1 - INTRODUÇÃO
Texto básico – Mt 6.25-33 – A ansiosa solicitude pela nossa vida Texto áureo – 2Co 5.15 – “E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”.
2 – OBJETIVOS
2.1 – Entender que Deus tem um plano para cada um de nós e que devemos cumpri-lo integralmente para nossa felicidade;
2.2 – Submeter seus pensamentos, emoções e desejos, voluntariamente, à vontade do Senhor;
2.3 – Cumprir com alegria a sua missão, testemunhando para todas as pessoas, em todo o tempo e em todos os lugares, o que Deus tem realizado em sua vida.
3 – PARA QUE VIVEMOS?
Vivemos para o Reino
3.1 – Buscar o Reino Mt 6.33
“Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça...”
- Antes da comida ou da bebida: Hc 3.17,18 “Portanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da manada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas: Todavia eu me alegrarei no Senhor: exultarei no Deus da minha salvação”. Mt 6.26 “Olhai para as aves do céu...” – Nos momentos de falta, não devemos olhar para o chão, devemos olhar para o céu.
- Antes do vestido: Mt 23.5 “E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas dos seus vestidos” (aparência religiosa) Filactérios – Faixa de pergaminho com escritos religiosos presos aos braços ou fronte; Franjas ou desfiados (tsitsiot) - Representam as leis de Deus – Nm 15.38,39); Mt 6.29 “... nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.” Mt 6.28 “... Olhai para os lírios do campo, como eles crescem...” – Não sabemos como, mas vemos crescer – milagre de Deus através da natureza.
Buscar o reino – Descobri-lo, deseja-lo e fazer força para pertencer a ele – Rm 14.17 “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. É se santificar (1Pe 1.15,16; Hb 12.14b) procurar fazer justiça (Ap 22.11b), buscar a paz (Hb 12.14a, Rm 12.18) e desfrutar da alegria no seu próprio espírito (Rm 8.16 “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito...)
3.2 – Pertencer ao Reino - Como pertencer ao reino?
Texto básico – Mt 6.25-33 – A ansiosa solicitude pela nossa vida Texto áureo – 2Co 5.15 – “E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou”.
2 – OBJETIVOS
2.1 – Entender que Deus tem um plano para cada um de nós e que devemos cumpri-lo integralmente para nossa felicidade;
2.2 – Submeter seus pensamentos, emoções e desejos, voluntariamente, à vontade do Senhor;
2.3 – Cumprir com alegria a sua missão, testemunhando para todas as pessoas, em todo o tempo e em todos os lugares, o que Deus tem realizado em sua vida.
3 – PARA QUE VIVEMOS?
Vivemos para o Reino
3.1 – Buscar o Reino Mt 6.33
“Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça...”
- Antes da comida ou da bebida: Hc 3.17,18 “Portanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da manada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas: Todavia eu me alegrarei no Senhor: exultarei no Deus da minha salvação”. Mt 6.26 “Olhai para as aves do céu...” – Nos momentos de falta, não devemos olhar para o chão, devemos olhar para o céu.
- Antes do vestido: Mt 23.5 “E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas dos seus vestidos” (aparência religiosa) Filactérios – Faixa de pergaminho com escritos religiosos presos aos braços ou fronte; Franjas ou desfiados (tsitsiot) - Representam as leis de Deus – Nm 15.38,39); Mt 6.29 “... nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.” Mt 6.28 “... Olhai para os lírios do campo, como eles crescem...” – Não sabemos como, mas vemos crescer – milagre de Deus através da natureza.
Buscar o reino – Descobri-lo, deseja-lo e fazer força para pertencer a ele – Rm 14.17 “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. É se santificar (1Pe 1.15,16; Hb 12.14b) procurar fazer justiça (Ap 22.11b), buscar a paz (Hb 12.14a, Rm 12.18) e desfrutar da alegria no seu próprio espírito (Rm 8.16 “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito...)
3.2 – Pertencer ao Reino - Como pertencer ao reino?
Nascer de novo - Jo 3.1-7 “... aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus”. “Necessário vos é nascer de novo”. Tornar-se nova criatura (2Co 5.17) - Novo pensar, novo sentir, novo agir (Fp 4.8,9).
3.3 – Expandir o Reino Lc 9.1,2
3.3 – Expandir o Reino Lc 9.1,2
“E, convocando os seus doze discípulos, deu-lhes virtude e poder sobre os demônios, e para curarem enfermidades; E enviou-os a pregar o reino de Deus, e a curar os enfermos”. At 1.8 “Mas recebereis a virtude do Espírito santo, ... e ser-me-eis testemunhas ... até aos confins da terra”. Mt 28.19,20 “Ide, ensinai todas as nações, batizando-as... Ensinando-as a guardar todas as coisas que vos tenho mandado...”
4 – VIVEMOS PARA CRISTO
– Gl 2.20 (... e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...)
4 – VIVEMOS PARA CRISTO
– Gl 2.20 (... e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...)
4.1 – Jesus, nosso exemplo
– “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra”.
4.2 – Jesus, nosso Mestre e Senhor
– Jo 13.13,15 “Vós me chamais de Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou”. ... Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.
4.3 – Fazer discípulos em nome do Mestre
– Mt 28.19a “Ide, ensinai (fazei discípulos)...
5 – VIVEMOS PARA O EVANGELHO
1Pe 2.9 “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
5.1 – Geração eleita
5 – VIVEMOS PARA O EVANGELHO
1Pe 2.9 “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
5.1 – Geração eleita
– Ef 1.4 “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fossemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor”.
5.2 – Sacerdócio real
– Ap 1.6 “E nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai...”;
5.3 – Nação santa
– 1Tm 2.8 “Quero pois que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda”.
5.4 – Povo adquirido
– 1Co 6.20 “Porque fostes comprados por bom preço; glorificai pois a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”.
5.5 – Para anunciar as virtudes do Senhor
– 1Pe 2.9b “...para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. Cl 1.13 “O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor”.
6 – CONCLUSÃO
6.1 – Sal da terra e luz do mundo
6 – CONCLUSÃO
6.1 – Sal da terra e luz do mundo
– Mt 5.13a,14a “Vós sois o sal da terra... Vós sois a luz do mundo...” Jo 8.12 “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.
6.2 – Para dar fruto que permaneça – Jo 15.16 “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedires ao Pai ele vo-lo conceda”.
6.3 – Cooperando o Senhor – Mc 16.20 “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiam. Amém”.
6.4 – Jesus sempre conosco – Mt 28.20b “E eis que estou convosco até a consumação dos séculos. Amém.”
O Senhor vos abençoe e vos guarde.
(Pr. Alexandre Ouverney)
"Buscai primeiro…"
Encontramos estas palavras ditas pelo Nosso Senhor Jesus Cristo, em Mateus 6:33. Assim lemos:
Mateus 6:33
"Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."
De acordo com Jesus Cristo, a primeira coisa que devemos buscar, a prioridade máxima que devemos ter, é o Reino de Deus e Sua Justiça. Isto, por outro lado, não se refere simplesmente a uma busca externa. Nada pode ser manifestado exteriormente e ser genuíno se não estabelecido primeiro internamente, no coração. É o coração que deveria primeiramente, acima de tudo, buscar o Senhor e Seu Reino.
1. Mateus 6:19-20
Começando em Mateus 6:19-20, lemos:
Mateus 6:19-20
"Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam."
Embora exista tesouro terrenos, o verdadeiro tesouro é celestial. É este – o tesouro celestial – que Jesus nos chama a ajuntar. De fato, que vantagem se alguém é rico na terra, mas pobre no céu? Como o próprio Jesus disse ao anjo da Igreja de Laodiceia no Livro do Apocalipse, capítulo 3:
Apocalipse 3:17-18
"Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas."
É o Senhor Jesus Cristo quem tem o ouro real, chamando-nos a irmos e comprarmos dele o verdadeiro ouro. Aceitaremos seu chamado às riquezas celestiais, ouro refinado, ou compraremos as riquezas perecíveis deste mundo? Conforme Timóteo 6:6-8 nos diz:
1 Timóteo 6:6-9
"Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso, contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína."
e Hebreus 13:5-6
"Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei. E assim com confiança ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei O que me possa fazer o homem?"
O grande ganho é a piedade. A riqueza genuína é celestial. A verdadeira riqueza é aquele ouro comprado do Senhor Jesus Cristo. Que possamos ir e comprar dele ouro refinado que se converte em verdadeira riqueza e não permitamos que o engano das riquezas e o cuidado deste mundo tornem a semente da Palavra de Deus infrutífera em nossos corações. (Lucas 8:14).
O Senhor vos abençoe e vos guarde.
(Pr. Alexandre Ouverney)
"Buscai primeiro…"
Encontramos estas palavras ditas pelo Nosso Senhor Jesus Cristo, em Mateus 6:33. Assim lemos:
Mateus 6:33
"Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."
De acordo com Jesus Cristo, a primeira coisa que devemos buscar, a prioridade máxima que devemos ter, é o Reino de Deus e Sua Justiça. Isto, por outro lado, não se refere simplesmente a uma busca externa. Nada pode ser manifestado exteriormente e ser genuíno se não estabelecido primeiro internamente, no coração. É o coração que deveria primeiramente, acima de tudo, buscar o Senhor e Seu Reino.
1. Mateus 6:19-20
Começando em Mateus 6:19-20, lemos:
Mateus 6:19-20
"Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam."
Embora exista tesouro terrenos, o verdadeiro tesouro é celestial. É este – o tesouro celestial – que Jesus nos chama a ajuntar. De fato, que vantagem se alguém é rico na terra, mas pobre no céu? Como o próprio Jesus disse ao anjo da Igreja de Laodiceia no Livro do Apocalipse, capítulo 3:
Apocalipse 3:17-18
"Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas."
É o Senhor Jesus Cristo quem tem o ouro real, chamando-nos a irmos e comprarmos dele o verdadeiro ouro. Aceitaremos seu chamado às riquezas celestiais, ouro refinado, ou compraremos as riquezas perecíveis deste mundo? Conforme Timóteo 6:6-8 nos diz:
1 Timóteo 6:6-9
"Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso, contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína."
e Hebreus 13:5-6
"Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei. E assim com confiança ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei O que me possa fazer o homem?"
O grande ganho é a piedade. A riqueza genuína é celestial. A verdadeira riqueza é aquele ouro comprado do Senhor Jesus Cristo. Que possamos ir e comprar dele ouro refinado que se converte em verdadeira riqueza e não permitamos que o engano das riquezas e o cuidado deste mundo tornem a semente da Palavra de Deus infrutífera em nossos corações. (Lucas 8:14).
2. Mateus 6:21
Continuando, Jesus Cristo deixa claro porque é tão importante o que alguém considera como verdadeiro tesouro. Assim, no versículo 21 lemos:
Mateus 6:21
"Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração."
Onde estiverem nossos tesouros, aí estarão também nossos corações. Em outras palavras, é impossível ter nosso coração apegado às coisas terrenas e ao mesmo tempo ajuntar tesouros no céu. Tesouros nos céus apenas são guardados por aqueles que têm seus corações no céu. Por isso Paulo diz:
Colossenses 3:2
"Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra."
E conforme o próprio Senhor diz:
Mateus 6:24
"NINGUÉM pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom."
É impossível servir a Deus e ao mundo. Um é contrário ao outro. Conforme Tiago nos diz muito bem:
Tiago 4:4
"...não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus."
Quanto mais alguém deseja o mundo, mais a chama de Deus se inflamará contra ele e vice-versa. Claro, não estamos falando sobre coisas materiais no mundo, pois todos vivemos no mundo e o Senhor nos estabeleceu para sermos testemunhas nele. Estamos falando sobre mistura de práticas e o espírito deste mundo. É impossível servir ao espírito do mundo e o Santo Espírito.
E conforme o Senhor diz:
Mateus 6:25
" Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?"
A frase “Por isso vos digo” conecta o que Jesus diz nesta passagem com o que disse anteriormente, isto é, que não podemos servir a dois mestres. Em outras palavras, “por isso”, ou seja, porque não podemos servir a dois mestres, nós não devemos nos preocupar com nossa vida. De outra forma estaremos servindo ao mestre errado. “Não vos preocupeis com vossa vida”, e isto inclui qualquer preocupação que alguém possa ter: família, filhos, finanças, carreiras, saúde e geralmente qualquer preocupação desta vida, pequena ou grande está incluída nesta categoria. É claro que o fato de não nos preocuparmos com nossa vida não significa que não tenha quem cuide dela. Contudo não somos nós que a cuidaremos. Conforme I Pedro 5:6-7 diz:
I Pedro 5:7
"Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós."
É Deus quem cuida de nós e o Único a quem devemos lançar nossas ansiedades. Isto não é apenas uma exortação. Voltando ao que o Senhor disse: “por isso eu vos digo”, isto mostra que o servir ao verdadeiro Senhor vai de mãos dadas com o lançar cada preocupação nas mãos de Deus. Melhor dizendo, alguém pode servir a Deus apenas se chegar ao nível de tirar as preocupações de si mesmo e entregá-las a Deus.
Referente ao tópico dos cuidados e as consequências que elas podem causar quando não são entregues a Deus, Jesus adverte:
Lucas 21:34
"E olhai por vós, não aconteça que os vossos corações se carreguem de glutonaria, de embriaguez, e dos cuidados da vida, e venha sobre vós de improviso aquele dia."
e outra vez Lucas 8:14
"E a que caiu entre espinhos, esses são os que ouviram e, indo por diante, são sufocados com os cuidados e riquezas e deleites da vida, e não dão fruto com perfeição."
e 2 Timóteo 2:3-4
"Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra."
A consequência que as preocupações têm sobre o homem de Deus é torná-lo infrutífero. Isto não é uma questão se os cuidados são coisas concretas. O que realmente importa é o que fazemos com elas. Ocupamo-nos com elas, tornando nossos corações pesados, abatidos, e assim incapazes de dar frutos, ou depositamos em Deus, que como nos disse, cuida de nós? Já que a palavra de Deus é a referência, mais uma vez está muito claro:
Filipenses 4:6-7
"Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus."
3. Mateus 6:31-32
Voltando a Mateus 6 e às palavras de nosso Senhor:
Mateus 6:31-32
"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: “Que comeremos”?”, ou “que beberemos?” ou “com que nos vestiremos”? ”Porque todas estas coisas os gentios procuram.”
O cuidar tem suas razões, assim também o amar a quem te ama, resistir ao inimigo se defendendo e assim por diante. Tudo que o mundo faz pode ser racional, mas NÃO É CRISTÃO. O fato de caminharmos pela razão não necessariamente quer dizer que caminhamos pelo espírito da Palavra. Ao contrário, eu diria que podemos caminhar pelo espírito no mundo, o espírito da árvore do conhecimento do bem e do mal e é exatamente com este espírito que o Senhor nos diz para NÃO nos prendermos ao jugo com eles:
2 Coríntios 6:14-18
"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso."
O jugo do qual a Palavra de Deus fala nesta passagem, não é o jugo físico, mas o espiritual. O Senhor ama cada indivíduo neste mundo e por cada um Ele deu Seu filho Jesus Cristo, “para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eternal." (João 3:16). É por isso que ele nos estabeleceu neste mundo para sermos luzes (Mateus 5:14) (Mateus 5:14). Entretanto, o problema de Deus não é a com as pessoas, mas com o sistema deste mundo e o espírito, que rege, governa o mundo. A frase “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis” não quer dizer que temos que largar nossas atividades e nos isolarmos fisicamente do mundo. Em vez disso, quer que abandonemos as práticas deste mundo, de estarmos unidos em jugo com o espírito do mundo. Estamos em jugo juntos com os infiéis quando nos sujeitamos ao mesmo espírito que eles estão sujeitos. Por isso, Romanos nos diz:
Romanos 12:1-2
"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."
Há uma conformação, mas há também a transformação. A qualquer momento, cada um de nós fará uma das opções: Conforma-se com o mundo ou se é transformado com a renovação de seu entendimento. Ou vive para si mesmo ou apresenta seu corpo como sacrifício vivo ao Senhor.
Voltando a Mateus 6 e os versículos os quais iniciamos:
Mateus 6:31-34
"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: “Que comeremos”?”, ou “que beberemos?” ou “com que nos vestiremos”? ”Porque todas estas coisas os gentios procuram. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal."
A existência de cuidados é indisputável. Contudo, não nos conformemos com o espírito do mundo, nos preocupando com eles, pois Deus nos diz que Ele sabe do que necessitamos. Ao contrário, deixemo-nos “ser transformados pela renovação de nosso entendimento” voltando nossos corações a Deus, Seu Reino e justiça. É Ele nossa prioridade máxima, e o único que suprirá mais abundantemente nossas necessidades. É o único tesouro que é genuíno, que nunca perece, mas está reservado para nós no céu.
Anastasios Kioulachoglou
O NOVO TESTAMENTO WILLIAM BARCLAY
A PREOCUPAÇÃO PROIBIDA
Mateus 6:25-34 Devemos começar nosso estudo desta passagem nos assegurando de que entendemos o que é o que Jesus proíbe e o que autoriza. O que Jesus proíbe não é a prudência que prevê o futuro a fim de tomar medidas necessárias para responder, oportunamente, a suas demandas. Proíbe o afã, o angustiar-se pelo amanhã antes de saber o que nos trará o amanhã. Jesus não recomenda uma atitude displicente, que não faz provisão para o futuro nem reflete sobre o que o futuro pode significar concretamente em termos de exigências e possibilidades. Proíbe, sim, o temor ansioso, doentio, que é capaz de eliminar toda possibilidade de alegria da vida.
No original grego se usa o termo merimnan, que significa preocupar-se ansiosamente. Em uma carta que se encontrou escrita em um papiro, a esposa diz a seu marido, que está viajando: "Não posso dormir nem de noite nem de dia, ansiosa (merimnan) como estou por seu bem-estar". Em outra carta, a mãe, ao inteirar-se da boa saúde e prosperidade de seu filho, responde-lhe: "Tal é minha oração e ansiedade (merimnan) todo o tempo." Anacréon, o poeta, escreveu: "Quando bebo vinho, minhas preocupações dormem." Em grego, a palavra merimnan denota ansiedade, preocupação, afã.
Os judeus conheciam perfeitamente esta atitude frente à vida. O ensino dos grandes rabinos era que a atitude de todo crente para com a vida devia estar constituída principalmente por uma combinação de prudência e serenidade. Insistiam, por exemplo, em que todo homem devia ensinar um ofício a seus filhos homens, porque, conforme afirmavam, não lhes ensinar um ofício significava ensiná-los a roubar. Quer dizer, acreditavam que era necessário dar todos os passos recomendáveis para um desempenho prudente na vida. Mas, ao mesmo tempo, diziam: "Aquele que tem um pão em sua cesta e diz: 'O que comerei amanhã?' é um homem de pouca fé."
A lição de Jesus era bem conhecida por seus concidadãos que se deve combinar a prudência, a antecipação e a serenidade em nossa atitude diante da vida.
A ANSIEDADE E COMO SE CURA
Mateus 6:25-34 (continuação) Nestes dez versículos Jesus apresenta sete argumentos contra a ansiedade.
(1) Começa assinalando (v. 25) que Deus nos deu a vida, e que se tal foi a magnitude de seu dom, bem podemos confiar nEle com respeito às coisas menores. Se Deus nos deu a vida, certamente também nos dará o alimento que necessitamos para seu sustento. Se nos deu corpos, certamente podemos confiar que terá que nos dar também roupa para que os cubramos e abriguemos. Se alguém nos der um dom que não tem preço, podemos confiar que sua generosidade será sempre magnânima, que não será mesquinho nem surdo ante nossa necessidade. Portanto, o primeiro argumento é que se Deus nos deu a vida, podemos confiar em que nos dará todas as coisas que necessitamos para sustentá-la.
(2) Jesus prossegue falando das aves (v. 26). Sua vida está desprovida de preocupação. Nunca armazenam o que podem chegar a necessitar em um futuro imprevisível; e entretanto seguem vivendo.
Mais de um rabino se sentiu fascinado ante o modo de vida dos animais. O Rabino Simeão disse:
"Jamais em minha vida vi um cervo que tirasse figos, nem um leão que transportasse cargas, nem uma raposa que fosse comerciante, e entretanto todos eles se alimentam, sem afã algum. Se eles, que foram criados para me servir, vivem sem preocupações, quanto mais eu, que fui criado para servir a meu Criador, deveria viver sem trabalhar em excesso por meu alimento; mas eu corrompi minha vida, e desse modo, prejudiquei minha substância."
Jesus não quer dar ênfase ao fato de que as aves não trabalham; tem-se dito que provavelmente o pardal seja um dos seres viventes que mais trabalha para comer; no que insiste é em que estão desprovidos de afã. Não se poderia encontrar nos animais esse afã do homem por vigiar um futuro que não pode ver; nem tampouco é característico deles acumular bens a fim de desfrutar de uma certa segurança para o futuro.
(3) No versículo 27 Jesus prossegue demonstrando que, de todos os modos, a preocupação é inútil. Este versículo pode interpretar-se de duas maneiras distintas. Pode significar que ninguém, por mais que se preocupe, pode aumentar de estatura. Mas a medida que Jesus usa como exemplo equivale a uns quarenta centímetros, e nenhum homem, por mais baixo que seja, quereria acrescentar quarenta centímetros à sua estatura. Também pode significar, por outro lado, que por mais que nos preocupemos não podemos acrescentar nem um dia à nossa vida, e este significado é mais provável. De todos os modos, o que Jesus quer dizer é que a preocupação é inútil.
(4) Jesus prossegue referindo-se às flores (vs. 28-30). Fala delas do modo como o faria alguém capaz das amar.
Os lírios do campo a que faz referência são provavelmente as papoulas e as anêmonas. Floresciam silvestres, durante um só dia, nas serranias da Palestina. E entretanto, durante tão breve vida estavam vestidas de uma beleza que ultrapassava a dos mantos reais. Quando morriam, não serviam para outra coisa que para ser queimadas. O forno que se usava nos lares palestinenses era feito de barro. Era uma espécie de cubo de barro que se colocava sobre o fogo. Quando se desejava elevar a temperatura desses fornos de modo rápido, adicionavam-se ao fogo molhos de ervas e flores silvestres secas e uma vez acesos eram postos dentro do forno. As flores do campo viviam um só dia, e depois somente serviam para ser queimadas e ajudar à mulher que queria assar algo e tinha pressa. E entretanto, Jesus as vestia de uma beleza que o homem, em seus melhores intentos, nem sequer pode imitar. Se Deus outorgar tanta beleza a uma flor, que somente viverá umas poucas horas, quanto mais fará a favor do homem? Certamente uma generosidade que é tão pródiga com uma flor de um dia, não deve esquecer do homem, que é a coroa de toda a criação.
(5) Jesus segue propondo um argumento fundamental contra a ansiedade. A ansiedade, diz Ele, é característica dos pagãos e não de quem conhece a Deus tal qual Ele é (v. 32). A ansiedade é essencialmente desconfiança com respeito a Deus. Tal desconfiança é compreensível em um pagão, que acredita em deuses egoístas, caprichosos e imprevisíveis, porém não se pode aceitar nos que aprenderam a chamar a Deus com o nome de Pai. O cristão não pode trabalhar em excesso porque aprendeu a acreditar no amor de Deus.
(6) Jesus prossegue sugerindo dois modos de derrotar a ansiedade. O primeiro é concentrar-se acima de tudo na busca do Reino de Deus. Já vimos que procurar o Reino de Deus e fazer a vontade de Deus são a mesma coisa (Mateus 6:10). A aceitação da vontade divina, e o propósito de pô-la em ação em nossas vidas, é a primeira maneira de derrotar a preocupação. Sabemos muito bem, por nossa própria experiência, como um grande amor pode eliminar de nossa mente qualquer outro interesse e preocupação. Tal amor pode ser capaz de inspirar o trabalho, intensificar o estudo, purificar a vida, dominar a totalidade do ser. A convicção de Jesus é que quando Deus se torna o poder dominante de nossas vidas desaparece toda ansiedade.
(7) Por último, Jesus afirma que a preocupação pode ser derrotada, aprendendo a arte de viver um dia de cada vez (V. 34). Os judeus tinham um dito que afirmava: "Não se preocupe com os males de amanhã, porque você não sabe o que lhe pode trazer no dia de hoje. Amanhã talvez você não esteja vivo, e então você terá ficado preocupado pelos males de um mundo que não lhe pertencerá."
Se vivermos cada dia tal como se nos apresenta, se cumprirmos cada tarefa quando é o momento de fazê-lo, a soma de nossos dias será necessariamente boa. A recomendação de Jesus é que deveríamos enfrentar cada dia segundo suas próprias exigências, sem preocupar-se com um futuro que não somos capazes de prever e por coisas que provavelmente nem sequer aconteçam.
A INSENSATEZ DA ANSIEDADE
Mateus 6:25-34 (continuação) Vejamos, agora, se podemos sistematizar os argumentos de Jesus contra a ansiedade.
( 1) A ansiedade é desnecessária, inútil e até nociva. Não pode afetar o passado, porque ninguém pode modificar o que ficou para trás. Omar Khayám tinha razão quando escreveu:
"O dedo que se move escreve e, tendo escrito, continua escrevendo; nem toda a sua piedade e imaginação seriam incapazes de convencê-lo a apagar sequer uma linha. Nem todas as suas lágrimas serão capazes de apagar sequer uma palavra."
O passado passou. Isto não quer dizer que alguém deva desentender-se de seu passado, mas sim que deveria usá-lo como incentivo e guia para agir melhor no futuro, e não como objeto de uma ansiedade em que se atrasa até ficar totalmente imóvel e incapaz de agir. Do mesmo modo, é inútil trabalhar em excesso pelo futuro.
Alistair MacLean, em um de seus sermões, conta uma história que tinha lido. O herói era um médico londrino. "Tinha ficado paralítico, e não podia levantar-se da cama, mas todo o tempo o via alegre, e sua alegria era quase ofensiva. Seu sorriso era tão valente e radiante que todos esqueciam de compadecer-se dele. Seus filhos o adoravam, e quando um deles estava por abandonar o ninho e lançar-se à aventura da vida, o doutor Greatheart ("coração grande") deu-lhe a seguinte recomendação: "Johnny", disse-lhe, "o que deve fazer é manter-se a si mesmo firme em suas obrigações e objetivos, e fazê-lo como um cavalheiro. E lembre, por favor, que a maioria dos problemas que terá que enfrentar são os que jamais se apresentam."
Trabalhar em excesso pelo futuro é um esforço inútil, e o futuro real nunca é tão desastroso como o futuro de nossos temores.
Mas a ansiedade é pior que inútil; muito freqüentemente é direta e ativamente daninha. As duas enfermidades típicas da vida moderna são a úlcera no estômago e a trombose coronária, e em muitos casos ambas procedem da excessiva preocupação. É um fato comprovado pela medicina que aqueles que riem mais, vivem mais. A ansiedade, que desgasta a mente, também desgasta o corpo, junto com ela. Afeta a capacidade de julgamento do homem, diminui seu poder de decisão e o torna progressivamente cada dia mais incapaz de enfrentar a vida. Que cada qual enfrente o melhor que possa cada situação – não pode fazer mais que isso – e deixe o resto a Deus.
( 2) A ansiedade é cega. Nega-se a aprender a lição que lhe oferece a natureza. Jesus nos pede que olhemos às aves, toda a maravilhosa abundância e riqueza que respalda a natureza, e que confiemos no amor que nos fala através dessa riqueza. A ansiedade se nega a aprender a lição que a História lhe oferece.
Um salmista se alegrava recordando os acontecimentos da história de seu povo. "Deus meu", exclama, “Sinto abatida dentro de mim a minha alma”, e prossegue dizendo: “Lembro-me, portanto, de ti, nas terras do Jordão, e no monte Hermom, e no outeiro de Mizar.” (Salmo 42:5, 6, cf. com Deuteronômio 3:9). Quando tudo se fazia insuportável ele recebia conforto com a memória do que Deus tinha feito. O homem que alimenta seu coração com a história do que Deus tem feito no passado, nunca temerá pelo futuro. A ansiedade se nega a aprender a lição que a vida lhe ensina. Seguimos vivendo, e ainda não temos a soga ao pescoço; e entretanto, se alguém nos dissesse alguma vez que teríamos que passar os maus momentos que passamos, e superado, nós lhe diríamos que seria impossível. A lição da vida é que, de algum jeito, fomos capacitados para suportar o insuportável, e para ir mais à frente do ponto de fratura, sem nos fraturar. A lição da vida é que a ansiedade é desnecessária.
( 3) A ansiedade é uma atitude essencialmente irreligiosa. Não é conseqüência de circunstâncias exteriores. Em uma mesma situação um pode sentir-se totalmente sereno e outro, em troca, morrer de preocupação. Tanto a preocupação como a paz provêm, não das circunstâncias exteriores, mas sim do coração.
Alistair MacLean cita uma história de Tolero, o místico alemão. Um dia Tolero se encontrou com um mendigo. "Deus lhe dê um bom dia, amigo", disse-lhe. "Dou graças a Deus porque todos os meus dias foram bons", respondeu-lhe o mendigo; "nunca fui infeliz." Surpreso, Tolero lhe perguntou: "O que você quer dizer?" "Quando faz bom tempo", disse o pobre homem, "dou graças a Deus; quando chove, dou graças a Deus; quando tenho abundância, dou graças a Deus. E dou graças a Deus quando passo fome. E desde que a vontade de Deus é minha vontade, e tudo o que agrada a Deus, agrada a mim também, por que teria que dizer que sou infeliz, quando em realidade não o sou?" Surpreso, Tolero voltou a lhe perguntar: "Quem é você?" E o mendigo lhe respondeu: "Sou um rei." "Onde está seu reino?", perguntou Tolero. E o mendigo lhe respondeu, muito tranqüilo: "Em meu coração."
Isaías já o havia dito, muito tempo antes: "Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti" (Isaías 26:3). Como sustentava aquela mulher nórdica da história: "Sempre sou feliz, e meu segredo é navegar sempre pelos mares, mas deixar sempre meu coração no porto."
É possível que haja pecados piores que a ansiedade, mas certamente nenhum é tão prejudicial, nenhum tão paralisante.
"Não pensem no manhã com ansiedade", é o mandamento de Jesus, e este é o caminho que há que nos levar não somente à paz, mas também ao poder.
O SAL DA TERRA Mateus 5:13
Quando Jesus pronunciou estas palavras usou uma expressão que depois se tornou o maior elogio que se pode oferecer a homem algum. Se desejamos sublinhar a solidez, utilidade e valor de alguém podemos dizer: "Pessoas assim são o sal da Terra." Na antiguidade o sal possuía um valor muito grande. Os gregos costumavam dizer que o sal era divino. Os romanos, em uma frase que em latim era algo como uma das rimas comerciais da atualidade, diziam: "Nada é mais útil que o sol e o sal" (Nil utilius sole et sale). Na época de Jesus o sal era associado com três qualidades especiais:
( 1) O sal se relacionava com a idéia de pureza. Indubitavelmente sua faiscante brancura fazia com que a associação fosse fácil. Os romanos diziam que o sal era o mais puro do mundo porque procedia das duas coisas mais puras que existem: o sol e o mar. O sal é a oferenda mais antiga dos homens aos deuses, e até o final do culto sacrificial judeu toda oferenda era acompanhada de um pouco de sal. Portanto, para que o cristão seja o sal da Terra, deve ser um exemplo de pureza. Uma das características do mundo em que vivemos é a diminuição das exigências morais. No que respeita à honradez, a diligência no trabalho, a retidão, a moral, todas as normas estão sofrendo um processo de relativização e rebaixamento. O cristão deve ser aquele que mantém no alto os ideais de uma pureza absoluta na linguagem, na conduta e até no pensamento.
que o melhor seja verossímil". Nenhum cristão pode apartar-se das normas de uma estrita honestidade. Nenhum cristão pode aceitar a relativização das pautas morais em um mundo em que as ruas de qualquer grande cidade são um permanente e deliberado convite ao pecado. Nenhum cristão pode permitir ocorrências de duplo sentido que hoje formam parte da conversação habitual em muitos meios sociais. O cristão não pode separar-se do mundo mas, como o afirma Tiago, deve "guardar-se sem mancha do mundo" (Sant. 1:27).
(2) No mundo antigo o sal era o mais comum de todos os preservadores, Usava-se para impedir que os mantimentos, e outras coisas, apodrecessem ou se corrompessem, para deter o processo de putrefação. Plutarco diz tudo isto de uma maneira extremamente curiosa: "A carne – afirma – é um corpo morto, e forma parte de um corpo morto, e se for deixada entregue a si mesma muito em breve perde a frescura; mas o sal a preserva e impede sua corrupção." Portanto, sempre segundo Plutarco, o sal é como uma nova alma inserida no corpo morto. De maneira que o sal impede a corrupção. Para que o cristão seja o sal da Terra deve cumprir uma certa função anti-séptica na vida. Sabemos muito bem que há certas pessoas em cuja companhia fica fácil ser bons, e que também há outras junho às quais não é difícil rebaixar nosso comportamento. Há pessoas em cuja presença fica fácil contar um "conto verde" e há outras em cuja presencia a ninguém pensaria, sequer, fazer uma alusão de duplo sentido. O cristão deve ser o elemento anti-séptico e purificador em qualquer grupo em que se encontre presente. Deve ser a pessoa que por sua simples presença derrota a corrupção e faz com que para outros seja mais fácil ser bons.
(2) Mas a qualidade mais evidente e principal do sal é que dá sabor. A comida preparada sem sal é tristemente insípida e até pode chegar a ser repulsiva. O cristianismo é para a vida o que o sal é para a comida. Amadurece a vida. A desgraça é que haja tantos que o associaram precisamente com as características opostas. Associaram a fé de Cristo com tudo aquilo que tira o gosto à vida. Assim o afirma, por exemplo, o poeta inglês Swinburne: "Venceste, pálido galileo, o mundo tornou-se cinzento perante teu fôlego."
Depois que Constantino aceitou a religião cristã como religião do Império Romano, outro imperador, Juliano, quis voltar atrás e restituir a vigência dos antigos deuses. Sua queixa, tal como a representa Ibsen, era:
"Você prestou atenção nestes cristãos? Os olhos fundos, as bochechas pálidas, estão toda sua vida refletindo, não os move ambição alguma; o sol brilha sobre suas cabeças mas não o vêem nem se comovem, a Terra lhes oferece sua plenitude, mas não a desejam; tudo o que ambicionam é ter que sacrificar-se e sofrer para morrer e ir ao céu."
Segundo Juliano, o cristianismo desprezava os dons da vida.
Oliver Wendell Homes disse, em certa oportunidade: "Eu teria sido pastor, se a maioria dos pastores que conheci em minha juventude não tivessem tido o aspecto de empregados de funerárias e agido como tais."
Robert Louis Stevenson certa ocasião declarou em seu jornal, como se se tratasse de um fato extraordinário: "Hoje fui à Igreja e não me sinto deprimido."
Os homens precisam redescobrir o brilho e a alegria perdidos da fé cristã. Em um mundo angustiado o cristão deveria ser o único que consegue manter a serenidade. Em um mundo deprimido, o cristão deveria seguir sendo o único inundado pelo prazer de viver. A vida cristã deveria ser algo radiante. Infelizmente, com muita freqüência, o cristão se veste como um dos parentes que assiste a um funeral, e em uma festa é como um espectro vindo de outro mundo. Em qualquer lugar que o cristão esteja deve ser o sal da Terra, o difusor da alegria.
Jesus prossegue dizendo que se o sal perder seu sabor, somente serve para ser lançado fora para ser pisado pelos homens. Isto é de difícil compreensão, porque o sal não perde seu sabor, nunca deixa de ser salgado.
E. F. Bishop, em seu livro Jesus of Palestine menciona uma explicação muito verossímil dada por uma senhorita F. E. Newton. Na Palestina a maioria das casas têm um forno ao ar livre, perto da mesma, construído com pedras sobre uma base de lajes. Nesses fornos, "a fim de manter o calor, coloca-se uma grossa capa de sal, sobre as lajes. Depois de algum tempo, esse sal deixa de servir ao seu propósito. Então se tiram as lajes e o sal se atira e se derruba no caminho... perdeu seu poder servindo de elemento refratário ao calor e portanto já não serve." É muito possível que esta seja a imagem que Jesus tem em mente. Mas o ensino é independente da imagem, sendo um tema que no Novo Testamento se repete uma e outra vez: a inutilidade acarreta graves conseqüências. Se o cristão não cumprir o seu objetivo como cristão, vai por mau caminho. Estamos destinados a ser o sal da Terra; se não levarmos à vida a pureza, o poder anti-séptico, a alegria e o esplendor que são nossa possibilidade e obrigação como crentes, devemos ater-nos a sofrer as conseqüências.
Deve notar-se, para terminar, que a Igreja primitiva fazia um uso muito estranho deste texto. Na sinagoga, entre os judeus, existia o costume de que se um judeu apostatava de sua fé e depois, arrependido, desejava voltar para ela, tinha que deitar-se atravessado na porta e permitir que todos outros pisassem sobre ele, como se fora uma soleira, quando entravam nela. Algumas Iglesias cristãs adotaram este costume, e quando algum cristão era expulso disciplinarmente da Igreja, para poder voltar para ela devia fazer quão mesmo o judeu apóstata e dizer a seus irmãos: "Pisem-me, porque sou o sal que perdeu o seu sabor."
A LUZ DO MUNDO Mateus 5:14-15
Pode dizer-se perfeitamente que este é o maior elogio que jamais se pronunciou com respeito ao cristão, pois nestas palavras Jesus ordena a seu seguidor que seja o que ele mesmo afirmou ser. Ele disse: "Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo" (João 9:5). E quando ordenou a seus seguidores que fossem a luz do mundo não fez senão dizer-lhes que deviam ser o que ele era, nada menos.
Ao usar esta expressão, Jesus estava dizendo algo que devia ser familiar a seus contemporâneos judeus. Costumava-se dizer que Jerusalém era "a luz dos gentios", e havia um rabino famoso cujo apelido era "a lâmpada de Israel". Mas a forma em que os judeus usavam esta expressão pode nos dar a chave do que Jesus quis dizer ao usá-la. De uma coisa os judeus estavam seguros – ninguém era capaz de acender sua própria luz. Jerusalém podia ser a luz dos gentios, mas "Deus tinha aceso a lâmpada de Israel". A luz com que brilhavam a nação ou o homem de Deus era luz emprestada. Do mesmo modo seria com o cristão. A exigência de Jesus não é que nós produzamos nossa própria luz. Devemos brilhar com o reflexo da Sua luz.
O resplendor que emana do cristão foi aceso pela presença de Cristo em seu coração. Com freqüência dizemos que uma noiva "está radiante". Mas essa "radiação" é a que nasce de seu coração aceso em uma chama viva pelo amor que sente com relação ao seu noivo. O que Jesus quis dizer ao afirmar que o cristão devia ser a luz do mundo?
(1) Uma luz é, acima de tudo e em primeiro termo, algo cuja razão de ser é que seja vista. O interior das casas palestinenses era muito escuro, pois tinham apenas uma abertura circular, de uns trinta ou quarenta centímetros de diâmetro, como única fonte de iluminação durante o dia. As lâmpadas que se usavam eram recipientes de barro, com a forma de molheiras, cheias de azeite no qual flutuava a mecha.
Antes de existissem fósforos não era muito fácil reacender um abajur quando apagava. Quase sempre o abajur estava colocado sobre um candelabro, que na maioria dos casos não era mais que um tronco de madeira rusticamente trabalhado. Mas quando se saía da casa, por razões de segurança, o abajur era colocado, aceso, debaixo de uma vasilha, também de barro; deste modo se assegurava que não produziria um incêndio durante a ausência dos donos de casa. A missão primitiva da luz do abajur era ser vista por todos.
Do mesmo modo o cristianismo está destinado a ser visto. Como foi dito com grande acerto, "Não pode haver tal coisa como um discipulado secreto, porque ou o segredo destrói o discipulado, ou o discipulado destrói o segredo." O cristianismo de uma pessoa deve ser perfeitamente visível para todos os que a rodeiam. Mais ainda, deve ser uma profissão de fé que não somente fique de manifesto na Igreja. Um cristianismo cuja influência se detém na porta da igreja, não tem grande valor para ninguém. Deve ser mais visível até nas atividades mundanas que na Igreja. Nosso cristianismo deve ficar de manifesto na maneira de tratar o empregado que nos atende em um escritório ou em um comércio, no modo de pedir o que desejamos comer quando vamos a um restaurante, em nossas relações com os que trabalham sob nossas ordens, ou com os que nos empregam ou ordenam, na maneira de dirigir nosso automóvel e estacioná-lo, na atitude que assumimos quando jogamos e nos divertimos. O cristão deve ser cristão na fábrica, na oficina, no laboratório, na escola, no sala de cirurgia, na cozinha, na quadra de esportes de futebol, na praia, ou na Igreja. Jesus não disse: "Vós sois a luz da Igreja"; disse: "Vós sois a luz do mundo", e isto significa que a fé que um homem ou mulher professa deve ser visível para todos em sua vida no mundo.
(2) A luz serve de guia. No estuário de qualquer rio pode ver-se a fila de luzes, colocadas em bóias, que marcam o canal por onde os navios podem navegar sem percalços durante a noite. Sabemos quão difícil era transitar mesmo pelas ruas das cidades quando não tinha iluminação pública. A luz ilumina o caminho. Do mesmo modo, o cristão deve iluminar o caminho de seus semelhantes. Isto significa que necessariamente deve ser exemplo para os outros.
Uma das coisas que este mundo em que vivemos necessita desesperadamente são pessoas que estejam dispostas a concentrar em sua vida e atitudes a bondade e a virtude que tanto escasseiam. Suponhamos que há um grupo de pessoas, e que alguém propõe que se faça algo de duvidosa qualidade moral. A menos que outro dos membros do grupo eleve sua voz de protesto não pode nos caber a menor dúvida de que a maldade proposta se fará. Basta que um só diga: "Eu não participarei desta ação", para que outro, e outros mais acrescentem: "Eu tampouco." Se alguém não tivesse tomada a iniciativa, estes últimos teriam ficado calados. Há muitas pessoas neste mundo que carecem da coragem e da postura moral para defender sozinhos o que acreditam ser uma atitude correta. Mas se algum outro o faz, eles o seguirão; se podem apoiar-se em alguém suficientemente forte, procederão bem. É dever do cristão iniciar a ação justa e boa que seus irmãos mais fracos possam imitar, erigir-se no guia que os menos valorosos possam seguir. O mundo necessita luzes que guiem seu caminho. Há multidões que desejam ver alguém disposto a dirigi-los naquelas coisas que eles mesmos não se animariam a realizar por conta própria.
(3) Uma luz freqüentemente serve como advertência. Quando há algum perigo no caminho, e é de noite, acende-se uma luz para nos advertir e fazer com que nos detenhamos. Muitas vezes o dever do cristão é advertir a outros do perigo que os espreita. Isto é muito delicado, e às vezes é tremendamente difícil saber como transmitir a advertência para que produza o bem desejado; mas uma das tragédias mais amargas é quando um jovem, especialmente, aproxima-se de nós e nos diz: "Eu nunca teria me encontrado na situação em que estou se alguém me tivesse advertido a tempo do perigo."
Diz-se que Florence Allshorn, a famosa professora, diretora de escola e mística cristã, quando tinha a obrigação de repreender a alguma de suas alunas, o fazia "com seu braço sobre os ombros da transgressora". Se transmitirmos nossas advertências sem nos zangar nem nos mostrar irritados, sem a vontade de ferir, sem uma atitude crítica ou condenatória, mas com amor, obteremos nosso objetivo.
A luz que fica visível, a luz que adverte do perigo, a luz que indica o caminho, estas são as classes de luz que deve ser o cristão.
BRILHEMOS PARA DEUS
Voltando a Mateus 6 e às palavras de nosso Senhor:
Mateus 6:31-32
"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: “Que comeremos”?”, ou “que beberemos?” ou “com que nos vestiremos”? ”Porque todas estas coisas os gentios procuram.”
O cuidar tem suas razões, assim também o amar a quem te ama, resistir ao inimigo se defendendo e assim por diante. Tudo que o mundo faz pode ser racional, mas NÃO É CRISTÃO. O fato de caminharmos pela razão não necessariamente quer dizer que caminhamos pelo espírito da Palavra. Ao contrário, eu diria que podemos caminhar pelo espírito no mundo, o espírito da árvore do conhecimento do bem e do mal e é exatamente com este espírito que o Senhor nos diz para NÃO nos prendermos ao jugo com eles:
2 Coríntios 6:14-18
"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso."
O jugo do qual a Palavra de Deus fala nesta passagem, não é o jugo físico, mas o espiritual. O Senhor ama cada indivíduo neste mundo e por cada um Ele deu Seu filho Jesus Cristo, “para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eternal." (João 3:16). É por isso que ele nos estabeleceu neste mundo para sermos luzes (Mateus 5:14) (Mateus 5:14). Entretanto, o problema de Deus não é a com as pessoas, mas com o sistema deste mundo e o espírito, que rege, governa o mundo. A frase “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis” não quer dizer que temos que largar nossas atividades e nos isolarmos fisicamente do mundo. Em vez disso, quer que abandonemos as práticas deste mundo, de estarmos unidos em jugo com o espírito do mundo. Estamos em jugo juntos com os infiéis quando nos sujeitamos ao mesmo espírito que eles estão sujeitos. Por isso, Romanos nos diz:
Romanos 12:1-2
"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."
Há uma conformação, mas há também a transformação. A qualquer momento, cada um de nós fará uma das opções: Conforma-se com o mundo ou se é transformado com a renovação de seu entendimento. Ou vive para si mesmo ou apresenta seu corpo como sacrifício vivo ao Senhor.
Voltando a Mateus 6 e os versículos os quais iniciamos:
Mateus 6:31-34
"Não andeis, pois, inquietos, dizendo: “Que comeremos”?”, ou “que beberemos?” ou “com que nos vestiremos”? ”Porque todas estas coisas os gentios procuram. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal."
A existência de cuidados é indisputável. Contudo, não nos conformemos com o espírito do mundo, nos preocupando com eles, pois Deus nos diz que Ele sabe do que necessitamos. Ao contrário, deixemo-nos “ser transformados pela renovação de nosso entendimento” voltando nossos corações a Deus, Seu Reino e justiça. É Ele nossa prioridade máxima, e o único que suprirá mais abundantemente nossas necessidades. É o único tesouro que é genuíno, que nunca perece, mas está reservado para nós no céu.
Anastasios Kioulachoglou
O NOVO TESTAMENTO WILLIAM BARCLAY
A PREOCUPAÇÃO PROIBIDA
Mateus 6:25-34 Devemos começar nosso estudo desta passagem nos assegurando de que entendemos o que é o que Jesus proíbe e o que autoriza. O que Jesus proíbe não é a prudência que prevê o futuro a fim de tomar medidas necessárias para responder, oportunamente, a suas demandas. Proíbe o afã, o angustiar-se pelo amanhã antes de saber o que nos trará o amanhã. Jesus não recomenda uma atitude displicente, que não faz provisão para o futuro nem reflete sobre o que o futuro pode significar concretamente em termos de exigências e possibilidades. Proíbe, sim, o temor ansioso, doentio, que é capaz de eliminar toda possibilidade de alegria da vida.
No original grego se usa o termo merimnan, que significa preocupar-se ansiosamente. Em uma carta que se encontrou escrita em um papiro, a esposa diz a seu marido, que está viajando: "Não posso dormir nem de noite nem de dia, ansiosa (merimnan) como estou por seu bem-estar". Em outra carta, a mãe, ao inteirar-se da boa saúde e prosperidade de seu filho, responde-lhe: "Tal é minha oração e ansiedade (merimnan) todo o tempo." Anacréon, o poeta, escreveu: "Quando bebo vinho, minhas preocupações dormem." Em grego, a palavra merimnan denota ansiedade, preocupação, afã.
Os judeus conheciam perfeitamente esta atitude frente à vida. O ensino dos grandes rabinos era que a atitude de todo crente para com a vida devia estar constituída principalmente por uma combinação de prudência e serenidade. Insistiam, por exemplo, em que todo homem devia ensinar um ofício a seus filhos homens, porque, conforme afirmavam, não lhes ensinar um ofício significava ensiná-los a roubar. Quer dizer, acreditavam que era necessário dar todos os passos recomendáveis para um desempenho prudente na vida. Mas, ao mesmo tempo, diziam: "Aquele que tem um pão em sua cesta e diz: 'O que comerei amanhã?' é um homem de pouca fé."
A lição de Jesus era bem conhecida por seus concidadãos que se deve combinar a prudência, a antecipação e a serenidade em nossa atitude diante da vida.
A ANSIEDADE E COMO SE CURA
Mateus 6:25-34 (continuação) Nestes dez versículos Jesus apresenta sete argumentos contra a ansiedade.
(1) Começa assinalando (v. 25) que Deus nos deu a vida, e que se tal foi a magnitude de seu dom, bem podemos confiar nEle com respeito às coisas menores. Se Deus nos deu a vida, certamente também nos dará o alimento que necessitamos para seu sustento. Se nos deu corpos, certamente podemos confiar que terá que nos dar também roupa para que os cubramos e abriguemos. Se alguém nos der um dom que não tem preço, podemos confiar que sua generosidade será sempre magnânima, que não será mesquinho nem surdo ante nossa necessidade. Portanto, o primeiro argumento é que se Deus nos deu a vida, podemos confiar em que nos dará todas as coisas que necessitamos para sustentá-la.
(2) Jesus prossegue falando das aves (v. 26). Sua vida está desprovida de preocupação. Nunca armazenam o que podem chegar a necessitar em um futuro imprevisível; e entretanto seguem vivendo.
Mais de um rabino se sentiu fascinado ante o modo de vida dos animais. O Rabino Simeão disse:
"Jamais em minha vida vi um cervo que tirasse figos, nem um leão que transportasse cargas, nem uma raposa que fosse comerciante, e entretanto todos eles se alimentam, sem afã algum. Se eles, que foram criados para me servir, vivem sem preocupações, quanto mais eu, que fui criado para servir a meu Criador, deveria viver sem trabalhar em excesso por meu alimento; mas eu corrompi minha vida, e desse modo, prejudiquei minha substância."
Jesus não quer dar ênfase ao fato de que as aves não trabalham; tem-se dito que provavelmente o pardal seja um dos seres viventes que mais trabalha para comer; no que insiste é em que estão desprovidos de afã. Não se poderia encontrar nos animais esse afã do homem por vigiar um futuro que não pode ver; nem tampouco é característico deles acumular bens a fim de desfrutar de uma certa segurança para o futuro.
(3) No versículo 27 Jesus prossegue demonstrando que, de todos os modos, a preocupação é inútil. Este versículo pode interpretar-se de duas maneiras distintas. Pode significar que ninguém, por mais que se preocupe, pode aumentar de estatura. Mas a medida que Jesus usa como exemplo equivale a uns quarenta centímetros, e nenhum homem, por mais baixo que seja, quereria acrescentar quarenta centímetros à sua estatura. Também pode significar, por outro lado, que por mais que nos preocupemos não podemos acrescentar nem um dia à nossa vida, e este significado é mais provável. De todos os modos, o que Jesus quer dizer é que a preocupação é inútil.
(4) Jesus prossegue referindo-se às flores (vs. 28-30). Fala delas do modo como o faria alguém capaz das amar.
Os lírios do campo a que faz referência são provavelmente as papoulas e as anêmonas. Floresciam silvestres, durante um só dia, nas serranias da Palestina. E entretanto, durante tão breve vida estavam vestidas de uma beleza que ultrapassava a dos mantos reais. Quando morriam, não serviam para outra coisa que para ser queimadas. O forno que se usava nos lares palestinenses era feito de barro. Era uma espécie de cubo de barro que se colocava sobre o fogo. Quando se desejava elevar a temperatura desses fornos de modo rápido, adicionavam-se ao fogo molhos de ervas e flores silvestres secas e uma vez acesos eram postos dentro do forno. As flores do campo viviam um só dia, e depois somente serviam para ser queimadas e ajudar à mulher que queria assar algo e tinha pressa. E entretanto, Jesus as vestia de uma beleza que o homem, em seus melhores intentos, nem sequer pode imitar. Se Deus outorgar tanta beleza a uma flor, que somente viverá umas poucas horas, quanto mais fará a favor do homem? Certamente uma generosidade que é tão pródiga com uma flor de um dia, não deve esquecer do homem, que é a coroa de toda a criação.
(5) Jesus segue propondo um argumento fundamental contra a ansiedade. A ansiedade, diz Ele, é característica dos pagãos e não de quem conhece a Deus tal qual Ele é (v. 32). A ansiedade é essencialmente desconfiança com respeito a Deus. Tal desconfiança é compreensível em um pagão, que acredita em deuses egoístas, caprichosos e imprevisíveis, porém não se pode aceitar nos que aprenderam a chamar a Deus com o nome de Pai. O cristão não pode trabalhar em excesso porque aprendeu a acreditar no amor de Deus.
(6) Jesus prossegue sugerindo dois modos de derrotar a ansiedade. O primeiro é concentrar-se acima de tudo na busca do Reino de Deus. Já vimos que procurar o Reino de Deus e fazer a vontade de Deus são a mesma coisa (Mateus 6:10). A aceitação da vontade divina, e o propósito de pô-la em ação em nossas vidas, é a primeira maneira de derrotar a preocupação. Sabemos muito bem, por nossa própria experiência, como um grande amor pode eliminar de nossa mente qualquer outro interesse e preocupação. Tal amor pode ser capaz de inspirar o trabalho, intensificar o estudo, purificar a vida, dominar a totalidade do ser. A convicção de Jesus é que quando Deus se torna o poder dominante de nossas vidas desaparece toda ansiedade.
(7) Por último, Jesus afirma que a preocupação pode ser derrotada, aprendendo a arte de viver um dia de cada vez (V. 34). Os judeus tinham um dito que afirmava: "Não se preocupe com os males de amanhã, porque você não sabe o que lhe pode trazer no dia de hoje. Amanhã talvez você não esteja vivo, e então você terá ficado preocupado pelos males de um mundo que não lhe pertencerá."
Se vivermos cada dia tal como se nos apresenta, se cumprirmos cada tarefa quando é o momento de fazê-lo, a soma de nossos dias será necessariamente boa. A recomendação de Jesus é que deveríamos enfrentar cada dia segundo suas próprias exigências, sem preocupar-se com um futuro que não somos capazes de prever e por coisas que provavelmente nem sequer aconteçam.
A INSENSATEZ DA ANSIEDADE
Mateus 6:25-34 (continuação) Vejamos, agora, se podemos sistematizar os argumentos de Jesus contra a ansiedade.
( 1) A ansiedade é desnecessária, inútil e até nociva. Não pode afetar o passado, porque ninguém pode modificar o que ficou para trás. Omar Khayám tinha razão quando escreveu:
"O dedo que se move escreve e, tendo escrito, continua escrevendo; nem toda a sua piedade e imaginação seriam incapazes de convencê-lo a apagar sequer uma linha. Nem todas as suas lágrimas serão capazes de apagar sequer uma palavra."
O passado passou. Isto não quer dizer que alguém deva desentender-se de seu passado, mas sim que deveria usá-lo como incentivo e guia para agir melhor no futuro, e não como objeto de uma ansiedade em que se atrasa até ficar totalmente imóvel e incapaz de agir. Do mesmo modo, é inútil trabalhar em excesso pelo futuro.
Alistair MacLean, em um de seus sermões, conta uma história que tinha lido. O herói era um médico londrino. "Tinha ficado paralítico, e não podia levantar-se da cama, mas todo o tempo o via alegre, e sua alegria era quase ofensiva. Seu sorriso era tão valente e radiante que todos esqueciam de compadecer-se dele. Seus filhos o adoravam, e quando um deles estava por abandonar o ninho e lançar-se à aventura da vida, o doutor Greatheart ("coração grande") deu-lhe a seguinte recomendação: "Johnny", disse-lhe, "o que deve fazer é manter-se a si mesmo firme em suas obrigações e objetivos, e fazê-lo como um cavalheiro. E lembre, por favor, que a maioria dos problemas que terá que enfrentar são os que jamais se apresentam."
Trabalhar em excesso pelo futuro é um esforço inútil, e o futuro real nunca é tão desastroso como o futuro de nossos temores.
Mas a ansiedade é pior que inútil; muito freqüentemente é direta e ativamente daninha. As duas enfermidades típicas da vida moderna são a úlcera no estômago e a trombose coronária, e em muitos casos ambas procedem da excessiva preocupação. É um fato comprovado pela medicina que aqueles que riem mais, vivem mais. A ansiedade, que desgasta a mente, também desgasta o corpo, junto com ela. Afeta a capacidade de julgamento do homem, diminui seu poder de decisão e o torna progressivamente cada dia mais incapaz de enfrentar a vida. Que cada qual enfrente o melhor que possa cada situação – não pode fazer mais que isso – e deixe o resto a Deus.
( 2) A ansiedade é cega. Nega-se a aprender a lição que lhe oferece a natureza. Jesus nos pede que olhemos às aves, toda a maravilhosa abundância e riqueza que respalda a natureza, e que confiemos no amor que nos fala através dessa riqueza. A ansiedade se nega a aprender a lição que a História lhe oferece.
Um salmista se alegrava recordando os acontecimentos da história de seu povo. "Deus meu", exclama, “Sinto abatida dentro de mim a minha alma”, e prossegue dizendo: “Lembro-me, portanto, de ti, nas terras do Jordão, e no monte Hermom, e no outeiro de Mizar.” (Salmo 42:5, 6, cf. com Deuteronômio 3:9). Quando tudo se fazia insuportável ele recebia conforto com a memória do que Deus tinha feito. O homem que alimenta seu coração com a história do que Deus tem feito no passado, nunca temerá pelo futuro. A ansiedade se nega a aprender a lição que a vida lhe ensina. Seguimos vivendo, e ainda não temos a soga ao pescoço; e entretanto, se alguém nos dissesse alguma vez que teríamos que passar os maus momentos que passamos, e superado, nós lhe diríamos que seria impossível. A lição da vida é que, de algum jeito, fomos capacitados para suportar o insuportável, e para ir mais à frente do ponto de fratura, sem nos fraturar. A lição da vida é que a ansiedade é desnecessária.
( 3) A ansiedade é uma atitude essencialmente irreligiosa. Não é conseqüência de circunstâncias exteriores. Em uma mesma situação um pode sentir-se totalmente sereno e outro, em troca, morrer de preocupação. Tanto a preocupação como a paz provêm, não das circunstâncias exteriores, mas sim do coração.
Alistair MacLean cita uma história de Tolero, o místico alemão. Um dia Tolero se encontrou com um mendigo. "Deus lhe dê um bom dia, amigo", disse-lhe. "Dou graças a Deus porque todos os meus dias foram bons", respondeu-lhe o mendigo; "nunca fui infeliz." Surpreso, Tolero lhe perguntou: "O que você quer dizer?" "Quando faz bom tempo", disse o pobre homem, "dou graças a Deus; quando chove, dou graças a Deus; quando tenho abundância, dou graças a Deus. E dou graças a Deus quando passo fome. E desde que a vontade de Deus é minha vontade, e tudo o que agrada a Deus, agrada a mim também, por que teria que dizer que sou infeliz, quando em realidade não o sou?" Surpreso, Tolero voltou a lhe perguntar: "Quem é você?" E o mendigo lhe respondeu: "Sou um rei." "Onde está seu reino?", perguntou Tolero. E o mendigo lhe respondeu, muito tranqüilo: "Em meu coração."
Isaías já o havia dito, muito tempo antes: "Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti" (Isaías 26:3). Como sustentava aquela mulher nórdica da história: "Sempre sou feliz, e meu segredo é navegar sempre pelos mares, mas deixar sempre meu coração no porto."
É possível que haja pecados piores que a ansiedade, mas certamente nenhum é tão prejudicial, nenhum tão paralisante.
"Não pensem no manhã com ansiedade", é o mandamento de Jesus, e este é o caminho que há que nos levar não somente à paz, mas também ao poder.
O SAL DA TERRA Mateus 5:13
Quando Jesus pronunciou estas palavras usou uma expressão que depois se tornou o maior elogio que se pode oferecer a homem algum. Se desejamos sublinhar a solidez, utilidade e valor de alguém podemos dizer: "Pessoas assim são o sal da Terra." Na antiguidade o sal possuía um valor muito grande. Os gregos costumavam dizer que o sal era divino. Os romanos, em uma frase que em latim era algo como uma das rimas comerciais da atualidade, diziam: "Nada é mais útil que o sol e o sal" (Nil utilius sole et sale). Na época de Jesus o sal era associado com três qualidades especiais:
( 1) O sal se relacionava com a idéia de pureza. Indubitavelmente sua faiscante brancura fazia com que a associação fosse fácil. Os romanos diziam que o sal era o mais puro do mundo porque procedia das duas coisas mais puras que existem: o sol e o mar. O sal é a oferenda mais antiga dos homens aos deuses, e até o final do culto sacrificial judeu toda oferenda era acompanhada de um pouco de sal. Portanto, para que o cristão seja o sal da Terra, deve ser um exemplo de pureza. Uma das características do mundo em que vivemos é a diminuição das exigências morais. No que respeita à honradez, a diligência no trabalho, a retidão, a moral, todas as normas estão sofrendo um processo de relativização e rebaixamento. O cristão deve ser aquele que mantém no alto os ideais de uma pureza absoluta na linguagem, na conduta e até no pensamento.
que o melhor seja verossímil". Nenhum cristão pode apartar-se das normas de uma estrita honestidade. Nenhum cristão pode aceitar a relativização das pautas morais em um mundo em que as ruas de qualquer grande cidade são um permanente e deliberado convite ao pecado. Nenhum cristão pode permitir ocorrências de duplo sentido que hoje formam parte da conversação habitual em muitos meios sociais. O cristão não pode separar-se do mundo mas, como o afirma Tiago, deve "guardar-se sem mancha do mundo" (Sant. 1:27).
(2) No mundo antigo o sal era o mais comum de todos os preservadores, Usava-se para impedir que os mantimentos, e outras coisas, apodrecessem ou se corrompessem, para deter o processo de putrefação. Plutarco diz tudo isto de uma maneira extremamente curiosa: "A carne – afirma – é um corpo morto, e forma parte de um corpo morto, e se for deixada entregue a si mesma muito em breve perde a frescura; mas o sal a preserva e impede sua corrupção." Portanto, sempre segundo Plutarco, o sal é como uma nova alma inserida no corpo morto. De maneira que o sal impede a corrupção. Para que o cristão seja o sal da Terra deve cumprir uma certa função anti-séptica na vida. Sabemos muito bem que há certas pessoas em cuja companhia fica fácil ser bons, e que também há outras junho às quais não é difícil rebaixar nosso comportamento. Há pessoas em cuja presença fica fácil contar um "conto verde" e há outras em cuja presencia a ninguém pensaria, sequer, fazer uma alusão de duplo sentido. O cristão deve ser o elemento anti-séptico e purificador em qualquer grupo em que se encontre presente. Deve ser a pessoa que por sua simples presença derrota a corrupção e faz com que para outros seja mais fácil ser bons.
(2) Mas a qualidade mais evidente e principal do sal é que dá sabor. A comida preparada sem sal é tristemente insípida e até pode chegar a ser repulsiva. O cristianismo é para a vida o que o sal é para a comida. Amadurece a vida. A desgraça é que haja tantos que o associaram precisamente com as características opostas. Associaram a fé de Cristo com tudo aquilo que tira o gosto à vida. Assim o afirma, por exemplo, o poeta inglês Swinburne: "Venceste, pálido galileo, o mundo tornou-se cinzento perante teu fôlego."
Depois que Constantino aceitou a religião cristã como religião do Império Romano, outro imperador, Juliano, quis voltar atrás e restituir a vigência dos antigos deuses. Sua queixa, tal como a representa Ibsen, era:
"Você prestou atenção nestes cristãos? Os olhos fundos, as bochechas pálidas, estão toda sua vida refletindo, não os move ambição alguma; o sol brilha sobre suas cabeças mas não o vêem nem se comovem, a Terra lhes oferece sua plenitude, mas não a desejam; tudo o que ambicionam é ter que sacrificar-se e sofrer para morrer e ir ao céu."
Segundo Juliano, o cristianismo desprezava os dons da vida.
Oliver Wendell Homes disse, em certa oportunidade: "Eu teria sido pastor, se a maioria dos pastores que conheci em minha juventude não tivessem tido o aspecto de empregados de funerárias e agido como tais."
Robert Louis Stevenson certa ocasião declarou em seu jornal, como se se tratasse de um fato extraordinário: "Hoje fui à Igreja e não me sinto deprimido."
Os homens precisam redescobrir o brilho e a alegria perdidos da fé cristã. Em um mundo angustiado o cristão deveria ser o único que consegue manter a serenidade. Em um mundo deprimido, o cristão deveria seguir sendo o único inundado pelo prazer de viver. A vida cristã deveria ser algo radiante. Infelizmente, com muita freqüência, o cristão se veste como um dos parentes que assiste a um funeral, e em uma festa é como um espectro vindo de outro mundo. Em qualquer lugar que o cristão esteja deve ser o sal da Terra, o difusor da alegria.
Jesus prossegue dizendo que se o sal perder seu sabor, somente serve para ser lançado fora para ser pisado pelos homens. Isto é de difícil compreensão, porque o sal não perde seu sabor, nunca deixa de ser salgado.
E. F. Bishop, em seu livro Jesus of Palestine menciona uma explicação muito verossímil dada por uma senhorita F. E. Newton. Na Palestina a maioria das casas têm um forno ao ar livre, perto da mesma, construído com pedras sobre uma base de lajes. Nesses fornos, "a fim de manter o calor, coloca-se uma grossa capa de sal, sobre as lajes. Depois de algum tempo, esse sal deixa de servir ao seu propósito. Então se tiram as lajes e o sal se atira e se derruba no caminho... perdeu seu poder servindo de elemento refratário ao calor e portanto já não serve." É muito possível que esta seja a imagem que Jesus tem em mente. Mas o ensino é independente da imagem, sendo um tema que no Novo Testamento se repete uma e outra vez: a inutilidade acarreta graves conseqüências. Se o cristão não cumprir o seu objetivo como cristão, vai por mau caminho. Estamos destinados a ser o sal da Terra; se não levarmos à vida a pureza, o poder anti-séptico, a alegria e o esplendor que são nossa possibilidade e obrigação como crentes, devemos ater-nos a sofrer as conseqüências.
Deve notar-se, para terminar, que a Igreja primitiva fazia um uso muito estranho deste texto. Na sinagoga, entre os judeus, existia o costume de que se um judeu apostatava de sua fé e depois, arrependido, desejava voltar para ela, tinha que deitar-se atravessado na porta e permitir que todos outros pisassem sobre ele, como se fora uma soleira, quando entravam nela. Algumas Iglesias cristãs adotaram este costume, e quando algum cristão era expulso disciplinarmente da Igreja, para poder voltar para ela devia fazer quão mesmo o judeu apóstata e dizer a seus irmãos: "Pisem-me, porque sou o sal que perdeu o seu sabor."
A LUZ DO MUNDO Mateus 5:14-15
Pode dizer-se perfeitamente que este é o maior elogio que jamais se pronunciou com respeito ao cristão, pois nestas palavras Jesus ordena a seu seguidor que seja o que ele mesmo afirmou ser. Ele disse: "Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo" (João 9:5). E quando ordenou a seus seguidores que fossem a luz do mundo não fez senão dizer-lhes que deviam ser o que ele era, nada menos.
Ao usar esta expressão, Jesus estava dizendo algo que devia ser familiar a seus contemporâneos judeus. Costumava-se dizer que Jerusalém era "a luz dos gentios", e havia um rabino famoso cujo apelido era "a lâmpada de Israel". Mas a forma em que os judeus usavam esta expressão pode nos dar a chave do que Jesus quis dizer ao usá-la. De uma coisa os judeus estavam seguros – ninguém era capaz de acender sua própria luz. Jerusalém podia ser a luz dos gentios, mas "Deus tinha aceso a lâmpada de Israel". A luz com que brilhavam a nação ou o homem de Deus era luz emprestada. Do mesmo modo seria com o cristão. A exigência de Jesus não é que nós produzamos nossa própria luz. Devemos brilhar com o reflexo da Sua luz.
O resplendor que emana do cristão foi aceso pela presença de Cristo em seu coração. Com freqüência dizemos que uma noiva "está radiante". Mas essa "radiação" é a que nasce de seu coração aceso em uma chama viva pelo amor que sente com relação ao seu noivo. O que Jesus quis dizer ao afirmar que o cristão devia ser a luz do mundo?
(1) Uma luz é, acima de tudo e em primeiro termo, algo cuja razão de ser é que seja vista. O interior das casas palestinenses era muito escuro, pois tinham apenas uma abertura circular, de uns trinta ou quarenta centímetros de diâmetro, como única fonte de iluminação durante o dia. As lâmpadas que se usavam eram recipientes de barro, com a forma de molheiras, cheias de azeite no qual flutuava a mecha.
Antes de existissem fósforos não era muito fácil reacender um abajur quando apagava. Quase sempre o abajur estava colocado sobre um candelabro, que na maioria dos casos não era mais que um tronco de madeira rusticamente trabalhado. Mas quando se saía da casa, por razões de segurança, o abajur era colocado, aceso, debaixo de uma vasilha, também de barro; deste modo se assegurava que não produziria um incêndio durante a ausência dos donos de casa. A missão primitiva da luz do abajur era ser vista por todos.
Do mesmo modo o cristianismo está destinado a ser visto. Como foi dito com grande acerto, "Não pode haver tal coisa como um discipulado secreto, porque ou o segredo destrói o discipulado, ou o discipulado destrói o segredo." O cristianismo de uma pessoa deve ser perfeitamente visível para todos os que a rodeiam. Mais ainda, deve ser uma profissão de fé que não somente fique de manifesto na Igreja. Um cristianismo cuja influência se detém na porta da igreja, não tem grande valor para ninguém. Deve ser mais visível até nas atividades mundanas que na Igreja. Nosso cristianismo deve ficar de manifesto na maneira de tratar o empregado que nos atende em um escritório ou em um comércio, no modo de pedir o que desejamos comer quando vamos a um restaurante, em nossas relações com os que trabalham sob nossas ordens, ou com os que nos empregam ou ordenam, na maneira de dirigir nosso automóvel e estacioná-lo, na atitude que assumimos quando jogamos e nos divertimos. O cristão deve ser cristão na fábrica, na oficina, no laboratório, na escola, no sala de cirurgia, na cozinha, na quadra de esportes de futebol, na praia, ou na Igreja. Jesus não disse: "Vós sois a luz da Igreja"; disse: "Vós sois a luz do mundo", e isto significa que a fé que um homem ou mulher professa deve ser visível para todos em sua vida no mundo.
(2) A luz serve de guia. No estuário de qualquer rio pode ver-se a fila de luzes, colocadas em bóias, que marcam o canal por onde os navios podem navegar sem percalços durante a noite. Sabemos quão difícil era transitar mesmo pelas ruas das cidades quando não tinha iluminação pública. A luz ilumina o caminho. Do mesmo modo, o cristão deve iluminar o caminho de seus semelhantes. Isto significa que necessariamente deve ser exemplo para os outros.
Uma das coisas que este mundo em que vivemos necessita desesperadamente são pessoas que estejam dispostas a concentrar em sua vida e atitudes a bondade e a virtude que tanto escasseiam. Suponhamos que há um grupo de pessoas, e que alguém propõe que se faça algo de duvidosa qualidade moral. A menos que outro dos membros do grupo eleve sua voz de protesto não pode nos caber a menor dúvida de que a maldade proposta se fará. Basta que um só diga: "Eu não participarei desta ação", para que outro, e outros mais acrescentem: "Eu tampouco." Se alguém não tivesse tomada a iniciativa, estes últimos teriam ficado calados. Há muitas pessoas neste mundo que carecem da coragem e da postura moral para defender sozinhos o que acreditam ser uma atitude correta. Mas se algum outro o faz, eles o seguirão; se podem apoiar-se em alguém suficientemente forte, procederão bem. É dever do cristão iniciar a ação justa e boa que seus irmãos mais fracos possam imitar, erigir-se no guia que os menos valorosos possam seguir. O mundo necessita luzes que guiem seu caminho. Há multidões que desejam ver alguém disposto a dirigi-los naquelas coisas que eles mesmos não se animariam a realizar por conta própria.
(3) Uma luz freqüentemente serve como advertência. Quando há algum perigo no caminho, e é de noite, acende-se uma luz para nos advertir e fazer com que nos detenhamos. Muitas vezes o dever do cristão é advertir a outros do perigo que os espreita. Isto é muito delicado, e às vezes é tremendamente difícil saber como transmitir a advertência para que produza o bem desejado; mas uma das tragédias mais amargas é quando um jovem, especialmente, aproxima-se de nós e nos diz: "Eu nunca teria me encontrado na situação em que estou se alguém me tivesse advertido a tempo do perigo."
Diz-se que Florence Allshorn, a famosa professora, diretora de escola e mística cristã, quando tinha a obrigação de repreender a alguma de suas alunas, o fazia "com seu braço sobre os ombros da transgressora". Se transmitirmos nossas advertências sem nos zangar nem nos mostrar irritados, sem a vontade de ferir, sem uma atitude crítica ou condenatória, mas com amor, obteremos nosso objetivo.
A luz que fica visível, a luz que adverte do perigo, a luz que indica o caminho, estas são as classes de luz que deve ser o cristão.
BRILHEMOS PARA DEUS
Mateus 5:16
Aqui há duas coisas de suma importância:
(1) Os homens devem ver nossas boas ações. No idioma grego há duas palavras que designam o bem: a palavra agazós, mediante a qual se define a bondade direta de alguma coisa; kalós, que quer dizer que algo não somente é bom mas também belo, atrativo, elegante. A palavra que se usa neste versículo é kalós. As boas ações do cristão não devem ser somente boas; também devem ser atrativas. Deve haver uma certa superioridade na bondade cristã. O mal de muitas pessoas que acreditam ser boas, é que sua atitude se apresenta fria, dura e excessivamente austera. Há uma bondade que atrai e uma bondade que repele. Há na bondade cristã certo encanto que a torna bonita.
( 3) Mas também deve notar-se que nossas boas ações não têm o propósito de atrair a atenção de outros sobre nós, e sim sobre Deus. Estas palavras de Jesus são uma proibição absoluta do que alguém chamou "a bondade teatral".
Em uma conferência a qual tinha sido convidado D.L. Moody havia também um grupo de jovens que tomavam muito a sério sua fé cristã. Uma noite realizaram uma vigília de oração que durou a noite inteira. Na manhã seguinte, quando se retiravam, encontraram-se com Moody, quem lhes perguntou o que estiveram fazendo. Eles lhe disseram, agregando: "Não se dá conta de como brilham nossos rostos?" Ao qual o grande pregador replicou: "Moisés não estava tão ansioso como vocês de que seu rosto brilhasse." A bondade teatral, ou seja aquela bondade que se anda exibindo, não é uma bondade cristã.
Um dos antigos historiadores escreveu com respeito a Henrique V depois da batalha do Agincourt: "Nem tampouco permitiu que os trovadores cantassem estrofes de louvor por sua gloriosa vitória, porque queria que todo o louvor e gratidão fossem dadas a Deus."
O cristão nunca pensa no que tem feito, e sim no que Deus lhe permitiu fazer. Nunca procura fazer que o olhar dos homens se concentre nele, mas sim o conduz para Deus. Enquanto alguém passe todo o tempo pensando no louvor, na gratidão ou no prestígio que obterá por suas boas ações, nem sequer começou a transitar pelo caminho de Cristo.
Aqui há duas coisas de suma importância:
(1) Os homens devem ver nossas boas ações. No idioma grego há duas palavras que designam o bem: a palavra agazós, mediante a qual se define a bondade direta de alguma coisa; kalós, que quer dizer que algo não somente é bom mas também belo, atrativo, elegante. A palavra que se usa neste versículo é kalós. As boas ações do cristão não devem ser somente boas; também devem ser atrativas. Deve haver uma certa superioridade na bondade cristã. O mal de muitas pessoas que acreditam ser boas, é que sua atitude se apresenta fria, dura e excessivamente austera. Há uma bondade que atrai e uma bondade que repele. Há na bondade cristã certo encanto que a torna bonita.
( 3) Mas também deve notar-se que nossas boas ações não têm o propósito de atrair a atenção de outros sobre nós, e sim sobre Deus. Estas palavras de Jesus são uma proibição absoluta do que alguém chamou "a bondade teatral".
Em uma conferência a qual tinha sido convidado D.L. Moody havia também um grupo de jovens que tomavam muito a sério sua fé cristã. Uma noite realizaram uma vigília de oração que durou a noite inteira. Na manhã seguinte, quando se retiravam, encontraram-se com Moody, quem lhes perguntou o que estiveram fazendo. Eles lhe disseram, agregando: "Não se dá conta de como brilham nossos rostos?" Ao qual o grande pregador replicou: "Moisés não estava tão ansioso como vocês de que seu rosto brilhasse." A bondade teatral, ou seja aquela bondade que se anda exibindo, não é uma bondade cristã.
Um dos antigos historiadores escreveu com respeito a Henrique V depois da batalha do Agincourt: "Nem tampouco permitiu que os trovadores cantassem estrofes de louvor por sua gloriosa vitória, porque queria que todo o louvor e gratidão fossem dadas a Deus."
O cristão nunca pensa no que tem feito, e sim no que Deus lhe permitiu fazer. Nunca procura fazer que o olhar dos homens se concentre nele, mas sim o conduz para Deus. Enquanto alguém passe todo o tempo pensando no louvor, na gratidão ou no prestígio que obterá por suas boas ações, nem sequer começou a transitar pelo caminho de Cristo.
O NOVO TESTAMENTO
O que fiz com a minha vida até agora? Minha vida fez ou está fazendo a diferença na vida de alguém? Nesta lição, como auxílio imprescindível das Escrituras, descobriremos o verdadeiro propósito da nossa existência (Gn 1.27,28).
Fonte: Crescendo para edificar-lições bíblicas.
Crédito - Central gospel.
Corpo, Alma e Espirito
Comentarista Pastor - Joá Caetano
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Revista Jovens e Adultos: Lições da Palavra de Deus - nº 60 - 4º Trimestre de 2019 - Tema: Corpo, Alma e Espírito: Central Gospel
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Jovens e Adultos - Lições da Palavra de Deus: 4º Trimestre de 2017 Tema: Reforma Protestante – História, ensinos e legado: Central Gospel
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Não postagem nova editora central Gospel sim ou não.
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