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Estamos chegando ao final de mais um ano. É hora de fazer uma avaliação. É tempo de retrospectiva. É o momento oportuno para um balanço final. O apóstolo Paulo nos ajuda nesse propósito. Ele fez um balanço de sua vida e compartilha isso conosco.Em primeiro lugar, devemos olhar para o passado com um senso de dever cumprido (2Tm 4.7). “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”. O apóstolo dos gentios lançou um olhar rumo ao passado e declarou que sua vida foi uma luta renhida e não uma caminhada fácil, um enfrentamento com forças hostis e não um festival de amenidades. Deixou claro que nessa peleja não abriu mão de princípios e valores nem desistiu da carreira no meio do caminho.
Muitos se cansam da obra e na obra e não concluem a carreira. Outros carregam peso desnecessário e, por isso, não conseguem chegar ao fim da jornada. Há aqueles que são desqualificados por não correrem de acordo com as normas. Ainda há aqueles que tropeçam e caem já no final da carreira e colocam tudo a perder.
Paulo testemunha, ainda, que jamais vendeu sua consciência pelo lucro. Jamais prostituiu o seu ministério para alcançar favores transitórios. Ele guardou a fé e permaneceu fiel até o fim. Como você tem corrido a carreira cristã? Tem combatido o bom combate? Tem corrido de acordo com as normas? Permanece firme na fé?
Em segundo lugar, devemos olhar para o presente com um senso da entrega plena de nossa vida a Deus (2Tm 4.6). “Já estou sendo oferecido por libação e o tempo da minha partida é chegado”. Paulo está na antessala do martírio, com os pé na sepultura e com a cabeça debaixo da espada de Roma. Tinha plena consciência que a hora de sua morte havia chegado. Entretanto, está convicto de que não é Roma que vai lhe matar; é ele quem vai se entregar. E entregar-se não para Roma, mas para Deus. Seu martírio será uma oferta de libação não para César, mas para Deus. Usando um eufemismo, Paulo diz que não vai morrer; vai partir.
Essa palavra tem um tríplice significado. Primeiro, significa tirar o fardo das costas de alguém. Morrer para um crente é descansar de suas fadigas (Ap 14.13). Segundo, significa desamarrar um bote e atravessar o rio para a outra margem. Morrer para um crente é atravessar o rio da vida e chegar do outro lado, no porto seguro da bem-aventurança eterna. Terceiro, significa afrouxar as estacas da barraca, levantar acampamento e ir para a sua casa permanente. Morrer para o crente é mudar de endereço. É ir para a casa do Pai. A morte não tem o poder de apavorar Paulo, pois para ele o viver é Cristo e o morrer é lucro. Morrer para o crente é deixar o corpo e habitar com o Senhor. É partir para estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor.
Em terceiro lugar, devemos olhar para o futuro com um senso profundo da imerecida recompensa de Deus (2Tm 4.8). “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos quantos amam a sua vinda”. Paulo mesmo no corredor da morte tem plena serenidade. Está convencido de que caminha não para o patíbulo do martírio, mas para o pódio da coroação. Ele não está com medo de morrer porque sabe em quem tem crido e para onde está indo. Sua morte não é uma derrota, mas um triunfo; não é um fracasso, mas uma premiação; não é uma vergonha, mas uma recompensa. Porque foi justificado pela graça diante do tribunal de Deus, pela justiça de Cristo imputada a ele. Agora, salvo não da morte, mas na morte, vai receber a imerecida recompensa, a coroa da justiça! À semelhança de Paulo, não caminhamos para o entardecer; caminhamos para a gloriosa manhã da eternidade, onde reinaremos com Cristo pelos séculos sem fim.
Hernandes Dias Lopes
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