Depois que a Igreja Episcopal Anglicana abraçou a teologia liberal, uma série de mudanças aconteceu em suas estruturas no mundo todo. Primeiramente, questionaram a inspiração da Bíblia, depois Jesus como único caminho para o céu, por fim aceitaram o casamento gay, incluindo a ordenação de pastores e bispos homossexuais.
A mais recente amostra desse liberalismo é uma campanha para que as pessoas comecem a se referir a Deus como “ela”. O movimento foi iniciado pelas mulheres que ocupam cargos de liderança dentro da estrutura da igreja na Inglaterra.
O desejo desse grupo, que se denomina Watch (abreviatura em inglês para Mulheres e a Igreja) é reformar a liturgia oficial, cuja linguagem usa termos “masculinos” para descrever a Deus.
A bispa Jody Stowell, que é uma das líderes desta campanha, afirmou à imprensa: “A teologia ortodoxa diz que todos os seres humanos são feitos à imagem de Deus, que Deus não tem um gênero. Ele engloba o gênero – é tanto masculino quanto feminino e vai além de masculino e feminino. Então, quando só falamos de Deus na forma masculina, isto é, na verdade, uma compreensão deficiente de quem Deus é”.
Stowell explica que as discussões sobre a terminologia surgiram de um debate sobre se a consagração de bispos do sexo feminino faria uma diferença na Igreja da Inglaterra. A partir daí, o grupo começou a fazer um apelo público aos bispos para incentivar o uso de uma “linguagem e de imagens mais amplas sobre Deus”.
Para a bispa Emma Percy, capelã do Trinity College de Oxford, o efeito de se usar uma linguagem que inclua ambos os sexos serviria para nos livrar da “noção de que Deus é uma espécie de velho no céu”.
Ela acredita que o debate é antigo e que a partir do momento que a Igreja passou a aceitar mulheres como bispas, confirmou que as mulheres podem “representar a Deus em todos os níveis”.
A capelã defende que já existe uma aceitação. “Os mais jovens estão muito mais interessados em mostrar que não devemos trabalhar com estereótipos. Precisamos usar uma linguagem sobre Deus que mostre que Deus pode ser expresso de muitas maneiras diferentes”.
Contou ainda que muitas dessas bispas e pastoras já tem usado essa maneira de se referir a Deus em suas igrejas.
Um porta-voz da Igreja Anglicana afirma que essa não é uma posição oficial da Igreja, mas de um grupo independente, composto de mulheres com posições no clero.
Fonte:The Guardian
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