21 de abril de 2014

Os mártires da liberdade


“Martírio de Tiradentes”, Aurélio de Figueiredo e Mello, 1893.

Notei algo no calendário deste mês de abril que muitos devem estar comemorando: a coincidência da Páscoa com o feriado de Tiradentes. Isso fez com que o descanso de muitos fosse estendido. Depois de algum tempo, comecei a pensar em algumas particularidades que me levaram a uma reflexão associada à imagem de Tiradentes e de Cristo.

Primeiramente, lembrei-me de Jesus, que ressuscitou para trazer vida, salvação e liberdade a todas as gerações e pessoas de todos os tipos. Depois, me lembrei de um homem que lutou pela independência de Minas Gerais, mas que foi frustrado em sua tentativa. Após o nascer da república em nosso país, ele se tornou um símbolo de liberdade. O curioso é que, a princípio, ao procurarem dar uma imagem ao mártir – pois não se sabe até então como era a fisionomia de Tiradentes – se inspiraram na figura que foi construída para Cristo ao longo dos anos.

Esta associação foi proposital, claro. Ela servia para reforçar a ideia de liberdade do mais novo país independente. Com o tempo, os historiadores começaram a descobrir supostas “pistas” da imagem verdadeira de Tiradentes, o que eliminou, por exemplo, a barba e os cabelos grandes.

O inconfidente era apenas uma representação de uma liberdade que ele mesmo não pôde conquistar, com uma força imagética que também não o pertencia. Contudo, ele foi tomado como referencial. Nós, muitas vezes, nos espelhamos em pessoas que não são tudo o que idealizamos. Elas nem mesmo são o que parecem. Com certeza ele é uma inspiração de coragem, mas o melhor exemplo de liberdade e força viveu há mais de 2000 anos. Não tiro o mérito de Tiradentes, mas a questão é: para que tomar como referência alguém bom, se temos alguém perfeito?

Jesus Cristo foi traído, morreu em uma cruz, mas em três dias ressuscitou, completando o seu objetivo. Ele se sacrificou, não por interesse próprio, mas para dar oportunidade às pessoas de ter um relacionamento com Deus. Tiradentes enfrentou a forca bravamente, foi traído por Joaquim Silvério dos Reis, e foi o único de seu grupo a ser morto, mas seu sacrifício foi, naquele momento, em vão; tornou-se apenas um símbolo.

A liberdade que Cristo nos oferece pode ser alcançada a qualquer momento, e é muito mais preciosa do que qualquer coisa. Nele, não há falhas e o seu plano não foi frustrado. O seu Reino foi estabelecido quando Ele ressuscitou. Por meio Dele, somos feitos filhos de Deus e somos perdoados. O domínio do império das trevas cai quando o sangue Dele nos lava. Nele, está a salvação, a liberdade, o padrão e a força. Que Nele esteja a nossa esperança e inspiração.

“Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres” (João 8.36).

“Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados” (Colossenses 1.13-14).

Imagens: Acervo do Museu Histórico Nacional e reprodução da internet

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