29 de setembro de 2015

Escatalogia - 1ª Parte /Aula 3 - A morte

  
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A morte
A morte é uma realidade que não pode ser negada. Embora ela seja real, não faz parte da natureza humana, mas é resultado do pecado. Quando Deus criou o homem, não o fez para envelhecer, adoecer ou morrer, entretanto este homem optou por se afastar do criador, escolheu o caminho do pecado e da desobediência; e, conseqüentemente o caminho da morte.

III- A morte

III(a) A morte é resultado do pecado

Podemos ver pela Palavra de Deus, que a morte é o resultado do pecado do homem. O plano de Deus para o homem é que este não morresse, porém, por causa do pecado o homem passou a morrer tanto física como espiritualmente. Encontramos a morte na Bíblia apenas após a queda do homem no capítulo três de Gênesis. Confira: Gn 1.26(a), 3.17-19

Leia ainda: Ez 18.4, 20(a); Rm 3.23, 5.12, 6.23.

O que prendeu a humanidade à morte foi o pecado; logo, para solucionar o problema da morte era necessário eliminar o pecado. Por este motivo Jesus morreu para nos libertar do pecado e, conseqüentemente, da morte.Veja: I Co 15. 55-57

A morte, portanto, não é natural e sim hostil à natureza humana; ela é chamada de inimiga em I Co 15.26.

III(b) Os três tipos de morte

A Palavra de Deus nos mostra três tipos de morte distintos, a saber: morte física; morte espiritual e morte eterna ou segunda morte. Estudaremos cada um destes tipos a seguir:

1º-MORTE FÍSICA.

Definição: Morte física é a separação da parte espiritual do ser humano (alma e espírito) do seu corpo natural. É o fim da vida física e da relação do homem com este mundo(Lc 16.26). É a morte biológica do homem.

Os hebreus e gregos usaram várias palavras diferentes para expressar a idéia da morte física. Vejamos alguns exemplos: (gava / hebraico = expirar, dar o último suspiro; “fôlego” – Gn 6.17); (teleute / grego = fim – Mt 2:15; até a morte de Herodes, ou seja, até o fim da vida de Herodes); (mavet / hebraico = separação – idéia da separação entre alma-espírito e o corpo - Gn 25.11); (anairesis / GREGO = elevação – At 8.1 -também levantamento - ex. Paulo consentiu no levantamento de Estevão para outra vida).

Todos os homens passarão pela morte física, menos aqueles que forem arrebatados (Gn 3.19; Sl 89.48; Rm 3.23, 5.12; I Co 15.52, 53; I Ts 4.17; Hb 9.27).

Após a morte biológica o corpo vai para a sepultura e se desfaz (Gn 3.19-b; 25.7-9; At 7.59-8.2).

O texto de Ec 12.7 mostra também este fato quando diz que o corpo volta ao pó. Neste texto vemos ainda a separação entre a parte material e a parte espiritual do ser humano. Por ser um texto de bastante controversa, faremos uma exegese dele na próxima aula.

Na segunda aula, aprendemos que o corpo é a parte mortal do homem, porém a alma e o espírito são imortais (Mt 10.28), logo; a alma não pode ser aniquilada, ela não pode ser destruída ou “sumir do mapa”.

Resumindo a questão do pós-morte; sabemos, portanto, que o corpo se desfaz no pó da terra e a alma, por não poder ser aniquilada, aguardará a ressurreição. Trataremos do estado intermediário dos mortos na quarta aula.

2º MORTE ESPIRITUAL.

Definição: É a separação entre o homem e Deus; separação esta, que pode ser temporária (aceitando a Cristo a morte espiritual cessará) ou eterna (2ª morte) – Ler Jo 5.24; Ef 2.1, 13-18.

É a situação do homem adâmico diante de Deus devido ao pecado sem a reconciliação com Deus por intermédio de Jesus Cristo (Rm 5.12). Quando o homem pecou, perdeu automaticamente a comunhão que possuía com o seu criador; portanto passou a morrer tanto física, como espiritualmente.

Pela fé em Jesus, a morte espiritual tem fim (Jo 20.31; Ef 2.5; Cl 2.13,14).

Ao entregar a vida a Jesus o homem passa do estado de morto espiritualmente para vivo; este homem tem a sua comunhão com Deus restaurada e não entrará em condenação (Jo 3.16-18, 5.24; At 4.12; Rm 8.1; I Tm 2.4-6; Tt 2.11-14)!

Enquanto o homem estiver vivo e não tiver aceitado a Cristo, permanece morto espiritualmente (Ef 5.14; I Tm 5.6).

Se o homem morrer em seus pecados, passará para a morte eterna Jo 8:21,24.

Não esqueça: VIDA ETERNA é diferente de IMORTALIDADE

A vida eterna é conquistada a partir do momento em que o homem tem o perdão de seus pecados através de Jesus Cristo (Jo 3.16; Rm 6.23; I Jo 5.11-13, 20 ).

A vida eterna terá a sua plenitude na volta de JESUS, quando o nosso corpo será glorificado. ( I Co 15.52 – 54; II Co 5.4)

A imortalidade é futura e acontecerá após a morte física, é algo concernente à alma do homem, tanto salvo quanto ímpio. A alma de todo homem é imortal.

Podemos perceber claramente a separação que havia entre Deus e o homem no templo em Israel antes de Cristo. Observe o desenho abaixo:

O templo era o centro da adoração ao Senhor para os judeus, nele havia divisões que delimitavam o acesso das pessoas e simbolizavam a distância entre Deus e os homens. Ex: O átrio dos gentios ficava ao redor do templo e era uma área de acesso tanto a judeus como gentios. Aos gentios era vedada a entrada ao recinto sagrado, que era o templo.O recinto sagrado era rodeado por uma parede a qual nenhum gentio poderia passar sob pena de morte; avançando um pouco mais, havia o átrio das mulheres judias; depois o átrio de Israel, no qual poderia pisar somente homens judeus adultos e jovens. Continuando avançando chegamos ao átrio dos sacerdotes que era reservado somente para estes, onde havia o lavatório e o altar (vide a figura no final da pág. anterior). Chegamos então ao santuário propriamente dito que possuía duas divisões principais (vide a figura da pág. anterior), a saber: O santo lugar, onde os sacerdotes faziam os seus serviços regulares e o lugar santíssimo que era o coração do templo, onde poderia entrar somente o sumo sacerdote e apenas uma vez por ano, no dia da expiação.

No lugar santo estava a mesa com os pães; o candelabro de ouro e em frente ao véu estava o altar do incenso. O lugar santo era separado do santíssimo lugar pelo véu e no interior do santíssimo lugar, atrás do véu, estava a arca do concerto com o propiciatório. A arca simbolizava a presença de Deus (veja figura no final da pág. 09).

Somente o sumo sacerdote tinha acesso à arca, e isto, uma vez por ano.

O templo ressalta a separação entre Deus e o homem; vejamos: Os gentios estavam excluídos; as mulheres distantes; os homens mais próximos em relação às mulheres, mas em relação a Deus estavam bem afastados, pois não podiam entrar no átrio dos sacerdotes e lhes era vedado à entrada ao santuário. Até mesmo a situação dos sacerdotes mostrava a condição do ser humano diante de Deus, porque somente um certo número por vez estaria no lugar santo, e para atravessar o véu, somente o sumo sacerdote e apenas uma vez por ano mediante sacrifício.

Para todos estava negado o acesso à arca (símbolo da presença divina), com exceção do sumo sacerdote, este, entretanto, também não poderia aproximar-se sempre e deveria seguir inúmeros rituais.

Jesus derrubou todas as barreiras da separação!

O sangue de Jesus nos trouxe de volta a comunhão com o Pai. Quando o Senhor Jesus morreu na cruz, ao dar o brado de vitória, o véu do templo se rasgou (Mt 27.51; Mc 15.37-39) de alto a baixo (Deus rasgou o véu!), mostrando que não há mais separação entre ele e os homens através de Jesus; entretanto, para quem não crê no Filho de Deus, o véu da separação ainda está estendido!

A barreira entre judeus e gentios foi quebrada Rm 10.12

A barreira entre homens e mulheres foi quebrada Gl 3.26

A barreira entre sacerdotes e leigos foi quebrada Ap 1.6

A barreira entre Deus e o homem foi quebrada. Jesus é o caminho para Deus Hb 10.19-23.

Observação:

Antes de encerrar a explicação sobre a morte espiritual, vale observarmos ainda os seguintes detalhes:

1º-O simbolismo da morte pode ser aplicado (num sentido inverso) à morte do velho homem (Rm 6.1-8; II Co 5.17; Ef 4.22; Cl 3.9; Jo 3.7; I Jo 5.1,). Quem não crê em Cristo é morto espiritualmente em relação ao Senhor, mas quem crê em Cristo é morto em relação ao mundo.

2º- O simbolismo da morte pode ser aplicado em relação à morrer para o pecado (Rm 6.2,11)

3º MORTE ETERNA

Também chamada 2ª morte - Ap 2.11, 20.6, 14, 21.8; diferencia-se da 1ª morte, sendo a 1ª morte temporária e física e a 2ª morte uma separação definitiva de Deus.

A morte eterna também se diferencia da estado de morte espiritual no qual se encontra o homem sem Deus, pois este poderá se reverter quando há a conversão do coração, mas a morte eterna jamais poderá se reverter.

É um castigo eterno pelo homem ter rejeitado o plano de salvação de Deus (Dn 12.2(b); Mt 25.46; Ap 20.14,15).

Nesta aula você estudou sobre a morte e pôde distinguir os três tipos diferentes de morte.

Creio que até a presente aula você já entendeu alguns conceitos básicos importantes para o estudo de escatologia, tais como a existência da alma e a morte; surge então a seguinte questão: Se todo homem provará a morte (exceto os que estiverem vivos na volta do Senhor) e a alma do homem (tanto ímpios quanto crentes) é imortal; para qual lugar vai a alma daqueles que morrem?

Prosseguiremos na próxima aula com o estudo de escatologia, falando sobre o estado intermediário dos mortos.

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