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Segundo estimativas de cientistas, a Groenlândia nunca esteve descongelando de forma tão rápida como agora. Uma pesquisa analisou as camadas de gelo da ilha e espera esclarecer sobre a gravidade do problema e suas consequências.
O estudo publicado na revista Geophysical Research Letters não anuncia nada de bom para a maior ilha do mundo, tampouco para o resto do planeta.
A velocidade com que a parte ocidental da Groenlândia está derretendo tem sido dramática há algumas décadas e atualmente a camada de gelo está diminuindo duas vezes mais rápido do que no século XIX, segundo a equipe norte-americana de pesquisadores, liderada por Erich Osterberg, do Departamento de Ciências da Terra do Instituto Dartmouth de Nova Hampshire (EUA).
A culpa principal está no aumento da temperatura média durante os meses de verão, que desde 1990, vem crescendo a um ritmo de 2,2 graus Fahrenheit. A mudança climática não ajuda em nada e os pesquisadores do estudo advertem: o derretimento da Groenlândia dependerá do nível do mar nas próximas décadas. Assim, entender como a maior ilha do mundo, pertencente à Dinamarca, responde ao aquecimento global é necessário para elaborar um plano de ação.
"Temos que entender como a Groenlândia responde ao aquecimento se quisermos prever com precisão o nível do mar", argumentou Osterberg em uma entrevista no portal E&E News.
O derretimento da superfície da camada de gelo da ilha é responsável por mais da metade das perdas de gelo. Embora nesse sentido os mapas de satélites ajudem muito, não são suficientes. Assim, a equipe de Osterberg viajou pela parte oeste da Groenlândia e penetraram, a pouco mais de 1,5 km da costa, sete enormes cilindros na camada de gelo.
"Enquanto uma grande parte do gelo derretido atinge o oceano, uma parte considerável [não se derrete], convertendo-se em neve e voltando a fazer parte da camada de gelo. Os registros destes acontecimentos estão dentro da geleira", explica Osterberg.
Os cientistas podem acessar esse registro perfurando a superfície da camada de gelo e extraindo o núcleo da geleira, composto de muitas camadas de água congelada que serão analisadas em laboratório. O núcleo das geleiras proporciona aos cientistas todos os tipos de informações sobre a idade do gelo e o momento em que derreteram cada uma de suas camadas.
Os sete núcleos que foram analisados durante a investigação apontam para o fato de que a ilha já havia se derretido em 1550, e que o nível do derretimento na região aumentou desde o início dos anos 90. No momento, estes indicadores estão mais altos do que nunca, ao menos, no que diz respeito aos registros. Os pesquisadores analisam o número de derretimentos, quando e como eles mudaram ao longo do tempo.
Os resultados avaliam que o aquecimento causado pela ação humana seja o maior fator, a longo prazo, nas taxas de derretimento da superfície da Groenlândia.
Desde 1993, o aumento do nível do oceano está subindo em um ritmo de 0,08 milímetros por ano, o que significa que em 2100, ele subirá em média 65 centímetros. Os cientistas se preocupam com o destino das cidades costeiras e, agora, também com o da Groenlândia.
Fonte: Sputniknews.com
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