Nos últimos anos, o sistema financeiro da Itália nunca esteve particularmente bem, mas com o referendo sobre a saída britânica da União Europeia (Brexit) está ocorrendo uma pressão adicional e os bancos italianos sofrem o peso dos empréstimos incobráveis.
Caso nada seja feito para ajudar o sistema financeiro italiano, a terceira maior economia da UE pode "entrar em moratória", escreve o diário russo Izvestiya.
Os principais credores da Itália, nomeadamente os bancos Intesa Sanpaolo, Banca Monte dei Paschi di Siena SpA (BMPS), Mediobana e UniCredit, perderam cerca de um terço do seu valor após o referendo sobre o Brexit ter determinado a escolha a favor da saída. Mesmo sem isso, o ano corrente não está sendo bom para os bancos.
"As ações do BMPS estão baixando bruscamente, uma redução de 76%, podendo vir a registrar a sua pior perda anual," informou a empresa Market Watch no mês corrente.
Ainda de acordo com os dados da empresa, o valor do maior banco italiano de ativos, o UniCredit SpA, caiu 63%, a Banca Popolare di Milano SpA — cerca de 64% e o Intesa Sanpaolo SpA perdeu 46%.
De acordo com o relatório mais recente do Fundo Monetário Internacional (FMI) intitulado "Itália: Problemas Específicos" (em inglês — "Italy: Selected Issues"), os bancos italianos têm cerca de 360 bilhões de euro (525 bilhões de dólares) em empréstimos incobráveis, o que é equivalente a cerca de 25% do PIB italiano.
O deputado do Parlamento Europeu Fabio Massimo Castaldo, do movimento oposicionista 5 Estrelas, acha que o culpado da situação atual é o premiê Matteo Renzi.
"A crise não aconteceu do dia para a noite," disse ele ao diário russo, notando que foram as reformas pouco determinadas e as ações contra os investidores, juntamente com a "pressão política injustificada", que se tornaram os principais fatores para o alastramento do problema.
Segundo Cataldo, salvar os bancos usando as poupanças dos clientes e investidores privados é uma escolha errada que só levará a uma ainda maior desconfiança nas instituições nacionais e europeias e também "minará a estabilidade da zona do euro".
De acordo com o deputado, o primeiro-ministro italiano não fez nada para o crescimento econômico. É de notar também que o Movimento 5 Estrelas ganhou as eleições regionais que tiveram lugar em Roma, Turim e outras cidades em junho.
"As eleições mais recentes e mais importantes na nossa história mostram que pessoas nos apoiam," disse.
O eurodeputado também mencionou que o seu partido reestruturou os gastos, economizando mais de 60 milhões de euro. Estes fundos foram alocados para sustentar pequenos e médios negócios e, como resultado, foram criadas no país cerca de 2.247 novas empresas, informou Castaldo.
De acordo com ele, são estes passos que poderão levar a uma mudança positiva da situação financeira na Itália.
Fonte: Sputnik.
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