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Bíblia sagrada online
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
Sofonias 3.1-5,13-17
1 Ai da rebelde e contaminada, da cidade opressora!
2 Não obedeceu à sua voz, não aceitou o castigo; não confiou no Senhor; nem se aproximou do seu Deus.
3 Os seus príncipes são leões rugidores no meio dela; os seus juízes são lobos da tarde, que não deixam os ossos para a manhã.
4 Os seus profetas são levianos, homens aleivosos; os seus sacerdotes profanaram o santuário, e fizeram violência à lei.
5 O Senhor é justo no meio dela; ele não comete iniqüidade; cada manhã traz o seu juízo à luz; nunca falta; mas o perverso não conhece a vergonha.
13 O remanescente de Israel não cometerá iniqüidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa; mas serão apascentados, e deitar-se-ão, e não haverá quem os espante.
14 Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija- te, e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém.
15 O Senhor afastou os teus juízos, exterminou o teu inimigo; o Senhor, o rei de Israel, está no meio de ti; tu não verás mais mal algum.
16 Naquele dia se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião, não se enfraqueçam as tuas mãos.
TEXTO ÁUREO
O grande dia do SENHOR está perto,está perto,e se apressa muito a voz do dia do SENHOR; amargamente clamará ali o homem poderoso.
Sofonias 1.14
SABER que o dia do Senhor será um tempo de purificação para que o povo de Deus viva de acordo com a Sua vontade;
COMPREENDER que a profecia de Sofonias descreve a condição do povo de Israel durante o Milênio.
Seu nome faz uma referência à proteção dada por Deus durante a opressão e a idolatria do reinado de Manasses, ou uma mensagem de proteção de Deus em meio a seu castigo, para aqueles que se arrependem.
O profeta fala essencialmente sobre o Dia do Senhor, em que ele promover correção ao povo de Judá e os moradores de Jerusalém “E há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei a Jerusalém com lanternas, e castigarei os homens que se espessam como a borra do vinho, que dizem no seu coração: O Senhor não faz o bem nem faz o mal (Sf 1.12).
A mensagem de Sofonias parece ter sido anunciada antes da reforma religiosa feita por Josias, rei de Judá, e o Senhor castigará também os outros povos e as cidades dos filisteus “Eu dizia: Certamente me temerás, e aceitarás a correção, e assim a sua morada não seria destruída, conforme tudo aquilo porque a castiguei; mas eles se levantaram de madrugada, corromperam todas as suas obras. Portanto esperai-me, diz o Senhor, no dia em que eu me levantar para o despojo; porque o meu decreto é ajuntar as nações e congregar os reinos, para sobre eles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira; porque toda esta terra será consumida pelo fogo do meu zelo” (Sf 3. 7 e 8)
Sofonias foi um corajoso profeta que anunciou ao povo com clareza, pois sabia que estava próximo o Dia do Senhor. Inclusive o primeiro versículo di “Palavra do Senhor” e o último diz "diz o Senhor". Como já havia acontecido em outras épocas, o Senhor tem misericórdia do povo e mantém a promessa de que "O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo" (Sf 3:17)
Quem foi o Profeta Sofonias ???
Tudo o que se sabe sobre quem foi o Profeta Sofonias é encontrado no livro do Antigo Testamento que leva seu nome. O primeiro versículo do livro fornece a única referência biográfica a respeito dele.
Sabemos que ele foi filho de Cusi, e sua genealogia é estabelecida recuando quatro gerações até Ezequias (Sf 1:1). Ainda não ficou provado com certeza que esse Ezequias fosse o conhecido rei judeu com este nome, entretanto a probabilidade de que tenha sido ele é muito grande, pois fornece mais luz à compreensão da forma com que a genealogia do profeta é apresentada.
O nome Sofonias significa “Jeová ocultou”, e talvez indique que o profeta tenha nascido durante o período das atrocidades praticadas por Manasses, o qual, segundo a tradição judaica, foi o responsável pela morte do Profeta Isaías, serrando-o ao meio.
Profeta Sofonias viveu em Judá, e segundo os relatos de seu livro, podemos perceber que ele conhecia bem as características da cidade de Jerusalém (Sf 1:10,11). Não se sabe exatamente a duração do ministério profético de Sofonias.
Sabe-se que ele profetizou durante o século 7 a.C. durante o reinado do possível parente rei Josias, o qual era bisneto do rei Ezequias. O reinado de Josias ocorreu entre 640 e 609 a.C. (2Rs 22:1-23:30), e, com base nesse dado, o Profeta Sofonias provavelmente profetizou no início do seu reinado.
Algumas passagens específicas do seu livro parecem demonstrar essa condição. Por exemplo: O Profeta Sofonias falou sobre “o restante de Baal” em Jerusalém, o que aponta para uma data próxima a reforma iniciada por Josias, bem como também profetizou contra outros costumes idólatras que foram abandonados após o descobrimento do Livro da Lei (Sf 1:4,5; cf. 2Rs 22:1-23:25; 2Cr 34:1-7).
Considerando esse período como certo, tais datas colocam Sofonias como contemporâneo de outros profetas, como: Naum, que profetizou sobre a destruição da cidade Nínive por volta de 612 a.C.; também Jeremias, que viveu durante esse período e alcançou até mesmo a queda de Jerusalém em 587 a.C.; além da Profetisa Hulda, que foi consultada pelo rei Josias quando o Livro da Lei foi encontrado. Caso o Profeta Sofonias tenha começado a profetizar a partir de 625 a.C., então o início de seu ministério coincide com o período em que o ministério do Profeta Jeremias também teve início.
O propósito do Livro de Sofonias
O conteúdo do livro se divide conforme os capítulos:
· Capítulo 1 - Prediz a destruição de Jerusalém devido à sua rebeldia, especialmente a idolatria.
· Capítulo 2 - Olha para os povos ao redor e fala do castigo que Deus traria contra os filisteus, os moabitas, os amonitas os etíopes e os assírios.
· Capítulo 3 - Reforça a profecia contra Jerusalém, mas encerra com uma mensagem de esperança e restauração de um povo espiritual que andaria em comunhão com Deus.
Há várias mensagens importantes em Sofonias. Entre elas:
1. A realidade da justiça divina. Mesmo tratando do seu povo escolhido, Deus usa linguagem forte para falar de um castigo terrível.
A justiça de Deus é vista como assunto desagradável e incoerente quando falamos sobre o amor e misericórdia do Senhor. Mas a Bíblia - tanto no Antigo como no Novo Testamento - claramente ensina que Deus castiga e destrói as pessoas e as nações que persistem na rebeldia contra ele. É no Novo Testamento que encontramos estas afirmações fortes: “Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás cortado” (Romanos 11.22) e “Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários....Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hebreus 10. 26,27,31).
2. A realidade da clemência divina. Sofonias não negligencia a mensagem da graça.
O mesmo Deus que traria tamanho castigo contra seu povo lhes estenderia a sua misericórdia. “O SENHOR, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo” (Sofonias 3.17). Estes dois aspectos do trabalho divino ilustram bem o conceito bíblico do Dia do Senhor. Seja o castigo de uma cidade, uma nação ou do mundo inteiro, é um dia no qual Deus rejeita e castiga os rebeldes, mas salva e protege os fieis.
3. O que Deus deseja do homem.
No contexto das ameaças contra os gentios da filístia, Deus disse: “Buscai o SENHOR, vós todos os mansos da terra, que cumpris o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; porventura, lograreis esconder-vos no dia da ira do SENHOR” (Sofonias 2.3). As pessoas que aceitam este convite divino são as mesmas que recebem sua graça salvadora: “Mas deixarei, no meio de ti, um povo modesto e humilde, que confia em o nome do SENHOR” (Sofonias 3.12).
Sofonias nos ajuda a entender o conceito do Dia do Senhor, uma expressão que identifica um dia no qual Deus acerta as contas, salvando os obedientes e humildes e castigando os rebeldes e orgulhosos. Vamos sempre procurarmos ser pessoas modestas e humildes diante de Deus!
Sofonias, cujo nome significa “O Senhor esconde”, foi um dos principais profetas de sua geração e um homem de linhagem nobre. Não por acaso, ele é o único profeta do Antigo Testamento que abre o livro de sua profecia apresentando uma longa árvore genealógica. Ele a traça até o seu tataravó Ezequias, o rei de Judá (Sf 1.1). Isso quer dizer que Sofonias era, como Isaías o foi também em seus dias, um palaciano — só que um palaciano de família real, um descendente de Davi.
Ainda na abertura do livro, encontramos Sofonias também situando seus leitores quanto à época e ao local do exercício de seu ministério profético. Ele registra que profetizou nos dias do rei Josias (Sf 1.1) — isto é, de 639 a.C. a 609 a.C. — e chama Jerusalém, capital do Reino de Judá, como “este lugar” (Sf 1.4), o que denota que morava nessa cidade. Era um homem de Jerusalém, de linhagem real, palaciano e chamado por Deus para um ministério profético que marcaria sua geração, como o seu contemporâneo de ministério profético, o levita e profeta Jeremias, mais jovem do que ele, também marcou.
O Contexto e o Propósito da Profecia de Sofonías
Nos dias de Josias, sabemos que houve um período de avivamento e reforma em Judá (2 Cr 34— 35) e, ao que tudo indica, Sofonias participou intensamente desse processo, antecipando-se a ele, profetizando sobre os pecados de Judá e as mudanças que a nação precisava, como podemos ver em passagens como a dos versículos 4 e 5 do capítulo primeiro. Os versículos de 4 a 13 do capítulo 1 e os primeiros sete versículos do capítulo 3 são todos de denúncias de pecados que grassavam em Judá e de pregação de arrependimento e reformas que só se concretizariam nos dias de Josias.
Por ter acesso ao palácio, com certeza as profecias de Sofonias devem ter chegado aos ouvidos do rei Josias e encontrado eco no seu coração, inspirando-o a realizar as reformas que necessitava fazer. A Bíblia nos informa que, ainda aos 8 anos de idade, Josias começou a buscar ao Senhor (2 C r 34.2) e, com certeza, sua busca a Deus o tornou sensível à mensagem profética. Talvez até o próprio Sofonias tenha sido um instrumento de Deus para influenciar e despertar Josias espiritualmente em sua infância e adolescência. Pouco tempo após as profecias de Sofonias, as reformas de Josias começaram. Elas tiveram início no décimo segundo ano
do seu reinado, o que põe sua execução por volta do ano 627
a.C. (2 C r 34.3). Essa primeira fase das reformas durou seis anos (2 Cr 34.8), e o paralelo entre o que representaram e as profecias de Sofonias é extremamente significativo, isso porque se percebe claramente que o conteúdo que o profeta recebera de Deus para entregar ao povo quanto ao que precisava ser feito (Sf 1.4-6) foi materializado e executado cabalmente pelo reinado de Josias (2 Cr 34.3-7).
O evento que catalisou a segunda e grande fase dessas reformas foi, como sabemos, a descoberta do Livro da Lei no Templo do Senhor (2 Cr 34.8-21). Diz a Bíblia que, ao acompanhar a leitura do texto sagrado, o jovem rei logo percebeu ainda mais a enormidade do pecado do seu povo e conclamou-o ao arrependimento e a mais reformas necessárias (2 Cr 34.8— 35.19).
No momento da leitura do texto sagrado, Josias mui provavelmente deve ter se lembrado das profecias de Sofonias, só que este, ao que tudo indica, já era falecido nessa época, posto que quando o rei ordena ao sumo sacerdote Hilquias, a Aicão, a Abdom, a Safa, o escrivão, e a Asai- as, ministro do rei, que procurem um profeta do Senhor para consultarem a Deus sobre o assunto, estes não procuram o profeta Sofonias, que seria a primeira escolha, aquela mais provável, mais buscam a profetisa Hulda, que tam bém morava em Jerusalém (2 C r 34.21,22). Logo, tudo leva a crer que Sofonias já era falecido quando da segunda fase de reformas de Josias. Por essa época, Jeremias já devia ter cerca de cinco anos de ministério profético. O u seja, Deus não deixou o seu povo sem voz profética nesse período: sai o ancião Sofonias, entra o jovem Jeremias.
A maioria dos expositores bíblicos coloca, por todos esses fatores, a profecia de Sofonias por volta do ano 630 a.C., isto é, três anos antes do início da primeira fase de reformas de Josias; e a morte do profeta, durante a realização dessa primeira fase de reformas, quando o ministério de Jeremias estava começando.
Divisão do Livro
O Livro de Sofonias é marcado por um estilo poético belo, que denota as qualidades culturais de seu autor. Com o sabemos, Deus inspirou de forma única os autores das Sagradas Escrituras, mas, obviamente, respeitando as suas características próprias ao escreverem. Além de Sofonias, há diversos outros exemplos. Por ser o profeta Isaías um homem culto e palaciano, quem tem condições de ler o livro de sua profecia no original hebraico logo percebe que este foi escrito em um estilo mais culto, enquanto por ser o profeta Amós um homem mais simples, boiadeiro e agricultor, percebe-se que o seu texto no hebraico é mais simples. A mesma diferença cultural pode ser vista entre o texto grego das Epístolas de Paulo e de Pedro.
Para fins práticos, a profecia de Sofonias pode ser dividida, pelo menos, em três partes:
1) O juízo de Deus contra Judá e o juízo vindouro sobre as nações
(1.1— 2.3);
2) O juízo de Deus contra diversas nações gentias (2.4-15);
3) O castigo e a restauração de Jerusalém (3.1-20).
Na primeira parte, um juízo impetuoso é anunciado contra Judá por sua idolatria e contra as demais nações. Na segunda parte, os alvos específicos são a Filístia, Moabe, Etiópia, Amom e a Assíria. Na terceira parte, após mais uma chamado ao arrependimento direcionado a Judá, segue-se a promessa de restauração dos judeus a partir de seus remanescentes fiéis.
O Juízo de Deus contra Judá (S f 1.4-13)
Uma das denúncias que Sofonias faz sobre os pecados de Judá diz respeito ao sincretismo religioso entre seus líderes religiosos. Afirma o profeta que os sacerdotes estavam exercendo duplo e contraditório ofício sacerdotal: cultuavam, ao mesmo tempo, a Jeová e a deuses pagãos: “... e exterminarei deste lugar [Jerusalém] o resto de Baal e o nome dos quemarins com os sacerdotes” (Sf 1.4).
A expressão “quemarins” é a forma plural do hebraico komer, que é utilizada aqui em referência a sacerdotes pagãos. Trata-se de ministradores dos ídolos. Ou seja, alguns sacerdotes de Jeová haviam aceitado a ideia de ministrar também em altares erguidos a deuses pagãos. Ainda hoje, tal prática se repete quando obreiros do Senhor acham nada demais trazer para a igreja, para sua liturgia e para as mensagens a serem pregadas na Casa do Senhor, elementos e recursos do culto pagão. Isso é sincretismo religioso, é misturar o santo com o profano, a luz com as trevas.
AUTOR E DATA
Sabe-se pouco sobre o autor, Sofonias. No AT, três outros indivíduos compartilham desse nome. Sofonias reconstitui sua genealogia até quatro gerações passadas, chegando ao rei Ezequias (por volta de 715-686 a.C.), e é o único profeta com sangue real (1:1). A genealogia real deve tê-lo ajudado a obter a atenção de Josias, rei de Judá, durante cujo reinado o profeta pregou.
O próprio Sofonias data sua mensagem do reinado de Josias (604-609 a.C.). As condições morais e espirituais descritas no livro (cf. 1:4-6; 3:1-7) parecem posicionar a profecia antes das reformas de Josias, quando Judá ainda definhava em idolatria e perversidade. Em 628 a.C., Josias derrubou todos os altares de Baal, queimou os ossos dos falsos profetas e quebrou as imagens de escultura (2Cr 34:3-7); e, em 622 a.C., o Livro da Lei foi encontrado (2Cr 34:8—35:19). Consequentemente, é bem provável que Sofonias tenha profetizado entre 635-625 a.C., e tenha sido, portanto, contemporâneo de Jeremias.
CENÁRIO E CONTEXTO
Sofonias profetizou durante um período de tribulação quase universal. Em termos políticos, a transferência iminente do poder mundial das mãos dos assírios para os babilônios enfraqueceu o domínio exercido por Nínive sobre Judá, fazendo soprar ventos de independência sobre o Reino do Sul pela primeira vez em cinquenta anos. O desejo do rei Josias de manter sua recém obtida liberdade das tributações e subserviência sem dúvida o levou a interferir posteriormente na tentativa do Egito de impedir a fuga do rei d
Nínive em 609 a.C. (cf. 2Cr 35:20-27). Em termos espirituais, os reinados de Manassés (c. 695-642 a.C.), filho de Ezequias, que se estendeu por mais de quatro décadas, e de seu neto, Amom (por volta de 642-640 a.C.), que durou apenas dois anos, foram marcados por perversidade e rebeldia espiritual (2Rs 21; 2Cr 33). Os primeiros anos do reinado de Josias também foram caracterizados pela perversidade de seu pai (2Rs 23:4). Em 622 a.C., porém, enquanto fazia reparos na casa do Senhor, o sumo sacerdote Hilquias encontrou o Livro da Lei (2Rs 22:8). A leitura do Livro impeliu Josias a iniciar um extenso plano de reformas (2Rs 23). Foi durante os primeiros anos do reinado de Josias, antes do grande reavivamento, que Sofonias, o profeta da undécima hora, profetizou e, sem dúvida, exerceu influência sobre as amplas reformas realizadas por Josias durante o seu reinado. Os reis perversos que governaram antes de Josias por 55 anos, porém, haviam deixado marcas tão profundas que Judá nunca se recuperou. Os efeitos de meio século de liderança perversa deixaram uma nação atolada no pecado, e as reformas do rei Josias resultaram apenas em mudanças superficiais. Até a descoberta da Lei de Deus nos escombros do templo após o tempo de Sofonias teve pouco efeito em longo prazo sobre o comportamento do povo. As reformas de Josias foram tardias demais e não sobreviveram à sua morte.
PRINCIPAIS PERSONAGENS
Sofonias — profeta que advertiu Judá sobre o castigo iminente e também sobre a esperança futura (1:1-3:20).
O povo de Judá — conduzido pelo rei Josias a se arrepender, mas acabou no cativeiro babilônico (1:2—2:3; 3:1-20).
TEMAS HISTÓRICOS E TEOLÓGICOS
A mensagem de Sofonias sobre o dia do Senhor advertiu Judá de que os últimos dias estavam próximos, mediante o castigo divino que seria executado por Nabucodonosor, por volta de 605-586 a.C. (1:4-13). No entanto, a sua profecia também olha além, para o cumprimento distante dos castigos da septuagésima semana de Daniel (1:18; 3:8). A expressão “dia do Senhor” é empregada pelo autor com mais frequência do que por qualquer outro autor do AT, sendo descrita como um dia que está perto (1:7) e um dia de indignação, angústia, alvoroço, desolação, escuridão, dias de nuvens e densas trevas, dias de trombeta e de rebate (1:15-16,18). Mesmo em meio a esses oráculos da ira divina, porém, o profeta exorta o povo a buscar ao Senhor, oferecendo abrigo em meio ao castigo (2:3) e proclamando a promessa de salvação futura para o remanescente fiel (2:7; 3:9-20).
PRINCIPAIS DOUTRINAS
O dia do Senhor — (1:7,14-16,18; 3:8; Is 2:12; 13:6,9; Ez 13:5; 20:3; Jl 1:15; 2:1,11,31; 3:14; Am 5:18-20; Ob 1-21; Zc 14:1; Ml 4:5).
A graça de Deus em meio ao castigo — (2:3; 3:14-20; Sl 45:2; Is 26:20; Jl 2:14; Am 5:14-15; Zc 12:10; Rm 5:21; 2Co 12:9; Hb 4:16).
Salvação para o remanescente fiel — (2:7; 3:9-20; Is 35:4; 45:17; Jr 29:14; Mq 5:7-8; Zc 9:16; Jo 3:16; Lc 1:68; At 5:31; Rm 11:26).
O CARÁTER DE DEUS
Deus castiga — 1:2-3; 2:2; 3:6-7.
Deus é justo — 3:5.
Deus é amoroso — 3:17.
Deus se ira — 1:14-18.
CRISTO EM SOFONIAS
Embora Sofonias retrate explicitamente o juízo de Deus, Cristo está presente como o “poderoso” que trará salvação à terra (3:17). O próprio Cristo fez alusões a Sofonias (1:3, veja Mt 13:41; e 1:15, veja Mt 24:29), ligando as profecias de Sofonias com sua segunda vinda.
DESAFIOS DE INTERPRETAÇÃO
O livro apresenta uma denúncia ambígua do pecado e advertência sobre o castigo prestes a sobrevir a Judá. Alguns estudiosos associam a frase “Então purificarei os lábios dos povos” (3:9) com a restauração de uma língua universal, semelhante a que existia antes da confusão de línguas na torre de Babel (Gn 11:1-9). Eles afirmam que a palavra “lábios” também aparece em Gn 11:7, onde é traduzida como “linguagem”. Parece mais apropriado, porém, entender que a passagem aponta para uma purificação do coração e da vida. Veja a seção “Respostas para perguntas difíceis” para mais detalhes sobre essa questão.
RESPOSTAS PARA PERGUNTAS DIFÍCEIS
1. Até que ponto é válida a interpretação de 3:9: “Então purificarei os lábios dos povos” como uma antecipação profética da restauração divina de uma linguagem universal?
Embora algumas pessoas argumentem que essa passagem se refere à revogação da decisão de Deus de confundir as línguas na torre de Babel
(Gn 11:1-9), o contexto da frase não fornece muito respaldo a essa interpretação. Embora seja verdade que a palavra “lábios” em Sofonias seja idêntica àquela usada em Gênesis, o contexto geral indica que Sofonias tinha em mente uma purificação do coração e da vida (Sf 3:13). No AT, o termo em questão é traduzido com mais frequência como “lábios”. Quando combinado com “puros”, a referência à fala diz respeito à purificação interior do pecado (Is 6:5) manifestado, no modo de falar (cf. Mt 12:34), que inclui a eliminação dos nomes de falsos deuses dos lábios do povo (Os 2:17). É improvável que Sofonias tivesse em mente uma única língua universal.
2. Que aspectos Sofonias revelou sobre o que ele chama de “grande dia”?
3. No livro de Sofonias, o que misericórdia tinha a ver com castigo?
4. Em que aspectos as pessoas estavam vivendo de modo ofensivo a Deus?
5. À medida que você lê a acusação do povo, pense nas formas como as pessoas de hoje praticam essas mesmas atitudes em relação a Deus.
Fontes/Créditos.
Manual bíblico MacArthur
Editora Central gospel.
Bíblia online
Bíblia sagrada online
Adultos: Lições Bíblicas, dinâmicas, slides, subsídios, pré - aulas: Arquivo
Jovens e Adultos: Lições da Palavra de Deus - nº 63 - 3º Trimestre de 2020 - Mensageiros de Deus em tempos de crise e de restauração - Profetas menores: Central Gospel
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
ENTENDER que o dia do Senhor diz respeito tanto aos castigos imediatos, quanto à Grande Tribulação;SABER que o dia do Senhor será um tempo de purificação para que o povo de Deus viva de acordo com a Sua vontade;
COMPREENDER que a profecia de Sofonias descreve a condição do povo de Israel durante o Milênio.
INTRODUÇÃO
Sofonias era um profeta de linhagem real: tataraneto do rei Ezequias e primo distante de Josias. O profeta prenunciou alguns juízos de Deus sobre o mundo, sobre as nações gentílicas e sobre Judá. Mas ele também destacou o fato de esse dia trazer restauração a Israel— esse seria um tempo de grande regozijo. Sofonias enxergou acontecimentos previstos para o mundo após o arrebatamento da Igreja (Sf 3.8-20).
Introdução ao livro
Este livro possui apenas três capítulos e faz parte do Velho Testamento. Ele foi escrito por volta de 663 a 612 AC e sua autoria é atribuída ao próprio Sofonias: profeta que viveu na mesma época em que viveram Naum e Habacuque “A palavra do Senhor, que veio a Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá” (Sf 1.1).Seu nome faz uma referência à proteção dada por Deus durante a opressão e a idolatria do reinado de Manasses, ou uma mensagem de proteção de Deus em meio a seu castigo, para aqueles que se arrependem.
O profeta fala essencialmente sobre o Dia do Senhor, em que ele promover correção ao povo de Judá e os moradores de Jerusalém “E há de ser que, naquele tempo, esquadrinharei a Jerusalém com lanternas, e castigarei os homens que se espessam como a borra do vinho, que dizem no seu coração: O Senhor não faz o bem nem faz o mal (Sf 1.12).
A mensagem de Sofonias parece ter sido anunciada antes da reforma religiosa feita por Josias, rei de Judá, e o Senhor castigará também os outros povos e as cidades dos filisteus “Eu dizia: Certamente me temerás, e aceitarás a correção, e assim a sua morada não seria destruída, conforme tudo aquilo porque a castiguei; mas eles se levantaram de madrugada, corromperam todas as suas obras. Portanto esperai-me, diz o Senhor, no dia em que eu me levantar para o despojo; porque o meu decreto é ajuntar as nações e congregar os reinos, para sobre eles derramar a minha indignação, e todo o ardor da minha ira; porque toda esta terra será consumida pelo fogo do meu zelo” (Sf 3. 7 e 8)
Sofonias foi um corajoso profeta que anunciou ao povo com clareza, pois sabia que estava próximo o Dia do Senhor. Inclusive o primeiro versículo di “Palavra do Senhor” e o último diz "diz o Senhor". Como já havia acontecido em outras épocas, o Senhor tem misericórdia do povo e mantém a promessa de que "O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo" (Sf 3:17)
Quem foi o Profeta Sofonias ???
Tudo o que se sabe sobre quem foi o Profeta Sofonias é encontrado no livro do Antigo Testamento que leva seu nome. O primeiro versículo do livro fornece a única referência biográfica a respeito dele.
Sabemos que ele foi filho de Cusi, e sua genealogia é estabelecida recuando quatro gerações até Ezequias (Sf 1:1). Ainda não ficou provado com certeza que esse Ezequias fosse o conhecido rei judeu com este nome, entretanto a probabilidade de que tenha sido ele é muito grande, pois fornece mais luz à compreensão da forma com que a genealogia do profeta é apresentada.
O nome Sofonias significa “Jeová ocultou”, e talvez indique que o profeta tenha nascido durante o período das atrocidades praticadas por Manasses, o qual, segundo a tradição judaica, foi o responsável pela morte do Profeta Isaías, serrando-o ao meio.
Profeta Sofonias viveu em Judá, e segundo os relatos de seu livro, podemos perceber que ele conhecia bem as características da cidade de Jerusalém (Sf 1:10,11). Não se sabe exatamente a duração do ministério profético de Sofonias.
Sabe-se que ele profetizou durante o século 7 a.C. durante o reinado do possível parente rei Josias, o qual era bisneto do rei Ezequias. O reinado de Josias ocorreu entre 640 e 609 a.C. (2Rs 22:1-23:30), e, com base nesse dado, o Profeta Sofonias provavelmente profetizou no início do seu reinado.
Algumas passagens específicas do seu livro parecem demonstrar essa condição. Por exemplo: O Profeta Sofonias falou sobre “o restante de Baal” em Jerusalém, o que aponta para uma data próxima a reforma iniciada por Josias, bem como também profetizou contra outros costumes idólatras que foram abandonados após o descobrimento do Livro da Lei (Sf 1:4,5; cf. 2Rs 22:1-23:25; 2Cr 34:1-7).
Considerando esse período como certo, tais datas colocam Sofonias como contemporâneo de outros profetas, como: Naum, que profetizou sobre a destruição da cidade Nínive por volta de 612 a.C.; também Jeremias, que viveu durante esse período e alcançou até mesmo a queda de Jerusalém em 587 a.C.; além da Profetisa Hulda, que foi consultada pelo rei Josias quando o Livro da Lei foi encontrado. Caso o Profeta Sofonias tenha começado a profetizar a partir de 625 a.C., então o início de seu ministério coincide com o período em que o ministério do Profeta Jeremias também teve início.
O propósito do Livro de Sofonias
O conteúdo do livro se divide conforme os capítulos:
· Capítulo 1 - Prediz a destruição de Jerusalém devido à sua rebeldia, especialmente a idolatria.
· Capítulo 2 - Olha para os povos ao redor e fala do castigo que Deus traria contra os filisteus, os moabitas, os amonitas os etíopes e os assírios.
· Capítulo 3 - Reforça a profecia contra Jerusalém, mas encerra com uma mensagem de esperança e restauração de um povo espiritual que andaria em comunhão com Deus.
Há várias mensagens importantes em Sofonias. Entre elas:
1. A realidade da justiça divina. Mesmo tratando do seu povo escolhido, Deus usa linguagem forte para falar de um castigo terrível.
A justiça de Deus é vista como assunto desagradável e incoerente quando falamos sobre o amor e misericórdia do Senhor. Mas a Bíblia - tanto no Antigo como no Novo Testamento - claramente ensina que Deus castiga e destrói as pessoas e as nações que persistem na rebeldia contra ele. É no Novo Testamento que encontramos estas afirmações fortes: “Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás cortado” (Romanos 11.22) e “Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e fogo vingador prestes a consumir os adversários....Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hebreus 10. 26,27,31).
2. A realidade da clemência divina. Sofonias não negligencia a mensagem da graça.
O mesmo Deus que traria tamanho castigo contra seu povo lhes estenderia a sua misericórdia. “O SENHOR, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo” (Sofonias 3.17). Estes dois aspectos do trabalho divino ilustram bem o conceito bíblico do Dia do Senhor. Seja o castigo de uma cidade, uma nação ou do mundo inteiro, é um dia no qual Deus rejeita e castiga os rebeldes, mas salva e protege os fieis.
3. O que Deus deseja do homem.
No contexto das ameaças contra os gentios da filístia, Deus disse: “Buscai o SENHOR, vós todos os mansos da terra, que cumpris o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; porventura, lograreis esconder-vos no dia da ira do SENHOR” (Sofonias 2.3). As pessoas que aceitam este convite divino são as mesmas que recebem sua graça salvadora: “Mas deixarei, no meio de ti, um povo modesto e humilde, que confia em o nome do SENHOR” (Sofonias 3.12).
Sofonias nos ajuda a entender o conceito do Dia do Senhor, uma expressão que identifica um dia no qual Deus acerta as contas, salvando os obedientes e humildes e castigando os rebeldes e orgulhosos. Vamos sempre procurarmos ser pessoas modestas e humildes diante de Deus!
Sofonias, cujo nome significa “O Senhor esconde”, foi um dos principais profetas de sua geração e um homem de linhagem nobre. Não por acaso, ele é o único profeta do Antigo Testamento que abre o livro de sua profecia apresentando uma longa árvore genealógica. Ele a traça até o seu tataravó Ezequias, o rei de Judá (Sf 1.1). Isso quer dizer que Sofonias era, como Isaías o foi também em seus dias, um palaciano — só que um palaciano de família real, um descendente de Davi.
Ainda na abertura do livro, encontramos Sofonias também situando seus leitores quanto à época e ao local do exercício de seu ministério profético. Ele registra que profetizou nos dias do rei Josias (Sf 1.1) — isto é, de 639 a.C. a 609 a.C. — e chama Jerusalém, capital do Reino de Judá, como “este lugar” (Sf 1.4), o que denota que morava nessa cidade. Era um homem de Jerusalém, de linhagem real, palaciano e chamado por Deus para um ministério profético que marcaria sua geração, como o seu contemporâneo de ministério profético, o levita e profeta Jeremias, mais jovem do que ele, também marcou.
O Contexto e o Propósito da Profecia de Sofonías
Nos dias de Josias, sabemos que houve um período de avivamento e reforma em Judá (2 Cr 34— 35) e, ao que tudo indica, Sofonias participou intensamente desse processo, antecipando-se a ele, profetizando sobre os pecados de Judá e as mudanças que a nação precisava, como podemos ver em passagens como a dos versículos 4 e 5 do capítulo primeiro. Os versículos de 4 a 13 do capítulo 1 e os primeiros sete versículos do capítulo 3 são todos de denúncias de pecados que grassavam em Judá e de pregação de arrependimento e reformas que só se concretizariam nos dias de Josias.
Por ter acesso ao palácio, com certeza as profecias de Sofonias devem ter chegado aos ouvidos do rei Josias e encontrado eco no seu coração, inspirando-o a realizar as reformas que necessitava fazer. A Bíblia nos informa que, ainda aos 8 anos de idade, Josias começou a buscar ao Senhor (2 C r 34.2) e, com certeza, sua busca a Deus o tornou sensível à mensagem profética. Talvez até o próprio Sofonias tenha sido um instrumento de Deus para influenciar e despertar Josias espiritualmente em sua infância e adolescência. Pouco tempo após as profecias de Sofonias, as reformas de Josias começaram. Elas tiveram início no décimo segundo ano
do seu reinado, o que põe sua execução por volta do ano 627
a.C. (2 C r 34.3). Essa primeira fase das reformas durou seis anos (2 Cr 34.8), e o paralelo entre o que representaram e as profecias de Sofonias é extremamente significativo, isso porque se percebe claramente que o conteúdo que o profeta recebera de Deus para entregar ao povo quanto ao que precisava ser feito (Sf 1.4-6) foi materializado e executado cabalmente pelo reinado de Josias (2 Cr 34.3-7).
O evento que catalisou a segunda e grande fase dessas reformas foi, como sabemos, a descoberta do Livro da Lei no Templo do Senhor (2 Cr 34.8-21). Diz a Bíblia que, ao acompanhar a leitura do texto sagrado, o jovem rei logo percebeu ainda mais a enormidade do pecado do seu povo e conclamou-o ao arrependimento e a mais reformas necessárias (2 Cr 34.8— 35.19).
No momento da leitura do texto sagrado, Josias mui provavelmente deve ter se lembrado das profecias de Sofonias, só que este, ao que tudo indica, já era falecido nessa época, posto que quando o rei ordena ao sumo sacerdote Hilquias, a Aicão, a Abdom, a Safa, o escrivão, e a Asai- as, ministro do rei, que procurem um profeta do Senhor para consultarem a Deus sobre o assunto, estes não procuram o profeta Sofonias, que seria a primeira escolha, aquela mais provável, mais buscam a profetisa Hulda, que tam bém morava em Jerusalém (2 C r 34.21,22). Logo, tudo leva a crer que Sofonias já era falecido quando da segunda fase de reformas de Josias. Por essa época, Jeremias já devia ter cerca de cinco anos de ministério profético. O u seja, Deus não deixou o seu povo sem voz profética nesse período: sai o ancião Sofonias, entra o jovem Jeremias.
A maioria dos expositores bíblicos coloca, por todos esses fatores, a profecia de Sofonias por volta do ano 630 a.C., isto é, três anos antes do início da primeira fase de reformas de Josias; e a morte do profeta, durante a realização dessa primeira fase de reformas, quando o ministério de Jeremias estava começando.
Divisão do Livro
O Livro de Sofonias é marcado por um estilo poético belo, que denota as qualidades culturais de seu autor. Com o sabemos, Deus inspirou de forma única os autores das Sagradas Escrituras, mas, obviamente, respeitando as suas características próprias ao escreverem. Além de Sofonias, há diversos outros exemplos. Por ser o profeta Isaías um homem culto e palaciano, quem tem condições de ler o livro de sua profecia no original hebraico logo percebe que este foi escrito em um estilo mais culto, enquanto por ser o profeta Amós um homem mais simples, boiadeiro e agricultor, percebe-se que o seu texto no hebraico é mais simples. A mesma diferença cultural pode ser vista entre o texto grego das Epístolas de Paulo e de Pedro.
Para fins práticos, a profecia de Sofonias pode ser dividida, pelo menos, em três partes:
1) O juízo de Deus contra Judá e o juízo vindouro sobre as nações
(1.1— 2.3);
2) O juízo de Deus contra diversas nações gentias (2.4-15);
3) O castigo e a restauração de Jerusalém (3.1-20).
Na primeira parte, um juízo impetuoso é anunciado contra Judá por sua idolatria e contra as demais nações. Na segunda parte, os alvos específicos são a Filístia, Moabe, Etiópia, Amom e a Assíria. Na terceira parte, após mais uma chamado ao arrependimento direcionado a Judá, segue-se a promessa de restauração dos judeus a partir de seus remanescentes fiéis.
O Juízo de Deus contra Judá (S f 1.4-13)
Uma das denúncias que Sofonias faz sobre os pecados de Judá diz respeito ao sincretismo religioso entre seus líderes religiosos. Afirma o profeta que os sacerdotes estavam exercendo duplo e contraditório ofício sacerdotal: cultuavam, ao mesmo tempo, a Jeová e a deuses pagãos: “... e exterminarei deste lugar [Jerusalém] o resto de Baal e o nome dos quemarins com os sacerdotes” (Sf 1.4).
A expressão “quemarins” é a forma plural do hebraico komer, que é utilizada aqui em referência a sacerdotes pagãos. Trata-se de ministradores dos ídolos. Ou seja, alguns sacerdotes de Jeová haviam aceitado a ideia de ministrar também em altares erguidos a deuses pagãos. Ainda hoje, tal prática se repete quando obreiros do Senhor acham nada demais trazer para a igreja, para sua liturgia e para as mensagens a serem pregadas na Casa do Senhor, elementos e recursos do culto pagão. Isso é sincretismo religioso, é misturar o santo com o profano, a luz com as trevas.
AUTOR E DATA
Sabe-se pouco sobre o autor, Sofonias. No AT, três outros indivíduos compartilham desse nome. Sofonias reconstitui sua genealogia até quatro gerações passadas, chegando ao rei Ezequias (por volta de 715-686 a.C.), e é o único profeta com sangue real (1:1). A genealogia real deve tê-lo ajudado a obter a atenção de Josias, rei de Judá, durante cujo reinado o profeta pregou.
O próprio Sofonias data sua mensagem do reinado de Josias (604-609 a.C.). As condições morais e espirituais descritas no livro (cf. 1:4-6; 3:1-7) parecem posicionar a profecia antes das reformas de Josias, quando Judá ainda definhava em idolatria e perversidade. Em 628 a.C., Josias derrubou todos os altares de Baal, queimou os ossos dos falsos profetas e quebrou as imagens de escultura (2Cr 34:3-7); e, em 622 a.C., o Livro da Lei foi encontrado (2Cr 34:8—35:19). Consequentemente, é bem provável que Sofonias tenha profetizado entre 635-625 a.C., e tenha sido, portanto, contemporâneo de Jeremias.
CENÁRIO E CONTEXTO
Sofonias profetizou durante um período de tribulação quase universal. Em termos políticos, a transferência iminente do poder mundial das mãos dos assírios para os babilônios enfraqueceu o domínio exercido por Nínive sobre Judá, fazendo soprar ventos de independência sobre o Reino do Sul pela primeira vez em cinquenta anos. O desejo do rei Josias de manter sua recém obtida liberdade das tributações e subserviência sem dúvida o levou a interferir posteriormente na tentativa do Egito de impedir a fuga do rei d
Nínive em 609 a.C. (cf. 2Cr 35:20-27). Em termos espirituais, os reinados de Manassés (c. 695-642 a.C.), filho de Ezequias, que se estendeu por mais de quatro décadas, e de seu neto, Amom (por volta de 642-640 a.C.), que durou apenas dois anos, foram marcados por perversidade e rebeldia espiritual (2Rs 21; 2Cr 33). Os primeiros anos do reinado de Josias também foram caracterizados pela perversidade de seu pai (2Rs 23:4). Em 622 a.C., porém, enquanto fazia reparos na casa do Senhor, o sumo sacerdote Hilquias encontrou o Livro da Lei (2Rs 22:8). A leitura do Livro impeliu Josias a iniciar um extenso plano de reformas (2Rs 23). Foi durante os primeiros anos do reinado de Josias, antes do grande reavivamento, que Sofonias, o profeta da undécima hora, profetizou e, sem dúvida, exerceu influência sobre as amplas reformas realizadas por Josias durante o seu reinado. Os reis perversos que governaram antes de Josias por 55 anos, porém, haviam deixado marcas tão profundas que Judá nunca se recuperou. Os efeitos de meio século de liderança perversa deixaram uma nação atolada no pecado, e as reformas do rei Josias resultaram apenas em mudanças superficiais. Até a descoberta da Lei de Deus nos escombros do templo após o tempo de Sofonias teve pouco efeito em longo prazo sobre o comportamento do povo. As reformas de Josias foram tardias demais e não sobreviveram à sua morte.
PRINCIPAIS PERSONAGENS
Sofonias — profeta que advertiu Judá sobre o castigo iminente e também sobre a esperança futura (1:1-3:20).
O povo de Judá — conduzido pelo rei Josias a se arrepender, mas acabou no cativeiro babilônico (1:2—2:3; 3:1-20).
TEMAS HISTÓRICOS E TEOLÓGICOS
A mensagem de Sofonias sobre o dia do Senhor advertiu Judá de que os últimos dias estavam próximos, mediante o castigo divino que seria executado por Nabucodonosor, por volta de 605-586 a.C. (1:4-13). No entanto, a sua profecia também olha além, para o cumprimento distante dos castigos da septuagésima semana de Daniel (1:18; 3:8). A expressão “dia do Senhor” é empregada pelo autor com mais frequência do que por qualquer outro autor do AT, sendo descrita como um dia que está perto (1:7) e um dia de indignação, angústia, alvoroço, desolação, escuridão, dias de nuvens e densas trevas, dias de trombeta e de rebate (1:15-16,18). Mesmo em meio a esses oráculos da ira divina, porém, o profeta exorta o povo a buscar ao Senhor, oferecendo abrigo em meio ao castigo (2:3) e proclamando a promessa de salvação futura para o remanescente fiel (2:7; 3:9-20).
PALAVRA-CHAVE
Humildes: em hebraico, ’anav — 2:3 —, algumas versões da Bíblia trazem “mansos”. Esse termo deriva de um verbo que significa “estar curvado” ou “estar aflito” (Sl 116:10). Formas dessa palavra ocorrem duas vezes em 2:3 — a primeira tradução é “humildes” e a segunda é “humildade”. Muitas vezes, essa palavra se refere aos necessitados ou oprimidos (veja Pv 14:21; Am 2:7). Mas também significa força de caráter ao enfrentar o sofrimento sem ressentimento. Tal caráter está fundamentado numa sólida fé em Deus e em sua bondade e numa firme submissão à vontade de Deus.PRINCIPAIS DOUTRINAS
O dia do Senhor — (1:7,14-16,18; 3:8; Is 2:12; 13:6,9; Ez 13:5; 20:3; Jl 1:15; 2:1,11,31; 3:14; Am 5:18-20; Ob 1-21; Zc 14:1; Ml 4:5).
A graça de Deus em meio ao castigo — (2:3; 3:14-20; Sl 45:2; Is 26:20; Jl 2:14; Am 5:14-15; Zc 12:10; Rm 5:21; 2Co 12:9; Hb 4:16).
Salvação para o remanescente fiel — (2:7; 3:9-20; Is 35:4; 45:17; Jr 29:14; Mq 5:7-8; Zc 9:16; Jo 3:16; Lc 1:68; At 5:31; Rm 11:26).
O CARÁTER DE DEUS
Deus castiga — 1:2-3; 2:2; 3:6-7.
Deus é justo — 3:5.
Deus é amoroso — 3:17.
Deus se ira — 1:14-18.
CRISTO EM SOFONIAS
Embora Sofonias retrate explicitamente o juízo de Deus, Cristo está presente como o “poderoso” que trará salvação à terra (3:17). O próprio Cristo fez alusões a Sofonias (1:3, veja Mt 13:41; e 1:15, veja Mt 24:29), ligando as profecias de Sofonias com sua segunda vinda.
DESAFIOS DE INTERPRETAÇÃO
O livro apresenta uma denúncia ambígua do pecado e advertência sobre o castigo prestes a sobrevir a Judá. Alguns estudiosos associam a frase “Então purificarei os lábios dos povos” (3:9) com a restauração de uma língua universal, semelhante a que existia antes da confusão de línguas na torre de Babel (Gn 11:1-9). Eles afirmam que a palavra “lábios” também aparece em Gn 11:7, onde é traduzida como “linguagem”. Parece mais apropriado, porém, entender que a passagem aponta para uma purificação do coração e da vida. Veja a seção “Respostas para perguntas difíceis” para mais detalhes sobre essa questão.
RESPOSTAS PARA PERGUNTAS DIFÍCEIS
1. Até que ponto é válida a interpretação de 3:9: “Então purificarei os lábios dos povos” como uma antecipação profética da restauração divina de uma linguagem universal?
Embora algumas pessoas argumentem que essa passagem se refere à revogação da decisão de Deus de confundir as línguas na torre de Babel
(Gn 11:1-9), o contexto da frase não fornece muito respaldo a essa interpretação. Embora seja verdade que a palavra “lábios” em Sofonias seja idêntica àquela usada em Gênesis, o contexto geral indica que Sofonias tinha em mente uma purificação do coração e da vida (Sf 3:13). No AT, o termo em questão é traduzido com mais frequência como “lábios”. Quando combinado com “puros”, a referência à fala diz respeito à purificação interior do pecado (Is 6:5) manifestado, no modo de falar (cf. Mt 12:34), que inclui a eliminação dos nomes de falsos deuses dos lábios do povo (Os 2:17). É improvável que Sofonias tivesse em mente uma única língua universal.
APROFUNDAMENTO
1. Por que Deus expressou uma reação tão forte à adoração de ídolos?2. Que aspectos Sofonias revelou sobre o que ele chama de “grande dia”?
3. No livro de Sofonias, o que misericórdia tinha a ver com castigo?
4. Em que aspectos as pessoas estavam vivendo de modo ofensivo a Deus?
5. À medida que você lê a acusação do povo, pense nas formas como as pessoas de hoje praticam essas mesmas atitudes em relação a Deus.
Fontes/Créditos.
Manual bíblico MacArthur
Editora Central gospel.
Bíblia sagrada online
Adultos: Lições Bíblicas, dinâmicas, slides, subsídios, pré - aulas: Arquivo
Jovens e Adultos: Lições da Palavra de Deus - nº 63 - 3º Trimestre de 2020 - Mensageiros de Deus em tempos de crise e de restauração - Profetas menores: Central Gospel
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