24 de novembro de 2016

Noticia; Segunda audiência contra Lula volta a ter discussões entre defesas e Moro

Juiz se exaltou com advogados e interrompeu a oitiva de testemunhas

A segunda audiência para o depoimento de testemunhas de acusação no processo movido pelo Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outras sete pessoas voltou a ter discussões entre advogados e o juiz federal Sérgio Moro. Neste processo, o MPF acusa Lula de ter recebido R$ 3 milhões em propina por parte da OAS, por meio da compra de um apartamento tríplex no Guarujá e pelo custeio da armazenagem de bens do ex-presidente.

Dessa vez, as discussões também abrangeram a defesa do ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, e o ex-deputado Pedro Corrêa, que foi ouvido como testemunha no processo. Corrêa chegou a pedir para que a defesa de Lula o respeitasse. O ex-deputado, que foi condenado no mensalão, segue preso por ter sido condenado também no escândalo da Petrobras.

A audiência começou com uma ampla discussão entre a defesa de Lula e o juiz Sérgio Moro. Os advogados consideravam que Pedro Corrêa não deveria ser ouvido como testemunha no processo, pois está negociando uma delação premiada com a Procuradoria Geral da República, em Brasília. Por essa razão, a defesa considerou que o depoimento dele não era válido, porque ele poderia tentar mudar as versões do que dizia para garantir os benefícios do possível acordo.

Essa discussão inicial durou quase 15 minutos. Só então, o Ministério Público Federal começou a fazer perguntas ao ex-deputado. Mais tarde, as discussões foram retomadas. Moro, inclusive, chegou a alterar a voz ao se dirigir aos advogados de Lula.

Moro – Peço que prossiga na inquirição da testemunha como é próprio desse ato.
Adv. Lula – Vossa excelência não precisa alterar a voz pra falar comigo porque eu tô falando com um tom de voz com a vossa Excelência absolutamente compatível com a audiência…
Moro – Eu não tenho tempo doutor… eu não tenho tempo pra ficar aqui ouvindo sempre a defesa voltar a essas questões. Eu tenho que conduzir o processo, eu tenho outros processos. Todos aqui temos trabalhos, temos outras testemunhas a serem ouvidas. eu peço que siga as inquirições à testemunha.
Adv. Lula – Excelência…
Moro – Não, não tem a palavra!
Adv. Lula – Mas como, a defesa não tem a palavra?
Moro – Não!
Adv. Lula – Vossa Excelência caça a palavra?
Moro – Vai indagar a testemunha?
Adv. Lula – Vou. Eu quero levantar a questão que foi justamente …
Moro – Vou interromper novamente a gravação.

Das quase cinco horas de depoimentos, uma hora e meia foi dedicada ao ex-deputado Pedro Corrêa, que respondeu sobre as indicações de partidos para cargos de confiança, como as diretorias da Petrobras. No entanto, quando foi indagado se sabia algo sobre o suposto pagamento de propina ao ex-presidente Lula com apartamento tríplex no Guarujá, ele afirmou que desconhecia os fatos.

Outro depoente foi o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Ele também falou sobre como eram feitos os pagamentos de propina por meio da área que ele comandou na estatal, mas, assim como Pedro Corrêa, ele negou saber de pagamentos dirigidos à Presidência da República.

A mesma situação aconteceu com o também delator Pedro Barusco, que trabalhou como gerente na área de serviços da Petrobras e foi um dos primeiros delatores da Lava Jato. Ele também negou ter conhecimento do pagamento de propinas ao ex-presidente.

Depoimento adiado

Devido à demora nos depoimentos desta quarta-feira, o juiz Sérgio Moro acabou remarcando o depoimento do ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, que deveria ter sido ouvido nesta audiência. O depoimento dele agora será realizado na quinta-feira (24).
Fonte: Veja



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