E ouvireis de guerras e de rumores de guerras: Mateus 24:6
Israel encara há anos o Irã como sua principal ameaça, um temor que hoje é sentido mais do que nunca no extremo norte do país.
Com a presença do Hezbollah no Líbano e o avanço deste grupo e de outras milícias apoiadas pelo Irã na Síria, para os israelenses a pressão de Teerã bate literalmente em suas portas.
"Não temos uma fronteira com o Irã, mas agora o Irã tem uma fronteira conosco", disse um alto responsável israelense para explicar a situação ao analista militar do jornal "Haaretz", Amos Harel.
Para Jonathan Spyer, especialista em Oriente Médio, trata-se de uma situação "nova e volátil", sobretudo no que diz respeito à influência iraniana na Síria.
Na cidade de Kiryat Shmona, a poucos quilômetros do Líbano, a vida continua com aparente calma. As pessoas vão a shoppings e cafeterias e discutem política.
Também reina a tranquilidade na pequena cidade de Metula, ao lado da fronteira, embora lá a presença militar seja evidente, com comboios circulando pelas estradas, soldados fazendo treinamentos e colinas com postos de observação do Exército israelense. Nesses postos não só se vê o Líbano, como as Colinas de Golã (território ocupado por Israel desde 1967) e as montanhas da Síria.
A guerra civil no país está cada vez mais controlada pelo governo de Bashar al Assad, apoiado pela Rússia, pelo Irã e pelo Hezbollah, que conseguiram uma vitória importante com sua intervenção em Damasco.
A grande preocupação israelense atualmente é a possibilidade de o Irã aproveitar a situação para se consolidar na Síria e, por isso, nos últimos dias atacou várias instalações militares em solo sírio, supostamente bases iranianas ou de suas milícias aliadas.
"Isto é Israel enviando uma mensagem à comunidade internacional, dizendo que não irá conviver com isso e que se os iranianos estiverem aqui, do outro lado da fronteira das Colinas de Golã, serão bombardeados", disse Harel.
Segundo o analista, esses ataques vão continuar e não se descarta que a situação possa se transformar em um conflito mais amplo.
"É um jogo muito delicado", afirma Harel, que ressalta que atualmente nenhuma das duas partes está interessada em uma guerra.
A grande variável regional é o ambicioso príncipe herdeiro saudita, Mohammad bin Salman, que parece decidido a se voltar contra o Irã e que poderia se beneficiar de uma guerra entre Israel e os aliados de Teerã na região.
Alguns analistas veem esse objetivo por trás da recente crise política no Líbano gerada com a renúncia (posteriormente cancelada) do primeiro-ministro, Saad Hariri, e sua confusa estadia em Riad.
Para Spyer, a situação na fronteira do Golã é, a priori, a mais perigosa, por se tratar de uma área "sem regras", embora não acredite que o Hezbollah e outros grupos por trás dos quais o Irã se esconde queiram abrir uma nova frente enquanto não termina a guerra síria.
O ânimo para travar um confronto também não parece alto em Israel. O último conflito com o Hezbollah, no ano de 2006, deixou um número grande de baixas, e a percepção é de que hoje a milícia xiita libanesa está ainda mais forte.
Segundo analistas políticos, o Hezbollah pode ter até 100 mil mísseis - muitos capazes de alcançar qualquer ponto do território de Israel - com os quais pode atacar as defesas israelenses.
Na fronteira, até hoje, não há uma atmosfera de conflito, "mas as coisas podem mudar muito rápido", alertou Harel.
"Sempre estamos a dois passos de uma guerra", lembrou o analista.
Fonte: EFE
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