23 de janeiro de 2016

Notícia: As possíveis consequências globais da crise do petróleo

Os preços de petróleo são uma força motora não apenas da economia, mas também da geopolítica, capazes provocar profundas mudanças no mundo que conhecemos hoje. A revista Politico reuniu comentários de alguns grandes especialistas sobre as possíveis consequências da desvalorização do ouro negro para o cenário global.

O professor de Ciência Política na Universidade de Stanford, Terry Lynn Karl, acredita que o atual excesso de oferta de petróleo está na base das bruscas mudanças nos preços da commodity. Para ele, apesar de provavelmente os preços se manterem baixo ao longo de 2016, a presente situação é apenas 
uma calmaria antes de uma tempestade.


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"Apesar de todo o alarde envolvendo os baixos preços de petróleo, é preciso entender que um limite muito pequeno separa o excesso do défice. A produção mundial de petróleo já diminuiu significativamente, chegando a cair nos EUA até níveis registrados em 2008. Já os conflitos e as divergências das regiões produtoras, acentuadas pelos baixos e instáveis preços de petróleo, podem a qualquer momento provocar perturbações no fornecimento" – explica Karl.


Na opinião do chefe do Instituto para a Análise de Segurança Global, Gul Luft, a atual situação não poderá se sustentar por muito tempo. Ele explica que enquanto os transportes mundiais dependerem do petróleo e a maioria das reservas de commodities estiverem concentradas nas mãos de regimes repressivos, a volta dos preços a valores de três dígitos será somente uma questão de tempo.

O presidente da Eurasia Group, Ian Bremmer, destaca que a atual conjuntura nos mercados representa um grande perigo para a região do Oriente Médio. No âmbito geopolítico os baixos preços de petróleo têm maior impacto sobre países do Oriente Médio, onde as estruturas políticas são mais frágeis e sustentam principalmente no petróleo.

"Apesar de existirem ameaças imediatas e diretas à segurança global em toda a região, os governos locais não promovem quaisquer reformas sociais, econômicas ou políticas para reagir aos problemas encontrados. Portanto, como resultado do colapso de suas economias de petróleo, em breve não restarão fatores que liguem os países da região e os impeçam de entrar em conflitos" – acredita o especialista.
Fonte: Sputnik.

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