11 de julho de 2016

Noticia: Terrorismo no DF: suspeito mobiliza polícia e PF apura denúncia

Policias do Bope detiveram o suspeito na casa dele, em São Sebastião (DF), 10 equipes da unidade especial se envolveram no caso. Paquistanês foi denunciado pela mulher por ameaça de morte e, detido, disse à polícia que tinha planos de detonar explosivos no Aeroporto Internacional de Brasília

Um paquistanês de 32 anos suspeito de terrorismo acabou detido na manhã deste domingo (10) em casa, em São Sebastião, no Distrito Federal, pela Polícia Militar e encaminhado à Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Segundo informações da ocorrência da PM, o caso foi tratado, inicialmente como uma ocorrência da Lei Maria da Penha, com ameaças de morte à mulher, uma brasileira, e à família dela. Segundo denúncia da companheira, ele mataria os parentes dela e se suicidaria na segunda-feira (11), utilizando explosivos, no Aeroporto Internacional de Brasília. Nenhuma das autoridades informou a identidade dos envolvidos.

A denúncia partiu da mulher do suspeito, que foi ao 21º Batalhão da PM, em São Sebastião. Em seguida, os PMs encaminharam o casal para a 6ª Delegacia de Polícia, no Paranoá, onde ficam concentrados os flagrantes na região durante o fim de semana. O objetivo da esposa era formalizar a ocorrência. Mas, ao chegar à delegacia, desistiu de prestar a queixa. Policiais militares acreditam que a desistência aconteceu por um desejo dela de que o acusado partisse logo do Brasil. Caso a acusação fosse registrada, o marido, que tem passagem comprada para o Paquistão, na terça-feira, ficaria preso e não embarcaria — ele deixaria Brasília na segunda em direção a São Paulo. Segundo divulgou a PM, o bilhete de viagem foi encontrado em revista na casa dele. O retorno ao país estava previsto para setembro.

Voucher da passagem aérea mostra que o suspeito iria para o Paquistão, via São Paulo

O delegado-chefe da 6ª DP, Marcelo Portela, disse que, em depoimento, em meio a conversas desencontradas, o estrangeiro comentou que detonaria explosivos no terminal aeroviário da capital federal. Como a acusação da Lei Maria da Penha feita pela mulher não foi formalmente registrada na 6ª DP, a Polícia Militar resolveu transferi-lo para a Polícia Federal por suspeita de terrorismo. Mesmo assim, até o fechamento desta edição, não era possível confirmar a veracidade da história. “Não há indícios de nenhuma célula terrorista na região”, atestou Portela. Mesmo assim, o caso ganhou repercussão por causa das proximidades dos Jogos Olímpicos no Brasil.

Ontem, o casal e outros parentes também prestou esclarecimentos na Superintendência da PF. Em nota, a corporação informou que “estão sendo efetuadas buscas de informações junto a organismos internacionais e que soltará hoje nota de esclarecimento sobre os fatos apurados”. Pelo menos até as 22h, o paquistanês permanecia detido na PF.

Contradições

Apesar da ameaça, o episódio é apurado pelas autoridades com cautela. Na avaliação dos policiais, há muitas contradições entre a versão da mulher e os fatos. Embora em todos os documentos ele seja paquistanês, a companheira alega que ele é argelino. O homem teria chegado ao Brasil durante a Copa do Mundo, em 2014, e conseguiu documentos brasileiros após o casamento.

Eles têm um filho de 1 ano. A PM entende que os dois estariam com o relacionamento em crise. As brigas eram frequentes por causa da guarda do menino, que o suspeito fazia questão de levar consigo na viagem ao Paquistão. Além da nacionalidade, a mulher questiona a veracidade de uma Certidão de Óbito apresentada para o casamento. Para poder se casar com a brasileira, o suspeito teria mostrado um documento falso que atestaria a morte da primeira mulher. Ela acredita que a outra companheira está viva e que ele tem outra família no Paquistão.

Em São Sebastião, onde o caso ganhou grande repercussão, a vizinhança, não confirmou conflitos entre o casal. Um vizinho, que não quis se identificar, afirmou que ele é “aparentemente um cara tranquilo”. O suspeito é visto saindo para trabalhar entre as 7h e as 8h, mas ninguém sabe a que horas volta à casa ou que tipo de trabalho faz.
Fonte: Correio Braziliense


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