Lucas cap.5 só conseguiram chegar à pre­sença de JESUS, subindo ao eirado, o que não era muito fácil. Mas não desanimaram. Isto é perseve­rança. Às vezes é preciso um esforço assim. Qual­quer caso, mesmo os piores, acham solução no Se­nhor JESUS. Para DEUS nunca houve impossíveis. Ele é especialista nisso! Portanto, é preciso anun­ciar a Palavra com plena confiança na sua divina ação. Quando você estiver falando de JESUS, ore em espírito para que DEUS honre a Palavra dele e mani­feste o seu poder salvador.


4.7. É preciso amor
Fé e amor andam juntos na evangelização. Quaisquer outros recursos serão meros paliativos, como relações humanas, sociologia etc.

JESUS foi a personificação do amor. Ele salvou os pecadores amando-os até o fim (Jo 13.1). Sua posição ao mor­rer de braços abertos na cruz é a expressão máxima do amor. Ali, num gesto de infinito alcance, Ele uniu os dois povos com seus braços acolhedores (ju­deus e gentios).


4.8. A apresentação pessoal

Cuide disso. Sua aparência é importante, como é importante a mensagem que você leva. DEUS pode usar quem Ele quiser e o que Ele quiser, até uma queixada de jumento, como no caso de Sansão, mas quanto à sua aparência pessoal, irmão, fica a seu critério. Cuide de sua apresentação, mas sem exa­gero. Roupa passada, gravata no lugar, limpeza ge­ral, inclusive das unhas; barba bem feita, cuidado com o hálito. O traje deve ser modesto, decente e de bom gosto. Um traje mundano, imoral e indecente não é próprio do cristão; pode atrair o povo, mas não para CRISTO. Não permita que seu traje seja mo­tivo de atração para os ímpios, desviando, assim, a atenção a CRISTO. Diz a Palavra de DEUS no Sl 103.1: "Tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome".


4.9. O uso da fala (1 Co 14.9)
Ao ler a Bíblia ou falar ao pecador, procure evi­tar solecismos prosódicos, observando a pronúncia correta das palavras, o que inclui todas as suas le­tras. Evite o pedantismo a todo o custo, porque logo será descoberto. Pedantismo é falsa cultura. Na pronúncia da língua portuguesa atente para a acentuação, entonação e pontuação. Uma dicção exata impõe-se e dá destaque. JESUS certamente observava bem estas regras. O correto emprego das palavras é também muito importante. Por exem­plo, nunca dizer "verso" em lugar de "versículo", quando referir-se às divisões dos capítulos da Bíblia o certo é "versículo".

JESUS ensinou seus discípulos a orar, mas não a pregar, porque aprender a falar e pregar é tarefa nossa. JESUS unge a mensagem e opera por meio de­la. Por meio da oração buscamos o Senhor para que Ele inspire e ilumine a pregação. O que é para o ho­mem fazer. DEUS não executa. (Ver Jo 11.39.) Um auxiliar valioso para a grafia e pronúncia correta dós nossos vocábulos é o "Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa", edição de 1981.

O meio ambiente de pessoas cultas também in­flui poderosamente na boa formação lingüística e cultural. O apóstolo Paulo nunca desprezou os li­vros (2 Tm 4.13). É de grande valor o estudo de bons livros, como concordância, dicionários, gra­máticas, manuais doutrinários, etc.


4.10. O manuseio prático da Bíblia
É muito importante o pleno desembaraço no manuseio do volume sagrado. Isto significa saber onde estão as passagens necessárias e localizá-las no volume sagrado com rapidez. É imperioso co­nhecer a abreviatura de cada livro. Como já foi di­to, este curso de evangelismo pessoal adota o siste­ma mais simples de abreviar os livros da Bíblia: apenas duas letras para cada livro, sem ponto abreviativo.

Há outros sistemas, mas esse é o mais simples.
Nunca cite um versículo incompleto ou de ma­neira duvidosa. Isso compromete. Também nunca acrescente ou subtraia palavras do texto bíblico, mutilando-o. Quanto a isso. é bom atentar para a advertência de Dt 4.2; 12.32; Pv 30.5,6; Ap 22.18,19. Neste curso temos de memorizar muitos textos da Palavra de DEUS. Se isso parecer difícil ou im­possível, lembremo-nos de Fp 4.13.


4.11. O uso de folhetos e literatura em geral
Nunca distribua nada sem primeiro ler para si. Há um provérbio que diz: "Nem tudo que brilha é ouro". Ande sempre munido de porções impressas da Palavra de DEUS: folhetos, revistas, Novos Tes­tamentos. Bíblias completas ou porções dela. Há ocasiões em que não se pode falar nem ingressar em determinados lugares, mas a Palavra de DEUS pode fazer tudo isso. Milhares já foram salvos pela men­sagem impressa. Distribua a mensagem conforme a situação do momento.

O agricultor, quando semeia, escolhe a semente antes de lançá-la ao solo; ele assim faz porque os terrenos são diferentes. Também se pode evangelizar por meio de cartas pessoais. Neste caso, as car­tas devem sempre ser manuscritas, a fim de condu­zir o toque pessoal. Na Bíblia temos muitas mensa­gens em forma epistolar.


5. RESULTADO DE EVANGELIZAR
Aqui estão algumas das bênçãos resultantes da evangelização pessoal:
5.1. Crescimento da obra do Senhor.
Quem ganha almas está ajudando a edificar a Igreja. Ela na Bíblia é comparada a um edifício que se completa pela edificação. A igreja no seu iní­cio, cresceu depressa porque os crentes evangelizavam sem cessar. Isto é visto nos primeiros oito capí­tulos do livro de Atos, que é o livro histórico da Igreja. Uma igreja local que possui um grupo de crentes cheios de zelo e paixão pelas almas crescerá

sempre. E se toda uma igreja for despertada para evangelizar o crescimento será tal, que despertará uma região, um estado, um país e mesmo o mundo.


5.2. Maior paixão pelas almas
Isso tem acontecido com os servos de DEUS atra­vés dos tempos. Por exemplo, Paulo - o grande ga­nhador de almas, após 25 anos de labor constante, sua paixão pelos perdidos era tal, que exclamou certa vez: "Tenho grande tristeza e contínua dor no meu coração. Porque eu mesmo poderia desejar ser separado de CRISTO, por amor de meus irmãos" (Rm 9.2,3). Tal amor e paixão pelos perdidos não encon­tra palavras para descrever-se.


5.3. Fortalecimento na fé

Nossa fé é fortalecida quando testemunhamos DEUS cumprir sua Palavra. É maravilhoso e edifi­cante ver como DEUS cumpre o que está escrito no que tange à salvação das almas, quando as condi­ções exigidas por Ele são satisfeitas. Paulo di­zia com confiança nesse sentido: "Não me envergo­nho do evangelho" (Rm 1.16). Isto significa que por onde quer que ele falasse a Palavra, DEUS confirma­va a pregação com salvação de pecadores e demais bênçãos.


5.4. Estímulo a outros irmãos
A prática de ganhar almas e as bênçãos daí de­correntes estimulam outros a se renderem ao Se­nhor para que Ele os use de igual modo. Crentes in­flamados pela salvação dos pecadores transmitem influência aos descuidados e indiferentes.

Tendo apreciado o porquê, quando, onde, como e os resultados da evangelização dos pecadores, peca­mos a DEUS que nos revele e ajude a deixar tudo aquilo que impede a nossa participação efetiva na evangelização das almas perdidas, e que Ele derrame sobre nós o seu ESPÍRITO, dotando-nos, assim, de poder para a tarefa de evangelizar e ganhar os per­didos para Ele. Que Ele nos faça homens e mulhe­res segundo o seu coração. Você, irmão, está sinceramente disposto a orar assim? Oh! que DEUS desperte seu povo enquanto é tempo de falar aos perdidos, do seu amor e da sua salvação, antes que entrem no Inferno!
Fonte: Apaz do Senhor.ORG
Fonte: ESCOLA BEREANA – EBD ADVEC
Fonte blog: Crescendoparaedificar.blogspot.com




Vídeos aulas:
O endereço na descrição dos vídeos.


Momento do louvor
Nova criatura sou Fernandinho




Novos Começos-Léa Mendonça

Se é ensinar, haja dedicação ao ensino. Rm12: 7b.
 

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