Presidente é acusada de cumplicidade em caso de tráfico de influência envolvendo amiga íntima. Proposta tem de ser aprovada por dois terços dos 300 deputados
O Parlamento da Coreia do Sul apresentou nesta quinta-feira (8) uma moção para a destituição da presidente do país, Park Geun-hye, enfraquecida pelo maior escândalo político dos últimos anos. A votação para dar início ao processo de cassação de Park deve acontecer nesta sexta-feira.
Para ser aprovada, é necessário o apoio de no mínimo dois terços dos 300 deputados do Parlamento – o que envolve todos os votos da oposição e mais os de pelo menos 28 deputados do partido do governo, o Saenuri.
Além da aprovação no Parlamento, ainda seria necessário o voto de seis dos nove juízes do Tribunal Constitucional. O prazo para a Corte anunciar a decisão é de 180 dias, o que significa que a crise que vem afetando a Coreia do Sul nas últimas semanas ainda poderá se arrastar por meses.
Park é acusada de cumplicidade em um caso de tráfico de influência e fraude protagonizado por uma amiga íntima, Choi Soon-sil, que, por sua vez, é suspeita de ter interferido em assuntos de Estado sem possuir cargo público. Choi e dois antigos assessores presidenciais, também teriam pressionado mais de 50 empresas do país a doar 65,7 milhões de dólares a duas fundações.
Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas nas últimas semanas para pedir a demissão da presidente. O escândalo, que ficou conhecido como “Choi Soon-sil Gate”, reduziu a taxa de aprovação da presidente para 5%, o menor índice já registrado para um chefe de Estado coreano desde os protestos pró-democratização na década de 1980.
A primeira mulher presidente da Coreia do Sul poderia, portanto, se tornar a primeira chefe de Estado a ser destituída. Em 2004, o impeachment contra o ex-presidente Roh Moo-hyun foi rejeitado pelo Tribunal Constitucional.
O mandato de Park termina dentro de 15 meses. Caso ela se demita antes, a lei obriga a eleições no prazo de 60 dias.
Fonte: G1
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