15 de setembro de 2017

Noticia: A cidade dos apóstolos e dos milagres

Pesquisadores encontram evidências do povoado em que, segundo a Bíblia, Jesus Cristo realizou a multiplicação dos pães e devolveu a visão a um cego
REVELAÇÃO O sítio que melhor corresponde à bíblica BetsaidaUm vilarejo às margens do mar da Galileia, de acordo com a Bíblia, possui significância especial na vida de Jesus. Seu nome é Betsaida, que seria o local de origem de três dos apóstolos de Cristo — André, Felipe e Pedro — além do lugar onde ele realizou uma série de milagres, como a multiplicação dos pães e peixes e a cura do homem cego. Agora, em agosto, uma equipe de pesquisadores israelenses revelou a descoberta da vila, fato que sempre esteve envolto em controvérsias acadêmicas. “Estou praticamente certo de que achamos Betsaida”, disse à ISTOÉ o arqueólogo responsável pelas buscas, Mordechai Aviam, professor de arqueologia na Faculdade Kinneret, em Israel. “Mesmo que, na minha área de estudo, não se possa normalmente falar em certezas absolutas.”
VESTÍGIOS Moeda coma face de Nero, do ano 66 d.C.: assentamento romano
Foram justamente essas as evidências encontradas por Aviam. Entre os achados estão duas moedas (uma delas retratando a face de Nero, datada do ano de 66 d.C.), uma parede coberta com cerâmicas do período e uma estrutura do que foi um mosaico, além de restos de uma casa de banho (edifício fundamental numa cidade romana). Além disso, objetos de épocas posteriores encontrados comprovam que o lugar era palco de adoração já nos primórdios do cristianismo (os templos de então eram feitos em locais de importância bíblica). Os mais relevantes mostram a existência de ruínas bizantinas que os arqueólogos acreditam ser de um monastério construído ao redor de uma igreja. Também há restos daquilo que teria sido um antigo engenho de açúcar do período das Cruzadas.A chave para encontrar Betsaida foi localizar o que ela se tornaria depois: uma cidade romana rebatizada de Julias, em homenagem à filha do imperador Augusto. Os pesquisadores sabem disso graças a textos antigos do historiador Josefo que falam sobre sua fundação. O vilarejo onde Jesus atuou era muito pequeno, e provavelmente deixou pouquíssimo ou nenhum indício arqueológico para os dias atuais. Já um assentamento ligado a Roma seria mais desenvolvido, com estruturas duradouras.
Antes da nova descoberta, especulava-se que o sítio de e-Tell, onde também foram encontrados artefatos romanos, pudesse ser a velha morada dos apóstolos. Mas a posição não batia porque ele não ficava à beira-mar, o que não faz sentido para uma vila de pescadores. Foi só com o novo achado, no sítio de el-Araj, que as peças começaram a se encaixar. “A chance de ser Betsaida é muito maior do que a do sítio anterior”, afirma o arqueólogo Rodrigo Silva, professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo.

Os próximos passos da pesquisa visam precisamente cristalizar a noção de que a morada dos apóstolos ficava em el-Araj. A possibilidade de serem encontradas evidências diretamente ligadas a Jesus ou aos seus seguidores é baixa, mas não inexistente. Se conseguir fundos para financiar as buscas, as escavações devem se entender por mais quatro ou cinco anos.
"É o mais antigo resíduo de vinho de toda pré-história italiana", afirmam os cientistas

Pesquisadores encontraram numa caverna da Sicília, na Itália, resquícios do que pode ser o vinho mais velho do mundo. O líquido estava em um vaso de barro, e especialistas acreditam que a bebida foi produzida e consumida há mais de seis mil anos.

De acordo com os cientistas, a descoberta, publicada no Microchemical Journal, é uma das mais importantes da região. "É o mais antigo resíduo de vinho de toda pré-história italiana", comunicaram.

"Ao contrário de descobertas anteriores que eram limitadas às vinhas, que mostraram a presença de uvas antigamente, nosso trabalho identificou restos de vinho", disse Davide Tanasi, líder da pesquisa. "Obviamente isso não envolve apenas a prática da viticultura, mas da produção de vinho — numa época muito antiga."
VASOS DE BARRO ONDE FORAM ENCONTRADAS OS RESTOS DO VINHO (FOTO: DAVIDE TANASI)

Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Enrico Greco, químico da Universidade de Catania, e integrante da pesquisa, afirmou que o recipiente de barro foi submetido à uma análise química.

"Identificamos a presença de ácido tartárico e sal", falou Greco. "A presença dessas moléculas nos permite confirmar o uso do recipiente como um reservatório de vinho."
Fonte: Segredos da Arqueologia Bíblica
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