O presidente americano, Donald Trump, decidiu não transferir no momento a embaixada dos Estados Unidos em Israel para Jerusalém, anunciou a Casa Branca nesta quinta-feira (1º). Trump assinou uma cláusula derrogatória que mantém a representação diplomática em Tel Aviv por mais seis meses. A administração insistiu que se trata de um atraso, não de um cancelamento.
A mudança foi uma das promessas da campanha do republicano no ano passado. O adiamento evita um passo controverso que poderia complicar os esforços em retomar conversas de paz entre Israel e Palestina.
O presidente Trump tomou esta decisão para maximizar as possibilidades de negociar com êxito um acordo entre Israel e os palestinos", afirmou a Casa Branca em comunicado, que enfatiza que o passo não deve ser considerado uma retirada do forte apoio de Trump a Israel.
Os palestinos, os dirigentes árabes e até mesmo o ex-secretário de Estado americano John Kerry alertaram em várias ocasiões sobre o risco de que haja uma explosão da violência caso a embaixada seja transferida.
Trump "manifestou em várias ocasiões sua intenção de transferir a embaixada, a questão não é saber se fará isso ou não, mas saber quando", acrescentou a nota oficial.
O governo israelense se manifestou a respeito da decisão, que classificou como uma decepção. "Ainda que Israel esteja decepcionado com o fato de que a embaixada não será transferida nesse momento, apreciamos as manifestações de amizade do presidente Trump com Israel e seu compromisso em realizar a mudança no futuro", afirmou o premiê israelense, Benjamin Netanyahu.
De acordo com o governo israelense, sua posição consistente é de que todas as representações com as quais Israel mantém relações diplomáticas devem ser alocadas em Jerusalém.
Controvérsia
O status de Jerusalém é considerado um dos maiores obstáculos nas negociações de paz entre Israel e Palestina.
A cidade foi anexada por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, que considera a cidade como capital indivisível. Na época, a decisão contrariou recomendações do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Já os palestinos consideram Jerusalém Oriental, atualmente controlada por Israel, como a capital de seu futuro estado. Jerusalém é considerada um local sagrado pelos judeus, muçulmanos e cristãos.
Sucessivas administrações americanas insistiram que o status da cidade deve ser dividido em negociações entre os dois lados.
Durante sua campanha, a retórica pró-israelense adotada por Trump aumentou as expectativas de que ele agiria rapidamente para mudar a embaixada. No entanto, após assumir o cargo, a questão perdeu força durante encontros com lideranças árabes, que advertiram o mandatário que a mudança poderia minar esforços de paz.
Fonte: G1
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