Foto: Jean Assis
Relacionamentos são chaves em nossa vida. Nossa história é a história de nossos relacionamentos. A sua vida depende das pessoas que você permite ao seu derredor. As pessoas ao seu redor vão determinar as experiências que você terá em Deus. As pessoas ao seu redor vão alimentar força ou fraqueza em você. Os relacionamentos nunca são neutros em sua vida. O seu crescimento espiritual depende dos seus relacionamentos. Existem alguns tipos de relacionamentos que podem levá-lo para o vale em vez de ajudá-lo a escalar as montanhas de Deus.Os relacionamentos são a chave da nossa vitória na guerra espiritual. Nós não fazemos guerra sozinho. Na batalha precisamos de alguém que vigie a nossa retaguarda. Você precisa de irmãos que possam guardá-lo, de irmãos que possam adverti-lo dos perigos do caminho. Quando Deus quer abençoar você ele coloca uma pessoa em sua vida. Quando Satanás quer destruir você, ele coloca uma pessoa em sua vida. Sabemos que a nossa guerra não é contra carne e sangue, mas contra principados e potestades, mas precisamos estar claros de que a porta por onde o inimigo vai entrar será um de nossos relacionamentos.
Jacó, o picareta, sempre procura Labão, porque os dois falam a mesma língua e têm o mesmo jeito. Mas Maria, que era cheia do Espírito, sempre procura Isabel. E, quando as duas se encontram, algo dentro delas estremece pelo poder da unção de Deus. Quando Maria encontra Isabel, a unção aumenta, mas quando Jacó se encontra com Labão, a carne se fortalece. Ande com quem aumenta a sua unção e não com quem desperta a sua carne. Todos nós temos as duas coisas. Todos temos um pouco de Jacó e outro tanto de Maria.
Todos nós, crentes, como Maria, carregamos a Jesus em nosso espírito, mas, como Jacó, trazemos muitas heranças da nossa carne. Se procuramos Labão, caímos, mas, se vamos atrás de Isabel, ficamos cheios do Espírito. Nossos relacionamentos falam de nossa condição espiritual. Se temos relacionamentos saudáveis, então somos estimulados a avançar, mas, se nossos relacionamentos nos puxam para baixo, então devemos renunciar a eles. Jesus disse: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno” (Mt 5.29).
No mesmo princípio, eu creio que ele nos diz: “Se você tem um relacionamento que o leva ao pecado, arranca-o e lança-o fora, pois é melhor entrar no Reino sozinho do que no inferno com muitas companhias. Se o seu namoro o leva ao pecado, arranca-o e lança-o fora, pois é melhor ir para o céu solteiro do que para o inferno casado”. Sei que essa atitude radical pode chocá-lo, mas foi exatamente isso que Jesus disse. Precisamos ser radicais em nossos relacionamentos. Relacionamentos são chaves espirituais, por isso devemos ser radicais com eles. Relacionamentos espirituais devem ser alimentados e fortalecidos, mas amizades com gente rebelde e maledicente deve ser cortada, mesmo que tais pessoas se passem por irmãos.
Os seus relacionamentos vão determinar força ou fraqueza em você. Então, escolha bem aqueles que você aceita na sua intimidade. Bênçãos ou maldições vêm através de pessoas que permitimos ao nosso lado. Gostaria de mencionar alguns tipos de relacionamentos que você deve cortar da sua comunhão. Seja sábio e tenha discernimento espiritual.
Foto: Jean Assis
1. O ponto de entrada favorito de Satanás em sua vida é sempre alguém próximo a vocêCertamente, o inimigo tentou atingir Jesus por meio do mar enfurecido e do vento tempestuoso contra o barco. Mas a maneira preferida dele nos atacar é através de pessoas próximas a nós. Jesus disse que os inimigos seriam os de dentro da própria casa (Mt 10.36). Satanás tentou atingir Jesus através de Pedro em Mateus 16 e depois através de Judas. Eles foram usados como portas pelo inimigo. Portanto, discernir essas portas de entrada é vital para o nosso crescimento espiritual.
Nossa guerra é contra o Diabo e seus demônios, mas sabemos que as pessoas se tornam portas para que ele possa nos atacar. Existem relacionamentos que podem levá-lo para o vale em vez de ajudá-lo a escalar montanhas de Deus.
2. Você sempre buscará amizades que resolvam seus problemas mais imediatos
Aquele que não ajuda, inevitavelmente atrapalha. Não há meio termo. Você precisa ter cuidado com pessoas que não lhe acrescentam coisa alguma, mas acabam por levá-lo a perder coisas. Sempre se pergunte: “Em que essa pessoa está contribuindo para melhorar a minha vida espiritual?” Se elas não fazem o melhor, farão o pior. Não há relacionamento neutro. Nossos relacionamentos são estabelecidos por causa de interesses. Todos os nossos relacionamentos de alguma forma nos influenciam. Cada relacionamento em sua vida é uma corrente movendo você em direção a seus sonhos ou para longe dele.
3. Cuidado com aquele que tenta sabotar a visão de Deus para a sua vida
Paulo advertiu os gálatas a respeito desse tipo de pessoa. “Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade? Esta persuasão não vem daquele que vos chama. Um pouco de fermento leveda toda a massa” (Gl 5.7-9). Houve alguém que os influenciou e certamente era alguém próximo. Deuteronômio 13.6, 8 e 9 nos mostra que o maior risco de sedução vem daqueles que estão próximos de nós. “Se teu irmão, filho de tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu amor, ou teu amigo que amas como à tua alma te incitar em segredo, dizendo: Vamos e sirvamos a outros deuses (…), não concordarás com ele, nem o ouvirás; não olharás com piedade, não o pouparás, nem o esconderás”. Quando se trata de sedução, o inimigo sempre vai usar alguém próximo de nós. Isso parece lógico porque certamente não daríamos ouvido a um desconhecido. Como você pode perceber quando alguém está tentando sabotar a visão de Deus para a sua vida?
Em primeiro lugar, ele é alguém que se ressente de seu desejo de crescer e ser recompensado. O irmão de Davi ficou irritado com ele pelo seu desejo de enfrentar o gigante e receber a recompensa. “Então, falou Davi aos homens que estavam consigo, dizendo: Que farão àquele homem que ferir a este filisteu e tirar a afronta de sobre Israel? Quem é, pois, esse incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo? E o povo lhe repetiu as mesmas palavras, dizendo: Assim farão ao homem que o ferir. Ouvindo-o Eliabe, seu irmão mais velho, falar àqueles homens, acendeu-se-lhe a ira contra Davi, e disse: Por que desceste aqui? E a quem deixaste aquelas poucas ovelhas no deserto? Bem conheço a tua presunção e a tua maldade; desceste apenas para ver a peleja” (1Sm 17.26-28).
Em segundo lugar, ele é alguém que fica infeliz com o seu progresso. Certamente, é mais fácil chorar com os que choram do que rir com os que riem. Os conselhos de tais pessoas são para desanimar e não para motivar a avançar. “Então, as gentes da terra desanimaram o povo de Judá, inquietando-o no edificar; alugaram contra eles conselheiros para frustrarem o seu plano, todos os dias de Ciro, rei da Pérsia, até ao reinado de Dario, rei da Pérsia” (Ed. 4:4-5).
Uma terceira característica é que eles sempre procuram destacar uma fraqueza que Deus está tentando remover da sua vida. Dalila dizia querer conhecer o segredo da força, mas, na verdade, ela queria era expor a fraqueza. Aqueles que tentam sabotar a visão de Deus para a sua vida o fazem tentando diminuir a fé que Deus está colocando dentro de você. Deus pode estar desejando dar forma ao seu ministério. Sua visão pode estar explodindo, por isso o inimigo fará tudo para abortar esse sonho. Tais pessoas preferem discutir a respeito do seu passado do que ter uma visão de fé a respeito do seu futuro. Não devemos viver do passado. Precisamos aprender a esquecer. Mas há aqueles que estão sempre nos lembrando daquilo que o sangue de Jesus já apagou. As escrituras dizem: “Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo” (Is 43.18-19).
A quarta característica desses sabotadores é que eles procuram sutilmente diminuir o seu temor de Deus e fazem com que tudo pareça normal e aceitável. Relacionamentos funcionam como lentes espirituais. Eles nos levam a ver as coisas de uma determinada ótica. Aqueles que diminuem o seu temor de Deus oferecem uma visão natural das coisas espirituais e faz com que o pecado se torne normal. Fuja desses. Ande com pessoas que o inspirem a ser mais íntimo de Deus.
4. Cuidado com aquele que diminui os seus sonhos
Os dez espias foram usados para diminuir o sonho de Moisés de entrar em Canaã. Eles até conseguiram destruir o sonho do povo, mas não puderam contra Josué e Calebe. A multidão instruiu o cego a ficar quieto, mas, se ele tivesse se calado, não teria recebido a cura que ele sonhava. “E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele cada vez gritava mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim!” (Mc 10.48). Aqueles que procuram diminuir nossos sonhos desejam na verdade destruí-los. E eles fazem isso de várias formas.
Em primeiro lugar eles procuram diminuir o esplendor de suas vitórias. Colocam sempre as coisas em termos naturais, sempre dando uma explicação natural para os milagres de Deus.
Em segundo lugar, eles sempre riem de suas experiências espirituais. Em vez de tentarem receber de você, eles até ridicularizam as mais profundas experiências pelas quais você passou. O valor de qualquer relacionamento pode ser medido por sua contribuição para as suas prioridades. Aquele que ri de suas experiências com Deus não sabe o valor das pérolas espirituais e também não o ajudará a avançar em Deus. Por isso vá para onde você é celebrado em vez de ir para onde você é tolerado. O nosso lugar é onde somos celebrados. Vá para onde você é aceito incondicionalmente e não para onde você precisa ter dinheiro ou carro do ano. Vá para onde eles festejam o seu aniversário e não para onde eles nem sequer se lembram do seu nome. Vá para a Casa de Deus, onde você pode ser você mesmo, e fuja daqueles lugares e daquelas pessoas que matam a sua espontaneidade e forçam você a usar máscaras para ser aceito.
5. Nunca discuta o seu problema com alguém incapaz de resolvê-lo
Abrir a vida pessoal com alguém incapaz de ajudar-nos é como abrir os tesouros para um ladrão. Não somente é perda de tempo, mas um grande risco. Abra a sua vida com alguém espiritual, mas o mais prudente é ter um discipulador na igreja. O seu líder de célula é alguém que poderá confrontá-lo naquilo que você não quer ver. Você não pode corrigir o que você se recusa a confrontar. Todos precisamos de dois tipos de pessoas: os amigos íntimos e aqueles mais distantes mas que podem falar a nossas vidas.
Um amigo íntimo está apto a ver tudo em sua vida, mas, normalmente, ele é cego para aquilo que realmente o prejudica. Assim como acostumamos com sons e perfumes, também nos acostumamos com defeitos. Quando convivemos com alguém, passamos a não perceber seus defeitos. Isto é uma bênção, pois sem isso seria impossível conviver com alguém no casamento, por exemplo. Também a amizade torna-se um fardo se estamos conscientes o tempo todo das debilidades e deficiências do outro. Toda intimidade produz uma certa cegueira. Por isso precisamos de alguém que possa falar em nossas vidas que não seja nosso amigo íntimo.
Tais pessoas estão com os seus sentidos aguçados para nos ajudar. O problema é que, normalmente, não aceitamos que tais pessoas falem em nossas vidas, justamente porque acreditamos que elas não são próximas o suficiente. Lembre-se que para ver melhor, às vezes, temos que tomar alguma distância. É um equívoco pensar que somente os mais próximos podem nos exortar, devemos estar abertos para sermos tratados por aqueles que são mais espirituais na vida da Igreja.
6. Relacionamentos corretos multiplicam a unção
Relacionamentos adequados permitem que nossa unção e talento sejam aprimorados. Isso acontece porque o nosso crescimento espiritual depende de nossos relacionamentos. Se temos relacionamentos saudáveis, então seremos estimulados a avançar, mas, se nossos relacionamentos nos puxam para baixo, é porque estão fora do padrão de Deus.
Provérbios nos ensina a respeito de amizades:
Amigos são raros: “Algumas amizades não duram nada, mas um verdadeiro amigo é mais chegado que um irmão” (Pv 18.24).
Amigos não abandonam o barco no meio da crise: “Em todo tempo ama o amigo, e na angústia se faz o irmão” (Pv 17.17).
Amigos se dispõem a dar conselhos: “Como o óleo e o perfume alegram o coração, assim, o amigo encontra doçura no conselho cordial” (Pv 27.9).
Amigos lhe dizem a verdade: “Leais são as feridas feitas pelo que ama, porém os beijos de quem odeia são enganosos” (Pv 27.6).
Amigos estimulam você: “Como o ferro com o ferro se afia, assim, o homem, ao seu amigo” (Pv 27.17).
Amigos são fiéis a você: “O homem perverso espalha contendas, e o difamador separa os maiores amigos” (Pv 16.28).
Foto: Jean Assis
Sinais de um relacionamento sólido- O primeiro sinal é o prazer mútuo. Em relacionamentos saudáveis, as pessoas passam tempo juntas apenas pelo prazer de estarem juntas. Você tem prazer de estar na igreja? Se não há prazer, o relacionamento definhará até acabar. Tenha, porém, em mente, que o prazer pode ser uma doce descoberta. Podemos, a princípio, achar que determinado irmão não é muito agradável, mas, depois de conhecê-lo, descobrimos o quanto ele é precioso e como é agradável a sua companhia.
- O segundo sinal de um relacionamento sólido é o respeito. Quando você valoriza alguém, você ganha respeito em troca. Verdadeiros relacionamentos estão baseados no respeito. A palavra respeito significa “consideração, deferência e acatamento”. Um dos problemas de nossa geração é a falta de respeito. Desrespeitamos uns aos outros e, por isso mesmo, colhemos as consequências de relacionamentos superficiais e alguns são até mesmo destruídos. A base dos relacionamentos é o respeito e a consideração. Se não respeitamos ou consideramos alguém, não podemos ter com ele um relacionamento sólido e gratificante. Aquele que não respeita o seu tempo também não vai acatar suas palavras. Quem não reconhece a sua unção certamente não vai receber de você. Quem não respeita os seus limites não pode ser seu amigo.
- O terceiro sinal de um relacionamento sólido são as experiências compartilhadas. Uma ligação muito forte surge entre soldados no campo de batalha. Quando lutamos ao lado de alguém, surge entre nós um verdadeiro compromisso. O mesmo acontece entre colegas de escola que estudam juntos por anos a fio e precisam se preparar juntos para as provas e passar pelas mesmas pressões. precisamos ter experiências comuns compartilhadas. Se juntos oramos pela multiplicação, juntos organizamos o encontro, juntos vencemos todas as dificuldades, então, teremos uma história em comum, será a história de nossas experiências compartilhadas.
- O quarto sinal é a confiança. Sem confiança não nos relacionamos, pois a confiança é a base de qualquer relacionamento. Precisamos confiar que “leais são as feridas feitas pelo que ama” (Pv 27.6).
– O quinto e último sinal é a reciprocidade. Relacionamentos unilaterais simplesmente não prosperam. Reciprocidade é retribuir numa mesma medida. Se recebo uma grande quantidade de atenção e amor, preciso retribuir na mesma medida. Esse é o adubo das melhores amizades (Sl 1.1-3).
Pr. Aluízio Antônio
Nenhum comentário:
Postar um comentário