A troca de farpas entre o príncipe saudita, Turki al-Faisal, e o ministro iraniano do Exterior, Javad Zarif, numa reunião somente para convidados na quarta-feira, acentuou a hostilidade existente entre os dois países rivais do Golfo, que travam guerras por procuração na Síria, no Iêmen e no Iraque.
Riyadh rompeu as relações diplomáticas e cortou os laços comerciais e de transporte com Teerã há duas semanas, depois que manifestantes invadiram a embaixada da Arábia Saudita no Irã. Os protestos começaram após a execução de um clérigo xiita, que enraiveceu principalmente os iranianos xiitas.
O confronto expõe algumas das razões pelas quais as negociações de paz apoiadas pela Rússia e pelos Estados Unidos a respeito da Síria podem não sair como o planejado em Genebra, na próxima semana. Não há acordo sobre quem deve representar os opositores do governo sírio, e os rebeldes apoiados por Riyadh estão exigindo que primeiro a Rússia suspenda os ataques aéreos na Síria.
Um fotógrafo oficial flagrou Al-Faisal e Zarif apertando as mãos do lado de fora do salão. A imagem não foi distribuída, e qualquer possível sinal de cumplicidade se evaporou quando os dois se sentaram à mesa com o alto escalão das Nações Unidas e outros participantes.
"Foi um diálogo de surdos", disse um participante, que pediu para não ser identificado devido à confidencialidade da sessão.
Zarif negou a possibilidade de uma reunião secreta com o príncipe Turki al-Faisal, ex-chefe da inteligência saudita e embaixador nos Estados Unidos. Questionado em uma entrevista coletiva de imprensa no mesmo dia se ele iria se encontrar com alguma autoridade saudita em Davos, ele respondeu: "Não haverá nenhuma reunião secreta."
O príncipe Turki confirmou à Reuters ter assistido à sessão com Zarif e outras personalidades, mas se recusou a comentar o que foi dito, citando o caráter confidencial da reunião.
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Entre os participantes do encontro estavam também o enviado especial da ONU à Síria Staffan de Mistura, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, o ex-secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa, do Egito, os ministros do Exterior da Itália e da Áustria e autoridades da Turquia e de vários outros países ocidentais.
Fonte: Reuters.
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