Em uma entrevista publicada nesta segunda-feira (7) pelo jornal italiano "Il Corriere della Sera", o papa contou que recebeu uma ligação telefônica da chanceler alemã pouco depois de seu discurso às instituições europeias em Estrasburgo, em novembro de 2014.
"Ela estava um pouco irritada, porque eu havia comparado a Europa com uma mulher estéril, incapaz de ter filhos. Ela me perguntou se realmente pensava que a Europa não poderia ter mais filhos", comentou Francisco.
"Eu lhe respondi que sim, que a Europa ainda pode ter filhos, e inclusive muitos, porque tem raízes fortes e profundas", declarou.
O pontífice argentino enfatizou que a Europa "tem uma história única", e que nos momentos mais obscuros de sua história "tem demonstrado que tem os recursos" para enfrentá-los.
Francisco, filho de emigrantes italianos, convidou a Europa a fazer frente ao fluxo de refugiados, a "mudar" e "se reformar" e a "reconstruir" um sistema de educação que está "quebrado".
A força do velho continente, segundo ele, pode vir do exemplo de "grandes esquecidos", como chanceler alemão Konrad Adenauer, o ministro das Relações Exteriores francês Robert Schuman e do italiano Alcide de Gasperi.
Mencionou também personalidades italianas atuais, com a ex-ministra e ex-comissária europeia e líder laica radical Emma Bonino e o ex-presidente da República Giorgio Napolitano, o primeiro comunista a chegar a este cargo.
Francisco é, frequentemente, muito crítico com as instituições europeias e pediu à Europa para "sorrir aos imigrantes".
"Se não é capaz de ajudar economicamente os países de onde procedem os refugiados, então tem de se apresentar ao problema de como enfrentar este grande desafio que é, em primeiro lugar, humanitário, e não somente esse", declarou.
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Fonte: AFP.
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