A Turquia é um país dividido e infeliz. As motivações da tentativa de golpe de Estado do último final de semana não estão claras, mas tentou-se tomar o poder no momento em que a Turquia sofre o contágio da violência da guerra na Síria e por divisões causadas pelo projeto do presidente Recep Tayyip Erdogan de transformar o país.
O governo turco acusou indiretamente o clérigo islâmico Fethullah Gulen de estar por trás do golpe fracassado.
No passado, Erdogan já acusou Gulen por uma série de problemas do país.
Gulen vive em um autoexílio nos Estados Unidos. Ele já foi aliado de Erdogan, e chegou a ser considerado o segundo homem mais poderoso da Turquia, depois do presidente.
Erdogan fortalecido?
A Turquia é importante no Oriente Médio por sua localização geográfica, com um pé na Europa e outro na Ásia. Também porque é um membro de peso na Otan (aliança militar do Ocidente) e porque o presidente islamista Erdogan e seu partido AKP mantêm interesse especial pelos governos muçulmanos sunitas da região.
A Turquia possui localização estratégica, como porta da entrada ao Oriente Médio desde a Europa
Em discurso que uma apresentadora turca disse ter sido obrigada a ler, os responsáveis pela tentativa de golpe disseram que estavam tentando restaurar a democracia secular do país.
O partido do governo AKP se tornou especialista em vencer eleições, mas sempre houve dúvidas sobre o comprometimento de longo prazo de Erdogan com a democracia.
Ele uma vez comparou a democracia com um ônibus que você pega até seu destino e depois desce.
Erdogan é um político islamista que rejeitou a herança secular turca.
Ele se tornou autoritário gradativamente, prendendo jornalistas incômodos e outros cidadãos.
Agora que conseguiu evitar o golpe, ele poderia tentar impor um regime ainda mais duro ao país.
Erdogan foi primeiro-ministro por muitos anos, de 2003 a 2014. Ele agora tenta alterar a Constituição do país para se transformar em um presidente com amplos poderes concentrados no Executivo.
Jogador chave
Erdogan e suas gestões se envolveram na guerra civil na Síria desde o início do conflito, em 2011, apoiando milícias islâmicas que combatem o regime do presidente Bashar al-Assad.
A violência, contudo, ultrapassou as fronteiras da Síria. Acabou reacendendo o conflito do governo turco com os curdos do PKK e tornando o país um alvo para os militantes que se autodenominam Estado Islâmico.
O Ocidente vê a Turquia como parte da solução no Oriente Médio. Isso requer estabilidade, e sem ela pode-se fazer uma simples equação:
Turbulência no Oriente Médio + turbulência na Turquia = problemas para todos.
Mas é possível dizer que a Turquia também construiu os próprios problemas na região e está altamente presa aos conflitos de seus vizinhos.
As gestões de Erdogan mostraram um desejo muito maior de se envolver em conflitos no Oriente Médio do que o povo turco.
Ele tem sido um apoiador chave das milícias majoritariamente islâmicas que vem lutando contra o presidente sírio desde 2011.
Erdogan melhorou recentemente as relações da Turquia com Israel, mas ele também tem afinidade natural com o grupo militante palestino Hamas, inimigo de Israel, com quem divide raízes na chamada Irmandade Muçulmana.
E a Turquia é vista pela União Europeia como parte vital dos esforços para controlar o fluxo de migrantes do Oriente Médio.
A Turquia está enfrentando cada vez mais turbulência, e a tentativa de derrubar o presidente Erdogan não será a última.
Fonte: BBC.
Notícias. Com
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Em discurso que uma apresentadora turca disse ter sido obrigada a ler, os responsáveis pela tentativa de golpe disseram que estavam tentando restaurar a democracia secular do país.
O partido do governo AKP se tornou especialista em vencer eleições, mas sempre houve dúvidas sobre o comprometimento de longo prazo de Erdogan com a democracia.
Ele uma vez comparou a democracia com um ônibus que você pega até seu destino e depois desce.
Erdogan é um político islamista que rejeitou a herança secular turca.
Ele se tornou autoritário gradativamente, prendendo jornalistas incômodos e outros cidadãos.
Agora que conseguiu evitar o golpe, ele poderia tentar impor um regime ainda mais duro ao país.
Erdogan foi primeiro-ministro por muitos anos, de 2003 a 2014. Ele agora tenta alterar a Constituição do país para se transformar em um presidente com amplos poderes concentrados no Executivo.
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Erdogan e suas gestões se envolveram na guerra civil na Síria desde o início do conflito, em 2011, apoiando milícias islâmicas que combatem o regime do presidente Bashar al-Assad.
A violência, contudo, ultrapassou as fronteiras da Síria. Acabou reacendendo o conflito do governo turco com os curdos do PKK e tornando o país um alvo para os militantes que se autodenominam Estado Islâmico.
O Ocidente vê a Turquia como parte da solução no Oriente Médio. Isso requer estabilidade, e sem ela pode-se fazer uma simples equação:
Turbulência no Oriente Médio + turbulência na Turquia = problemas para todos.
Mas é possível dizer que a Turquia também construiu os próprios problemas na região e está altamente presa aos conflitos de seus vizinhos.
As gestões de Erdogan mostraram um desejo muito maior de se envolver em conflitos no Oriente Médio do que o povo turco.
Ele tem sido um apoiador chave das milícias majoritariamente islâmicas que vem lutando contra o presidente sírio desde 2011.
Erdogan melhorou recentemente as relações da Turquia com Israel, mas ele também tem afinidade natural com o grupo militante palestino Hamas, inimigo de Israel, com quem divide raízes na chamada Irmandade Muçulmana.
E a Turquia é vista pela União Europeia como parte vital dos esforços para controlar o fluxo de migrantes do Oriente Médio.
A Turquia está enfrentando cada vez mais turbulência, e a tentativa de derrubar o presidente Erdogan não será a última.
Fonte: BBC.
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