Em uma declaração conjunta, as duas potências disseram que o cessar-fogo envolve as partes que estiveram lutando durante os cinco anos de conflito sírio, com exceção do grupo Estado Islâmico (EI) e a Frente al-Nosra, uma organização filiada à Al-Qaeda.
"O cessar de hostilidades será aplicado às partes envolvidas no conflito sírio que indicaram que respeitarão os termos" do acordo, afirmou o comunicado.
Elas terão até esta sexta-feira, dia 26, às 12h locais (7h, horário de Brasília), para comunicar a Estados Unidos e Rússia sua adesão a este acordo. A suspensão do fogo entrará em vigor no sábado, à meia-noite de Damasco (19h, Brasília).
Após o anúncio, o presidente russo, Vladimir Putin, disse à televisão de seu país que fará "o necessário para Damasco, para as autoridades legítimas sírias".
"Esperamos que os Estados Unidos façam o mesmo com seus aliados e com os grupos que apoiam", completou.
Nesta segunda-feira, o presidente americano, Barack Obama, telefonou para Putin para tratar dos esforços conjuntos para o cessar-fogo efetivo na Síria, informou a Casa Branca, advertindo que o caminho pela frente não será fácil.
Ao confirmar o diálogo entre Putin e Barack Obama, o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, destacou que "este é um momento oportuno", em que estão "esperançosos de que todas as partes o capitalizem".
Earnest foi prudente e disse que "isso será difícil de implementar".
"A prioridade agora é garantir respostas positivas por parte do regime sírio e da oposição armada, assim como uma instrumentação fiel (do acordo) por todas as partes", destacou Obama.
Reuniões em RiadO principal grupo opositor sírio disse aceitar o cessar-fogo anunciado hoje, se forem cumpridas "condições" humanitárias.
De Riad, onde grupos-chave da oposição síria estavam reunidos, o Alto Comitê de Negociações divulgou uma nota, na qual disse responder "positivamente aos esforços internacionais para obter um cessar das hostilidades". Estabeleceu, porém, que a aprovação está condicionada à suspensão dos cercos às cidades, à libertação de prisioneiros, ao fim dos bombardeios de civis e à entrega de ajuda humanitária.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou este acordo - um "sinal de esperança longamente esperado" - e convidou todas as partes a acatá-lo.
O acordo "contribui para a criação de um ambiente propício para retomar as negociações políticas" na Síria, interrompidas no começo de fevereiro, indicou Ban.
O cessar-fogo parcial não será estendido aos esforços internacionais para combater o EI e outros grupos extremistas na Síria, o que dificulta sua realização.
Em setembro passado, a Rússia lançou uma campanha aérea na Síria contra alvos "terroristas", mas foi acusada de bombardear posições de insurgentes não extremistas.
O Irã também enviou à Síria conselheiros militares, e o movimento xiita libanês Hezbollah deslocou ao menos seis mil homens para lutar ao lado do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Aumenta balanço de mortes em atentado duploO balanço dos atentados de domingo, reivindicados pelo Estado Islâmico, chega a 200 mortos.
No ataque cometido próximo a um santuário xiita de Sayeda Zeinab, a menos de 10km de Damasco, morreram 134 pessoas, das quais 97 eram civis, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Já na ofensiva orquestrada no bairro Al-Zahraa, de Homs, 64 pessoas faleceram.
O primeiro foi considerado o atentado mais sangrento cometido desde o início da guerra na Síria, em 2011, segundo o OSDH.
Reviravolta de tropas síriasAs tropas de Al-Assad conseguiram avanços expressivos desde o início das incursões aéreas russas, com combates particularmente fortes nas últimas semanas na província de Aleppo. Nesta segunda, porém, seus esforços para tomar a cidade sofreram uma reviravolta.
O EI e outros grupos extremistas cortaram uma rota vital que unia o oeste de Aleppo a outros territórios controlados pelo governo, informou o OSDH.
Se as forças do governo não conseguirem retomar o controle desta via, sua ofensiva na área poderia ser freada.
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Fonte: AFP.
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