Bernardo Cerveró reafirmou que o ex-senador Delcídio Amaral o pressionou para impedir delação de seu pai, Nestor Crveró
Filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o ator Bernardo Cerveró reafirmou nesta segunda-feira (28), em depoimento à Justiça Federal de Brasília, que sofreu pressão do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) para impedir que o pai fechasse um acordo de delação premiada com o Ministério Público.
O depoimento foi prestado dentro do processo que apura se houve uma tentativa de obstruir a Justiça na Operação Lava Jato. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um dos sete réus desta ação penal.
A denúncia, apresentada em maio deste ano, diz que, além de Delcídio, atuaram para comprar o silêncio de Cerveró o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o banqueiro André Esteves, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai, o ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira e o advogado Edson Ribeiro.
Em quase duas horas de depoimento, Bernardo não mencionou a participação de Lula e Bumlai, mas principalmente de Delcídio e Edson em tentativas de evitar a delação, aceita no final do ano passado e que levou à prisão de Delcídio.
No depoimento, Bernardo também reafirmou que recebeu R$ 50 mil de Edson Ribeiro, enviados por Delcídio, para que Nestor Cerveró não mencionasse casos envolvendo o senador na delação. Posteriormente, o próprio Delcídio teria pedido a Bernardo o silêncio de Nestor Cerveró numa reunião no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
“No Santos Dumont, ele diz explicitamente, ele me pede textualmente para não fazer delação. Que ele [Nestor] ia ficar refém dos procuradores. Que o Paulo Roberto [ex-diretor da Petrobras, que também fechou acordo de delação] tinha ficado endividadíssimo”, disse Bernardo.
Segundo Bernardo, Delcídio e Edson também teriam tentado evitar que outro delator da Lava Jato, o lobista Fernando Baiano, mencionasse o senador em sua delação.
“Para o meu espanto, ele [Edson] pede para eu passar a mensagem para o Gustavo para que Fernando Baiano não falasse do senador. Então, ele me colocou na situação de cometer um crime de obstrução de Justiça”, narrou. Bernardo disse que chegou a conversar com Gustavo Soares, irmão de Baiano, para obter provas que ajudassem a fechar o acordo de delação.
Lula e Bumlai
A acusação do Ministério Público diz que Bumlai e Lula estariam por trás do pagamento feito a Bernardo, conforme depoimento prestado por Delcídio em sua própria delação premiada.
No depoimento, contudo, o filho de Cerveró disse que sabia somente que o dinheiro havia sido enviado pelo senador, desconhecendo a origem do recurso.
“Os pagamentos eram nesse sentido. Vai haver ajuda a família, contanto que não houvesse delação. O Edson fala isso claramente […] Foi-se criando claramente a figura da preservação do senador em função dessa ajuda, condicionada à não menção de certos [fatos]”, disse Bernardo.
A suposta participação de André Esteves no pagamento foi mencionada a Bernardo pelo próprio Delcídio, numa conversa gravada que teve com o senador em Brasília, em novembro do ano passado.
Na ocasião, o senador também disse que o banqueiro ajudaria a pagar despesas desde que Nestor não citasse a participação dele num suposto esquema envolvendo postos de combustível.
Fonte: G1
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