1 de outubro de 2016

Noticia: Planeta estará 2°C mais quente já em 2050, diz estudo

E grandes sinais do céu. Lucas 21:11

Pesquisa prevê que, apesar de todas as promessas feitas no Acordo de Paris, teto de aquecimento deve ser alcançado em poucas décadas.

Em entrevista à DW, coautor da análise comenta resultados: "Previsões são ruins."A meta estabelecida pelo Acordo de Paris, de evitar que o planeta aqueça mais que 1,5°C até 2100, é considerada arriscada por cientistas: a elevação da temperatura acima desse ponto pode desencadear mudanças climáticas que ameaçam o modo de vida atual. A marca pode ser ultrapassada já em 2050. Desde a Revolução Industrial, a temperatura média subiu 1°C, segundo informações da Organização Mundial de Meteorologia, e um novo estudo coordenado por Robert Watson, ex-presidente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC)

O estudo mostra que, apesar de todas as promessas feitas pelos 195 países que assinaram o acordo até agora, os temidos 2°C a mais podem ser alcançados já dentro dos próximos 34 anos. A análise também é assinada por José Goldemberg, professor da Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

DW Brasil: Como chegaram à conclusão de que já em 2050 o mundo estará 2°C mais quente?

José Goldemberg: O estudo trabalhou com um modelo matemático que usou a trajetória de emissões dos diversos países. Também foram consideradas as Contribuições Nacionalmente Pretendidas (INDC, na sigla em inglês) de todos aqueles que assinaram o Acordo de Paris e se comprometeram a cortar os níveis de CO2 que despejam todos os anos na atmosfera. O nosso documento mostrou que, mesmo considerando todas as INDCs, medidas adicionais são necessárias. Ou seja, a velocidade com que os países estão tomando medidas pra reduzir as emissões tem que ser acelerada. Sabemos que dez países são os que mais contribuem com gases estufa: China, Estados Unidos, União Europeia, Índia, Rússia, Indonésia, Brasil, Japão, Canadá e México. Desses, cinco são países em desenvolvimento. Os outros são países ricos com os maiores índices de emissão per capta. Por isso, a maior atenção tem que ser voltada para os grandes emissores, porque são eles que poderão adotar medidas que tenham impacto de fato.

Em relação ao Brasil, qual a principal preocupação diante dessa anunciada elevação da temperatura?

Temos estudos feitos aqui que mostram que uma das consequências é a savanização da Amazônia. Esse fenômeno teria um impacto terrível no país. A chuva que cai no Sul e Sudeste do país vem da Amazônia, por exemplo. Se a floresta virar uma savana, o regime de chuvas no Brasil vai mudar completamente. Atualmente, a região Norte está sofrendo com uma seca terrível. Os cientistas ainda não sabem se ela está relacionada diretamente com as mudanças climáticas, mas já é perceptível que essa sucessão de secas está aumentando e, por isso, as suspeitas são grandes.

O Brasil está preparado para enfrentar esse cenário?

Nós sabemos que a savanização da Amazônia, que traria uma mudança no regime de chuvas, provocaria impactos enormes. A nossa agricultura no Brasil, de modo geral, não é irrigada. Se o padrão de chuvas muda, será preciso aumentar a irrigação, o que implica também no aumento dos custos. Na área de energia, a preocupação é grande também. Vimos que a falta de água nos reservatório levou o governo a usar as usinas térmicas que queimam carvão. Apesar de o Brasil, como um todo, estar reduzindo suas emissões, as do setor de energia estão aumentando. Queimar carvão é ruim para o clima, por isso a situação precisa ser revertida. Existem projetos de mais usinas movidas a carvão e eles são inquietantes. No setor industrial ainda há muito o que fazer: aqui no Brasil, as indústrias têm se preocupado pouco com redução de CO2, com exceção de poucos setores, como o do cimento, que fez alguns estudos.

É possível reverter esse quadro e frear a elevação da temperatura de 2°C até 2050?

Se as coisas continuarem como estão, não vai haver reversão. As previsões são ruins, por isso lançamos esse documento, para alertar que é preciso fazer mais do que está sendo feito.
Fonte: DW.


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