TERRORISMO
O terrorismo se originou no século I d.C., mas foi no século XXI que as ações terroristas se acentuaram e o discurso antiterrorista virou assunto recorrente na mídia ocidental.
Os atos e ataques terroristas, segundo alguns estudiosos, tiveram início no século I d. C., quando um grupo de judeus radicais, chamados de sicários (Homens de punhal), atacava cidadãos judeus e não judeus que eram considerados a favor do domínio romano. Outros indícios que confirmam as origens remotas do terrorismo são os registros da existência de uma seita muçulmana no final do século XI d. C., que se dedicou a exterminar seus inimigos no Oriente Médio. Dessa seita teria surgido a origem da palavra assassino.
O terrorismo moderno tem sua origem no século XIX no contexto europeu, quando grupos anarquistas viam no Estado seu principal inimigo. A principal ação terrorista naquele período visava à luta armada para constituição de uma sociedade sem Estado – para isso, os anarquistas tinham como principal alvo algum chefe de estado e não seus cidadãos.
Durante a segunda metade do século XIX, as ações terroristas tiveram uma ascensão, porém foi no século XX que houve uma expansão dos grupos que optaram pelo terrorismo como forma de luta. Como consequência dessa expansão, o raio de atuação terrorista aumentou, surgindo novos grupos, como os separatistas bascos na Espanha, os curdos na Turquia e Iraque, os mulçumanos na Caxemira e as organizações paramilitares racistas de extrema direita nos EUA. Um dos seguidores dessa última organização foi Timothy James McVeigh, terrorista que assassinou 168 pessoas em 1995, no conhecido atentado de Oklahoma.
Com o desenvolvimento da ciência e tecnologia no século XX, as ações terroristas passaram a ter um maior alcance e poder, através de conexões globais sofisticadas, uso de tecnologia bélica de alto poder destrutivo, redes de comunicação (internet) etc.
No início do século XXI, principalmente após os ataques terroristas aos EUA, no ano de 2001, estudiosos classificaram o terrorismo em quatro formas: o terrorismo revolucionário, que surgiu no século XX e seus praticantes ficaram conhecidos como guerrilheiros urbanos marxistas (maoístas, castristas, trotskistas e leninistas). O terrorismo nacionalista, que foi fundado por grupos que desejavam formar um novo Estado-nação dentro de um Estado já existente (separação territorial), como no caso do grupo terrorista separatista Eta, na Espanha (o povo Basco não se identifica como espanhol, mas ocupa o território espanhol e é submetido ao governo da Espanha).
O terrorismo de Estado é praticado pelos Estados nacionais e seus atos integram duas ações. A primeira seria o terrorismo praticado contra a sua própria população. Foram exemplos dessa forma de terrorismo: os Estados totalitários Fascistas e Nazistas, a ditadura militar brasileira e a ditadura de Pinochet no Chile. A segunda forma se constituiu como a luta contra a população estrangeira (xenofobismo).
E o terrorismo de organizações criminosas, que são atos de violência praticados por fins econômicos e religiosos, como nos casos da máfia italiana, do Cartel de Medellín, da Al Qaeda, etc.
No mundo contemporâneo, as ameaças terroristas são notícias recorrentes na imprensa, “para a maior visualização do terrorismo mundial, a mídia exerce um papel fundamental. Mas é evidente que também cria um sensacionalismo em torno dos terroristas [...] a mídia ajuda a justificar a legalidade e a necessidade de ações antiterroristas que, muitas vezes, levam adiante banhos de sangue e violações aos direitos humanos que atingem mais a população civil do que os próprios terroristas” (SILVA; SILVA, 2005: 398-399).
http://www.brasilescola.com/historia/terrorismo.htm
24.set.2014 - Uma mulher síria curda em tempestade de areia em uma colina onde e ela e outras pessoas observavam confrontos entre jihadistas do Estado Islâmico e combatentes curdos, no vilarejo de Swedi, a 10 km a oeste de Suruc, na província de Sanliurfa, na Síria.
Em sua origem, o Estado Islâmico nasceu no Iraque, em 2003, e atuava como um braço da Al Qaeda. Após romperem relações, em 2013, o EI se juntou a um grupo jihadista sírio, criando o Estado Islâmico do Iraque e Levante, ISIS (Islamic State of Iraq and the Levant) na sigla em inglês. Presentes na Síria e Iraque, os militantes jihadistas buscam instalar um Estado pan-islâmico.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Islamismo e grupos radicais
O Islamismo se refere a diversos tipos de ativismo político do mundo mulçumano. Existe uma variedade de correntes ideológicas islamistas contemporâneas, entre moderadas, extremistas e religiosas. Todas buscam a construção de um Estado islâmico, tendo a religião Islã como elemento fundamental da política e da vida social.
Desde o início do século 20, após a independência dos países árabes da colonização europeia, diversos grupos fundamentalistas islâmicos surgiram e muitos se organizaram militarmente. Alguns deles são classificados pelos EUA como terroristas. No Egito, o movimento Irmandade Mulçumana, fundado em 1928, é considerado por muitos analistas como o precursor do islamismo militante moderno e disputou eleições legislativas.
No Irã, a revolução xiita de 1979 levou o líder religioso Khomeini a se tornar o Líder Supremo de uma nação teocrática. No Líbano, em reação à invasão ao país por Israel nos anos 1980, o grupo armado xiita Hezbolhah fez uso de ataques suicidas e sequestros. Em 1996, no Afeganistão, a milícia radical do Talibã utilizou táticas de guerrilha e ataques de homem-bomba para tomar o poder.
Na Palestina, o grupo Hamas é reconhecido pelas práticas violentas pela independência da região e foi considerado o primeiro grupo islâmico no mundo árabe a conquistar o poder democraticamente. Outro grupo militante palestino é o Jihad Islâmico, apontado como o grupo armado palestino mais radical e que cometeu diversos atentados terroristas contra Israel. Surgiu na década de 1970 e considera a luta contra os israelenses como uma Guerra Santa.
Apesar de táticas parecidas, esses grupos sempre tiveram uma atuação mais local do que internacional. A partir da década de 1990, no contexto da globalização, um novo tipo de fenômeno emerge: o terrorismo transnacional, relacionado à ascensão da organização terrorista conhecida como Al-Qaeda, fundada por Osama Bin Laden e que pregava uma luta contra o Ocidente. Os jihadistas ganharam maior visibilidade após os ataques de 11 de setembro de 2001, quando militantes da Al-Qaeda lançaram aviões contra o World Trade Center, em Nova York, e com a posterior invasão do Iraque pelos EUA, em 2003.
O jihadismo
Uma das correntes mais radicais e com maior visibilidade é a jihadista, que acredita que a sociedade mulçumana foi corrompida pela modernidade e pelos valores morais do Ocidente e por isso é necessário um retorno ao Islã original da época de Maomé.
Ela não acredita na luta político-partidária ou na participação nas instituições políticas tradicionais, pois não estariam de acordo com a sharia, o conjunto de leis baseadas na interpretação do Alcorão (o livro sagrado do Islamismo) e na vida do profeta Maomé, o fundador do Islã.
Os jihadistas consideram o jihad como uma obrigação de qualquer mulçumano, onde a violência e a luta armada seria um recurso legítimo. Na interpretação desses grupos, o jihad seria uma obrigação individual dos militantes, uma revolução permanente contra os inimigos do Islã e os governantes infiéis.
Os jihadistas do Jihad Islâmico do Egito, por exemplo, buscam derrubar o governo e formar um estado islâmico no país. Já os jihadistas do EI buscam restaurar um califado (tradicional sistema de governo árabe) com caráter global e que unificaria as terras mulçumanas, tendo o Ocidente como inimigo. Também querem impor à sociedade o que consideram o modo de vida verdadeiramente islâmico.
Existe uma corrente chamada “salafismo jihadista”, que foi idealizado por Abu Muhammad al Maqdisi e por Abu Qatada al Filistani, na Londres islâmica dos anos 1990. Maqdisi a descreve como sendo um movimento global que admite a existência de diversas frentes jihadistas, como no Afeganistão, Bósnia e Chechênia. Ele foi mentor espiritual de Abu Musab al Zarqawi, um dos fundadores da Al Qaeda no Iraque e que influenciou os militantes do EI.
O termo árabe “jihad” está presente no Alcorão e significa um esforço no caminho de Deus. Os teólogos mulçumanos dividem a jihad em dois tipos: o esforço individual de luta contra si mesmo para conquistar um bom caminho espiritual e a luta para levar o Islã para outras pessoas. Segundo o Alcorão, quem entrar nessa luta participará da felicidade no paraíso.
A palavra é frequentemente associada à “Guerra Santa”. Isso porque ao apelo do jihad, pode-se adotar a defesa ou o ataque militar para instaurar a Lei de Deus contra os inimigos. É nessa corrente que o islamismo violento se instaura.
Um termo muito usado pelos radicais é a palavra “mujahidin”, que se refere a “aquele que busca o jihad”, combatentes dispostos ao sacrifício da própria vida em nome de Deus. Segundo o Alcorão, o guerreiro que se entregasse ao martírio alcançaria a glória da morte em combate e seria recompensado com a benção e o paraíso.
A associação do termo à guerra pelos extremistas é criticada por muitos mulçumanos como uma interpretação errada do conceito. Para alguns líderes religiosos, existem regras do que seria um jihad justo e ela também poderia acontecer por meios pacíficos, sendo que o Islã jamais aceitaria a morte de inocentes ou atos de crueldade.
Bin Laden e o jihadismo transnacional num mundo globalizado
A segunda geração de jihadistas, dos anos 2000, foi inspirada pela ideologia terrorista de Bin Laden, mas eles não necessariamente fazem parte da rede. Existem diversos grupos e células dispersas, muitas com autonomia e sem qualquer ligação entre si, mas que têm como referência comum o ideal do Jihad e a volta a um passado mítico. Existem também os jihadistas “solitários”, seduzidos pela ideologia, mas que não fazem parte de nenhum grupo.
Hoje, os combatentes e militantes são formados por pessoas de diferentes nacionalidades, atraídas pelo discurso antiocidental e que estão dispostas a se colocarem a serviço de um nova guerra santa em qualquer lugar do mundo. Na Chechênia, província da Rússia de maioria mulçumana sunita, durante o conflito das duas guerras para a separação (1996 e 1999), jihadistas islâmicos estrangeiros ligados à Al-Qaeda viajaram ao país em apoio aos rebeldes, na tentativa de instaurar um estado islâmico.
A recente guerra civil da Síria, que se iniciou em 2011, com protestos da população contra o regime do presidente Bashar al-Assad, ganhou o apoio de milhares de jovens estrangeiros jihadistas. São homens (e também mulheres) que entraram ilegalmente pela fronteira síria para lutar no país ao lado dos rebeldes.
Diversos grupos extremistas viram o conflito como uma oportunidade para derrubar o Estado e, posteriormente, impor a islamização a toda a sociedade. Na Síria, grupos radicais islâmicos já cometeram inúmeras atrocidades e controlam territórios onde governam através de tribunais da Sharia.
Muitos dos jihadistas estrangeiros que lutaram ao lado dos rebeldes sírios foram para o Iraque e se juntaram às brigadas do Estado Islâmico, que tomou grande parte do território norte e oeste do país. O grupo extremista autoproclamou um Califado e aspira tomar o território de outros países islâmicos, a começar pelo Oriente Médio. Outros possíveis alvos seriam os EUA e países da Europa.
Segundo dados do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede em Londres, o EI contaria hoje com um exército de 50.000 homens apenas na Síria. Desses, 20.000 seriam estrangeiros, principalmente de outros países árabes, do Norte da África e da Europa. Outros 30.000 homens no Iraque completam o efetivo.
Os números são imprecisos. Os EUA calculam em cerca de 2 mil o número de combatentes ocidentais na Síria, incluindo mais de 200 norte-americanos. A França estima que mais de mil franceses tenham se juntado ao Estado Islâmico na Síria e Iraque. O Reino Unido contabiliza pelo menos 500 britânicos que viajaram para os dois conflitos e a Austrália, cerca de 60 cidadãos. A Alemanha relatou a ida de 60 alemães para o Egito depois de treinados na Somália.
A maioria desses jovens ocidentais são filhos ou netos de mulçumanos. Analistas avaliam que o racismo, o desemprego e a crise de identidade influenciam jovens mulçumanos a buscar o jihadismo. Atraídos pela propaganda dos militantes por um novo caminho de vida, eles são recrutados por amigos próximos e pela internet, em fóruns virtuais e redes sociais. Ingleses chegaram a postar selfies e fotos do front de batalha na Síria, vangloriando-se de seus “feitos” como se fossem atos heroicos.
Foi justamente o reconhecimento do sotaque britânico de um jihadista que aparece no vídeo da execução de um jornalista por militantes do EI que gerou o sinal de alerta sobre o alistamento de estrangeiros no grupo. Divulgado em agosto deste ano, o chocante vídeo mostra a decapitação do norte-americano James Foley. Segundo o serviço secreto britânico, o algoz do jornalista seria um cidadão britânico.
A atuação radical do Estado Islâmico no Iraque não é reconhecida por países do Oriente Médio como Líbano, Jordânia, Irã e Arábia Saudita. O autodeclarado Califado no território iraquiano é visto como uma ameaça à segurança por esses países e também por comunidades muçulmanas moderadas.
Embora alguns desses jovens estrangeiros tenham manifestado o desejo de sair do grupo, os países temem que os combatentes que voltarem pra casa cometam atos terroristas. No início de setembro, especialistas do King's College, em Londres, sugeriram que o governo britânico iniciasse um "programa de desradicalização" já que alguns cidadãos britânicos teriam se mostrado arrependidos de se juntar ao ISIS e manifestaram vontade de retornar ao seu país. No entanto, o primeiro-ministro britânico David Cameron propõe condenar por cerca de 30 anos quem estiver ligado ao grupo extremista.
DIRETO AO PONTO
A recente guerra civil da Síria, que se iniciou em 2011, com protestos da população contra o regime do presidente Bashar al-Assad, ganhou o apoio de milhares de jovens estrangeiros jihadistas que entraram ilegalmente pela fronteira síria para lutar no país ao lado dos rebeldes.
Diversos grupos extremistas viram o conflito como uma oportunidade para derrubar o Estado e, posteriormente, impor a islamização a toda a sociedade. Na Síria, grupos radicais islâmicos já cometeram inúmeras atrocidades e controlam territórios onde governam através de tribunais da Sharia.
O principal grupo e o mais violento é o Estado Islâmico (EI), que tomou partes do território do Iraque, autoproclamou um Califado no país e aspira invadir o território de outras nações islâmicas.
A maioria desses jovens ocidentais que viajam para a Síria e Iraque para lutar são filhos ou netos de muçulmanos. Analistas avaliam que o racismo, o desemprego e a crise de identidade faz com que muitos jovens muçulmanos sejam presos fáceis para o jihadismo. Atraídos pela propaganda do EI e por um novo caminho de vida, eles são recrutados pela internet e estão dispostos a ingressar em uma nova jihad em qualquer lugar do mundo. O fenômeno têm preocupado os EUA e países da Europa, que temem uma onda de ataques terroristas.
Os atos e ataques terroristas, segundo alguns estudiosos, tiveram início no século I d. C., quando um grupo de judeus radicais, chamados de sicários (Homens de punhal), atacava cidadãos judeus e não judeus que eram considerados a favor do domínio romano. Outros indícios que confirmam as origens remotas do terrorismo são os registros da existência de uma seita muçulmana no final do século XI d. C., que se dedicou a exterminar seus inimigos no Oriente Médio. Dessa seita teria surgido a origem da palavra assassino.
O terrorismo moderno tem sua origem no século XIX no contexto europeu, quando grupos anarquistas viam no Estado seu principal inimigo. A principal ação terrorista naquele período visava à luta armada para constituição de uma sociedade sem Estado – para isso, os anarquistas tinham como principal alvo algum chefe de estado e não seus cidadãos.
Durante a segunda metade do século XIX, as ações terroristas tiveram uma ascensão, porém foi no século XX que houve uma expansão dos grupos que optaram pelo terrorismo como forma de luta. Como consequência dessa expansão, o raio de atuação terrorista aumentou, surgindo novos grupos, como os separatistas bascos na Espanha, os curdos na Turquia e Iraque, os mulçumanos na Caxemira e as organizações paramilitares racistas de extrema direita nos EUA. Um dos seguidores dessa última organização foi Timothy James McVeigh, terrorista que assassinou 168 pessoas em 1995, no conhecido atentado de Oklahoma.
Com o desenvolvimento da ciência e tecnologia no século XX, as ações terroristas passaram a ter um maior alcance e poder, através de conexões globais sofisticadas, uso de tecnologia bélica de alto poder destrutivo, redes de comunicação (internet) etc.
No início do século XXI, principalmente após os ataques terroristas aos EUA, no ano de 2001, estudiosos classificaram o terrorismo em quatro formas: o terrorismo revolucionário, que surgiu no século XX e seus praticantes ficaram conhecidos como guerrilheiros urbanos marxistas (maoístas, castristas, trotskistas e leninistas). O terrorismo nacionalista, que foi fundado por grupos que desejavam formar um novo Estado-nação dentro de um Estado já existente (separação territorial), como no caso do grupo terrorista separatista Eta, na Espanha (o povo Basco não se identifica como espanhol, mas ocupa o território espanhol e é submetido ao governo da Espanha).
O terrorismo de Estado é praticado pelos Estados nacionais e seus atos integram duas ações. A primeira seria o terrorismo praticado contra a sua própria população. Foram exemplos dessa forma de terrorismo: os Estados totalitários Fascistas e Nazistas, a ditadura militar brasileira e a ditadura de Pinochet no Chile. A segunda forma se constituiu como a luta contra a população estrangeira (xenofobismo).
E o terrorismo de organizações criminosas, que são atos de violência praticados por fins econômicos e religiosos, como nos casos da máfia italiana, do Cartel de Medellín, da Al Qaeda, etc.
No mundo contemporâneo, as ameaças terroristas são notícias recorrentes na imprensa, “para a maior visualização do terrorismo mundial, a mídia exerce um papel fundamental. Mas é evidente que também cria um sensacionalismo em torno dos terroristas [...] a mídia ajuda a justificar a legalidade e a necessidade de ações antiterroristas que, muitas vezes, levam adiante banhos de sangue e violações aos direitos humanos que atingem mais a população civil do que os próprios terroristas” (SILVA; SILVA, 2005: 398-399).
http://www.brasilescola.com/historia/terrorismo.htm
24.set.2014 - Uma mulher síria curda em tempestade de areia em uma colina onde e ela e outras pessoas observavam confrontos entre jihadistas do Estado Islâmico e combatentes curdos, no vilarejo de Swedi, a 10 km a oeste de Suruc, na província de Sanliurfa, na Síria.
Em sua origem, o Estado Islâmico nasceu no Iraque, em 2003, e atuava como um braço da Al Qaeda. Após romperem relações, em 2013, o EI se juntou a um grupo jihadista sírio, criando o Estado Islâmico do Iraque e Levante, ISIS (Islamic State of Iraq and the Levant) na sigla em inglês. Presentes na Síria e Iraque, os militantes jihadistas buscam instalar um Estado pan-islâmico.
Direto ao ponto: Ficha-resumo
Islamismo e grupos radicais
O Islamismo se refere a diversos tipos de ativismo político do mundo mulçumano. Existe uma variedade de correntes ideológicas islamistas contemporâneas, entre moderadas, extremistas e religiosas. Todas buscam a construção de um Estado islâmico, tendo a religião Islã como elemento fundamental da política e da vida social.
Desde o início do século 20, após a independência dos países árabes da colonização europeia, diversos grupos fundamentalistas islâmicos surgiram e muitos se organizaram militarmente. Alguns deles são classificados pelos EUA como terroristas. No Egito, o movimento Irmandade Mulçumana, fundado em 1928, é considerado por muitos analistas como o precursor do islamismo militante moderno e disputou eleições legislativas.
No Irã, a revolução xiita de 1979 levou o líder religioso Khomeini a se tornar o Líder Supremo de uma nação teocrática. No Líbano, em reação à invasão ao país por Israel nos anos 1980, o grupo armado xiita Hezbolhah fez uso de ataques suicidas e sequestros. Em 1996, no Afeganistão, a milícia radical do Talibã utilizou táticas de guerrilha e ataques de homem-bomba para tomar o poder.
Na Palestina, o grupo Hamas é reconhecido pelas práticas violentas pela independência da região e foi considerado o primeiro grupo islâmico no mundo árabe a conquistar o poder democraticamente. Outro grupo militante palestino é o Jihad Islâmico, apontado como o grupo armado palestino mais radical e que cometeu diversos atentados terroristas contra Israel. Surgiu na década de 1970 e considera a luta contra os israelenses como uma Guerra Santa.
Apesar de táticas parecidas, esses grupos sempre tiveram uma atuação mais local do que internacional. A partir da década de 1990, no contexto da globalização, um novo tipo de fenômeno emerge: o terrorismo transnacional, relacionado à ascensão da organização terrorista conhecida como Al-Qaeda, fundada por Osama Bin Laden e que pregava uma luta contra o Ocidente. Os jihadistas ganharam maior visibilidade após os ataques de 11 de setembro de 2001, quando militantes da Al-Qaeda lançaram aviões contra o World Trade Center, em Nova York, e com a posterior invasão do Iraque pelos EUA, em 2003.
O jihadismo
Uma das correntes mais radicais e com maior visibilidade é a jihadista, que acredita que a sociedade mulçumana foi corrompida pela modernidade e pelos valores morais do Ocidente e por isso é necessário um retorno ao Islã original da época de Maomé.
Ela não acredita na luta político-partidária ou na participação nas instituições políticas tradicionais, pois não estariam de acordo com a sharia, o conjunto de leis baseadas na interpretação do Alcorão (o livro sagrado do Islamismo) e na vida do profeta Maomé, o fundador do Islã.
Os jihadistas consideram o jihad como uma obrigação de qualquer mulçumano, onde a violência e a luta armada seria um recurso legítimo. Na interpretação desses grupos, o jihad seria uma obrigação individual dos militantes, uma revolução permanente contra os inimigos do Islã e os governantes infiéis.
Os jihadistas do Jihad Islâmico do Egito, por exemplo, buscam derrubar o governo e formar um estado islâmico no país. Já os jihadistas do EI buscam restaurar um califado (tradicional sistema de governo árabe) com caráter global e que unificaria as terras mulçumanas, tendo o Ocidente como inimigo. Também querem impor à sociedade o que consideram o modo de vida verdadeiramente islâmico.
Existe uma corrente chamada “salafismo jihadista”, que foi idealizado por Abu Muhammad al Maqdisi e por Abu Qatada al Filistani, na Londres islâmica dos anos 1990. Maqdisi a descreve como sendo um movimento global que admite a existência de diversas frentes jihadistas, como no Afeganistão, Bósnia e Chechênia. Ele foi mentor espiritual de Abu Musab al Zarqawi, um dos fundadores da Al Qaeda no Iraque e que influenciou os militantes do EI.
O termo árabe “jihad” está presente no Alcorão e significa um esforço no caminho de Deus. Os teólogos mulçumanos dividem a jihad em dois tipos: o esforço individual de luta contra si mesmo para conquistar um bom caminho espiritual e a luta para levar o Islã para outras pessoas. Segundo o Alcorão, quem entrar nessa luta participará da felicidade no paraíso.
A palavra é frequentemente associada à “Guerra Santa”. Isso porque ao apelo do jihad, pode-se adotar a defesa ou o ataque militar para instaurar a Lei de Deus contra os inimigos. É nessa corrente que o islamismo violento se instaura.
Um termo muito usado pelos radicais é a palavra “mujahidin”, que se refere a “aquele que busca o jihad”, combatentes dispostos ao sacrifício da própria vida em nome de Deus. Segundo o Alcorão, o guerreiro que se entregasse ao martírio alcançaria a glória da morte em combate e seria recompensado com a benção e o paraíso.
A associação do termo à guerra pelos extremistas é criticada por muitos mulçumanos como uma interpretação errada do conceito. Para alguns líderes religiosos, existem regras do que seria um jihad justo e ela também poderia acontecer por meios pacíficos, sendo que o Islã jamais aceitaria a morte de inocentes ou atos de crueldade.
Bin Laden e o jihadismo transnacional num mundo globalizado
A segunda geração de jihadistas, dos anos 2000, foi inspirada pela ideologia terrorista de Bin Laden, mas eles não necessariamente fazem parte da rede. Existem diversos grupos e células dispersas, muitas com autonomia e sem qualquer ligação entre si, mas que têm como referência comum o ideal do Jihad e a volta a um passado mítico. Existem também os jihadistas “solitários”, seduzidos pela ideologia, mas que não fazem parte de nenhum grupo.
Hoje, os combatentes e militantes são formados por pessoas de diferentes nacionalidades, atraídas pelo discurso antiocidental e que estão dispostas a se colocarem a serviço de um nova guerra santa em qualquer lugar do mundo. Na Chechênia, província da Rússia de maioria mulçumana sunita, durante o conflito das duas guerras para a separação (1996 e 1999), jihadistas islâmicos estrangeiros ligados à Al-Qaeda viajaram ao país em apoio aos rebeldes, na tentativa de instaurar um estado islâmico.
A recente guerra civil da Síria, que se iniciou em 2011, com protestos da população contra o regime do presidente Bashar al-Assad, ganhou o apoio de milhares de jovens estrangeiros jihadistas. São homens (e também mulheres) que entraram ilegalmente pela fronteira síria para lutar no país ao lado dos rebeldes.
Diversos grupos extremistas viram o conflito como uma oportunidade para derrubar o Estado e, posteriormente, impor a islamização a toda a sociedade. Na Síria, grupos radicais islâmicos já cometeram inúmeras atrocidades e controlam territórios onde governam através de tribunais da Sharia.
Muitos dos jihadistas estrangeiros que lutaram ao lado dos rebeldes sírios foram para o Iraque e se juntaram às brigadas do Estado Islâmico, que tomou grande parte do território norte e oeste do país. O grupo extremista autoproclamou um Califado e aspira tomar o território de outros países islâmicos, a começar pelo Oriente Médio. Outros possíveis alvos seriam os EUA e países da Europa.
Segundo dados do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede em Londres, o EI contaria hoje com um exército de 50.000 homens apenas na Síria. Desses, 20.000 seriam estrangeiros, principalmente de outros países árabes, do Norte da África e da Europa. Outros 30.000 homens no Iraque completam o efetivo.
Os números são imprecisos. Os EUA calculam em cerca de 2 mil o número de combatentes ocidentais na Síria, incluindo mais de 200 norte-americanos. A França estima que mais de mil franceses tenham se juntado ao Estado Islâmico na Síria e Iraque. O Reino Unido contabiliza pelo menos 500 britânicos que viajaram para os dois conflitos e a Austrália, cerca de 60 cidadãos. A Alemanha relatou a ida de 60 alemães para o Egito depois de treinados na Somália.
A maioria desses jovens ocidentais são filhos ou netos de mulçumanos. Analistas avaliam que o racismo, o desemprego e a crise de identidade influenciam jovens mulçumanos a buscar o jihadismo. Atraídos pela propaganda dos militantes por um novo caminho de vida, eles são recrutados por amigos próximos e pela internet, em fóruns virtuais e redes sociais. Ingleses chegaram a postar selfies e fotos do front de batalha na Síria, vangloriando-se de seus “feitos” como se fossem atos heroicos.
Foi justamente o reconhecimento do sotaque britânico de um jihadista que aparece no vídeo da execução de um jornalista por militantes do EI que gerou o sinal de alerta sobre o alistamento de estrangeiros no grupo. Divulgado em agosto deste ano, o chocante vídeo mostra a decapitação do norte-americano James Foley. Segundo o serviço secreto britânico, o algoz do jornalista seria um cidadão britânico.
A atuação radical do Estado Islâmico no Iraque não é reconhecida por países do Oriente Médio como Líbano, Jordânia, Irã e Arábia Saudita. O autodeclarado Califado no território iraquiano é visto como uma ameaça à segurança por esses países e também por comunidades muçulmanas moderadas.
Embora alguns desses jovens estrangeiros tenham manifestado o desejo de sair do grupo, os países temem que os combatentes que voltarem pra casa cometam atos terroristas. No início de setembro, especialistas do King's College, em Londres, sugeriram que o governo britânico iniciasse um "programa de desradicalização" já que alguns cidadãos britânicos teriam se mostrado arrependidos de se juntar ao ISIS e manifestaram vontade de retornar ao seu país. No entanto, o primeiro-ministro britânico David Cameron propõe condenar por cerca de 30 anos quem estiver ligado ao grupo extremista.
DIRETO AO PONTO
A recente guerra civil da Síria, que se iniciou em 2011, com protestos da população contra o regime do presidente Bashar al-Assad, ganhou o apoio de milhares de jovens estrangeiros jihadistas que entraram ilegalmente pela fronteira síria para lutar no país ao lado dos rebeldes.
Diversos grupos extremistas viram o conflito como uma oportunidade para derrubar o Estado e, posteriormente, impor a islamização a toda a sociedade. Na Síria, grupos radicais islâmicos já cometeram inúmeras atrocidades e controlam territórios onde governam através de tribunais da Sharia.
O principal grupo e o mais violento é o Estado Islâmico (EI), que tomou partes do território do Iraque, autoproclamou um Califado no país e aspira invadir o território de outras nações islâmicas.
A maioria desses jovens ocidentais que viajam para a Síria e Iraque para lutar são filhos ou netos de muçulmanos. Analistas avaliam que o racismo, o desemprego e a crise de identidade faz com que muitos jovens muçulmanos sejam presos fáceis para o jihadismo. Atraídos pela propaganda do EI e por um novo caminho de vida, eles são recrutados pela internet e estão dispostos a ingressar em uma nova jihad em qualquer lugar do mundo. O fenômeno têm preocupado os EUA e países da Europa, que temem uma onda de ataques terroristas.
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Fonte: http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/estado-islamico-jovens-ocidentais-sao-atraidos-para-o-terrorismo-na-siria-e-iraque.htm
Fonte: valorizeaebd.blogspot.comFonte: CPAD.
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