Segundo o mais recente relatório da Universidade Simón Bolivar, 87% dos venezuelanos afirmam não ter dinheiro para comprar a quantidade de comida que necessitam para viver. O dado foi utilizado com destaque em reportagem publicada pelo jornal New York Times que narra a disputa por alimentos no país. Soldados vigiam padarias, caminhões de alimentos são acompanhados por guarda armada e os soldados usam balas de borracha contra multidões que atacam farmácias, mercearias e lojas de alimentos. “A Venezuela convulsiona por comida”, diz o jornal americano.
Milhares de moradores da cidade de Cumaná, por exemplo, marcharam em direção a um supermercado, exigindo comida. Forçaram as portas, derrubaram prateleiras e levaram tudo que podiam carregar. “É um dos países com as maiores reservas de petróleo do mundo, o que se vê são pessoas causando tumultos por não terem comida suficiente”, diz o NYT.
Nas últimas duas semanas, mais de 50 protestos por comida ocorream no país. Lojas foram arrombadas, saqueadas e a onda de violência deixou cinco mortos. O colapso econômico a que o país foi submetido durante o governo de Nicolás Maduro levou à incapacidade de produzir alimento suficiente. A Venezuela também não consegue importar o que é necessário. As cidades foram militarizadas, após um decreto emergencial do presidente, o “homem que escolheu continuar a revolução propagada por Chávez, morto há três anos”.
A reportagem cita outro estudo elaborado pelo Centro de Documentação e Análise Social, grupo associado à federação de professores da Venezuela. De acordo com o relatório, os venezuelanos gastam 72% de seus salários mensais somente na compra alimentos. “Perguntar às pessoas qual foi a última vez que elas tiveram uma refeição de verdade é provavelmente ouvir que não foi hoje”, diz a reportagem.
Economistas defendem que anos de má gestão econômica aliados à queda no preço do petróleo – a principal fonte de receita do país – levaram ao desmantelamento da indústria de fornecimento de comida do país. Os canaviais deixaram de produzir por falta de fertilizantes, máquinas estão paradas em fábricas de estatais que foram fechadas. Produtos básicos, como arroz e milho – antes exportados – agora precisam ser importados, mas chegam em quantidade muito aquém do necessário.
Maduro criou medidas específicas para garantir o abastecimento de comida. Fazendo uso de decretos emergenciais, ele colocou grupos e brigadas ligadas ao governo no controle da distribuição de alimentos. A medida, como afirma o NYT, relembra o racionamento de comida ocorrido em Cuba. “Em outras palavras, eles estão dizendo que para conseguir comida, você precisa ser simpatizante do governo”, disse Roberto Briceño-León, diretor do Observatório Venezuelano de Violência, uma organização de direitos civis. O jovem Gabriel Márquez, 24, traduz a situação com um paralelo. “Antigamente, durante o carnaval, nós atíravamos ovos uns nos outros apenas por diversão. Agora, ovo é como se fosse ouro”.
Fonte: ÉPOCA
Leia mais: Notícias. Com
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Milhares de moradores da cidade de Cumaná, por exemplo, marcharam em direção a um supermercado, exigindo comida. Forçaram as portas, derrubaram prateleiras e levaram tudo que podiam carregar. “É um dos países com as maiores reservas de petróleo do mundo, o que se vê são pessoas causando tumultos por não terem comida suficiente”, diz o NYT.
Nas últimas duas semanas, mais de 50 protestos por comida ocorream no país. Lojas foram arrombadas, saqueadas e a onda de violência deixou cinco mortos. O colapso econômico a que o país foi submetido durante o governo de Nicolás Maduro levou à incapacidade de produzir alimento suficiente. A Venezuela também não consegue importar o que é necessário. As cidades foram militarizadas, após um decreto emergencial do presidente, o “homem que escolheu continuar a revolução propagada por Chávez, morto há três anos”.
A reportagem cita outro estudo elaborado pelo Centro de Documentação e Análise Social, grupo associado à federação de professores da Venezuela. De acordo com o relatório, os venezuelanos gastam 72% de seus salários mensais somente na compra alimentos. “Perguntar às pessoas qual foi a última vez que elas tiveram uma refeição de verdade é provavelmente ouvir que não foi hoje”, diz a reportagem.
Economistas defendem que anos de má gestão econômica aliados à queda no preço do petróleo – a principal fonte de receita do país – levaram ao desmantelamento da indústria de fornecimento de comida do país. Os canaviais deixaram de produzir por falta de fertilizantes, máquinas estão paradas em fábricas de estatais que foram fechadas. Produtos básicos, como arroz e milho – antes exportados – agora precisam ser importados, mas chegam em quantidade muito aquém do necessário.
Maduro criou medidas específicas para garantir o abastecimento de comida. Fazendo uso de decretos emergenciais, ele colocou grupos e brigadas ligadas ao governo no controle da distribuição de alimentos. A medida, como afirma o NYT, relembra o racionamento de comida ocorrido em Cuba. “Em outras palavras, eles estão dizendo que para conseguir comida, você precisa ser simpatizante do governo”, disse Roberto Briceño-León, diretor do Observatório Venezuelano de Violência, uma organização de direitos civis. O jovem Gabriel Márquez, 24, traduz a situação com um paralelo. “Antigamente, durante o carnaval, nós atíravamos ovos uns nos outros apenas por diversão. Agora, ovo é como se fosse ouro”.
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