Polícia Federal faz operação em 5 estados e no DF. São 190 mandados de busca e apreensão e 127 de prisão. Entre os alvos da prisão estão 28 funcionários do Porto de Santos. Líder já foi preso
A Polícia Federal faz uma operação de combate ao tráfico internacional de drogas desde a manhã desta segunda-feira (4) em cinco estados e no Distrito Federal. O grupo investigado usava a cidade de São Paulo como entreposto e o porto de Santos como principal local de saída da droga.
Segundo a PF, o grupo traficou mais de seis toneladas de cocaína pura para a Europa durante um ano. O líder da quadrilha já foi preso. Entre os alvos dos mandados de prisão estão 28 funcionários do Porto de Santos, que facilitavam as entradas das drogas.
Cerca de 820 policiais federais participam da Operação Brabo e cumprem 190 mandados de busca e apreensão, 120 mandados de prisão preventiva e 7 mandados de prisão temporária nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Os presos estão sendo encaminhados para o auditório da sede da Polícia Federal na Lapa, Zona Oeste da capital paulista.
As investigações começaram em agosto de 2016, após cooperação policial internacional entre a PF e o DEA (agência norte-americana de combate ao tráfico de drogas) durante cinco apreensões de cocaína realizadas entre os meses de agosto de 2015 e julho de 2016 (três realizadas no porto de Santos e duas em porto na Rússia, vindas de Santos).
“Por suas características levantou-se a suspeita de que um mesmo grupo tivesse sido responsável por todas as remessas, que totalizaram 2,1 toneladas”, diz a PF.
De acordo a PF, diferentes grupos organizados e especializados, que atuavam no Brasil e na Europa, se associavam conforme as necessidades que tinham em cada negócio que pretendiam realizar. A cocaína pura vinha dos países produtores para ser estocada em diversos locais na cidade de São Paulo e ser enviada à Europa pela via marítima.
Imagens obtidas pelo telejornal Bom Dia Brasil mostram como funcionários do Porto de Santos participavam do esquema.
Segundo a PF, seguranças deixavam que veículos com a droga entrassem tranquilamente no porto durante a noite.
Os lacres de contêineres eram rompidos e a droga armazenada no interior. Durante a operação, funcionários chegavam a apagar as luzes de trechos do porto e virar câmeras de segurança.
A PF realizou 14 apreensões de cocaína nos portos de Santos/SP, Salvador/BA e Itajaí/SC, além de alertar autoridades para que interceptassem carregamentos que já haviam sido remetidos aos portos de Antuérpia (Bélgica), Shibori (Inglaterra), Gioia Tauro (Itália) e Valencia (Espanha). Essas apreensões totalizaram outras 5,9 toneladas de cocaína pura que deixaram de abastecer o tráfico europeu.
O nome da operação remete a um dos destinos da droga, o porto de Antuérpia (Bélgica). Brabo seria um soldado romano que teria libertado os habitantes da região do rio Escalda, onde se localiza Antuérpia, do jugo de um gigante e jogado sua mão no rio. A lenda deu origem ao nome da cidade.
Fonte: G1
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