3 de dezembro de 2015

E a idolatria venceu!

Enorme celeuma levantou-se em duas cidades da Baixada Santista (Santos e São Vicente), em decorrência da atitude de dois evangélicos que exercem cargos públicos naquelas cidades. É que eles determinaram, dentro de suas atribuições, a remoção da imagem de Nossa Senhora Aparecida de estabelecimentos públicos. Em Santos, do Pronto-Socorro localizado Zona Leste e em São Vicente, do Centro de Convivência e Formação.

O principal jornal da cidade – A TRIBUNA – encarregou-se de, em edições repetitivas, dar um ar de escândalo ao acontecido, tecendo comentários em suas colunas de que se tratava de uma ‘guerra santa’ entre evangélicos e católicos. E o Jornal da Orlapublicou:


O assunto dominou as duas cidades com passeatas de protestos tendo a frente os párocos de Santos e São Vicente. Certo vereador encarregou-se de dar sua conotação política, aproveitando-se do episódio, para declarar Nossa Senhora Aparecida como a santa da sua devoção. Edições que comentaram o assunto trouxeram várias manchetes, em dias sucessivos, como as que seguem:

Na edição de 24 de outubro de 2001:



Na edição de 30/10/2001


JUSTIFICATIVA PARA A REMOÇÃO DA IMAGEM

Ambos os homens públicos evangélicos justificaram sua atitude declarando que o Brasil é um país de múltiplos credos, e nada justifica perpetuar uma imagem que remete apenas ao catolicismo. Nada mais correto, de acordo com a Constituição Federal brasileira, que coloca a religião e o Estado independentes, como também define que todos são iguais perante a lei.

Entretanto, declaram os católicos que “só quem está afastado das coisas do povo é capaz de produzir tal raciocínio. Primeiro, que não é a imagem da santa – que ali estava há 50 anos – o ícone capaz de influenciar qualquer que seja a educação religiosa ali oferecida. Pelo contrário, agregar a ela outras simbologias presentes nas demais serviria, isto sim, para falar da imensa fé que caracteriza o povo brasileiro” (A Tribuna, 24/10/2001, p. A2).

O MAIS IMPORTANTE NÃO FOI COGITADO

Ora, sendo a Igreja Católica Romana o ramo mais importante do Cristianismo, e que constitui a maioria dos cristãos do Brasil, deveria ela, pelos seus representantes que proporcionaram movimentos de protesto ente os católicos, justificar a colocação das imagens em seus respectivos lugares, não arvorados na tradição católica do povo brasileiro, mas, principalmente, declarando que sua posição inflexível tinha apoio no livro que é a base da religião Católica – a Bíblia Sagrada.

Não erramos em declarar que a Bíblia Sagrada é o livro base da religião católica. No Catecismo de Doutrina Cristãse pergunta: Onde se acham as verdades que Deus revelou aos homens? A resposta é que elas se acham naBíblia e na Tradição.

Sendo assim, nada melhor do que os padres que se envolveram em chefiar movimentos de protesto pelo ato dos dois secretários, justificasse perante os católicos que sua ação estava alicerçada na Bíblia Sagrada. Mas, surpreendentemente, em todas as edições publicadas do jornal A TRIBUNA, jamais se leu qualquer citação bíblica que justificasse esse movimento de protesto. Isso é estranho! Não estaria o ato público de protesto encabeçado pelos líderes católicos sem apoio bíblico? Aí está o grave problema. Nenhuma justificativa bíblica, razão porque a Bíblia não foi citada em nenhuma ocasião. Justificaram sim, baseados no costume antigo do brasileiro se prostrar e rogar ajuda às imagens de escultura em todo o Brasil. Tanto é assim que a imagem representa aquela que é reconhecida, por decreto federal, a padroeira do Brasil e, que, em data de 12 de outubro, comemoram essa suposta proteção que se pensa Nossa Senhora Aparecida exercer em favor do povo brasileiro.

O QUE DIZ A BÍBLIA

A Bíblia condena explicitamente a prática religiosa da idolatria. Idolatria, por sua vez, é a veneração ou o culto dirigido a qualquer imagem, ídolo, representação de alguma coisa. Para justificar sua posição frente à Bíblia – dizem os lideres católicos – que não adoram as imagens, porém, só as veneram. Muito embora afirmem que o que é adorado não é a própria imagem, mas o que a imagem representa. Deve-se ter presente que essa adoração tida como relativa, não passa de idolatria.

A IRRACIONALIDADE DA ADORAÇÃO DE IMAGENS

A Bíblia mostra a irracionalidade da adoração de imagens em Isaías 44.14-20: “Quando corta para si cedros, toma, também, o cipreste e o carvalho; assim escolhe dentre as árvores do bosque; planta um olmeiro, e a chuva o faz crescer. Então serve ao homem para queimar; e toma deles, e se aquenta, e os acende, e coze o pão; também faz um deus, e se prostra diante dele; também fabrica uma imagem de escultura, e ajoelha-se diante dela. Metade dele queima no fogo, com a outra metade prepara a carne para comer, assa-a e farta-se dela; também se aquenta, e diz: Ora já me aquentei, já vi o fogo. Então do resto faz um deus, uma imagem de escultura; ajoelha-se diante dela, e se inclina e roga-lhe, e diz: Livra-me, porquanto tu és o meu deus. Nada sabem, nem entendem; porque tapou os olhos para que não vejam, e os seus corações para que não entendam. E nenhum deles cai em si, e já não têm conhecimento nem entendimento para dizer: Metade queimei no fogo, e cozi pão sobre as suas brasas, assei sobre elas carne, e a comi; e faria eu do resto uma abominação? Ajoelhar-me-ei ao que saiu de uma árvore? Apascenta-se de cinza; o seu coração enganado o desviou, de maneira que já não pode livrar a sua alma, nem dizer: Porventura não há uma mentira na minha mão direita?”

“Que aproveita a imagem de escultura, depois que a esculpiu o seu artífice? Ela é máscara e ensina mentira, para que quem a formou confie na sua obra, fazendo ídolos mudos? Ai daquele que diz ao pau: Acorda! E à pedra muda: Desperta! Pode isso ensinar? Eis que está coberta de ouro e de prata, mas dentro dela não há espírito algum” (Habacuque 2.18-19).

“Também a sua terra está cheia de ídolos; inclinam-se perante a obra das suas mãos, diante daquilo que fabricaram os seus dedos” (lsaías 2.8).

“Todo o homem é embrutecido no seu conhecimento; envergonha-se todo o fundidor da sua imagem de escultura; porque sua imagem fundida é mentira, e nelas não há espírito. Vaidade são, obra de enganos: no tempo da sua visitação virão a perecer” (Jeremias 10.14-15).

É isso que queremos eternizar para o nosso humilde povo brasileiro? Um povo sofrido, desesperado, que está se apegando a qualquer crença ou superstição buscando melhoria de vida? Não deveríamos, como responsáveis diante de Deus e com a Palavra de Deus, em nossas mãos, tentar ajudar esse nosso povo a sair desse engodo de se prostrar diante de imagens? Entretanto, não só alimentam essa crença como também tentam aproveitar-se dela para granjear a simpatia do povo e com isso obter vantagens religiosas ou políticas. Precisa o povo brasileiro de proteção e de ajuda? Sem dúvida que sim! Mas a solução não está na invocação de proteção e a ajuda das imagens de escultura. Não é assim que a situação melhorará.

A INUTILIDADE DA INVOCAÇÃO DE IMAGENS

“Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não veem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam” (Sl. 115.4-8). Que auxílio poderemos obter de uma imagem, que não pode ouvir, e ainda, com essa atitude provocar a ira do Deus vivo e verdadeiro?

A ATITUDE CORAJOSA DOS JOVENS JUDEUS NA BABILÔNIA

Existiria paralelo entre a atitude dos secretários municipais de Santos e São Vicente, arvorados no exemplo dos jovens hebreus cativos na cidade de Babilônia, para removerem de seus respectivos lugares as imagens da padroeira do Brasil?

O rei Nabucodonosor, na sua arrogância, levantou uma majestosa imagem e obrigou todos os seus súditos a se prostrarem diante dela. A adoração deveria ser precedida do sonido de todos os instrumentos musicais que tocariam todos ao mesmo tempo. Qual foi a atitude adotada pelos jovens judeus amigos de Daniel? “Então se reuniram os príncipes, os prefeitos e governadores, os capitães, os juízes, os tesoureiros, os conselheiros, e todos os oficiais das províncias, à consagração da estátua que o rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam em pé diante da imagem que Nabucodosor tinha levantado. E o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós, ó povos, nações e línguas: Quando ouvirdes o som da buzina, da flauta, da harpa, e da sambuca, do saltério, da gaita de foles; e de toda a espécie de música, prostrar-vos-eis, e adorareis a estátua de ouro que o rei Nabucodonosor tem levantado. E qualquer que não se prostrar e não adorar, será na mesma hora lançado dentro da fornalha de fogo ardente. Há uns homens judeus, os quais constituíste sobre os negócios da província da Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abednego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti; a teus deuses não servem, nem adoram a estátua de ouro que levantaste. Falou Nabucodonosor, e lhes disse: É de propósito, ó Sadraque, Mesaque e Abednego, que vós não servis a meus deuses nem adorais a estátua de ouro que levantei? Responderam Sadraque, Mesaque e Abednego, e disseram ao rei Nabucodonosor: Não necessitamos de te responder sobre este negócio. Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo ardente, e da tua mão, ó rei. E, se não, fica sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Daniel 3.3-6,12-14,16-18).

DEUS APROVA A ATITUDE DOS SEUS SERVOS

“Então Nabucodonosor se encheu de furor, e mudou-se o aspecto do seu semblante contra Sadraque, Mesaque e Abednego; falou, e ordenou que a fornalha se aquecesse sete vezes mais do que se costumava aquecer. E ordenou aos homens mais poderosos, que estavam no seu exército, que atassem a Sadraque, Mesaque e Abednego, para lançá-los na fornalha de fogo ardente. Então estes homens foram atados, vestidos e com as suas capas, suas túnicas, e seus chapéus, e demais roupas, e foram lançados dentro da fornalha de fogo ardente. E estes três homens, Sadraque Mesaque e Abednego, caíram atados dentro da fornalha de fogo ardente. Então o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa; falou, dizendo aos seus conselheiros: Não lançamos nós, dentro do fogo, três homens atados? Responderam e disseram ao rei: É verdade, ó rei. Respondeu, dizendo: eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem sofrer nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante ao Filho de Deus. Então, chegando-se Nabucodonosor à porta da fornalha de fogo ardente, falou, dizendo: Sadraque. Mesaque e Abednego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Então Sadraque, Mesaque e Abednego saíram do meio do fogo. …viram que o fogo não tinha tido poder algum sobre os seus corpos; nem um só cabelo da sua cabeça se tinha passado sobre eles” (Daniel 3.19-27).

A ÚNICA SOLUÇÃO PARA O BRASIL

O Brasil precisa de ajuda divina para a solução dos problemas do seu sofrido povo? Sem dúvida que sim. Mas a solução não está na ajuda de imagens de qualquer santa ou santo. A solução está na invocação do Deus único e verdadeiro.

Jesus, dialogando com a mulher samaritana, expôs a forma da adoração verdadeira, dizendo: “…os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4.23-24).

Mas, a idolatria venceu nas duas cidades brasileiras. Em ambas, as imagens foram recolocadas em seus lugares, sob a ovação do povo tendo à frente seus líderes religiosos.


Quem recolocou pessoalmente a imagem de Nossa Senhora Aparecida no Pronto-Socorro de Santos? Nada menos do seu prefeito – Beto Mansur. E o de São Vicente, deu ordens para que a imagem fosse recolocada no refeitório do CECOF. Até quando Brasil prevalecerá a idolatria? Embora “deitado eternamente em berço esplêndido”, deve o Brasil despertar para entronizar o Senhor Jesus como único mediador entre Deus e os homens, e assim terem os brasileiros suas orações respondidas (1Tm. 2.5). Desperta Brasil!

Fonte:Ministério Apologético
AUTORPr. Natanael Rinaldi

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