11 de fevereiro de 2015

Notícia - ONU: violência ameaça meninas de todo mundo em busca de educação

Muitos ataques são cometidos em nome da religião ou da cultura, ou têm relação com gangues

Ataques de grande repercussão, como o rapto de 300 alunas realizado pelo grupo Boko Haram na Nigéria e o atentado contra a prêmio Nobel da paz de 2014, Malala Yousafzai, no Paquistão, são uma fração do que sofrem garotas de todo o mundo em busca de educação, informou o escritório de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Muitos dos ataques são cometidos em nome da religião ou da cultura, e outros têm relação com gangues, especialmente em El Salvador e em outras partes da América Central, disse Veronica Birga, chefe da seção de direitos humanos das mulheres e de gêneros do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em uma apresentação de lançamento do relatório nesta segunda-feira.

Esse tipo de violência está aumentando, afirma o documento da ONU, citando ataques com ácido e envenenamento cometidos pelo Taliban no Paquistão e no Afeganistão, meninas de uma escola cristã na Índia sequestradas e estupradas em 2013 e garotas somalis tiradas da escola e forçadas a se casar com combatentes do grupo Al Shabaab em 2010.

“Os ataques contra meninas que buscam educação persistem e, o que é alarmante, parecem estar ocorrendo com regularidade crescente em alguns países”, diz o relatório. “Na maioria das situações, tais ataques formam parte de padrões mais amplos de violência, desigualdade e discriminação.”

Em pelo menos 70 países, muitos dos episódios acontecidos entre 2009 e 2014 envolveram estupro e sequestro, informa o documento.

No Mali, Sudão, Iraque, Paquistão e Afeganistão, “códigos de vestimenta muito rígidos foram impostos através do emprego da violência, incluindo violência sexual contra alunas”, relatou Birga.

Alguns ataques foram motivados pela oposição à educação feminina como ferramenta de mobilidade social, e outros porque as escolas são vistas como locais onde são impostos valores ocidentais, como a igualdade de gêneros, disse ela.

Veronica Birga alertou que privar as garotas de educação tem sérios efeitos correlatos.
Fonte: O Globo

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