A campanha é uma iniciativa da Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (ATEA), que em dezembro do ano passado não conseguiu divulgar seus cartazes em ônibus do transporte coletivo em Porto Alegre. Agora, a entidade mandou afixar quatro outdoors pelo período de um mês na capital gaúcha. A divulgação do lançamento tornou a sigla ATEA a hashtag mais veiculada no twitter . Ou seja, os dois anúncios – outros dois estão sendo instalados – causaram um vendaval.
A reportagem do Sul21 conversou com populares nos dois endereços onde a campanha fez sua estreia — na Avenida Ipiranga, próximo à Barão do Amazonas, e na Antônio Carlos Berta, bairro Chácara das Pedras, em frente ao shopping Iguatemi. Em meio a múltiplas opiniões, uma certeza: se a ideia da campanha era provocar discussão e trazer o ateísmo para o centro do debate, tudo indica que o objetivo será alcançado.
“Cada um tem a sua religião, cada um é cada um”, disse Terezinha Gomes, enquanto olhava para o outdoor do outro lado da Avenida Ipiranga. Segundo ela, os ateus têm todo direito de pedir respeito da sociedade — com a ressalva de que eles também respeitem o espaço dos que acreditam em um ser superior. “Deus é um só, não importa qual religião ou até mesmo se a pessoa não tem religião nenhuma. As pessoas têm que conviver em paz”, completou.
Os outdoors giram em torno de uma ideia central: combater o preconceito do qual os ateus se dizem vítimas. Em um deles, fotos de Charles Chaplin (ateu) e Adolf Hitler (que acreditava em Deus) são postas lado a lado, com um letreiro que diz “Religião não define caráter”. No segundo, a legenda diz: “a fé não dá respostas, só impede perguntas”. Um terceiro anúncio, que ainda não chegou às ruas, coloca divindades hindus e egípcias ao lado de Jesus Cristo, afirmando: “Somos todos ateus com os deuses dos outros”.
Agripino Vieira dos Santos, que trabalha em estabelecimento comercial próximo a um dos outdoors, é outro a pregar a tolerância. O comerciante, católico não praticante, garante que não se incomoda com a iniciativa, mas tampouco a apoia, muito antes pelo contrário. “Não vou ficar defendendo (a campanha), mas também não vou protestar. Nem tinha reparado no cartaz até agora”, disse.
Alguns demonstraram até mesmo certo entusiasmo com os termos da campanha. É o caso de Almiro Lapolli, que disse “não acreditar em nada” — ainda que, questionado pela reportagem, tenha hesitado em definir a si mesmo como ateu. “Religião não define caráter mesmo. Muita gente que se diz de religião faz coisas ainda piores do que as que não acreditam em nada”. Opinião compartilhada por muitas pessoas ouvidas pelo Sul21 — entre elas, uma senhora que andava nas proximidades do Shopping Iguatemi e preferiu identificar-se apenas como Isa. “Acredito em uma força maior, mas acho uma boa ideia (a campanha). Dependendo do caso, essas pessoas (ateus) até sofrem perseguição mesmo”, declarou. Curiosamente, a entrevistada preferiu não dizer seu nome completo, justificando-se: “Depois, esse pessoal da Assembleia de Deus vem atrás de mim e eu vou me incomodar”.
Obviamente, há também os que não concordam com a campanha e sentem-se incomodados com a iniciativa. Alguns ateus inclusive, como é o caso de Clari Ferreira. “Eu não acredito em nada, mas isso não quer dizer que eu preciso ficar divulgando isso por aí”, criticou. Na opinião de Clari, pessoas “muito fervorosas” em sua religião podem se sentir ofendidas com as comparações que aparecem nos outdoors, o que talvez provoque ainda mais desentendimentos. “Acreditar ou não é algo que pertence a cada um, é muito pessoal. Não acho certo ter propaganda de quem não acredita, do mesmo jeito que acho errado ficar impondo religião para as outras pessoas”, comparou.
Darci Ubirajara Fraga foi outra pessoa que lamentou a iniciativa. Cristão, ele acredita que só a fé em Jesus pode “religar as pessoas com Deus”. Fraga aproveitou para divulgar um livro de sua autoria, chamado “Fim dos tempos: o encoberto descoberto”. Para ele, uma campanha em defesa do ateísmo é um sinal da decadência que toma conta do mundo desde os anos 60, pelo menos. “Alguns ateus são mais fanáticos que os evangélicos, seguem de forma cega o Deus da razão”, criticou.
Agripino Vieira dos Santos, que trabalha em estabelecimento comercial próximo a um dos outdoors, é outro a pregar a tolerância. O comerciante, católico não praticante, garante que não se incomoda com a iniciativa, mas tampouco a apoia, muito antes pelo contrário. “Não vou ficar defendendo (a campanha), mas também não vou protestar. Nem tinha reparado no cartaz até agora”, disse.
Alguns demonstraram até mesmo certo entusiasmo com os termos da campanha. É o caso de Almiro Lapolli, que disse “não acreditar em nada” — ainda que, questionado pela reportagem, tenha hesitado em definir a si mesmo como ateu. “Religião não define caráter mesmo. Muita gente que se diz de religião faz coisas ainda piores do que as que não acreditam em nada”. Opinião compartilhada por muitas pessoas ouvidas pelo Sul21 — entre elas, uma senhora que andava nas proximidades do Shopping Iguatemi e preferiu identificar-se apenas como Isa. “Acredito em uma força maior, mas acho uma boa ideia (a campanha). Dependendo do caso, essas pessoas (ateus) até sofrem perseguição mesmo”, declarou. Curiosamente, a entrevistada preferiu não dizer seu nome completo, justificando-se: “Depois, esse pessoal da Assembleia de Deus vem atrás de mim e eu vou me incomodar”.
Obviamente, há também os que não concordam com a campanha e sentem-se incomodados com a iniciativa. Alguns ateus inclusive, como é o caso de Clari Ferreira. “Eu não acredito em nada, mas isso não quer dizer que eu preciso ficar divulgando isso por aí”, criticou. Na opinião de Clari, pessoas “muito fervorosas” em sua religião podem se sentir ofendidas com as comparações que aparecem nos outdoors, o que talvez provoque ainda mais desentendimentos. “Acreditar ou não é algo que pertence a cada um, é muito pessoal. Não acho certo ter propaganda de quem não acredita, do mesmo jeito que acho errado ficar impondo religião para as outras pessoas”, comparou.
Darci Ubirajara Fraga foi outra pessoa que lamentou a iniciativa. Cristão, ele acredita que só a fé em Jesus pode “religar as pessoas com Deus”. Fraga aproveitou para divulgar um livro de sua autoria, chamado “Fim dos tempos: o encoberto descoberto”. Para ele, uma campanha em defesa do ateísmo é um sinal da decadência que toma conta do mundo desde os anos 60, pelo menos. “Alguns ateus são mais fanáticos que os evangélicos, seguem de forma cega o Deus da razão”, criticou.
Mesmo assim, Darci acredita que os ateus estão mais próximos da salvação do que os que dizem seguir a Deus, mas espalham a maldade pelo mundo. “A Bíblia mesmo diz: quem dera fosses frio ou quente, mas como és morno, estou prestes a vomitar-te da minha boca”, recitou, para ensinar logo em seguida: “os ateus são frios, mas é melhor estar em um dos extremos do que ficar no meio, não ser nem uma coisa nem outra”.
Fonte:Notícias Cristãs com informações do Sul21
Fonte:Notícias Cristãs com informações do Sul21
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