E ouvireis de guerras e de rumores de guerras: Mateus 24:6
O governo chinês terminará 2017 com mais 29 hectares de instalações militares construídas na área do Mar do Sul da China, uma região em disputa internacional.
De acordo com um novo informe do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais dos EUA (CSIS, na sigla em inglês), Pequim continuou ampliando suas instalações esse ano. Os novos equipamentos estão em ilhas artificiais nos arquipélagos de Paracel e Spratly.
As imagens de satélite do CSIS mostram depósitos de munição, hangares, sistemas de radar de alta frequência e refúgios anti-mísseis, entre outros.
Os incrementos transformam estas ilhas em algumas das mais avançadas bases aéreas e navais da China. Mostram também a velocidade com a qual o país asiático equipou militarmente o local.
Segundo o CSIS, as imagens confirmam a existência de uma "crise lenta" em um dos pontos de maior tensão geopolítica do mundo, provocada pela disputa entre os seis países do sul asiático.
Para o governo chinês, entretanto, as novas instalações na região tem caráter civil e defensivo. Pequim acusa seus críticos de "exagerar" a importância da questão.
"Além de todos os novos edifícios construídos, o que mais chama a atenção é a aposta em radares e unidades de inteligência. Isto indica que a China quer aumentar sua capacidade para vigiar tudo o que acontece na região", diz Gregory Poling, diretor do CSIS, que acompanha o assunto.
Para o especialista, o estágio avançado do projeto indica o início iminente das operações militares nestas ilhas.
"Não sei se amanhã, em um mês ou em um ano, mas estamos relativamente próximos de assistir à chegada massiva de forças de combate chinesas. Pequim não construiu todos estes hectares de instalações para deixá-las vazias, e já estão com quase tudo pronto.
Para o diretor CSIS, a chegada das tropas e a "definição de um perímetro em torno das ilhas", por parte da China, permitiria ao governo de Pequim avançar em seu objetivo de impedir operações dos países vizinhos nestas águas.
Poling se mostrou preocupado com o fato do conflito no Mar do Sul da China não ter despertado tanta atenção internacional este ano quanto outros confllitos na região, especialmente aquele envolvendo a Coreia do Norte.
"O fato de ser uma crise lenta, na qual a China segue fazendo pressão de forma contínua há cerca de uma década, faz com que não haja mudanças drásticas de um dia para o outro. Isto faz com que a comunidade internacional não se sinta motivada para fazer algo a respeito", disse Poling à BBC Mundo, o serviço em língua espanhola da BBC.
Na opinião do diretor do CSIS, há motivos para preocupação.
"Infelizmente, poderemos constatar daqui a dez anos que vários países perderam o acesso a seu próprio espaço marítimo porque não fizemos nada para enfrentar Pequim e dizer-lhes que este não é um comportamento aceitável no século 21", diz Poling.
"Um domínio absoluto deste mar por parte da China é um problema. Um problema para a região, para o direito internacional e para os compromissos firmados depois da Segunda Guerra Mundial", conclui ele.
"Exagero"
Questionado na sexta-feira a respeito das imagens publicadas pelo CSIS, o governo chinês defendeu suas operações nas ilhas, por considerar que estão dentro do seu território.
"Se a China leva a cabo construções ou atividades pacíficas, ou amplia estruturas de defesa (nas ilhas), isto é normal, pois elas estão dentro do território soberano", disse o porta-voz do ministério de Relações Exteriores da China, Lu Kang.
O funcionário criticou aqueles que "tentam exagerar" a situação em uma zona que, na sua opinião, "está se estabilizando", graças ao esforço da China e dos demais países envolvidos.
"Esperamos que os países de fora da região possam respeitar os esforços que fazem as nações locais e parem de exagerar a importância do assunto", pediu Lu Kang.
Além disso, o governo central chinês anunciou que em 2019 colocará em órbita três satélites que vão monitorar a região 24 horas por dia.
Uma disputa entre seis países
O controle do Mar do Sul da China é um dos conflitos geopolíticos mais importantes e antigos do leste asiático.
China, Filipinas, Vietnã, Brunei, Malásia e Taiwan disputam há séculos a soberania sobre diferentes partes de um território que é chave para o tráfego marítimo mundial, especialmente de navios petroleiros.
Trata-se também de um local rico em recursos pesqueiros. Acredita-se também que abrigue importantes reservas de petróleo e gás.
A China alega precedentes históricos para reclamar poder sobre as águas desta zona situada a mais de 2 mil quilômetros de sua costa.
No ano passado, porém, a Corte Internacional de Justiça em Haia deu razão às Filipinas na disputa com a China pelo controle de ilhas próximas à costa filipina. Para a Corte, os precedentes citados pela China "não têm base legal".
Apesar disso, a corte não concedeu soberania sobre os territórios para nenhum país, e nem estabeleceu fronteiras marítimas.
A decisão judicial nunca foi reconhecida por Pequim.
Nos últimos anos, a China se dedicou a construir ilhas artificiais em recifes naquela área, para serem utilizadas como bases militares.
Estados Unidos, Reino Unidos e seus aliados criticam as construções nas águas sob disputa, ao que a China responde dizendo que o objetivo é somente proteger barcos de pesca que atuam na área.
Em julho, um navio de guerra dos Estados Unidos entrou na área em conflito, para "demonstrar a vigência da liberdade de navegação" no local.
A China acusou os EUA de fazer uma provocação "militar e política" e enviou suas próprias embarcações de combate e aviões ao local.
Fonte: BBC
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