18 de setembro de 2015

Qual solução para a crise?

Foto: internet
Os profetas do Antigo Testamento geralmente apareciam em épocas de crise. Foi o que aconteceu no tempo de Joel. Conforme lemos no primeiro capítulo do seu livro, a nação israelita enfrentava a seca que prejudicava o pasto e a lavoura. Como se isso não bastasse, a pequena produção do campo sofria o implacável ataque dos gafanhotos e outras pragas. A base econômica do país estava seriamente comprometida. A escassez de trigo, azeite e vinho sinalizava a grave recessão. Mesmo que trabalhassem muito, não havia resultado.

O efeito imediato era físico: a fome. O reflexo seguinte era de ordem sentimental: vergonha, tristeza e angústia. Em seguida, vinham as repercussões na vida religiosa. As ofertas do templo, quase todas de origem agropecuária, tornavam-se raras. O sustento dos levitas e sacerdotes começava a faltar. O que poderiam fazer diante daquela situação? Trabalhar mais? Pedir ajuda aos povos vizinhos, sendo quase todos inimigos?

Nesse cenário caótico, Deus levantou o profeta Joel para mostrar que a causa do problema era o pecado. O chamado à conversão mostra que o povo estava andando errado (2.12). Imediatamente, foi feita uma convocação nacional para a humilhação diante de Deus.

O povo deveria chorar, orar e se converter, ou seja, mudar de vida. Choro sem oração ou oração sem conversão não resolveria o problema. ”Santificai um jejum, convocai uma assembleia solene, congregai os anciãos, e todos os moradores desta terra, na casa do Senhor vosso Deus, e clamai ao Senhor” (Joel 1.14).

“Tocai a trombeta em Sião, santificai um jejum, convocai uma assembleia solene. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai as crianças, e os que mamam; saía o noivo da sua recâmara, e a noiva do seu aposento. Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o pórtico e o altar, e digam: Poupa a teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio” (Joel 2.15-17).

Os primeiros a chorar seriam os líderes. Ninguém estava dispensado daquela reunião urgente. Clamar pelo perdão entre a porta e o altar não estava previsto na lei de Moisés para o ritual do templo. Aquele seria, portanto, um culto “fora do script”, com ações além do costume e da tradição. Na sequência, o profeta trouxe a promessa de bênção. Deus ouviu o clamor sincero de Israel. ”E o Senhor, respondendo, disse ao seu povo: Eis que vos envio o trigo, e o vinho, e o azeite, e deles sereis fartos” (Joel 2.19).

Deus mandaria chuva e a consequente abundância na lavoura e na mesa do povo, mas o segundo capítulo daquela profecia extrapolou todas as expectativas ao trazer a promessa de derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne, com profecias, visões e sonhos (Joel 2.28). O que Deus tem para nós é muito superior ao que podemos imaginar. Este suprimento mostra uma carência espiritual não citada no início do livro. Era uma necessidade não detectada pelos líderes nem pelo povo. Eles poderiam dizer: “precisamos de pão”, mas jamais diriam “precisamos do Espírito Santo”.

Além da aplicação imediata para os contemporâneos de Joel, sua profecia alcançou também os primeiros dias da igreja, conforme declarado por Pedro no dia de Pentecostes, mas suas palavras também se referem aos últimos dias, pois está escrito: ”Mostrarei prodígios no céu, e na terra, sangue e fogo, e colunas de fumaça. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (Joel 2.30-31).

Qual é a nossa necessidade hoje? O que temos pedido a Deus? Muitos estão buscando soluções para a crise em tantos lugares, com tantas pessoas, mas precisamos clamar ao Senhor. Só ele pode abrir as comportas do céu e enviar chuva, dando-nos fartura de pão, mas, sobretudo, só ele pode nos dar a chuva do Espírito Santo, derramando sobre nós o tão esperado avivamento que nos faça viver dias de refrigério na presença do Senhor.
Pr. Anísio Renato de Andrade

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