O presidente americano, Donald Trump, recebeu nesta terça-feira (20), na Casa Branca, o presidente ucraniano no momento em que sua administração anunciava o fortalecimento das sanções contra a Rússia por seu apoio aos separatistas na Ucrânia.
É uma grande honra estar com o presidente [Petro] Porochenko", declarou Trump no Salão Oval, na presença deste último e do vice-presidente Mike Pence. "Tivemos um diálogo muito bom", assinalou, a poucas semanas da cúpula do G20 em Hamburgo (Alemanha), durante a qual poderá se encontrar pela primeira vez com o presidente russo, Vladimir Putin.
A Ucrânia sofre desde 2014 com um conflito armado entre os separatistas pró-Rússia no leste do país e as forças de Kiev, que já deixou mais de 10 mil mortos.
Os Estados Unidos e os seus aliados europeus, que impuseram sanções à Rússia, pedem a aplicação dos Acordos de Paz de Misk assinados em 2015 e que tinham o propósito de instaurar uma trégua.
Porochenko, que insistiu em dizer que os Estados Unidos são um "aliado" da Ucrânia, conseguiu com este encontro um êxito diplomático, pois o Executivo americano havia anunciado inicialmente apenas uma reunião com o vice-presidente, Mike Pence.
Segundo o presidente ucraniano, as conversas incluíram a cooperação militar entre os dois países.
À tarde, Porochenko se reuniu também com o secretário da Defesa, Jim Mattis.
Os Estados Unidos estão com vocês, os apoiamos ante as ameaças à sua soberania, ao direito internacional ou à ordem internacional", disse-lhe Mattis.
As novas sanções anunciadas por Washington atingem 38 indivíduos e entidades na Ucrânia, assim como dois funcionários russos de alto escalão e uma dúzia de indivíduos e organizações que operam na Crimeia. Têm o propósito de "manter a pressão sobre a Rússia e encontrar uma solução diplomática", explicou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
Até que estejam fora da Ucrânia oriental, vamos continuar tendo sanções contra a Rússia", acrescentou mais tarde Sean Spicer, secretário de imprensa da Casa Branca.
A Rússia reagiu imediatamente a esses anúncios e prometeu medidas em represália.
O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, criticou duramente a decisão de Washington.
Não posso dizer nada, exceto que lamento a obsessão russófona dos nossos colegas [americanos], que supera todos os limites", declarou Lavrov, durante entrevista coletiva conjunta com seu contraparte francês, Jean-Yves Le Drian.
Mais cedo, o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Riabkov, citado pela agência RIA Novosti, já havia criticado "a política destrutiva de Washington" e assegurado que essas sanções não teriam "nenhum impacto negativo" no país.
Separatistas ucranianos punidos
Segundo o Departamento do Tesouro americano, as sanções relacionadas à situação no leste da Ucrânia seguirão em vigor "até que a Rússia cumpra suas obrigações com os Acordos de Minsk". "As sanções americanas relacionadas à Crimeia não serão retiradas até que a Rússia acabe com a ocupação da península", acrescentou a mesma fonte.
Entre as pessoas incluídas na lista negra que bloqueia os seus eventuais deveres nos Estados Unidos e proíbe qualquer relação comercial com eles, figuram cerca de 20 separatistas ucranianos. Eles contam com acusações de responsabilidade nos estados secessionistas da Crimeia, "a República Popular de Donetsk" próximo à cidade do mesmo nome e "a República Popular de Lugansk".
Entre eles está o diretor de Serviços Penitenciários da chamada República da Crimeia e o seu procurador, além do ministro do Interior e de Segurança da "República de Lugansk". Um funcionário de alto escalão dos Serviços de Migração russos na Crimeia também está na lista.
Duas organizações paramilitares e seus dirigentes, entre eles a PMC Wagner, que recruta soldados para lutar junto com os separatistas na Ucrânia, e a Wolf Holding of Security Structures, que treina artes marciais e técnicas militares, também foram sancionadas. Na lista também há seis bancos da Crimeia.
Fonte: AFP
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