6 de outubro de 2018

Subsidio: Lição 1 – O Que São Parábolas e Como Interpretá-las - Adultos

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Estudaremos uma série de 13 lições sobre as Parábolas da Bíblia, em especial as do Novo Testamento, contadas pelo Mestre dos mestres como meio de ensinar as verdades do Reino de Deus. Para fins de ajudar no entendimento das parábolas, se faz necessário usar algumas ferramentas da Hermenêutica Bíblica.

Mostre de maneira pedagógica aos seus alunos que o mau uso das normas de interpretação das Parábolas pode levar a erros irreparáveis quanto ao ensino Bíblico.

Exemplo: Comente sobre o motorista de um automóvel e as leis de trânsito, que são obrigatórias de serem obedecidas para chegar com segurança ao destino desejado.

OBJETIVOS
Definir o que são parábolas.
Enumerar alguns erros a se evitar ao interpretar as parábolas.
Explicar por que Jesus ensinou por parábolas.

PARA COMEÇAR A AULA
Esse é o primeiro contato do assunto deste trimestre. Em rápidas palavras, peça aos alunos que descrevam o que pensam sobre parábolas. Deixe que cada um se expresse e depois introduza o assunto corrigindo algumas distorções (se houver).

Mostre o panorama das lições que serão estudadas. Importante mencionar que assim como qualquer assunto na Bíblia que necessita de uma interpretação correta, a aula de hoje vai auxiliar na interpretação das parábolas. Excelente aula!

PALAVRAS-CHAVE
Parábolas • Ensino • Verdade • Contexto

LEITURA COMPLEMENTAR
“As parábolas constituem aproximadamente 35% dos ensinos de Jesus nos Evangelhos Sinóticos. Abaixo segue uma relação daquelas mais comumente aceitas, num total de 36 parábolas e sua localização no Novo Testamento. Vamos apreciá-las juntos.

LIÇÃO 1: O QUE SÃO PARÁBOLAS E COMO INTERPRETÁ-LAS

TEXTO ÁUREO
“Então, se aproximaram os discípulos e lhe perguntaram: Por que lhes falas por Parábolas?” Mt 13.10

VERDADE PRÁTICA
Parábola é uma narrativa terrestre com significado celestial.

DEVOCIONAL DIÁRIO
Segunda Mt 13.35 As parábolas revelam mistérios divinos
Terça Mc 4.33 As parábolas são compreensíveis
Quarta Is 6.9,10 Jesus cumpriu a profecia de Isaías
Quinta Is 5.1,2 Existem parábolas no Antigo Testamento
Sexta Mt 13.16,17 Estudar as parábolas é um privilégio
Sábado Lc 8.10 A parábola tinha duplo propósito

LEITURA BÍBLICA
Mateus 13.10-15
10 Então, se aproximaram os discípulos e lhe perguntaram: Por que lhes falas por parábolas?

11 Ao que respondeu: Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido.

12 Pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.

13 Por isso, lhes falo por parábolas; porque, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem, nem entendem.

14 De sorte que neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis.

15 Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos; para não suceder que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados.

Hinos da Harpa: 210 



Hinos da Harpa: 306

O QUE SÃO PARÁBOLAS E COMO INTERPRETÁ-LAS
INTRODUÇÃO

I. O QUE SÃO PARÁBOLAS?
Definição Is 5.1-7
O que não são as parábolas Sl 78.2
Erros a se evitar Mt 13.15

III. COMO INTERPRETAR AS PARÁBOLAS?
Considere o contexto Lc 15.1,2
Procure a verdade principal Mc 4.33,34
Faça a aplicação pessoal Lc 12.21

III. POR QUE JESUS ENSINOU POR PARÁBOLAS?
Para cumprir as Escrituras Mt 13.14
Por seu valor pedagógico Mt 13.10
Para usá-la como um filtro Mt 13.11

APLICAÇÃO PESSOAL

INTRODUÇÃO
Certamente, uma das partes mais apreciadas, conhecidas e estudadas da Bíblia são as parábolas. Jesus utilizou-se muito desse recurso e isso é tão verdade que, quase sempre que ouvimos a expressão “parábola”, já pensamos na pessoa de Jesus.

Convido você para nos dedicarmos a beber e saciar nossa alma com as parábolas do nosso mestre. Vai lhe fazer bem, tenho certeza.

I – O QUE SÃO PARÁBOLAS?
São narrativas que partem da realidade cotidiana e concreta com o objetivo de esclarecer verdades espirituais. Alguém disse que parábola é “uma narrativa terrestre com um significado celestial”.

1. Definição. “Parábola” é a forma aportuguesada da palavra grega parabole. Ela vem de um verbo que significa “atirar para o lado”. Uma parábola, portanto, é uma história que coloca uma coisa ao lado de outra com O propósito de ensinar. É uma comparação, colocando o conhecido ao lado do desconhecido, com o propósito de esclarecê-lo.

Esse estilo de ensino já era conhecido e inclusive usado por profetas no Antigo Testamento. Por exemplo, no episódio em que Natã, O profeta, repreende o rei Davi por seu pecado de adultério e homicídio, contando-lhe a conhecida história a respeito de um homem rico, um homem pobre e uma ovelhinha (2Sm 12.1-13). É possível encontrar um total de 12 parábolas no Antigo Testamento. Para não sermos exaustivos, mencionamos apenas alguns exemplos: Juizes 9.1-15; 2 Samuel 14.1-11; Isaías 5.1-7.

Já no Novo Testamento, as parábolas de Jesus constituem, aproximadamente, 35% de Seus ensinos. Veja o quadro gráfico nas páginas centrais da revista, com uma relação daquelas mais comumente aceitas, num total de 36 parábolas e sua localização no Novo Testamento. Nas próximas lições estudaremos algumas destas parábolas.

2. O que não são as parábolas.
a) não são quebra-cabeças, nem enigmas destinados às sumidades, são simples e transparentes mesmo para o homem comum.

b) Parábolas também não são mitos ou fábulas. Elas pertencem a outra categoria de linguagem, isso porque não há nelas os elementos irreais ou as situações impossíveis que caracterizam os mitos e fábulas. De fato, a força das parábolas está no fato de serem absolutamente concebíveis e plausíveis nas circunstâncias que elas descrevem.

c) Também são diferentes de provérbios, ainda que sejam semelhantes em propósitos. Mas um provérbio é caracteristicamente um ditado curto e direto, cujo sentido é evidente. Já a parábola tende a ser mais longa (se comparada a um provérbio) e o significado, na maioria das vezes, não tão facilmente visto de imediato.

3. Erros a se evitar. A Bíblia é um livro espetacular e maravilhoso. O mesmo pode ser dito das parábolas nela contidas, mas há alguns cuidados que devemos ter ao nos dedicarmos à tarefa de entender essa parte dos ensinos de Jesus.

a) Jamais tente estabelecer uma posição doutrinária somente por uma parábola. Há muita verdade que é esclarecida para nós pelas parábolas de Jesus, mas precisam sempre ser entendidas à luz dos ensinamentos claros e gerais das Escrituras; nunca isoladamente ou em contradição com elas. Estas ilustrações são mais destinadas a serem “janelas” de racionalidade do que “pedras” de fundação doutrinária. Seu papel, em vez de declarar doutrinas, na verdade é ilustrar uma ou mais facetas significativa das doutrinas bíblicas.

b) Não se perca nos pormenores da parábola. Os pormenores de uma parábola às vezes podem ter significado, mas, na maioria das vezes, eles não contêm nenhum significado oculto e são simplesmente designados a preencher a história. Assim, o bezerro cevado, a música e as danças da história do filho pródigo não são simbólicos de nada, mas provavelmente apenas refletem, em termos significativos para a época, a alegria do pai pela volta de seu filho. Uma boa regra é não dar nenhum significado figurativo a minúcias, a menos que o contexto o autorize. Uma preocupação exagerada com os detalhes e a tentativa de dar a cada peça da parábola um significado tem feito muita gente se perder na compreensão da sua verdade principal. A parábola é uma narrativa que, para fazer sentido, precisa que cada detalhe se encaixe; mas, na interpretação, não precisamos achar uma verdade para cada palavra.

c) Jamais tente interpretar uma parábola com base naquilo que não foi dito. Não fique preocupado com as partes que foram omitidas. Por definição, a parábola é uma narrativa breve visando um objetivo específico. É normal que haja lacunas, mas o importante mesmo é o que foi dito. Assim por exemplo, estar preocupado acerca da mãe do filho pródigo só vai prejudicar o resultado final.

II – COMO INTERPRETARAS PARÁBOLAS?
Algumas premissas são fundamentais e servem como um guia, ao nos dedicarmos à tarefa de compreender e interpretar as parábolas. Veremos apenas três:

1. Considere o contexto. Afirmamos o óbvio, mas é importante lembrar que todas as parábolas foram primeiramente contadas a uma determinada audiência, numa ocasião específica e com um objetivo específico. Por exemplo, as três maravilhosas parábolas sobre as coisas perdidas em Lucas 15 (o capítulo dos “achados e perdidos” da Bíblia) foram uma resposta aos ataques feitos contra jesus pela “má companhia” que ele estava mantendo (versículos 1-2). O contexto precisa sempre governar o texto. Isso é por demais importante se queremos entender as parábolas.

Então, é de fundamental alvitre considerar o quadro completo do momento, os ouvintes originais, o que motivou a parábola, o local onde está inserida naquele evangelho e os aspectos culturais em torno da mesma. Isso é importante porque outra característica das parábolas é que, via de regra, eram narrativas muito breves. Jesus costumava usar poucas palavras nelas (a parábola do fermento, em Lucas 13.21 é descrita em um único versículo), então, precisamos olhar o quadro geral para melhor entendê-las.

2. Procure a verdade principal. Muitas parábolas pretendem desenvolver apenas um ponto, e não ser um veículo para todo o esquema teológico e doutrinário mais amplo e geral. Lições secundárias podem muitas vezes ser legitimamente extraídas de uma parábola, mas isto deve ser feito com cuidado e somente depois que a mensagem principal tiver sido determinada. Por exemplo, ao contar a parábola do Rico Insensato (Lc 12.13-21), o contexto deixa claro, tanto no início quanto na conclusão, qual era o objetivo desejado. Jesus está claramente falando dos perigos da ganância e avareza. Veja que ele a conclui dizendo: “Assim é aquele que para si ajunta tesouro, e não é rico para com Deus”. A interpretação da parábola em questão nem de longe pode fugir disso. O mesmo se aplica às demais.

3. Faça a aplicação pessoal. Depois de ter determinado a lição, ou as lições corretas da parábola que está sendo estudada, as perguntas mais importantes são: “Encontrei a mim mesmo nesta parábola?”; “Quais mudanças em minha vida e em meus pensamentos esta parábola exige de mim?”; “No que esses princípios me atingem?” É imperativo, em nosso estudo das parábolas, que cada um continuamente pergunte: “Senhor, o que há aqui para mim?”; “O que isso significa para a minha vida?”

III. POR QUE JESUS ENSINOU POR PARÁBOLAS?
1. Para cumprir as Escrituras. Quando fizeram essa pergunta a Jesus ele respondeu dizendo que seu método, entre outras coisas, visava a cumprir a profecia de Isaías a seu respeito. É interessante que esse aspecto do ministério de Jesus também estivesse profetizado. Mas não foi unicamente Isaías que falou a esse respeito. Veja a clareza da profecia de Asafe no Salmo 78.1 e 2, cujo cumprimento é citado por Mateus em 13.35: “Escutai, povo meu, a minha lei; prestai ouvidos às palavras da minha boca. Abrirei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos.”

2. Por seu valor pedagógico. Considero importante ressaltar o forte valor pedagógico das parábolas. Isso, certamente, não passou despercebido por Jesus, como Mestre que era, ao fazer uso delas. Vejamos alguns aspectos pedagógicos da Parábola.

a) A parábola é de fácil fixação na memória. Isso era (e ainda é) muito importante para a pregação do Evangelho, facilitando a integridade do que foi dito. Em geral, gostamos de ouvir histórias.

b) A parábola reclama do ouvinte a busca da explicação, instigando a curiosidade e facilitando o aprendizado.

c) A parábola estimula uma ação reflexiva do ouvinte, instigando-o à ação. (Ex.: a Parábola do Bom Samaritano “Vai tu e faze o mesmo”, disse Jesus).

d) A Parábola podia ser (conforme o contexto) provocativa e até mesmo subversiva, sem necessariamente ser ofensiva. Um exemplo de uma parábola subversiva e incomum é a dos trabalhadores da vinha, cujo teor gira em torno da graça e do direito do proprietário de fazer o que quisesse com o que é seu, sem levar em conta o suposto merecimento de cada trabalhador (Mt 20.1-16).

e) A parábola, diferente de um discurso comum, deixa uma impressão duradoura e efetiva. Por exemplo, Jesus poderia ter dito: “Vocês devem ser persistentes em suas orações”. Ao invés disso, em Lucas 18, ele falou de uma viúva que rogava insistentemente a um juiz injusto que a ajudasse, até que ele finalmente a atende. A lição é clara: se um juiz indiferente à causa do pobre é levado a agir, tão somente devido à persistência de uma impotente mulher, quanto mais um Deus amoroso e bom responderá aos justos quando clamam. A força dessa narrativa supera em muito qualquer discurso.

3. Para usá-la como um filtro. Isso é muito interessante. Ao que parece, o objetivo de Jesus era, de um lado, revelar a verdade para quem desejava realmente conhecer a Deus; e de outro lado, ocultá-la dos críticos de plantão, cuja preocupação era opor-se ou procurar alguma falha para desqualificar Seu ministério. Assim, para Jesus, que convivia em meio a um monte de gente que o analisava dia e noite à procura de contradições, ensinar por meio de parábolas foi uma excelente e apropriada decisão. Perceba que o objetivo não era esconder nada, tanto que depois explicava particularmente aos doze, conforme diz Marcos 4.33 e 34.



APLICAÇÃO PESSOAL
As parábolas constituem uma parte significativa dos ensinos de Jesus. Compreendê-las é crucial para assimilarmos os valores espirituais do reino.

RESPONDA
Marque V para verdadeiro ou F para falso nas afirmações abaixo:

1) ( ) Parábolas e fábulas são a mesma coisa.

2) ( ) Ao interpretar as parábolas, não devemos ficar preocupado com as partes que foram omitidas.

3) ( ) Parábola é um estilo de linguagem de forte valor pedagógico.



VOCABULÁRIO
Alvitre: aquilo que é sugerido ou lembrado; proposta, conselho. Notícia proveitosa
Subversivo: que ou aquele que expressa idéias, pensamentos, opiniões opostos ou profundamente diferentes dos da maioria.


Fonte:  Cpad



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