23 de setembro de 2015

Notícia - Recorde perigoso: dólar volta a subir e passa de R$ 4,13

Após abrir o pregão desta quarta-feira (23) em queda, o dólar passou a subir minutos depois e ultrapassou o recorde da véspera, chegando a R$ 4,1307. Na terça-feira, a moeda norte-americana fechou vendida a R$ 4,05.

Às 13h25 o dólar subia 1,85%, cotado a R$ 4,1286 na venda. Na máxima do dia, subiu 2,27%, a R$ 4,1457, segundo a Reuters.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) operava em alta depois de abrir em queda.

O dólar mantinha a alta mesmo após o Banco Central anunciar que fará à tarde, entre 15h e 15h25, dois leilões de dólares, com compromisso de recompra. Além disso, o BC realizou uma oferta de até 20 mil contratos em leilão de swap (que equivalem a uma venda futura de dólares).

Veja a cotação ao longo do dia:

Às 9h05, caía 0,84%, a R$ 4,0197
Às 9h20, caía 0,75%, a R$ 4,0231
Às 10h20, subia 0,696%, a R$ 4,082
Às 11h, subia 0,957%, a R$ 4,0926
Às 12h, subia 1,83%, a R$ 4,128
Às 13h06, subia 1,41%, a R$ 4,1111
Às 13h39, subia 1,87%, a R$ 4,1296

Intervenção do BC

O BC vendeu no início da tarde 4,4 mil swaps cambiais (papéis que equivalem a uma venda futura de dólares, e servem como uma proteção contra a alta da moeda), da oferta de até 20 mil. E realizará durante a tarde leilão de venda de até US$ 2 bilhões com compromisso de recompra e, na quinta-feira, outra oferta de até 20 mil swaps cambiais. Todos esses leilões, segundo assessoria de imprensa do BC, não são para rolar (trocar títulos que vencem por títulos novos, para evitar tirar esses recursos do mercado) contratos já existentes.

O BC voltou a realizar neste mês os chamados leilões de linha (venda de moeda norte-americana com compromisso de recompra nos meses seguintes). Ao vender dólares no mercado, o BC atua para tentar conter a alta da moeda – fator que prejudica o controle da inflação, uma vez que insumos e produtos importados ficam mais caros.

Desde abril, o BC não fazia leilão de swap sem ser para rolagem. O Banco Central também deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro nesta manhã, vendendo a oferta total de até 9,45 mil contratos. Ao todo, já rolou o equivalente a US$ 7,179 bilhões, ou cerca de 76% do lote total, que corresponde a US$ 9,458 bilhões.

“Uma atuação como essa deveria segurar um pouco, mas a volatilidade está muito grande”, disse à Reuters o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho. “O mercado está perdido e corre para o dólar”.

Recorde na véspera

Na terça-feira, a moeda norte-americana teve alta de 1,83%, vendida a R$ 4,0538. No ano, o dólar já tem alta acumulada de 52,47%.

A cotação de fechamento desta terça foi a mais alta já registrada desde a criação do real. A maior até então havia sido registrada em 10 de outubro de 2002, quando o dólar chegou a ser vendido a R$ 4 durante o pregão, mas desacelerou a alta e fechou naquele dia a R$ 3,98.

Na época, a moeda norte-americana foi impulsionada, entre outros, pelas perspectivas de que o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria eleito, algo que não agradava o mercado financeiro.

No passado, houve um breve período em que R$ 1 chegou a valer mais que US$ 1 na carteira. Isso aconteceu entre 1994 e 1999, quando o governo passou a controlar artificialmente a cotação da moeda norte-americana para estabilizar a economia do país, recém-saída de uma hiperinflação.

Dólar turismo a mais de R$ 4,50

Nas casas de câmbio, a disparada do dólar já mostra seus reflexos. Na manhã desta terça-feira, a cotação chegava a R$ 4,50 no cartão pré-pago, com o IOF de 6,38% incluído, na Confidence Câmbio. Em espécie, a moeda sai por R$ 4,27. Na Cotação, o dólar chegava a R$ 4,489 no cartão e a R$ 4,276 em espécie (ambos com imposto incluído). Na Vips Turismo, os valores eram de R$ 4,22 e R$ 4,45, respectivamente.


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Fonte: G1

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