TEXTO BÍBLICO BÁSICO
14 - Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura, a fé pode salvá-lo?
15 - E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano,
16 - e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
17 - Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
18 - Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
TEXTO ÁUREO
"Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele o amor de Deus?" 1 João 3.17através deste site.Almeida Revista eAtualizada
Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje, da Sociedade Bíblica do Brasil. através deste site.
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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Caro professor, a questão da pobreza e da fome no mundo é extremamente desafiadora. As estatísticas que acompanham a lição auxiliam a fixar a dimensão desse problema, mas você pode buscar mais material, disponível em sites desse tema, como o da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês).Nesta lição, será necessário estimular o aluno a entender qual a responsabilidade social da Igreja, despertando o desejo de se envolverem em atitudes sociais coletivas da própria igreja e individuais, tornando-se parte da solução dos problemas das pessoas carentes que frequentam a igreja, ou fazem parte da comunidade onde a igreja está inserida.
Palavra introdutória
Com a chegada do século 21, a população nutriu esperanças de melhorias na área social. Houve, ainda, reflexões muito interessantes sobre o combate à pobreza e à distribuição de renda. A dura realidade, porém, era que em vez de diminuir o terrível quadro de desigualdade social e miséria, a humanidade prosseguia produzindo famintos e pobres como nunca.Como Igreja, mesmo diante de uma realidade social muito difícil no mundo em que vivemos, cabe a cada um lançar mão do arado, olhando para frente, sabendo que existe uma responsabilidade social a ser cumprida, que a Bíblia conclama todos a ser sal e luz (Mt 5.13,14), fazendo diferença no contexto
em que estamos situados.
1. PANORAMA DESAFIADOR
A situação da pobreza e da fome no mundo produz um quadro bastante desafiador. A seguir, podemos ver estatísticas preocupantes a respeito dessas questões, ligadas entre si.
1.1. Pobreza
Passada mais de uma década e meia do novo século, a estatística mais recente do Banco Mundial (2016) mostra que quase um bilhão de pessoas no mundo vivem abaixo da linha de pobreza (766 milhões de pessoas). A medição da linha de pobreza se dá por aqueles que recebem até 1,90 dólares por dia, 57 dólares mensais, pouco mais de R$200,00. Além disso, existem problemas em determinar isso, pois, em muitos casos, não existe um processo adequado para quantificar a renda de certas pessoas em dólares. É provável que o número seja maior.Os dados revelam que cerca de 80% da população pobre do mundo está no contexto rural. Desse total, pouco menos da metade tem até 14 anos (44%) e 39% deles não possuem escolaridade. Quase todos esses pobres moram na África, ao sul do deserto do Saara, e no sul da Ásia; a maioria não tem
acesso à educação, o que significa que será bem difícil deixar essa condição de pobreza. Torna-se um círculo vicioso. Boa parte deles está isolada, abandonada nas áreas rurais. Muitos estão vivendo em locais oprimidos pelos grandes capitalistas, desprezados pelo restante da população do mundo.
No Brasil, a disparidade social aumentou. De acordo com o relatório mais atual da ONU, nosso país — hoje na posição 79, dentre 188 países — perdeu 19 posições na tabela de classificação. Essa tabela mostra o desequilíbrio de rendimentos entre ricos e pobres, no comparativo entre 2014 e 2015. Foi a primeira vez que houve essa queda no indicador social do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) desde 1990.
1.2. Fome
A fome no mundo está diretamente ligada à pobreza. A fome e a desnutrição vão acontecer em regiões do mundo onde a incidência de pobreza é grande.Em 2017, a Organização das Nações Unidas publicou um relatório onde declarou que 815 milhões de
pessoas no mundo estão sofrendo com a fome; isso representa 11% da população do planeta. Em compensação, juntas, as 500 pessoas mais ricas do mundo acumularam, em 2017, a importância de um trilhão de dólares. Entretanto, 10% desse total seriam suficientes para solucionar o problema da fome e da pobreza do mundo.
Portanto, o principal problema não é a falta de dinheiro, recursos ou alimentos, mas o egoísmo humano.
A ausência de amor ao próximo, o amor à riqueza e a avareza permanecem arruinando a humanidade, sendo os motivos para a pobreza, fome e diversos males sociais.
É estarrecedor saber que o mundo produz o suficiente para alimentar toda a sua população de 7,6 bilhões, mas quase um bilhão de pessoas passa fome! A cada quatro segundos alguém
morre de fome. Os dados mostram uma contradição, pois a humanidade produz alimentos suficientes.
2. RESPONSABILIDADE SOCIAL
As frequentes alterações procedentes do crescimento e da globalização têm abalado todas as dimensões da sociedade, tornando-se necessária uma renovação no modo de administrar os negócios e outros aspectos que atingem a sociedade.Nesse ponto, a responsabilidade social encontra-se justamente ligada às alterações que acontecem e abrangem todos os tipos de corporações.
2.1. O surgimento da responsabilidade social
No Brasil, a responsabilidade social não teve um começo preciso, mas existem ações sociais registradas de alguns empresários, a partir do século 19. Entretanto, podemos considerar a “Carta de princípios dos dirigentes cristãos de em presas” como um dos pontos de partida, que foi publicada em 1965, e utilizou a expressão “responsabilidade social das empresas”.
2.2. O significado de responsabilidade social
Considerando um conceito geral, pode-se afirmar que responsabilidade social significa gerar satisfação e uma gama de serviços que transformarão a sociedade e o mundo em algo melhor. Pode-se afirmar também que responsabilidade social é quando empresas resolvem, voluntariamente, colaborar para uma comunidade mais equilibrada, com um clima mais limpo.No aspecto pessoal, responsabilidade social é saber os nossos direitos e deveres dentro de uma sociedade e tomar o cuidado para cumpri-los da melhor maneira possível.
Para os cristãos, a responsabilidade social deve ser uma questão de grande importância, principalmente quando comparada a passagens bíblicas — como o texto de Tiago 2.14-18, que afirma que a fé sem obras é inútil. Quando olhamos para a história do cristianismo, podemos perceber a crise social na humanidade, cujas bases estão corrompidas pela desigualdade social, gerada pelo pecado.
3. PENSANDO SOBRE A RESPONSABILIDADE SOCIAL
As Escrituras Sagradas apresentam diversas passagens que mostram a importância da responsabilidade social. Tanto o Antigo como o Novo Testamento fazem abundantes alusões ao referido tema. Portanto, é necessário refletir sobre o assunto, conforme apresentado na Palavra de Deus.No ano do jubileu, os escravos tinham de volta a sua liberdade (Lv 25.10). Esse era o ano de anunciar a liberdade a todos.
Nesse período especial, os bens eram restituídos, e cada pessoa voltava a ser proprietária de suas terras (Lv 25.13). Uma
etapa encerrava-se e uma fase nova era iniciada na comunidade judaica. Esse era um grande exemplo de ação e responsabilidade social.
3.1. A responsabilidade social no Antigo Testamento
Percebe-se, no período do Antigo Testamento, que um tradicional exemplo era o ano do jubileu, que deveria ser observado a cada 50 anos.Nesse ano, aqueles que tinham dívidas eram absolvidos e havia perdão para todos. O ano do jubileu aproximava o povo de Deus, rememorando o abastecimento divino ao longo dos anos. Mas o Antigo Testamento cuida ainda da questão da viúva (Dt 10.18; Sl 146.9), do órfão (Êx 22.22; Is 1.17) e de outras pessoas carentes, em desamparo.
3.2. A responsabilidade social no Novo Testamento
Jesus mostrou interesse nas questões de responsabilidade social. Ele abordou o tema a partir da Lei de Moisés; porém, foi além. Ele contou uma parábola (Lc 10.25-37) em que um samaritano, considerado estrangeiro e impuro, deu exemplo de responsabilidade social ao socorrer e cuidar de um judeu ferido — ação que um judeu não faria em situação idêntica e contrária. O samaritano não só cuidou, como colocou o ferido numa estalagem, pagando adiantado para que o judeu fosse bem cuidado e tivesse tudo o que fosse necessário ao seu tratamento.Cristo abordou o aspecto da questão social como se fosse um privilégio do Evangelho, quando todos achavam que, jejuando, orando e dando esmolas, estariam se justificando.
O apóstolo Tiago, de forma prática, falou sobre a importância de mostrarmos uma fé cristã proativa e submissa ao Senhor (Tg 1.27). Tiago está mostrando que a responsabilidade social do cristão deve dar prioridade aos órfãos e viúvas, suprindo suas necessidades.
Paulo orientou os cristãos da Igreja em Antioquia a realizarem boas obras em relação aos outros cristãos (At 11.29). O mesmo Paulo, escrevendo aos cristãos da cidade de Corinto, destacou como as boas obras (ou ação social) realizadas pelo povo da igreja glorificavam a Deus (2 Co 9.11,12).
4. IGREJA E RESPONSABILIDADE SOCIAL
A responsabilidade social da Igreja está em seu DNA.Não foi algo planejado; simplesmente começou a acontecer.
No livro de Atos dos Apóstolos, ela teve início logo após a morte e ressurreição de Jesus Cristo. Neste princípio, a comunidade cristã inicial estava se estruturando e passando por adaptações. A partir do dia de Pentecostes, eis que ela surge de maneira extremamente vigorosa.
4.1. A origem da responsabilidade social na Igreja cristã
Atos 2.44-46 é uma descrição de como a Igreja cristã estava se comportando. A preocupação com o equilíbrio social, com a existência digna das pessoas e da comunidade foi o ponto de partida para que a Igreja primitiva iniciasse sua trajetória, cooperando para o bem comum. O tempo foi passando e, à medida que a Igreja crescia, outras deficiências apareceram; em muitos casos, ocupando o lugar das carências mais básicas, como Jesus havia destacado em Mateus 6.31,33 — alimento, bebida e vestimenta. Assim, a Igreja foi se distanciando do seu referencial inicial de Atos, capítulo 2.
4.2. A responsabilidade social da Igreja cristã na história
Na história da Igreja, durante a maior parte do tempo, os cristãos compreenderam que a assistência social era de fundamental importância entre os propósitos da Igreja no mundo.Na memória dos primeiros cristãos, perdurou a lembrança de Jesus passando por este mundo e praticando o bem (At 10.38).
O ensino dos apóstolos situou a questão social como parte central da vida cristã. Paulo, escrevendo aos cristãos da Galácia, afirmou que devemos fazer o bem a todos e não nos cansar disso (Gl 6.9,10).
Durante o Império Romano, a Igreja combateu o infanticídio, o aborto e a luta dos gladiadores, que era extremamente violenta. A Igreja nunca foi favorável à escravidão, procurando exercer influência contrária a ela, que, naquele tempo, era considerada algo normal.
Em épocas de grande perturbação social, a única instituição que se encontrava devidamente capacitada para auxiliar o povo em aflição — e que de fato ajudava — era a Igreja cristã.
No século 16, com o início da Reforma Protestante, os reformadores conservaram a relevância na caridade cristã, pregando e escrevendo sobre o tema, além de tomarem atitudes importantes na área social.
4.3. Igreja, ação e prática social
Infelizmente, na atualidade, diversas igrejas têm se mostrado omissas em relação ao compromisso social. Isso tem ocorrido porque a responsabilidade social tem sido separada do evangelismo. Na verdade, eles não são incompatíveis; são faces da mesma moeda.Em 1974, na cidade suíça de Lausanne, 2.700 representantes cristãos de 150 países reuniram-se para tratar especificamente de evangelização e responsabilidade social da Igreja. O Pacto de Lausanne, como o encontro ficou conhecido, produziu um documento chamado “A responsabilidade social cristã”. Nesse documento, eles assumiram a culpa e conclamaram todos ao arrependimento pela negligência da Igreja em relação aos necessitados e desassistidos. Nessa declaração, os cristãos de Lausanne afirmaram que “a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão”.
Precisa ficar claro que a salvação não vem pelas boas obras.
A salvação é somente pela graça de Deus; no entanto, o cristão deve entender que ele é salvo para as boas obras (Ef 2.8-10).
Quando Jesus respondeu ao mestre da Lei sobre o mandamento mais importante, Ele declarou o primeiro mandamento; depois, Ele alinhou o primeiro ao segundo (Mt 22.39).
O verdadeiro amor concretiza-se na ajuda aos necessitados e em ações que priorizam o viver com dignidade. Tiago afirma:
Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma (Tg 2.17). Isso quer dizer que a fé cristã é confirmada pelas obras, quando realizamos a ação social — pessoalmente, como indivíduos, e coletivamente, como Igreja.
A igreja local deve ser sal e luz (Mt 5.13,14), influenciando a região onde está plantada. Ela precisa agir e fugir dos discursos vazios de obras e cheios de fé (Tg 2.17). Além disso, ela deve descobrir as necessidades sociais de sua comunidade e trabalhar especificamente nelas. Só assim poderá realizar um trabalho eficaz, sem ilusões e sem desperdiçar seus recursos.
CONCLUSÃO
Pesa sobre a Igreja, como representante da fé, uma responsabilidade social imensa. Ela precisa combater a injustiça social, causada basicamente pelo pecado, que tem oprimido as pessoas, pois não é possível ser Igreja cristã e isolar-se, não interagindo com a comunidade local.Cada cristão, individualmente, deve pedir a Deus que mostre o que fazer para diminuir os problemas sociais que estão à sua volta. Certamente, Deus quer usar os Seus filhos.
ATIVIDADE PARA FIXAÇÃO
1. Que atitudes práticas o cristão deve ter para desenvolver a responsabilidade social em sua vida?R.:
Pré - aula: Lição 12 - Fé Cristã e Responsabilidade Social - Central gospel
Jovens e Adultos: Lições da Palavra de Deus nº 56 - 4º Trimestre de 2018 - Tema: Questões da atualidade - Instruções para a igreja em tempos de crise - Editora: Central Gospel
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